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MedUni - Resumos 
 
Resumo feito pela sua amiga MedUniversitária @leticiayabushita 
 
INTRODUÇÃO À ENDOCRINOLOGIA 
 
Coordenação das funções corporais por mensageiros químicos 
• Tipos de mensageiros químicos incluem neurotransmissores 
(liberação na junção sináptica, no terminal de axônios, com ação 
local), hormônios endócrinos (liberadas no sangue circulante e 
atuantes em outros locais do corpo), hormônios neuroendócrinos 
(secretados por neurônios no sangue circulante, atuando em 
outros locais do corpo), hormônios parácrinos (agem sobre 
células-alvo vizinhas de tipo diferente da célula secretora), 
autócrinos (afetam as mesmas células que produziu) e citocinas 
(secretados no líquido extracelular, podem atuar como 
hormônios autócrinos, parácrinos ou endócrinos). 
• Sistemas de mensageiros químicos interagem entre si, para 
manter a homeostasia. Um hormônio é liberado devido a um 
sinal neural, e os hormônios podem controlar a síntese de outros 
hormônios. Alguns agem sobre vários tipos de células (por 
exemplo, a tiroxina, que atua aumentando o metabolismo geral 
de muitas células), enquanto outros hormônios atuam sobre 
tecidos-alvo (como o hormônio adrenocorticotrópico, que atua 
especificamente no córtex adrenal). 
 
Estrutura química e síntese de hormônios 
1. Hormônios polipeptídicos 
• Secretados por hipófise anterior (adenohipófise) e posterior 
(neurohipófise), pâncreas, paratireoide, etc. 
• Variam entre 3 e 200 aminoácidos, podendo ser peptídios 
(menos de 100aa) ou proteínas (mais de 100aa). 
• Hidrossolúveis, entram facilmente na circulação. 
• Sintetizados no RE rugoso das células endócrinas na forma de pré-pró-hormônio (cadeia biologicamente inativa), 
sendo posteriormente clivados em pró-hormônios, que são transferidos para o complexo de Golgi. No complexo 
de Golgi, há a clivagem dos pró-hormônios em hormônios biologicamente ativos e seu empacotamento em 
vesículas secretoras, onde ficam até o momento em que haja necessidade de secreção. A secreção ocorre quando 
vesículas secretoras se fundem com a membrana e o conteúdo é expelido para o líquido intersticial ou corrente 
sanguínea, por exocitose. 
o Estímulo para exocitose → influxo de cálcio provocado pela despolarização da membrana, ou 
estimulação de um receptor endócrino que causa aumento de AMPc, ativando proteinoquinases que 
iniciam secreção do hormônio. 
 
2. Esteroides 
• Secretados por córtex adrenal, ovários, testículos e placenta. 
• Estrutura química semelhante à do colesterol, possuindo três anéis ciclo-hexila e um anel ciclopentila. 
• São lipossolúveis, não ficando armazenados na célula (pois assim que sintetizados, simplesmente se difundem 
pela membrana). Entretanto, há grandes depósitos de ésteres de colesterol em vacúolos do citoplasma, que podem 
ser rapidamente mobilizados para síntese de esteroides. 
 
3. Derivados do aminoácido tirosina (hormônios aminados) 
• Secretados pela tireoide e medula adrenal. 
• Formado pela ação de enzimas em compartimentos citoplasmáticos das células glandulares. 
• Tireoide – hormônio é sintetizado e incorporado a moléculas de tireoglobulina, que ficam armazenadas em 
grandes folículos na tireoide. Para secreção hormonal, as aminas são clivadas da tireoglobulina, e o hormônio 
livre é liberado na corrente sanguínea. No sangue, os hormônios da tireoide se combinam com proteínas 
plasmáticas, em especial a globulina de ligação à tiroxina, que libera lentamente os hormônios para os tecidos-
alvo. 
• Catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) – formadas na medula adrenal, ficam em vesículas pré-formadas, 
armazenadas até o momento da secreção (exocitose das vesículas). 
 
