Buscar

Fisiologia Renal

Prévia do material em texto

1 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME 
 
Pra que serve os nossos rins? 
 Regulação do líquido extracelular e da 
pressão sanguínea- Isso ocorre porque a 
partir o volume de líquido aumenta teremos 
também um aumento da pressão arterial. 
Então os rins tratam de eliminar esse 
excesso de líquido de forma a normalizar. 
 Regulação de osmolaridade (concentração 
de eletrólitos e solutos) - ele trabalha 
eliminando ou mantendo de forma a manter a 
homeostase 
 Manutenção do equilíbrio iônico-Manter a 
concentração adequadas de determinados 
íons que serão muitos importantes nas 
funções metabólicas. 
 Regulação do Ph- equilíbrio de íons 
hidrogênio + e íons bicarbonato -. 
 Excreção de resíduos- remover subprodutos 
metabólicos, toxinas, fármacos... 
 Produção de hormônios- Eritropoietina 
(regulação da produção de hemácias), 
Renina. 
Anatomia dos rins: 
 
O sangue que chega nos rins através da aorta, irá 
dar origem as duas artérias renais (trazem o 
sangue para os rins). Por outro lado, a veia cava 
inferior onde desembocam as veias renais. 
 
Temos a região mais externa: córtex 
Temos a região mais interna: Medula- pirâmides 
renais. 
Néfron: Unidade funcional do rim, todo o processo 
de filtração, reabsorção e secreção ocorrem nesse 
local. Os néfrons irão afluir nos ductos coletores-
cálices renais-pelve renais (saída para o ureter).O 
néfron começa na cápsula de bowman (onde chegam 
os vasos sanguíneos)-túbulo contorcido proximal- 
alça de henle-túbulo contorcido distal-ducto 
coletor. 
Cápsula de Bowman: Nessa região teremos vasos 
sanguíneo que formam o glomérulo. Quando a 
artéria renal entra nos rins, ela irá se ramificar até 
que formaremos a arteríola aferente, então ela 
entra na cápsula e forma um grande enovelado de 
vasos que é o glomérulo. O sangue então circula pelo 
glomérulo e vai em seguida sair pela arteríola 
eferente. É quando o sangue estiver passando pelo 
INTRODUÇÃO 
 
2 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME 
glomérulo que irá ocorrer o processo de filtração, 
ou seja, de passagem do conteúdo de dentro dos 
vasos para cápsula. 
Processo para fixar: 
Arteríola aferente (penetra na cápsula) -arteríola 
eferente (forma uma grande rede de capilares 
peritubulares que irão convergir para a veia renal, 
levando o sangue venoso filtrado para fora dos 
rins). 
 É importante falar: Cada rim terá milhares 
de néfrons. 
 Passam nos néfrons cerca de 180L de 
plasma, porém o volume de urina é de cerca 
de 1,5l, então mais de 99% do plasma 
acaba sendo reabsorvido. 
 Processo de filtração ocorre no corpúsculo 
renal: glomérulo + cápsula de bowman. 
Filtração: Saída de material do sangue para o 
lúmen. Esse filtrado irá circular pelo caminho do 
néfron. Aquilo que permaneceu dentro do caminho, 
irá seguir caminho para bexiga. 
Os capilares peritubulares: Vão participar do 
processo de reabsorção (passagem de substâncias 
e líquidos do lúmen do néfron de volta para o 
sangue). 
Secreção: Algumas substâncias que não foram 
filtradas e precisam ser eliminadas. 
 
Em resumo, a secreção acontece dentro do próprio corpo, 
entrando na corrente sanguínea. A Excreção é a eliminação 
para o meio externo de substâncias que se encontram 
internamente no corpo. Podem ser substâncias nocivas, 
tóxicas ou que não são utilizadas pelo corpo. Exemplo: pus 
em um ferimento, ácido úrico na urina. 
 
