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SERVIÇO SOCIAL
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
ANA VITORIA MADEIRA AMARAL
NAIANE AGUIAR DE AZEVEDO
produção textual INTERDISCIPLINAR EM GRUPO
30 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: AVANÇOS E DESAFIOS.
Sobral - CE
2020
ANA VITORIA MADEIRA AMARAL
NAIANE AGUIAR DE AZEVEDO
30 anos do estatuto da criança e do ADOLESCENTE: avanços e desafios.
Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras UNOPAR, como requisito parcial à aprovação no quinto semestre do curso de Serviço Social.
Sobral – CE 
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	03
2. DESENVOLVIMENTO	05
2.1 Celebrando os 30 anos do ECA	05
2.2 Evolução dos direitos de crianças e adolescentes no Brasil	06
2.3Os direitos e garantias assegurados na constituição de 1988, impulsionam participação popular nas tomadas de decisões 
	10
2.4 Instrumentos e técnicas do serviço social na área da infância e adolescência
	12
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS	14
4. REFERÊNCIAS	15
INTRODUÇÃO
Os direitos de crianças e adolescentes são garantidos por lei desde 1990 graças ao Estatuto da Criança e do Adolescente, dessa maneira, o presente trabalho contempla uma abordagem sobre o assunto em vigência dos 30 anos dessa lei criada no dia 13 de julho de 1990.
Com a Lei 8.069 de 1990, crianças e adolescentes passaram a ser vistos sob nova perspectiva, como “sujeitos de direitos”. Desde lá, há trinta anos, novos rumos foram tomados para garantir a proteção de meninos e meninas de zero a 18 anos.
Para um entendimento mais preciso, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entende-se por criança a pessoa com até 12 anos incompletos, a mesma não se submete a medida socioeducativa, somente a medida de proteção. Já Adolescente, é a pessoa entre 12 e 18 anos, a mesma já se submete a medida socioeducativa e a medida de proteção. Portanto tentaremos relatar aqui de maneira breve o que está prevista nesta lei que consta direitos à vida, à saúde, ao esporte, à educação, à convivência familiar e à alimentação por exemplo.
O estatuto dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente em diversos setores. Trata, por exemplo, do direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade; à convivência familiar e comunitária; e do direito à guarda, à tutela e à adoção. O ECA também aborda sobre os direitos da criança e do adolescente em relação à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer; e à proteção no trabalho.
A lei diz, por exemplo (Art. 4º), que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” da criança e do adolescente.
Dessa forma, apresentaremos aqui alguns avanços e desafios nessa seara se valendo de depoimentos de promotores e procuradores de Justiça do Ministério Público do Paraná que atuam ou atuaram na área nas últimas décadas avaliam os resultados já alcançados e os avanços ainda necessários, além de Alguns dados de nossa realidade no estado do Ceará no que toca ao assunto.
Por intermédio do esforço desses profissionais meninos e meninas passaram a ser vistos sob nova perspectiva, como “sujeitos de direitos”, e a preocupação da lei passou a ser a proteção integral de todas as pessoas com idade entre zero e 18 anos. Entretanto, a simples vigência do ECA não garantiu que todas as suas previsões fossem cumpridas. Avanços ocorreram de modo gradativo e contínuo, mas, ainda hoje, parte do Estatuto ainda não é aplicada
5
DESENVOLVIMENTO 
2.1 Celebrando os 30 anos do ECA
Mesmo com a situação de Pandemia a qual enfrentamos no momento, foi lembrado o período de 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que se completou em 13 de julho de 1990. Para celebrar essa data comemorativa o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos realizou uma cerimônia, por videoconferência, com a presença de representantes do governo e palestrantes da área. O mesmo Ministério dedicou o mês de julho para conscientizar a sociedade sobre a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Vale ressaltar que:
De acordo com o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente, (Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990): “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescentes entre doze e dezoito anos de idade.” (BRASIL, 1990).
No ato da cerimônia, a secretária nacional da Família, Angela Gandra, destacou a importância da família na aplicação do ECA. “Já existe um relacionamento desde a concepção; e aquela criança já pode ser bem recebida, já pode ser respeitada na sua dignidade. Por outro lado, a primeira infância, passada dentro da família, ela significa, de fato, uma edificação mais sólida de um cidadão mais firme, mais seguro e, assim vai, com seus direitos, de ser respeitado a partir da sua família”.
