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A área da Economia da Saúde (ECOS) é responsável por promover o uso racional e eficiente dos recursos públicos, a partir da construção de uma cultura do uso de informações econômicas para a tomada de decisão em saúde. Como não há uma grande quantidade de dinheiro disponível (crise econômica) é preciso utiliza-lo da melhor forma possível de maneira que o SUS consiga se manter funcionando com qualidade. A área, multiprofissional e interdisciplinar, reúne profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, cirurgiões dentista, nutricionistas, farmacêuticos) e profissionais da área meio (administrador, economista, contador, estatístico). Princípios do SUS – integralidade, igualdade, universalidade, equidade, hierarquização, regionalização, participação popular, descentralização. A economia da saúde tem por objetivo criar as condições para que as ações e serviços de saúde sejam prestados de forma eficiente, equitativa e com qualidade para melhor acesso da população, atendendo aos princípios da universalidade, igualdade e integralidade da atenção à saúde, estabelecidos constitucionalmente para o Sistema Único de Saúde (SUS). A Abrangência da Economia da Saúde no Brasil, assim como em outros países de economia semelhante, o mosaico de serviços de saúde que a população encontra está distorcido por uma série de razões: Os serviços não correspondem às necessidades da população; Pois não estão integrados e não favorecem em todos os níveis que a população precisa (nível primário até o nível terciário). Nem sempre é possível dar o que é preciso para os pacientes – princípio da equidade. A distribuição geográfica dos recursos é extremamente desigual; Por mais que o princípio da descentralização garanta que os recursos sejam distribuídos de forma igualitária, ainda há desigualdade entre as regiões (ex.: sudeste x norte). Em algumas áreas existe excessivo uso de alta tecnologia médico-hospitalar para tratar os efeitos de moléstias previníveis; Ex.: indicação de ressonância magnética para um paciente com cefaleia – sendo a cefaleia causada pela necessidade de uso de óculos. O uso excessivo e a venda liberal de medicamentos; A indústria farmacêutica induz ao médico a indicar remédios da sua marca que, muitas vezes, são mais caros – o paciente sem conhecimento compra-os. *Economia da Saúde vale para o nível macro e o micro. Internações desnecessárias, referências a outros níveis e exames supérfluos; Competição do setor privado com o setor público por exames auxiliares lucrativos e cirurgias eletivas; Distribuição do financiamento proveniente da seguridade social sem mecanismos apropriados de controle. Algumas Inquietações: Os serviços de saúde têm conseguido promover saúde? Depende. Quais os princípios que regem a organização e o financiamento desses serviços? É possível manter um certo número de serviços disponíveis sempre que necessários e em todas as localidades? RENASES (Relação Nacional dos Serviços de Saúde – lista de todos os serviços que o SUS disponibiliza para a sociedade, desde a alta complexidade até a atenção básica) e RENAME (Relação Nacional de Medicamentos – lista de todos os medicamentos que o SUS disponibiliza desde a alta complexidade até a atenção primária). Sendo o SUS universal, ele não deveria disponibilizar todos os serviços para a população? X O Brasil tem tecnologia suficiente para disponibilizar todos os recursos possíveis? É possível diminuir o custo dos serviços sem alterar sua qualidade? Sim, isso é possível. Se houver um maior investimento em educação em saúde, haverá uma melhor qualidade de serviço e uma diminuição dos custos gerais. Segundo a Constituição Federal 1998: Art. 194 – A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social; A seguridade social é um grande orçamento que é arrecadado no governo federal, que trata da saúde, da previdência e da assistência social. Art.195 – A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: -Folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoas física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; -A receita ou o faturamento. Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art.201; Sobre a receita de concursos de prognósticos; Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. *O dinheiro que vai para a seguridade social vem, basicamente, dos impostos pagos por nós. Blocos de Financiamento – SUS: 1. Atenção Básica, composto por PAB Fixo e PAB Variável; PAB Fixo – Piso da Atenção Básica Fixo – dinheiro baseado na população, mas não somente nela. Ex.: o PAB fixo por cada habitante é 10 reais, portanto, teoricamente, duas cidades com 20.000 habitantes, iriam receber 200.ooo reais. No entanto, uma das cidades possui menos recursos, mais pobreza – ela vai receber um 11 ou 12 reais/habitante de PAB Fixo. *Princípio da equidade. PAB Variável – Piso da Atenção Básica Variável – É variável pois depende da quantidade de programas implantados, ex.: valor por agente comunitário naquele município. 2. Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar: MAC e FAEC; 3. Vigilância em Saúde: Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde e Vigilância Sanitária; Todas as ações para dengue são financiadas pela vigilância em saúde. 4. Assistência Farmacêutica: Básico da Assistência Farmacêutica, Estratégico da Assistência Farmacêutica, Medicamentos de Dispensação Excepcional; 5. Gestão do SUS: Qualificação da Gestão do SUS, Implantação de Ações e Serviços de Saúde. O dinheiro é distribuído de acordo com o que o município implanta e das suas necessidades populacionais, além do contexto econômico, político e social. Aplicação dos Recursos – Fundo de Saúde: Art. 5º - A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o montante, correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual. Art.6º - Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% da arrecadação dos impostos. O governo federal manda o dinheiro para o município que vem da seguridade social – que vai ser repartido entre os estados e distrito federal (princípio da descentralização). Os estados e o distrito federal devem pegar dos seus impostos e aplicar 12% na saúde. Financiamento Tripartide – o dinheiro vem do Ministério, Estado e Município – os três precisam contribuir. Art.7º - Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo 15% da arrecadação de impostos. Ressarcimento ao SUS: Criado pelo artigo 32 da Lei no 9.656/1998 e regulamentado pelas normas da ANS, é a obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas do SistemaÚnico de Saúde no eventual atendimento de seus beneficiários que estejam cobertos pelos respectivos planos. Se um paciente fizer um exame pelo SUS que o plano de saúde cobre – o plano de saúde tem que pagar ao SUS, o valor desse exame. Anotações da Aula: O SUS é gratuito? Sim – quando somos atendidos não pagamos. O SUS é de graça? Não – pois pagamos os impostos para esse atendimento.
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