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O TRABALHO PROFISSIONAL: A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS CADASTRO ÚNICO, A PORTA DE ENTRADA PARA O USUÁRIO, DENTRO DOS PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL.


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O TRABALHO PROFISSIONAL: A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS – CADASTRO ÚNICO, A PORTA DE ENTRADA PARA O USUÁRIO, DENTRO DOS PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL.
 Acadêmico:
 Caroline Ferreira Cavalheri Lopes
 Tutor Externo:
 Gilda Maria dos Santos
RESUMO
 O presente trabalho, tem por objetivo uma intervenção com o supervisor de campo e profissional do Serviço Social, Douglas Ilha Guimarães, referencial teórico da instituição pública CRAS.
 A abordagem em destaque, tem como finalidade mostrar e discutir as demandas do cotidiano do profissional em seu âmbito de trabalho, na consolidação e legitimidade dentro de suas funções, dentro das políticas públicas à partir da LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social, desde 7 de dezembro de 1993, e mais recentemente pelo SUAS - Sistema Único de Assistência Social, criado em 2005. 
 Este sistema tem o compromisso de romper com a lógica tradicional do assistencialismo, instituído como Lei em 2011, promove o acesso a benefícios, programas, projetos e serviços socioassistenciais de proteção social básica e especial.
Palavras-chave: Assistente Social, Serviço Social, Programas, Projetos, Gestão, Usuário, Intervenção, Profissional, Acolhimento.
1.0 INTRODUÇÃO:
 Dentro deste artigo, veremos a intervenção do profissional de Serviço Social em sua gestão técnico operativa, e os programas de acolhimento ao usuário, visando assim, prestar o auxílio de acordo com a necessidade de cada um, informar, esclarecer, subsidiar, documentar e consolidar a cidadania.
 De acordo com esta publicação, irei apresentar as Orientações Técnicas da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social – SUAS: CRAS - Centro de Referência de Assistência Social.
 Foi acreditando nessa premissa que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), desde a sua criação em 2004, tem trabalhado para consolidar essa rede baseada na garantia dos direitos, implementando de forma republicana por meio de políticas públicas descentralizadas e articuladas.
 Com a tentativa de unificar a Assistência Social em todo o território brasileiro e garantir a política pública, surge o SUAS - Sistema Único de Assistência Social.
 Na interpretação de Sousa (2006, p. 130):
SUAS é modelo de gestão descentralizado e participativo, constitui-se na regularização e organização em todo território nacional das ações sócio - assistenciais. Os serviços, programas, projetos e benefícios têm como foco prioritário a atenção às famílias, seus membros e indivíduos e o território como base de organização, que passam a ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número de pessoas que deles necessitam e pela sua complexidade, pressupõe ainda, gestão compartilhada, cofinanciamento da política pelas três esferas de governo e definição clara das competências técnico-políticas da União, Estados e Distrito Federal e Munícipios, com a participação e mobilização da sociedade civil e estes têm o papel efetivo na sua implantação e implementação
 De acordo com a LOAS - Lei Orgânica De Assistência Social. MDS. Lei Federal nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, afirma que:
[...] SUAS – Sistema Único de Assistência Social é o modelo de gestão utilizados no Brasil para operacionalizar as ações de Assistência Social. A Assistência Social é parte do sistema de seguridade social, apresentado pela Constituição Federal de 1988``.
 Nesta concepção, o SUAS é a organização de uma rede de serviços, ações e benefícios sendo centralizado na família e comunidade. 
 Sempre com uma comunicação clara, e hábil, passando segurança, autoconfiança, firmeza e credibilidade a pessoa. 
 
 
2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 O CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) é uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social, responsável pela organização e oferta de serviços de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e DF. 
 Dada sua capilaridade nos territórios, se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social de assistência social.
 FIGURA 1 – CRAS (Centro de Referência de Assistência Social)
 