Dessa forma, assegurar o fortalecimento das relações familiares tem sido uma das bandeiras do atual governo, o mesmo tem agido por meio do programa intitulado “Famílias Fortes”, que tem por meta desenvolver um trabalho de fortalecimento dos vínculos familiares, com o intuito de fortalecer a parentalidade, para desenvolver os papeis dentro da família. E que esses papeis possam representar essa prioridade e a efetivação dos deveres relativos à proteção dessa criança, a começar pelo respeito”.
Entre os objetivos do Programa Famílias Fortes, estão ensinar pais e filhos a desenvolverem maneiras eficazes de comunicação e relacionamento; mostrar aos pais a importância de apoiar os filhos; ensiná-los a lidar com o estresse e a pressão dos amigos e promover uma expectativa de futuro aos jovens.
Para que o público alvo deste estatuto tivesse algum entendimento sobre esta data de tal relevância, e para tornar mais fácil o entendimento das crianças sobre o assunto, foi traduzido para os pequenos pela Turma da Mônica. Uma edição especial da revista explica de forma simples e didática o que está previsto no ECA. A iniciativa foi realizada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em parceria com o Instituto Maurício de Sousa. A edição especial da revista em quadrinhos terá 30 mil exemplares. O material também está disponível para download gratuito no site do ministério.
Fig. 1 - Gibi adapta a linguagem do ECA para o público infantil Fonte: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
2.2 Evolução dos direitos de crianças e adolescentes no Brasil
As ações de assistência e proteção de crianças e adolescentes começaram no Brasil desde a época colonial com a criação da "Roda dos Enjeitados" e chegaram aos debates recentes no Congresso sobre mudanças na maioridade penal. Para entender melhor a legislação e ações do Estado em relação ao setor, relataremos aqui uma linha do tempo com datas e fatos históricos relacionados ao tema:
 1º de Janeiro de 1726 - Crianças são abandonadas para caridade nas "Rodas dos Expostos": A atenção às crianças no Brasil português tinha caráter religioso. Em 1726, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia criou a primeira "Roda dos Expostos", na Bahia. Tratava-se de compartimento cilíndrico instalado na parede de uma casa que girava de fora para dentro. A criança era colocada ali para ser abrigada e criada pela entidade, preservando a identidade de quem a abandonava. A medida foi regulamentada em lei e se tornou a principal forma de assistência infantil nos séculos 18 e 19. Popularmente, também era conhecido por "Roda dos Rejeitados".
Fig 2. Desenho representa mulher abandonando ("expondo" na linguagem da época) uma criança na "Roda dos Enjeitados"
· 11 de Outubro de 1890 - Código Criminal da República determina penalização de crianças entre 9 e 14 anos: Em 1890 cria-se o Código Criminal da República para conter o aumento da violência urbana. A responsabilização penal passa a considerar a Teoriado Discernimento. Assim, crianças entre 9 e 14 anos são avaliadas psicologicamente e penalizadas de acordo com o seu "discernimento" sobre o delito cometido. Elas poderiam receber pena de um adulto ou ser considerada imputável.
· 5 de Janeiro de 1921 - Idade mínima para responder criminalmente passa a ser de 14 anos: A lei nº 4.242 tratou da assistência e proteção de "menores abandonados" e "menores delinquentes", sendo regulamentada posteriormente em 1923 por decreto. Aqueles jovens autores ou cumplices de crime ou contravenção, considerados "menores delinquentes", tornaram-se imputáveis até os 14 anos, não valendo mais a Teoria do Discernimento de 1890.
· 10 de Dezembro de 1927 - 1º Código de Menores estabelece imputabilidade antes dos 18 anos: A Lei de Assistência e Proteção aos Menores, conhecida como Código de Menores ou Código Mello Mattos (nome do primeiro juiz de Menores do Brasil e da América Latina), representou avanços na proteção das crianças. A lei proibiu a "Roda dos Expostos" e tornou os jovens imputáveis até os 18 anos. Criou a "escola de preservação para delinquentes" e a "escola de reforma para o abandonado".
· 14 de Dezembro de 1932 - Com reforma penal, Vargas consolida mudanças na idade penal para 14 anos: Em 1932, realizou-se uma reforma maior do Código Penal Brasileiro para validar várias alterações já feitas desde 1890, entre elas a mudança maioridade penal de 9 para 14 anos.