Detalhamento da filtração: 
É um processo inespecífico, ou seja, de maneira não 
seletiva uma parte do plasma que está passando no 
glomérulo acaba caindo na cápsula de bowman. 
Então todos os solutos acabam indo pra cápsula 
(apenas as proteínas que não passam). Todo o 
sangue que passa no glomérulo, não será filtrado. 
Somente 20% é filtrado e 80% segue para os 
capilares peritubulares. Desse plasma que é 
filtrado, apenas 1% é excretado através da urina. 
Como se dá a filtração? 
Toda a substância que é filtrada, passa por uma 
barreira. Essa barreira é tripla: 
 (1) endotélio do capilar+(2) lâmina basal+(3) 
parede da cápsula de bowman. 
1:o capilar do glomérulo é do tipo fenestrado, ou 
seja, existem espaços entre as células endoteliais. 
Isso irá permitir a passagem dos componentes, com 
exceção das células do sangue. 
2: formada por glicoproteínas, colágeno... atua 
como uma peneira, ou seja, a maioria das proteínas 
plasmáticas serão barradas. 
3: teremos os podócitos. Entre os podócitos temos 
espaços (fendas de filtração) por onde o filtrado 
passa para a luz da cápsula de filtração. Essas 
fendas são fechadas por membranas semiporosas 
(impedem a passagem de proteínas plasmáticas) 
Quais são as forças que contribuem ou dificultam a 
filtração? 
1- Pressão hidrostática do sangue: é a força 
que o sangue faz na parede do capilar 
quando está passando por ela (é uma força 
a favor) 
2- Pressão colodoismótica do plasma no 
capilar: é a pressão que gera um gradiente 
 
3 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME 
de concentração (ou seja, passagem do 
solvente do lugar menor concentrado para o 
lugar mais concentrado) é uma pressão que 
favorece a volta do líquido de dentro da 
cápsula para dentro do capilar por conta 
das proteínas que não são filtradas. 
3- A capsula é um espaço fechado, então à 
medida que o líquido sai do capilar para 
dentro do capsula teremos uma pressão 
desse liquido na parede da capsula, ele se 
opõe a chegada de mais líquidos. 
Taxa de filtração glomerular: O volume de líquido 
que sai do capilar para dentro da cápsula por 
unidade de tempo. 180l/dia ou 125ml/min. 60x 
por dia. 
O que influencia essa taxa: (1) pressão resultante, 
(2) coeficiente de filtração -depende da área total 
de superfície de troca, quanto maior a área, maior 
a taxa. Além disso, é dependente também da 
permeabilidade da interface capilar+cápsula. 
Se aplicarmos uma resistência na arteríola 
aferente, estaremos diminuindo o fluxo sanguíneo 
renal, teremos menor sangue e menor pressão: 
menor taxa de filtração. Por outro lado, se eu crio 
uma resistência na arteríola eferente (dificultamos 
a saída) isso causa um aumento na pressão 
hidrostática: aumento da taxa de filtração 
glomerular. 
A regulação da taxa de filtração: é feito localmente. 
Esse processo é feito para proteção das estruturas. 
Temos duas respostas: (1)miogênica (é uma 
resposta padrão das arteríolas sistêmicas, quando 
há um aumento da PA, teremos o estiramento da 
musculatura lisa, esse estiramento irá provocar a 
abertura dos canais de ca provocando a contração 
da musculatura lisa, assim teremos um menor fluxo 
pra dentro do glomérulo, diminuindo assim a 
filtração. O contrário procede, ou seja, se tivermos 
uma diminuição da pa, teremos uma dilatação maior 
da arteríola, aumentando a taxa de filtração. 
(2) - retroalimentação túbulo glomerular- será 
uma resposta através da liberação de substâncias 
que vão responder ao maior ou menor fluxo de 
líquido através da alça de henle. Na região da 
porção final da alça, ela passa entre a arteríola 
aferente e eferente. Essa região é chamada de região 
justaglomerular. No túbulo temos uma porção de 
células modificadas: mácula densa (grande 
sensibilidade a sais) quando aumentamos a 
quantidade de nacl, teremos uma mensagem 
parácrino pelas células da mácula para arteríola 
aferente que está vizinha, realizando uma 
vasoconstrição diminuindo a filtração. O contrário 
procede, ou seja, uma diminuição do sal faz com que 
tenhamos uma diminuição da resistência na 
arteríola aferente e aumentando a filtração. Outro 
mecanismo, com a redução do sal, a mácula densa 
estimula a renina pelas células justaglomerulares, 
essa liberação provoca o aumento da angiotensina 2 
que provoca uma contração da arteríola eferente, 
aumentando a filtração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME 
Reabsorção: cerca de 180l são filtrados e cerca 
1,5 será excretado. Portanto, o resto é 
reabsorvido. 
 
