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Análise de Cenários Econômicos

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Análise de Cenários Econômicos
Teoria Clássica
 
A teoria clássica tem como seu principal fundamento o liberalismo econômico, originalizado do “pai da política” Adam Smith. Ele defende que o estado deve intervir o mínimo possível nas relações econômicas, pois o mercado atua com suas próprias regras. A criação da riqueza, em sua visão, é o conjunto de produtos que melhoram a toda a nação, de todas as classes: proprietários, trabalhadores e patrões. Portanto, ele diverge da visão de que metais preciosos ou alguma produção específica seria a riqueza, elas são apenas meios de troca. 
 
A origem da riqueza provém do trabalho do homem.  O crescimento econômico para a teoria clássica, então, se baseia na divisão do trabalho, no acúmulo do capital e a dimensão do mercado.  A divisão do trabalho retrata a ideia de especialização do trabalhador, focado em uma etapa no processo de produção, aumentando, dessa forma, sua produtividade. Entretanto, para haver essa divisão, o tamanho do mercado se torna um obstáculo, visto que, em algum momento, pode não haver mais compradores, limitando a produção, e consequentemente, reduzindo a quantidade de trabalhadores e de processos produtivos. Se o princípio do classicismo é deixar o mercado agir sem intervenção do estado, e para haver crescimento econômico é necessário incrustar o valor do trabalho como a riqueza da nação, como há uma harmonia social? 
 
A explicação para esse funcionamento é o caráter egoísta dos indivíduos, que motivados por interesses e desejos próprios, seriam levados a produzir o que a sociedade precisa. Isto quer dizer que, naturalmente, o mercado seguiria suas próprias regras (mão invisível) com base na iniciativa privada, e com o Estado agindo, apenas, nas lacunas que o mercado deixaria. 
Esses dois fatores, o caráter egoísta dos indivíduos e a mão invisível conduzindo o mercado, potencializam o valor do trabalho. Visto que para se obter um bem ou serviço, haveria a troca dele por outro que satisfaça a quem o serviu.  Agora, vejamos, e se mais de uma pessoa se interessar pelo que aquele ofertante tem a oferecer e ele não conseguir atender aos dois no mesmo tempo? Ou não consiga produzir o suficiente para atender às duas necessidades? Irá produzir para quem o beneficie mais, nesse caso, para quem pagar o melhor preço. 
 
A busca pela melhoria do trabalho para atrair mais demanda gera uma tendência de objetivo aos lucros.  Então, o nível de produção e os preços se ajustam, naturalmente, de acordo com o julgamento dos indivíduos sobre a utilidade dos bens e serviços. Se você quer lucrar, precisa ganhar mais e para isso é preciso oferecer algo a alguém, trabalhando. Entretanto, se várias pessoas pensam dessa forma, serão cada vez mais atraídas pelas mesmas atividades de produção, gerando a concorrência. Com uma maior concorrência, o comprador terá diversas opções e, obviamente o preço mais acessível, que associado ao bom serviço, será mais atrativo. Isso descarta qualquer ofertante com um maior preço, sendo determinante, portanto, a concorrência como autorreguladora dos preços e medindo, também, os níveis de lucros.
Se os preços são determinados, então, sem qualquer tipo de intervenção do estado, isso quer dizer que também estamos nos referindo aos preços dos fatores de produção. Isto é, que os mecanismos de oferta e demanda da mão de obra, por exemplo, definirão os salários. Portanto, existe a tendência entre a igualdade entre a oferta e demanda de absolutamente tudo que tem preço. 
 
Essa igualdade significa o pleno emprego dos fatores de produção, seja mão de obra, tecnologia, recursos naturais, etc. Ao se alcançar esse pleno emprego, que é necessário para eliminar os excessos de oferta e demanda, podemos destacar o que os clássicos chamam de “produto potencial”.  Por isso, para a visão clássica, o Estado não deveria se posicionar na economia, sendo necessário que ele atue apenas como um “estado-polícia”, permitindo a flexibilidade dos preços para o alcance do pleno emprego, protegendo a livre concorrência e garantindo o direito da propriedade.
 
→ Resumo:
 
É baseada em livre mercado e em como a mão invisível e o funcionamento do mercado podem permitir uma alocação eficiente de recursos. A Teoria Clássica sugere que, em geral, a economia funciona de maneira mais eficiente quando a intervenção do governo é mínima e preocupada com a proteção da propriedade privada, a promoção do livre comércio e os gastos limitados do governo, atuando em áreas como defesa, lei, ordem e educação.
 
· Confiavam na competência como mecanismo regulador da economia. 
· Defendem a primazia do setor privado sobre o público.
· Acreditam na flexibilidade dos preços dos fatores de produção.
· Tendência ao pleno emprego dos fatores.
· Lei de Say: primazia da oferta sobre a demanda. Oferta como fator essencial para o crescimento da economia. 
· Laissez-faire é expressão escrita em francês que simboliza o liberalismo econômico.
 
