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Como melhorar o financiamento do nosso SUS?
A Cada dia que passa os municípios estão assumindo o financiamento do SUS, quando da criação de nosso sistema de Saúde em 1991 a participação dos Entes Federados no era de 73% União, 15 % Estados e 12% Municípios, já em 2018 esse quadro é 42% União, 23% Estados e 35% Municípios, ou seja, desde a criação do SUS até a presente data da União diminuiu pela metade sua contribuição, já os Estados subiram 70%, e os Municípios tiveram um crescimentos de 260% de sua participação.
Com a Emenda Constitucional nº. 95 (PEC do Teto), os gastos públicos da União em saúde, educação, assistência social e outros, estão congelados aos valores de 2017, sendo reajustado apenas com base no INPC/IBGE, e se contarmos o envelhecimento da população, o custo da saúde pública tende a crescer muito acima da inflação e essa conta será repassada aos Municípios.
Com isso para que possamos ter um acesso universal à saúde e de qualidade no Brasil precisamos rever as políticas de financiamento de saúde e de prevenção, nosso país que adota um sistema de acesso universal em saúde, aplica pouco mais de 2,5% do PIB, já a Inglaterra, que possui sistema semelhante ao nosso, aplica mais e 7% do PIB em saúde. 
Para melhorarmos nosso SUS, precisamos do fim da emenda constitucional nº. 95, depois buscar os recursos que deixamos de arrecadar, como por exemplo, deixar de realizar isenção e renúncias fiscais nos patamares que temos hoje, países desenvolvidos concedem isenções e renúncias fiscais em no máximo 2% do PIB, o Brasil realiza algo em torno de 7,5% do PIB, fora que nosso País concede incentivos fiscais a produtos prejudiciais a saúde, como pesticidas agrícolas.
Nosso país ainda possui a mentalidade da saúde curativa e não a cultura de saúde de prevenção. Precisamos investir mais em políticas de prevenção, é muito mais eficiente e menos custoso ter consultas anuais com um clínico geral ou profissionais de áreas como ginecologia, urologia e cardiologia do que esperar que as doenças instalem-se para tratá-las.
Outro ponto é a mudança do Pacto Federativo de saúde, precisamos que os recursos fiquem mais nos municípios, uma vez que ele Município pode gerir o recurso com maior eficácia e rapidez do que concentrado em Brasília. 
Thiago Mendes é Advogado e Presidente do Conselho Municipal de Saúde

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