· 5 de Novembro de 1941 - Serviço de Assistência a Menores (SAM) é criado para atender todo o Brasil: Institui-se o Serviço de Assistência a Menores (SAM), primeiro órgão federal a se responsabilizar pelo controle da assistência aos menores em escala nacional. Atendia aos "menores abandonados" e "desvalidos", encaminhando-os às instituições oficiais existentes, e aos "menores delinquentes", internando-os em colônias correcionais e reformatórios.
· 1º de Dezembro de 1964 - Militares criam FUNABEM e FEBEMs: Após o golpe de 64, os militares extinguem o SAM e criam a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem) e a Política Nacional do Bem-Estar do Menor (PNBEM), que deveriam coordenar todas as ações na área. A questão da infância passou a ser tratada como problema de segurança nacional e deu origem às Febems em nível estadual. 
· 19 de Junho de 1975 - CPI do Menor investiga situação da criação desassistida: Foi a 1ª Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) destinada a investigar o problema da criança desassistida no Brasil, contribuindo para a elaboração de um novo Código de Menores.
· 5 de Outubro de 1985 - Ciranda da Constituinte marca aprovação da emenda na Constituição: No dia em se votou no Congresso a Emenda Criança (que deu origem aos artigos 227 e 228 da Constituição), mais de 20 mil meninos e meninas fizeram uma "Ciranda da Constituinte" em torno do Congresso Nacional.
· 5 de Outubro de 1988 -Artigo 227 torna-se base para a criação do ECA: O artigo 227 da Constituição Federal de 1988 estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado "assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".
· 13 de Julho de 1990 - Nasce o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): Aprovado no Congresso Nacional, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o marco legal que reuniu reivindicações de movimentos sociais que trabalhavam em defesa da ideia de que crianças e adolescentes são também sujeitos de direitos e merecem acesso à cidadania e proteção. O ECA foi publicado sobre a lei federal nº 8069.
 
Imagem: Reproduz grande parte da Convenção Internacional dos Direitos das Crianças e da Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1979, sendo reflexo leis internacionais.
Sabemos que o Brasil cria o ECA a partir de modelo da ONU e reproduziu em grande parte o teor da Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1979 e da Convenção Internacional sobre os direitos da Criança aprovados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1989. Porém, mesmo sendo reflexo de mudanças internacionais, o país tardou em cumprir os compromissos assumidos ao promulgar formalmente a Convenção no Brasil em 1990.
Como obrigação do tratado, o Estado brasileiro deveria ter feito um relatório sobre implementação do tratado m 1992, e em seguida, a cada cinco anos. Mas não o fez por mais de dez anos. Apenas em novembro de 2003, o governo da época encaminhou ao Comitê da ONU um primeiro informe com o panorama da situação da infância no Brasil entre 1991 e 2002.
Hoje de acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as crianças e os adolescentes são “pessoas em condição peculiar de desenvolvimento” e devem ter prioridade absoluta em qualquer situação. 
2.3Os direitos e garantias assegurados na constituição de 1988, impulsionam participação popular nas tomadas de decisões 
	A Constituição Federal de 1988 elenca um marco na historicidade do Brasil, em especial, no que diz respeito aos direitos sociais destinados à população. Além disso, em seu documento pontua a democracia como o eixo central das relações entre o poder público, os entes federativos e a sociedade. 
	É nessa perspectiva que a participação social se concretiza, também chamada de “controle social”, sendo definida como o processo de aproximação da sociedade civil na gestão social, transparecida nas tomadas de decisões do poder público, e tal fenômeno torna-se uma conquista para o país, com a ascensão da população ao exercício da cidadania. Em linhas gerais, a participação social nas tomadas de decisões sociopolíticas implica na contribuição dos sujeitos sociais na implementação, execução e fiscalização das políticas públicas em todos os segmentos sociais. (ANHUCCI, 2007)
	A respeito dos Conselhos Municipais, estes são constituídos pelo poder executivo, como também com a interação de membros da sociedade civil, e tem como principais objetivos propor diretrizes, fiscalização, controle e deliberação sobre as políticas públicas.