 FONTE: https://www.jornalbomdia.com.br/noticia
 A oferta dos serviços no CRAS deve ser planejada e dependente de um bom conhecimento do território e das famílias que vivem ali, suas necessidades, suas potencialidades, mapeamento das ocorrências das situações de riscos e de vulnerabilidade social, independente da classe social.
 A territorialização é um fator determinante para um enfrentamento assertivo na identificação das questões sociais e seu enfrentamento, aumentando a eficácia e efetividade, criando condições favoráveis à ação de prevenção ou enfrentamento das questões sociais e suas expressões.
 O CRAS e sua implantação, é uma estratégia de descentralização e hierarquização de serviços de assistência social, sendo essencial dentro do projeto de planejamento de cobertura do território, fazendo assim cadastros dentro dos programas sociais (Cadastro Único), governamentais e não governamentais, fazendo assim, um estudo sobre a realidade sócio econômica de um indivíduo ou família, reconhecendo a incidência das situações tais como: negligência, violência, trabalho infantil, entre outros que estejam violando os direitos do cidadão. 
 Portanto, o CRAS é um serviço de proteção básica territorial, com vivências da comunidade e seus direitos e visa a proteção das violações de direitos, dentro de um planejamento destacado como oferta de serviços de proteção básica, dentro dos programas do CRAS encontramos também o PAIF- Programa de Atenção Integral a Família, que é um programa de “Proteção Social Básica do SUAS”. E o PAEF- Programa de Atenção Especial a Família, que é um programa de atenção aos que já foram violados, abusados sexualmente, vítimas de maus tratos, pessoas em situação de rua, adolescentes em medidas socioeducativas, PAEF é considerado um programa de “Superação’.
 De acordo com MONTIBELLER, Cristiana. Caderno de Estudos: Questão Social e Serviço Social. Centro Universitário Leonardo da Vinci- Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2017, p. 92 
 “[...] Os profissionais éticos, tendem a perceber, analisar, constatar e compreender a realidade social”.
3.0 CRAS – CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 Instituição pública, fornecida como campo de estágio desde agosto de 2019, com o profissional do Serviço Social e supervisor, Douglas Ilha Guimarães, referencial teórico da instituição CRAS VILA BARRETO, situada na cidade de Mairinque, fundada no dia 02 de julho de 2019, pelo Prefeito Ouvidio Alexandre Azzini (Peixinho). 
 Abrangendo uma área de 8.000 habitantes dentro dos bairros: Barreto, Granada, Monjolinho, Marmeleiro, Emaús, Sertanejo, onde 40% das famílias moradoras dos bairros são beneficiárias de auxílios ou programas do governo.
 Dentro da instituição, existem os atendimentos e reuniões, atendimento aos familiares que estão em acompanhamento, as visitas domiciliares que são realizadas pelo Assistente Social acompanhado da Psicóloga. De acordo com a Gestão do trabalho no âmbito do SUAS:
Convém lembrar que dos profissionais definidos na NOB RH/SUAS para compor as equipes de referência dos CRAS (AssistênciaSocial e Psicólogo), CREAS (Assistente Social, Psicólogo e Advogado) e dos serviços de acolhimentos (Assistente Social e Psicólogo). (GESTÃO/SUAS, 2011, p96).
 Devido a instituição CRAS VILA BARRETO ser considerada “recém nascida”, há um árduo trabalho para o cadastramento dessas famílias, o CADASTRO ÚNICO é realizado pela secretária, para que os acolhimentos possam continuar a serem feitos com um efeito assertivo dentro da área abrangida, integrando vivências com a comunidade, e acolhendo pessoas em situação de vulnerabilidade social, independente de classe social. 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a porta de entrada para a Rede Socioassistencial, e funciona como uma unidade básica do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. É responsável por executar os serviços, programas e projetos sociais desenvolvidos pelos Governos Federal, Estadual e Municipal. Instalado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade, o CRAS é um local público estatal de base territorial. (www.prefeitura.sp.gov.br. Acessado em 02 de junho de 2020.)
 Podemos dizer que, o CRAS é a porta de entrada da Assistência Social, para o fortalecimento de vínculo entre a família e a comunidade, promovendo a organização e articulação das políticas públicas dentro da comunidade, se tornando um referencial para a população local.
 De acordo com o diagnóstico municipal (julho de 2.019) a cidade de Mairinque é considerada ‘Pequeno Porte 2’.
 FIGURA 2 – CRAS (Centro de Referência de Assistência Social)
 
 FONTE: https://www.google.com/search?q=cras+vila+barreto+mairinque
 Agora, vamos conhecer como iniciar o acolhimento dentro do CRAS, o cadastramento do usuário, esse é o processo mais importante que irá definir o atendimento individual e familiar, o plano de acompanhamento com cada membro e programas disponíveis para a ação e articulação socioassistencial, conhecido como CadÚnico.
 
