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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA - UAST CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS DISCENTE: KELAINNE MARTINS DOS SANTOS LIMA SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Segundo Malthus, Keynes e Kalecki. In: Desenvolvimento Econômico. 6. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2012. cap. 5, p. 102 - 125. Os problemas de crescimento econômico foram analisados pelos clássicos somente pelo ponto de vista da oferta, eles acreditam que a oferta de um produto é capaz de gerar sua própria procura, promovendo a de outros (Lei dos mercados). De forma que os responsáveis pela produção de um produto tornam-se consumidores deste ou de produtos de terceiros. O crescimento da indústria pode beneficiar todas as demais presentes, logo, quando maior for a oferta maior será a dimensão dos mercados. A oferta não terá limites desde que os custos de produção não prejudiquem a lucratividade do empreendimento, em vista de que sempre haverá uma demanda a ser atendida. Para os clássicos existe uma correlação positiva entre a oferta e a demanda de produto, com isso, haverá um equilíbrio de pleno emprego. Esse equilíbrio seria regulado a partir do individualismo competitivo e pelo mecanismo de preços, bem como os recursos eficientes realocados por uma mão invisível. O contrário ocorreu com os países desenvolvidos na década de 20, quando a demanda não correspondeu a superprodução, como era proposto a lei de Say, que foi negada pelo economista Thomas Robert Malthus e por outros adeptos da teoria do subconsumo, pois perceberam a influência de decisões voltadas ao acúmulo de capital ao invés de investimento em bens e consumo que poderiam ter em outras situações, principalmente nas crises e depressões econômicas. O economista Malthus formou a Teoria da população que se baseia no crescimento demográfico em razão da disponibilidade de alimentos, de políticas como a lei dos pobres na Inglaterra, de casamentos precoces e de aumento dos “vícios”, como a atividade sexual fora do casamento, prostituição entre outros. De acordo com essa teoria, os meios de subsistência aumentavam em progressão aritmética e a população em progressão geométrica. Malthus reconhecia que a redução gradual dos salários reais prejudica tanto a demanda como a oferta e juntamente com Sismondi, deu origem ao Princípio da demanda efetiva. Com a queda dos preços agrícolas e dos preços industriais e dos salários, desempregando os trabalhadores que resultaram do crescimento insuficiente da demanda efetiva, em relação a oferta, mesmo que a oferta possua forte influência sobre a determinação do nível do produto. A demanda agregada efetiva atua como determinante dos níveis de emprego e do produto. Portanto, a demanda de serviços e bens e o nível da atividade econômica depende do poder de compra da população, ou seja, a capacidade de pagamento. Em critica a lei de Say, Malthus afirma que independentemente do preço de produção, o preço de mercado varia com base na abundância ou escassez de produtos. Se a indústria duplicar a oferta, o preço dos produtos sofrerá uma redução para que o consumidor venha a adquirir unidades adicionais. Visto que com a queda dos preços de mercado, a oferta do produto irá diminuir em comparação ao nível de demanda, trazendo equilíbrio em um nível de produção mais baixo. Em casos de lançamentos de novos produtos no mercado, a demanda cresce rapidamente até estabilizar e reduzir seu ritmo à medida que os consumidores vão sendo abastecidos. Um outro argumento defendido pelos clássicos também foi negado por economistas como Keynes que criticou a flexibilidade dos salários, ao afirmar que não ocorre em um curto prazo devido a existência de contratos que impedem a redução salarial. Na presença da postura dos sindicatos de trabalhadores em impedir os cortes salariais, as empresas optam por demitir os trabalhadores. Para Keynes, essas demissões agem como um estancamento da demanda impedindo o crescimento dos preços, e assim o aumento da produção e movimento da economia em direção do pleno emprego. Keynes percebeu que poderia existir a categoria de desemprego involuntário e, portanto, existiria o desemprego natural provocado pela troca de empregos ou pelo desemprego momentâneo, o desemprego voluntário em que o indivíduo não aceita os salários vigentes e o desemprego involuntário consiste em indivíduos que não obtém empregos com salários de mercado. A existência do desemprego involuntário comprovaria a rigidez de salários e de preços, e, portanto, a demissão de trabalhadores por empresas que não conseguem reduzir seus custos devido a impossibilidade de reduzir os salários nominais. Por consequência, a expansão da demanda e dos preços será freada por essas demissões e o pleno emprego não irá ocorrer. Os modelos de inspiração keynesiana procuram manter um crescimento persistente sem causar inflação. Com isso o investimento poderia absorver e eliminar o excesso de poupança que tende a se forma na economia, e que provoca insuficiência de demanda efetiva. Para Domar, o crescimento desses investimentos constitui gastos que podem gerar renda e aumentar a capacidade produtiva da economia. Enquanto Harrod ao reformular a análise Keynesiana detectou possíveis divergências entre as taxas efetivas de crescimento e as taxas necessárias para assegurar o crescimento do produto com pleno emprego. Em resumo, a teoria keynesiana defende a relação dependente existente entre o emprego, a renda, o investimento e a propensão em poupar. Michal kalecki foi um dos economista que contribuiu para a compreensão da economia capitalista ao aprofundar o princípio da demanda efetiva. Para ele, as variáveis fundamentais na determinação do nível da atividade econômica são o investimento, o consumo dos capitalista, os gastos do governo e as exportações.
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