 
A reabsorção é o processo que vai determinar os 
componentes de soluto e de água na urina. Irá 
acontecer durante todoo trajeto dos túbulos do 
néfron. 65% acontece no túbulo contorcido 
proximal. Por que é maior nesse local? Isso porque 
existem características especiais das células desse 
local, essas células possuem muitas mitocôndrias 
(metabolicamente ativas) que irão ser necessárias 
para o transporte de substâncias (reabsorção), 
além disso temos muitas proteínas de membrana 
existentes nessas células, além disso existem 
muitas microvilosidades que irão servir para 
aumentar a área de contato. 
É um processo complexo, cada substância terá uma 
taxa de reabsorção diferente e local diferente de 
reabsorção. Toda substância que irá ser absorvida 
terá que atravessar algumas barreiras: (1) 
membrana da célula da parede do túbulo (2) por 
dentro da célula (3) membrana do epitélio tubular 
(4) interstício do rim (5) endotélio do capilar 
peritubular. 
(1) Pode seguir dois caminhos: caminho 
transepitelial-onde o soluto vai atravessar 
as duas membranas da célula para atingir 
o outro lado. Caminho paracelular- as 
substancias vão atravessar através das 
junções entre uma célula e outra. O 
transporte através das membranas é ativo 
ou passivo. 
Uma das principais substâncias reabsorvidas 
pelos túbulos é o SÓDIO, isso porque, essa 
reabsorção vai envolver a reabsorção da água. 
Reabsorção de sódio: O sódio está presente em 
uma concentração muito pequena no interior da 
célula (bomba de NA e K). portanto vai existir 
uma diferença de potencial que vai favorecer a 
passagem do na para dentro da célula, além 
disso, é necessário um caminho para que essa 
substância seja transportada. Teremos na 
membrana então, canais de sódio aberto e 
proteínas transportadoras. Então o Na entra 
para célula tubular, então a bomba de na e k irá 
permitir que o na seja transportado para o 
interstício renal, mantendo uma concentração 
baixa de sódio dentro da célula. No túbulo 
proximal, teremos uma grande reabsorção, 
justamente pela facilitação do gradiente de 
concentração garantido pela bomba. 
Outra maneira característica de transporte é o 
contrasporte: uma substância pega carona com o 
transporte da outra- é o que acontece com a glicose. 
A concentração de glicose dentro da célula tubular 
é maior que a concentração no túbulo, por isso a 
glicose não pode ser transportada livremente 
através da membrana plasmática, então ela usa o 
contrasportador, teremos uma proteína de 
membrana que transporta o na a favor do seu 
 
5 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME 
gradiente de concentração e vai contrasportador a 
glicose, utilizando a energia do transporte passivo 
gerada no Na. A glicose passa de um ambiente 
menos concentrado para o mais concentrado. De 
dentro da célula para o liquido intersticial, temos 
um transporte mais fácil através da difusão 
facilitada. É justamente pelo fato da glicose 
depender da proteína, tanto para entrar na célula 
epitelial do túbulo quanto para passar pro 
interstício, a glicose vai ter um transporte máximo( 
uma quantidade máxima de glicose será 
reabsorvida, isso porque existe proteínas na 
membrana que o transportam, se tivermos muita 
glicose não teremos proteínas suficientes para a 
reabsorção, ou seja será excretada na urina-não é 
normal) 
Reabsorção de proteínas: algumas proteínas 
menores conseguem passar pelo filtrado e chegam 
no túbulo, por isso precisam ser absorvidas, afinal 
são extremamente nobres e não podem ser perdidas. 
Elas serão reabsorvidas por pinocitose, teremos 
receptores de membrana nas células tubulares, 
captam e englobam para dentro da célula (muitas 
vezes são degradadas e formadas em aminoácidos- 
eles irão ser reaproveitados pela própria célula ou 
serão liberadas para o interstício e então seguem 
para circulação plasmática indo participar no 
processo de formação de proteínas). 
Reabsorção da água: será absorvida em grande 
quantidade e principalmente o seu retorno está 
associado ao transporte do Na. Com a reabsorção 
de sódio- filtrado menos concentrado-reabsorção 
por osmose (menos concentrado para o mais 
concentrado). Então quanto +sódio reabsorvido 
+água reabsorvida. Quando tenho maior 
reabsorção de água, temos uma concentração de 
substâncias no filtrado (ureia e Cl) então eles 
acabam sendo reabsorvidos passivamente. Com a 
reabsorção de na, o lúmen do túbulo fica mais 
negativo, o interior da célula fica positivo, então o 
cloreto negativo fica com o gradiente elétrico pra 
passar através da membrana e ser reabsorvido. 
Grande parte do na e água-túbulo proximal. 
 