Secreção hormonal, transporte e depuração de hormônios do sangue 
• Cada hormônio apresenta características diferentes de início e duração da ação – liberação pode ser imediata ou 
após horas (geralmente quando envolve expressão de um gene), e a duração pode ser de segundos a horas. 
• A concentração de hormônios necessária para controle da maioria das funções metabólicas e endócrinas é 
incrivelmente pequena. A concentração pode variar entre 1 picograma (1x10-12g) até, no máximo, alguns 
microgramas. Mesmo essas quantidades pequenas podem exercer efeito potente. 
• Controle por feedback da secreção hormonal 
o Feedback negativo → impede hiperatividade dos sistemas hormonais. Isso ocorre pois o estímulo gera a 
liberação do hormônio, e os produtos decorrentes da ação do hormônio suprimem sua liberação adicional, 
ou seja, mandam um “sinal negativo”. Geralmente, é medida não a secreção do hormônio, mas sim o grau 
de atividade desse hormônio no tecido-alvo: quando há determinado nível de atividade desse hormônio 
no tecido, manda-se o feedback negativo que lentifica sua secreção. 
o Feedback positivo → pode levar a surtos de secreção hormonal, pois ocorre quando a ação biológica do 
hormônio causa sua secreção adicional – resultado faz com que aumente ainda mais a secreção. Exemplo 
é o hormônio luteinizante (LH), que atua sobre ovários estimulando secreção de estrogênio, e a presença 
de estrogênio causa ainda mais secreção de LH, até atingir determinada concentração de LH que provoca 
desencadeamento de um feedback negativo que reduz sua secreção. 
o Além dos controles por feedback, existem variações cíclicas na liberação do hormônio, influenciada por 
alterações sazonais, etapas do desenvolvimento (adolescência, envelhecimento), ciclo circadiano e sono. 
Isso ocorre principalmente por alterações da atividade das vias neurais, envolvidas no controle da 
liberação dos hormônios. 
• Transporte de hormônios no sangue → hormônios hidrossolúveis (peptídeos e catecolaminas) ficam dissolvidos 
no plasma, difundem-se dos capilares para o líquido intersticial do tecido-alvo, e então para células-alvo. 
Hormônios lipossolúveis (esteroides e tireoidianos) circulam no sangue ligados a proteínas plasmáticas, sendo 
que nessa forma não conseguem se difundir facilmente pelos capilares, ficando biologicamente inativos e em um 
estágio de “reservatório”. São liberados lentamente, reabastecendo a concentração de hormônios livres quando 
estes se ligam a receptores ou são eliminados da circulação. 
• “Depuração” de hormônios do sangue → a concentração do hormônio no sangue é influenciada pela intensidade 
de secreção e de remoção (depuração) do sangue. A depuração metabólica é expressa em número de mililitros de 
plasma depurado do hormônio por minuto, dependendo de: velocidade de desaparecimento do hormônio no 
plasma e concentração plasmática do hormônio. (Deputação metabólica = velocidade do desaparecimento / 
concentração do hormônio). Depuração de hormônios hidrossolúveis é alta (angiotensina II, por exemplo, dura 
mais ou menos 1 minuto), ao passo que hormônios ligados a proteínas plasmáticas são removidos do sangue com 
menor velocidade, podendo permanecer minutos ou até vários dias (hormônios da tireoide duram de 1 a 6 dias). 
o Formas de depuração do hormônio do plasma: destruição metabólica pelos tecidos (endocitose do 
complexo hormônio-receptor pela própria célula-alvo, que “digere” o hormônio); ligação com tecidos; 
excreção na bile pelo fígado; excreção na urina pelos rins. 
o Problemas na depuração metabólica geram altos níveis hormonais no sangue – ex: doença hepática. 
 