 
 
Teoria Keynesiana
 
A teoria Keynesiana, como o próprio nome já pressupõe, foi desenvolvida por John Maynard Keynes, que trouxe seus estudos político-econômicos colhendo diversas críticas e refutando as ideias da economia clássica. Ao iniciar a contraposição, ele defende como um princípio a intervenção do Estado na economia e que este deve oferecer diversos benefícios sociais aos trabalhadores. Nesse sentido, atribuindo-lhe a exclusiva responsabilidade de promover o bem-estar social. O mercado, em sua visão, não é capaz de regular-se por si mesmo e deve ser impulsionado, pelo estado, através de investimentos, empresas e regulação no comércio. Como Keynes chegou a essas ideias, contrariando a vigente corrente de pensamento da época, a economia clássica? 
 
Durante o início do século XX, ele tentava entender o porquê de os trabalhadores do país perderem seus empregos durante uma crise, mesmo aceitando qualquer nível de salário. Ele percebeu, então, assim que estourou a crise de 1929, que o livre mercado não era capaz de resolver aquele problema, pois os preços dos bens e serviços caíam com a crise, mas os salários não, o que aumentava o desemprego. Então, se a flexibilidade de preços dos fatores de produção (terra, capital e trabalho) não é algo do mundo real, ou seja, que não há um ambiente perfeitamente competitivo e, sim, a presença de diversas falhas de mercado, como os oligopólios, monopólios, cartéis e etc., não há uma tendência natural ao pleno emprego destes fatores. Isto explica, por exemplo, o excedente de oferta de mão de obra, ou seja, o desemprego.
 
A solução de Keynes para este problema era que o estado intervisse, expandindo a economia através de novas despesas, criando empregos. Os gastos do governo, portanto, são um importante componente do modelo Keynesiano. Diante disso, ele refuta a ideia da oferta e demanda se ajustarem sozinhas, através de uma mão invisível, e traz a lógica de que se não há demandantes, não tem motivo para produzir. A demanda é considerada efetiva, ou seja, é a que se concretiza, definindo, portanto, o nível de oferta. O nível de consumo das pessoas é o principal componente para a equação de crescimento da economia.  A única forma, então, de se alcançar o pleno emprego é através do aumento da demanda efetiva, comandando o crescimento econômica nesta teoria. 
 
O papel das expectativas, para Keynes, é super relevante para o fomento da economia. Ele alega que pessoas otimistas consomem mais bem como as empresas contratam e vendem mais, gerando um maior crescimento econômico. A economia é medida através do PIB e em equilíbrio, se iguala à demanda agregada. Considerando uma economia com capital aberto, ou seja, que consome (importação) e vende (exportação) produtos de outros países, então, temos que o modelo Keynesiano, é:
 
→ Resumo:
 
O Keynesianismo é uma doutrina político-econômica que defende o Estado como um agente ativo contra a recessão e alta no desemprego.
 
1. Durante o início do século XX o pensamento dominante ainda era o da economia clássica, onde a economia devia se recuperar sozinha em períodosde crise, conhecido pelo princípio Laissez-faire.
2. No geral, os preços dos produtos e serviços caem com a crise, mas os salários não, aumentando o desemprego.
3. Alcance do Pleno-Emprego pela intervenção do Estado na Economia.
· Expectativas possuem um papel central no keynesianismo na medida em que podem fazer a oferta e a demanda expandirem ou diminuírem. 
· Inexistência da flexibilidade de preços dos fatores de produção, sendo a presença de monopólios, por exemplo, um argumento para isso. 
· Desemprego de fatores de produção é a regra no keynesianismo. 
· O que comanda a economia é a demanda efetiva. Demanda como fator essencial para o crescimento da economia. 
· Nega o Laissez Faire.
· Redução da Taxa de Juros.
 
Teoria Cepalina
 
A teoria Cepalina é uma corrente de pensamento desenvolvido com foco central nos países da América Latina, através da criação da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), pela ONU. Ela foi criada para contribuir com o desenvolvimento econômico desses países, estreitar relações econômicas com outros países do mundo e, posteriormente, incorporou o objetivo de promover o desenvolvimento social.
 
Uma das principais referências dessa teoria foi o economista Celso Furtado, que foi super influente no pensamento econômico brasileiro em meados do século XX até os dias atuais. 
Esse pensamento defende, aproximando-se do Keynesiano, o intervencionismo do Estado na economia. Suas contribuições ganharam destaque após a crise de 1929, que abalou o poder de compra, desestruturando a economia e obrigando aos governos locais a financiar certo grau de industrialização para suprir produtos que não podiam mais ser comprados. Diante disso, foi percebido que esses países, exportadores de base primária, sofreriam a chamada “deterioração dos termos de troca”. Isto é, os produtos primários perderiam valor, com o passar do tempo, ao passo que os produtos manufaturados agregariam mais valor e tecnologia. 
 