 
3.1 CADASTRO ÚNICO 
 O CadÚnico é necessário para a realização do acolhimento, para efetuar esse cadastramento é necessário o RG, CPF, Certidão de Nascimento ou Casamento, Título de Eleitor, Carteira Profissional, Comprovante de Renda (holerite, declaração do empregador, comprovante de pensão, aposentadoria, comprovante bancário entre outros), Comprovante de Endereço, Recibo de Aluguel, Declaração Escolar (caso haja estudante na família), Composição Familiar.
 Tal cadastro, pode ser feito pela visita do entrevistador à residência da família, pelo deslocamento da família até o local indicado para o cadastramento, sendo a entrevista auto declaratória, passando por um cruzamento de dados com a Previdência Social, Carteira de Trabalho, Cartório Civil, e caso seja constatado fraude ou declarações falsas o responsável pelo fornecimento de dados, poderá responder diante ao Governo Federal.
 Esse registro de identificação social, foi desenvolvido pelo Governo Federal em 24 de outubro de 2001, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, e é utilizado para programas sociais, e para famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou até três salários mínimos na renda total.
 A atualização das informações tem o prazo de 2 anos, a contar da data da entrevista, ou se houver mudanças na família, nascimento ou morte saída de um integrante da casa, mudança de endereço, entrada de criança na escola ou transferência, aumento ou diminuição de renda.
 Dentro desse cadastramento ocorre a abertura de um prontuário social, para o atendimento. Neste caso é gerado o NIS- Número de Identificação Social.
 
3.2 NIS – NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO SOCIAL
 O NIS – Número de Identificação Social (Cadastro Nacional) visa identificar pessoas de maneira mais individualizada, e é de fundamental relevância para que seja possível ter acesso a recursos do governo. 
 Geralmente o número do NIS é gerado para quem nunca trabalhou com carteira assinada, podendo posteriormente ser o mesmo número do PIS, a empresa será responsável para que esse número seja registrado como PIS. Com isso, o número do PIS passará a ser o mesmo do NIS, pode parecer um pouco confuso a princípio, mas na prática é simples.
 Para a realização desse cadastro, é necessário o usuário ter o perfil de renda de acordo com as exigências, podendo consequentemente participar de programas sociais, como: Ação Jovem, Viva Leite, BPC, Bolsa Família. 
 FIGURA 3- NÚMERO DO NIS
 
 FONTE: https://www.cadastrounico.org/o-que-e-nis-significado-consulta/
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Nas diferentes classes sociais encontramos conflitos, portanto o CRAS é o intermediador, a porta de entrada, oferecendo serviços para que as necessidades das famílias do território de abrangência e suas questões sociais sejam trabalhadas num todo, dentro das políticas públicas, e dentro da sociedade.
 As técnicas empregadas pelo Serviço Social nessa instituição, atuam como instrumentos para a sua operacionalização, começando pelo cadastramento do usuário no CadÚnico, acolhimento, entrevista individual, entrevista coletiva, visitas domiciliares, observações, relatório, parecer social, perícia social, encaminhamentos. 
 Estes instrumentos são necessários para que o Assistente Social, faça uma análise e encontre o melhor método a ser utilizado, para buscar a resolução do estudo de caso.
5.0 CONCLUSÃO
 Ao abordar o assunto dentro do trabalho, da gestão, das dimensões, e aplicabilidade técnico operativo, podemos sinalizar os instrumentos utilizados dentro do trabalho do profissional do Serviço Social, aproximarmos da Política Pública de Assistência Social e de sua instrumentalidade, como técnica de intervenção.
 A análise investigativa e interventiva, se deu a cerca da gênese do setor abrangido, integrando todo o setor territorial, salientando a necessidade do profissional do Serviço Social dentro da comunidade para a execução do seu trabalho com base em seus preceitos ético político.
 Buscando conhecer detalhadamente de maneira crítica as demandas especificas ou expressões da questão social, levando em consideração na análise aspectos culturais, econômicos e sociais. 
REFERÊNCIAS:
https://www.cadastrounico.org/o-que-e-nis-significado-consulta/
www.gazzoapp.com.br/inscricao/cadunico
https://www.google.com/search?q=cras+vila+barreto+mairinque
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/noticias-e-conteudos/desenvolvimento-social
https://www.jornalbomdia.com.br/noticia
https://pis2019.work/numero-do-nis
www.prefeitura.sp.gov.br
https://pt.m.wikipedia.org
MONTIBELLER, Cristiana. Caderno de Estudos: Questão Social e Serviço Social. Centro Universitário Leonardo da Vinci- Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2017, p. 92 
RUARO, Gisele de Cássia Galvão/ LAZZARINI, Juliana Maria. Caderno de Estudos: Instrumentos e Processo de Trabalho em Serviço Social. Centro Universitário Leonardo da Vinci- Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2013.