	Ao fazer uma análise sobre a participação social no contexto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), observa-se que a comunidade também pode estar inserida nas decisões do poder público perante a criança e ao adolescente, principalmente sobre os conselhos municipais destinados a este público. Desse modo, tem-se o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), que é um órgão paritário que conta de forma democrática com a participação social dos cidadãos civis nas decisões peculiares sobre os direitos da criança e do adolescente. (ANHUCCI, 2007)	
Sobre a participação social no âmbito dos conselhos municipais vinculados ao ECA, Anhucci e Schimdt (2007) afirmam que:
 O Conselho Municipal de Direitos, por exemplo, surge aí como um órgão deliberativo e controlador das ações com a participação popular por meio de organizações representativas, assegurada em lei municipal. O que, no entanto, significa isto senão que a tal Conselho cabe o poder decisório em todas as questões relativas ao atendimento dos direitos da criança e do adolescente no município, além de efetivo controle das ações governamentais e não governamentais, em todos os níveis. Mas isso não é tudo. Aos Conselhos de Direitos, vincula-se ainda o Fundo Municipal, cujos recursos só podem ser destinados de acordo com os critérios estabelecidos pelos conselhos. 
(ANHUCCI, SCHIMDT, 2007, p. 19)
Por conseguinte, fica evidenciado que com o estabelecimento da relação entre sociedade civil e o poder público no enfoque da negociação e participação dos usuários e interlocutores nos conselhos municipais, resulta na efetividade e ampliação do espaço decisório sobre as políticas públicas brasileiras, do mesmo modo que, fortalece e contribui com o caráter democrático que interferem no interesse e as necessidades da população diante dopoder público. Além disso, possibilita a transparência das informações, como por exemplo, sobre o repasse de recursos orçamentários destinados á população. (ANHUCCI, 2007)
Outro ponto a ser contextualizado é sobre a Intersetorialidade, conceito que diz respeito a articulação entre os sujeitos de diversos setores, com diferentes propostas que possibilitam no desenvolvimento das políticas públicas para atender a população. Ou seja, no âmbito dos conselhos municipais, a intersetorialidade funciona como um mecanismo que correlaciona os setores sociais, para garantir ações coletivas a favor da sociedade civil e dos seus múltiplos interesses. (COMERLATTO, et. al 2007)
Sobre tal afirmação, é perceptível abranger que é fundamental a efetivação da intersetorialidade entre os mais variados conselhos municipais, como também, essa relação possibilita e transcende na atuação da rede de serviços, como um processo fundamentalmente integrado, complexo, coletivo e organizado. (COMERLATTO, et. al 2007)
2.4 Instrumentos e técnicas do serviço social na área da infância e adolescência 	
O Serviço Social é uma profissão voltada para o atendimento das demandas advindas da população, tendo como objeto central as múltiplas expressões da questão social que permeiam o fazer profissional. Sob esse enfoque, a profissão atua em diversos campos, como por exemplo, na área da infância e adolescência, especialmente atentando-se aos direitos provenientes a esse público. 
Além disso, o Assistente Social precisa estar atento as competências e atribuições que fazem parte da profissão, como também, estabelecer uma prática profissional que se adeque e se comprometa com o seu código de ética profissional. Do mesmo modo que, para compreender a realidade social que ocorre nos diversos espaços sócio-ocupacionais da profissão, o Assistente Social necessita da utilização da instrumentalidade como uma estratégia que direciona as ações profissionais. 
Por conseguinte, existem também os instrumentos e técnicas que fomentam a ação profissional, dentre os instrumentos caracterizam-se os diretos (face a face) e indiretos (por escrito), que de modo geral, são utilizados pelo Assistente Social de acordo com a necessidade que tal demanda pleiteia. 
A respeito das possibilidades de intervenção do Serviço Social na área da infância e adolescência, existem instrumentos e técnicas específicos que norteiam o atendimento desses usuários, sendo eles: o acolhimento, que é o primeiro contato com a criança/adolescente e/ou a sua família, que antecede o atendimento, tal instrumento acontece a partir do momento em que o profissional escuta o usuário, viabiliza as informações etc. 
A entrevista individual e grupal também é um instrumento muito importante para essa atuação, que é denominado como um diálogo que ocorre entre o Assistente Social e o usuário (individual), ou com demais usuários (quando é grupal). Além disso, o profissional tem o papel de conduzir a entrevista em busca de alcançar os objetivos propostos. 
O livro de registro é um instrumento utilizado para registrar as principais informações a respeito do trabalho na instituição, podendo pontuar as demandas naquele local, atendimentos realizados, possibilitando que os demais profissionais tenham acesso aos registros e facilite a rotina de todos. 
