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Asfixia neonatal - Asfixia -> Redução da oferta de O2 (hipoxemia), prejuízo da remoção de CO2 (hipercapnia) dos tecidos e desenvolvimento de acidose metabólica > Ocorre no período que antecede o parto ou durante seu transcurso - pH < 7,0 na artéria umbilical define asfixia perinatal - Agravo de repercussão multissitêmica > SNC: Encefalopatia hipóxico-isquêmica, infarto, hemorragia > Cardiovascular: isquemia miocárdica, déficit de contratilidade, insuficiência tricúspide, hipotensão > Pulmonar: hipertensão pulmonar, hemorragia pulmonar > Renal: necrose tubular aguda > Suprarrenal: hemorragia adrenal > TGI: perfuração, úlcera com hemorragia, enterocolite necrosante, elevação das enzimas hepáticas > Metabólico: SIADH, hiponatremia, hipoglicemia, hipocalemia > Hematológico: CIVD - A incidência é inversamente proporcional à IG e ao peso de nascimento - Como fatores de risco, tem-se: filhos de mães diabéticas, filhos de mães com doença hipertensiva específica da gravidez, crescimento intrauterino restrito, apresentação pélvica e pós-datismo Etiologia - Tentativa de evitar lesão permanente dos tecidos > Vasoconstrição generalizada e redistribuição do fluxo sanguíneo para os órgãos vitais -> Aumento da RVP -> Aumento da PA > Essa tentativa piora a hipoxemia e a acidose -> Falência do miocárdio (bradicardia) -> Redução do DC e da PA -> Padrão respiratório irregular -> Apneia - Persistência da circulação fetal -> Hipertensão pulmonar persistente - Vasoconstrição pulmonar (hipoxemia e hipercapnia) -> Causa lesão celular e redução do surfactante -> Desconforto respiratório - Isquemia intestinal favorece o desenvolvimento de enterocolite necrosante - Rim: > Isquemia do túbulo proximal -> Necrose tubular aguda > Hipotensão + coagulopatia -> Trombose da veia renal e leito capilar glomerular - Encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal é a afecção neurológica mais comum no período neonatal > Quanto menor a IG, maior a resistência do SNC à hipóxia e à isquemia > Resultado do processo adaptativo -> Perda da autorregulação do fluxo cerebral com redução da perfusão e necrose > Quadro clínico é bastante variável Asfixia neonatal - Bebês a termo: 90% dos casos se desenvolvem no momento ante ou intraparto CONDIÇÕES IMPLICADAS NA GÊNESE - Fatores maternos: > PE e eclâmpsia, infecção, diabetes materno, hipotensão, doença vascular materna, doença crônica materna, uso de drogas, hipoxemia materna pela anestesia - Fatores placentários: > Infarto, fibrose, descolamento prematuro - Fatores uterinos: > Ruptura uterina - Relacionados ao cordão umbilical: > Prolapso, nó, compressão - Fatores fetais: > Anemia, infecção, cardiopatia, hidropsia, pós-datismo, crescimento intra-uterino restrito (CIUR) - Fatores neonatais: > Cardiopatia congênita cianótica, hipertensão pulmonar, sepse Fisiopatologia Disagnóstico - História perinatal -> Obter história gestacional detalhada, visan a extrair dados maternos que coloquem o RN em risco e condições inerentes ao feto que possam predispô-lo a complicações hipóxicas - APGAR: > < 5 no 5º minuto torna o quadro de asfixia bastante provável - Gasometria -> Análise gasométrica nas primeiras horas de nascimento também se correlaciona a prognóstico desfavorável > Acidose correlaciona-se com a gravidade da encefalopatia hipóxico-isquêmica Manifestações clínicas ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA - Presença de EHI é caracterizada por um exame neurológico já presente no 1º dia de vida - Suspeitar sempre que houver sinais e sintomas compatíveis adicionados de evidências como -> APGAR =3 no 5º minuto, FR fetal > 60 irpm, acidose neonatal > 1 hora após o nascimento, convulsões nas primeiras 24-48 h de vida, EEG com padrão surto-supressão, necessidade de VPP por mais de 1 minuto ou primeiro choro atrasado Fase latente 1ª fase: Falha energética primária Aumento dos aminoácidos excitatórios, perda de balanço iônico, aumento do cálcio intracelular, aumento de lipases e proteases, aumento dos radicais livres 2ª fase: Falha energética secundária Ativação da micróglia, apoptose, redução dos fatores de crescimento, da síntese de proteínas, lesão oxidativa, aumento dos aminoácidos excitatórios Mecanismo de morte celular neuronal Insulto Hipóxico-isquêmico Lesão neurológica (apoptose e necrose celular) - Achados clínicos: > Alterações neurológicas em nível de consciência, atividade espontânea, postura, tônus, reflexos primitivos, função autonômica, crises convulsivas, alterações eletrográficas em EEG > Alterações hemodinâmicas, ventilatórias, insuficiência renal, anemia (em casos de perda volêmica) Avaliação laboratorial - Cardiovascular: > Troponina I ( 0 - 0,2 u/L) e T ( 0 -0,9 U/L); CK-MB ( >5-10% indica lesão isquêmica), ECG - Cerebral: >CK-BB, proteína 5-100, USG transfontanela (edema e hemorragia), TCC, RNM (melhor exame para avaliação e EHI), EEG - Renal: > Creatinina (> 0,8 mg/dL); B2-microglobulina Tratamento - Intervenção precoce na sala de parto através de uma reanimação neonatal adequada -> Reduz a gravidade de repercussões da acidose, hipóxia e hipercapnia sobre os tecidos - Ventilação: pCO2 deve ser mantida em níveis normais (aumento é associado a vasodilatação, edema e acidose cerebral; redução é associada a vasoconstrição e piora da isquemia) - Oxigenação: pO2 também deve ser mantida em níveis normais (hiperóxia causa aumento nos radicais livres) - Manter PA dentro dos níveis normais - Tratar hipocalcemia e hipoglicemia - Evitar hiper-hidratação (SiADH pode levar à retenção de fluidos e hiponatremia) - Anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína e benzodiazepínicos) - Aminas (dopamina, dobutamina e adrenalina) HIPOTERMIA TERAPÊUTICA - Utilizada como tratamento adjuvante nos RNs com IG igual ou maior que 35 semanas - Redução do risco de morte e/ou acometimento neurológico aos dois anos de idade e aumenta a sobrevida sem paralisia cerebral em 53% - Sugere-se que a hipotermia seja aplicada no período de latência (nas primeiras 6 horas) de modo a inibir os mecanismos de lesão do SNC decorrentes da fase tardia da EHI - Indicação: preencher ambos os critérios > Evidência de asfixia perinatal: - Gasometria arterial de sangue de cordão ou na primeira hora de vida com pH < 7,0 ou BE < -16, ou - História de evento agudo perinatal (descolamento de placenta, prolapso de cordão), ou - APGAR menor ou igual a 5 no 10º minuto de vida, ou - Necessidade de ventilação além do 10º minuto de vida > Evidência de encefalopatia moderada a severa antes de 6 horas de vida - Convulsão, nível de consciência, atividade espontânea, postura, tônuns, reflexos e sistema autonômico - Contraindicações > IG menor que 35 semanas > Peso de nascimento menor que 1800 g - Resfriamento do paciente, mantendo temperatura corporal a 33,5°C por 72 horas, com reaquecimento lento após esse período (0,5ºC/hora até chegar a 36,5ºC)
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