 
 
Por que na e cl estão constantes? Porque com a 
reabsorção dessas substâncias, teremos 
reabsorção juntamente de água. 
 
Alça de Henle: continua tendo reabsorção de na, 
cloreto e água (porção descendente, cerca de 20% 
de reabsorção de água). Na porção ascendente 
teremos uma tendência a impermeabilidade a água. 
Então, tanto a porção ascendente, túbulo contorcido 
distal e ducto coletor, serão impermeáveis a água. 
 
Mecanismo de controle da reabsorção: 
 
6 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME 
Aldosterona: é um hormônio liberado pela 
suprarrenal. Ela vai agir no ducto coletor. Se eu 
estiver uma baixa concentração de na no organismo, 
ou seja, eu preciso poupar sódio, temos a 
aldosterona agindo. Ela irá agir no ducto coletor de 
duas formas (1) aumentando a expressão de canais 
de sódio e proteínas transportadoras de sódio na 
face luminal da célula tubular, favorecendo o 
transporte de sódio. (2) aumenta a atuação de Na e 
K, aumentando a reabsorção de sódio. 
Angiotensina 2: estimula a produção de 
aldosterona. Ela contribui diretamente através da 
ligação a at1, estimulando a reabsorção de Na do 
lúmen tubular. Essa ligação também estimula a 
passagem do Na para o liquido intersticial através 
da bomba e contrasporte. 
Adh ou vasopressina: secretado pela hipófise em 
resposta a diminuição da pressão arterial. Nos 
rins, irá aumentar a reabsorção de água, 
aumentando assim a volemia. 
Processo de secreção: acontece por todo o percurso 
do filtrado por dentro do néfron. Porém, temos 
alguns pontos onde serão mais significativas. Por 
exemplo, vários ácidos e bases orgânicos serão 
secretados no túbulo proximal. Essas substâncias 
não serão reabsorvidas, isso irá produzir uma 
eliminação muito rápida. Outras substâncias serão 
secretadas no túbulo proximal: toxinas e fármacos. 
Processo de secreção no túbulo distal: potássio e 
hidrogênio. Tanto a secreção do K e H, serão 
secretados por contrasporte dos íons na. 
Sobre o K: esse contrasporte será mantido pela 
atuação de bomba de k e na presentes na células 
tubulares: potássio + interior no interior da célula e 
a concentração no intertiscio renal seja -.O potássio 
em maior concetração no interior, teremos um 
transporte passivo de k da célula para lúmen tendo 
como resultado a secreção de potássio para o lúmen 
do túbulo. 
No caso do H: será secretado pelas células 
tubulares. Nas células tubulares a ação da enzima 
anidrase carbônica que vai juntar uma molécula de 
co2 com uma molécula de água formando o ácido 
carbônico, esse ácido se dissocia em íons h+ e íons 
bicarbonato. Os íons h+ serão ativamente 
secretados pelas células tubulares, enquanto os 
íons bicarbonatos ficam disponíveis para serem 
inseridos na circulação sanguínea. Esse é um 
importante mecanismo de controle do PH. 
Formação da urina: seguem o caminho anatômico do 
sistema renal. Na bexiga será armazenado a urina, 
até o momento de micção. A bexiga é revestida de 
musculatura lisa e é formada por dois esfíncteres 
(interno: músculo liso e externo: músculo 
esquelético). Esses esfíncteres que vão mantê-la 
fechada. Na bexiga relaxada: temos um neurônio 
motor disparando ao esfíncter externo contraído e 
além disso, o esfíncter interno está passivamente 
contraído. Na bexiga cheia, teremos um processo de 
estiramento, isso vai estimular os neurônios 
sensoriais na medula e formar reflexos através da 
neurônios parassimpáticos causando a contração 
da bexiga e relaxamento do esfíncter externo. Esse 
reflexo também vai inibira manutenção do esfíncter 
contraído, por outro lado, teremos sinais superiores 
do SNC que vão poder inibir esse relaxamento do 
esfíncter externo (controle voluntário, ou seja, só 
eliminamos a urina quando queremos) 
 
 
 
 
7 Fabiana Nogueira-4 semestre UNIME

Continue navegando