A escuta especializada é fundamental para a sua utilização em instituições voltadas para o atendimento de crianças e adolescentes, já que, é um procedimento utilizado na rede de proteção desse público para identificar os casos de violência. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Em suma, com a contextualização a respeito da temática que envolve este portfólio sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, é importante salientar que é de fundamental importância a discussão sobre tal tema, visto que, enquanto docentes da graduação em Serviço Social, é necessário fazer articulações sobre uma das áreas de atuação da profissão. 
Além disso, com essa pesquisa foi possível identificar os avanços e desafios em torno dos 30 anos que permearam o ECA, e como isso influencia na vida das crianças e adolescentes brasileiras. (SOUSA, 2008)
A participação social também foi mencionada durante o texto, compreendida como uma estratégia democrática para estabelecer a relação entre o poder público e as demandas e interesses da população, expandindo a cidadania nos conselhos municipais voltados para todos os segmentos sociais, inclusive, os específicos para a criança e o adolescente. A Intersetorialidade torna-se um aliado para fortalecer as ações coletivas entre os conselhos municipais e a rede de serviços que faz parte do contexto da área da criança e do adolescente, ambos possuem grandes entraves na sua efetivação. 
O Assistente Social tem como campo de atuação a infância e adolescência, o que demanda do profissional recursos para atender as inúmeras expressões da questão social, como também, utilizar de instrumentos e técnicas para execução das suas ações. (SOUSA, 2008)
 
REFERÊNCIAS
ACKERMAN, N. W. Diagnóstico e tratamento das relações familiares. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
BANDEIRA, R. ECA 30 anos: novos rumos para a proteção de crianças e jovens brasileiros. Agência CNJ de Noticias. 16 de Junho de 2020. Disponível em: <https://www.cn.jus.br/eca-30-anos-novos-rumos-para-a-protecao-de-criancas-e-jovens-brasileiros/>. Acesso em 20 de out. de 2020.
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266>. Acesso em: 16 out. 2020.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Congresso digital 30 anos do ECA. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/user/cnj/videos> Acesso em 20 de out. de 2020.
CRIANÇA FELIZ. Disponível em: <http://mds.gov.br/assuntos/crianca-feliz/crianca-feliz/a-primeira-infancia>. Acesso em 20 de out. de 2020.
ECA - LINHA DO TEMPO SOBRE OS DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Disponível em: <http://crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html#:~:text=A%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20Internacional%20sobre%20os,tratado%20no%20Brasil%20em%201990.> Acesso em 20 out. 2020.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMPLETA 30 ANOS EM JULHO. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/noticias/assistencia-social/2020/07/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-completa-30-anos-em-julho>#:~:text= reitos%20de%20crian%C3%A7as%20e,conviv%C3%AAncia%20familiar%20e%20%C3%A0%20alimenta%C3%A7%C3%A3o.> Acesso em 19 de out. 2020.
FRANÇA, R. L. (coord.) - Enciclopédia Saraiva do Direito. São Paulo Saraiva, 1977. v. 48, p. 430.     
FUKS, M. (2004). Democracia e participação no Conselho Municipal de Curitiba. In M. Fuks, R. M. Perissinotto, & N. R. Souza (Eds.), Democracia e Participação: os Conselhos Gestores do Paraná. Curitiba: Editora UFPR.
GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E INTERSETORIALIDADE: DIÁLOGO E CONSTRUÇÕES ESSÊNCIAIS PARA OS CONSELHOS MUNICIPAIS. Ver. Katálysis. Florianópolis v.10 n. 2 p. 265-271 jul./dez. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rk/v10n2/a15v10n2.pdf>. Acesso em 20 de out. 2020.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profi ssional. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
SANTOS, O. A., Jr., Ribeiro, L. C., & Azevedo, S. (2004). Democracia e gestão l	
ANHUCCI, V. (2007). O conselho municipal dos direitos da criança e do adolescente na perspectiva da participação e do controle social. Dissertação não publicada. Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Universidade Estadual de Londrina, Paraná. 
COMERLATTO, Dunia et al . Gestão de políticas públicas e intersetorialidade: diálogo e construções essenciais para os conselhos municipais. Rev. katálysis, Florianópolis , v. 10, n. 2, p. 265-271, Dec. 2007. Disponível em : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 49802007000200015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 03 Nov. 2020.
 
SOUSA, C. T. A prática do Assistente Social: conhecimento,instrumentalidade e intervenção profissional. Revista Emancipação, Ponta Grossa, 2008.

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