Visto que a base exportadora, então, é composta em sua maioria por produtos primários e as importações têm o peso desses produtos manufaturados, a tendência é que haja um déficit na balança comercial. Dessa forma, iniciou-se o que é conhecido como “substituição de importações”. Essa solução para o problema se baseia no protecionismo, ou seja, medidas que estimulem a indústria nacional com subsídios e crédito, desestimulando a importação impondo tarifas, controlando o acesso à moeda estrangeira, etc.
 
Além do foco voltado para o desenvolvimento da indústria nacional e ao protecionismo, eles contribuíram para o planejamento econômico de outras formas, iniciando o debate do combate à inflação, integração regional, entre outros. E, influenciaram o pensamento político brasileiro, também, com o estruturalismo cepalino, a predominância de uma perspectiva macro e o desenvolvimento de uma visão peculiar da história por meio do método histórico-estruturalista desenvolvido pela Comissão.
 
É importante ressaltar que essa corrente de pensamento é muito presente até os dias de hoje e muitas medidas não foram abandonadas. No caso brasileiro, como exemplo, quando falamos da baixa interação do país na cadeia produtiva global, se destacando apenas como um fornecedor de matéria-prima no processo. Isso é resultado da influência do pensamento cepalino que traz um viés protecionista. 
 
Lembramos que este é apenas um resumo. Para uma leitura mais completa e profunda, recomendamos os capítulos 10 e 17 do livro Princípios de Economia de Francisco Mochón. Além disso, recomendamos, também, a leitura dos capítulos 23, 24 e 28 do livro Macroeconomia de Michael Parkin. Ambos estão disponíveis na biblioteca virtual Pearson.
 
ATIVIDADES
1Comparando a teoria Clássica com a teoria Keynesiana, marque a alternativa incorreta:
a)Para os Keynesianos, a flexibilização total de preços dos fatores de produção é preponderante para o pleno empregoo
b)Para os Keynesianos, o aumento da demanda efetiva leva ao crescimento econômico
c)Para os Keynesianos, o pleno emprego existe, porém não é uma tendência natural
d)Para os clássicos, a oferta agregada tem preponderância na determinação do nível de emprego dos fatores de produção
e)Para os clássicos, só existe desemprego voluntário. 
R: Alternativa A, para os Keynesianos a flexibilização dos preços dos fatores de produção NÃO é uma realidade e que existem falhas de mercado contrapondo a versão de um mercado perfeitamente competitivo. Então, não há uma tendência natural ao pleno emprego desses fatores.
2Com base em seus conhecimentos dos conceitos de oferta e demanda, considerando as teorias de crescimento acima citadas, marque a opção correta:
a)CEPAL foi uma criação da ONU, com o objetivo central de equilibrar a balança comercial
b)As falhas de mercados, consideradas pelos clássicos, provém da flexibilização dos preços
c)Os clássicos defendem o estado como regulador dos mercados, inibindo à concorrência perfeita
d)CEPAL e Keynes aproximam seus ideais ao defender o intervencionismo do Estado
e)Para os clássicos, o mecanismo de oferta e demanda funciona, apenas, para os bens e serviços, não para os salários. 
R: Alternativa D. O intervencionismo do Estado na economia é uma defesa tanto de Keynes quanto da teoria cepalina, que dispõem da mesma ideia de que os gastos do governo com investimentos e estímulos, promovem o crescimento econômico e uma tendência ao bem-estar social. Divergindo, portanto, dos clássicos, que acreditam que o mercado deve se autorregular
3De acordo com a teoria Keynesiana:
R: O pleno emprego dos fatores de produção existe, porém não de forma natural
O pleno emprego para Keynes não é descartado, porém também não é, em sua visão, uma tendência natural. Ele só pode ser alcançado através do aumento da demanda efetiva, comandando o crescimento econômico.
4Sobre a Teoria Cepalina:
R:O protecionismo consiste não só em proteger a indústria nacional, bem como criar estímulos a ela.
5Sobre os conceitos da economia clássica, analise as afirmativas:
I – Os fatores de produção trabalho, terra e capital são ilimitados;
II- A riqueza está associada à conquista de poder das classes dos patrões;
III – A sociedade é estimulada a produzir de acordo com seus interesses e desejos pessoais;
IV – Só existe desemprego voluntário, já que o salário tem a tendência natural de se reajustar com os mecanismos de oferta e demanda
Estão incorretas:
R: I e II estão INCORRETAS.
I – Os fatores de produção são limitados, por isso, inclusive precisamos da melhor sistemática possível para nos adequar e solucionar o problema de escassez da economia. Não temos tecnologia infinita, terras ilimitadas, etc. É necessário que as teorias econômicas objetivem sanar a melhor administração dos recursos escassos disponíveis
II – Os clássicos defendem a criação da riqueza, advinda do trabalho do homem, para assim promover uma vida digna a todas as classes de trabalhadores
6Sobre os conceitos de preços, produto e renda, nas teorias Clássica, keynesiana e Cepalina, assinale a afirmativa correta:
R: A demanda efetiva é a que determina a oferta. A produção, portanto, depende se há pessoas que realmente comprem o produto e estimulem a continuação da cadeira produtiva. Se não há demanda, para Keynes, não tem porque produzir

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