Mecanismos de ação dos hormônios 
• Ligação a receptores hormonais → receptores podem estar localizados na membrana celular (hormônios 
proteicos, peptídicos e catecolamínicos), citoplasma (receptores primários para esteroides) ou núcleo (receptores 
para hormônios da tireoide, podendo também ficar associados a algum cromossomo). Cada célula tem entre 2.000 
a 100.000 receptores, sendo que há receptores específicos para um só hormônio. Ligação desencadeia cascata de 
reações na célula, que amplificam de modo que pequenas concentrações de hormônio geram grandes efeitos. 
• O número e a sensibilidade dos receptores hormonais são regulados– não há uma quantidade constante, pois as 
proteínas do receptor podem ser inativadas/destruídas, ou então fabricadas novas proteínas. 
o Regulação para baixo (down-regulation): quando aumento da concentração de hormônio e aumento da 
ligação aos receptores da célula-alvo leva à redução do número de receptores ativos. Pode ocorrer 
inativação de receptores ou de moléculas de sinalização intracelulares, sequestro temporário do receptor 
para dentro da célula, interiorização e digestão por lisossomos ou redução da produção dos receptores. 
▪ Reduz a responsividade do tecido-alvo ao hormônio. 
o Regulação para cima (up-regulation): estimular hormônio induz formação de mais receptores ou 
sinalizadores intracelulares. 
▪ Aumenta a sensibilidade ao hormônio. 
 
Sinalização intracelular após a ativação do receptor hormonal 
• Receptores ligados a canais iônicos → ligação do hormônio provoca alteração conformacional no receptor, 
abrindo ou fechando canal. Alterações no movimento de íons causa efeitos subsequentes. A maioria dos 
receptores não leva à alteração direta de canal, mas sim abre canal de forma indireta, por meio de mensageiros em 
receptores acoplados a enzimas ou a proteínas G. 
• Receptores hormonais ligados à proteína G → são proteínas heterotriméricas de ligação a GTP (ou proteínas G). 
Apresentam sete segmentos transmembrana, e sua parte citoplasmática é acoplada a proteínas G, constituídas de 
três partes (α, β e γ). Quando o hormônio interage com o receptor, ativa a proteína G, que leva à abertura ou 
fechamento de canais ou alteração de atividade de enzima (adenilil ciclase ou fosfolipase C) no citoplasma. A 
proteína G se liga a nucleotídeos de guanosina, sendo GDP quando inativa e GTP quando ativa. Na forma ativa, a 
subunidade α é separada do complexo e se associa a outras moléculas de sinalização, gerando efeitos. Com a 
remoção do hormônio, a subunidade α perde GTP, que se transforma a GDP, e origina a proteína trimérica de 
novo. Proteína G pode gerar sinal inibitório ou excitatório. 
• Receptores hormonais ligados a enzimas → são receptores que apresentam a parte externa receptora do hormônio 
e a parte interna com função catalítica (intrínseca ao receptor) ou intimamente associada a enzima. Quando o 
hormônio se liga à parte extracelular do receptor, é ativada/inativada uma enzima imediatamente dentro da 
membrana celular. Ex.: receptor de leptina, que é o hormônio secretado por células adiposas e que atua na 
regulação do apetite e balanço energético. É um receptor de citocinas que sinalizam por meio de enzimas 
associadas, sendo que a ligação da leptina intracelular leva à sinalização por JACK (família janus cinase) e JAK2. 
A JAK2 fosforilada leva à ativação de STAT (transdutor de sinal e de ativador de transcrição), o qual ativa a 
transcrição de genes-alvo iniciando síntese proteica. 
• Receptores hormonais intracelulares e ativação de genes → hormônios esteroides adrenais e das gônadas, 
hormônios tireoidianos, retinoides e vitamina D se ligam a receptores dentro da célula. O complexo hormônio-
receptor se liga à sequência do DNA regulador (promotor) específico, chamada de elemento de resposta 
hormonal, ativando ou reprimindo a transcrição de genes específicos em RNAm. Muitos tecidos diferentes 
apresentam receptores hormonais intracelulares idênticos, porém regulando genes diferentes em cada tecido (pois 
também depende da expressão de proteínas reguladoras, que são tecido-específicas). 
 
Mecanismos de segundo mensageiro para mediar funções hormonais intracelulares 
• Sistema de segundo mensageiro da adenilil ciclase-AMPc → ligação do hormônio ao receptor leva ao 
acoplamento do receptor à proteína G, que estimula adenilil ciclase (enzima ligada à membrana), que catalisa a 
conversão de ATP em AMPc. O AMPc ativa a proteínocinase dependente de AMPc, que fosforila proteínas 
específicas na célula, desencadeando reações bioquímicas que produzem a resposta da célula ao hormônio. O fato 
de desencadear cascata de enzimas faz com que haja grande amplificação do sinal, e que poucas moléculas de 
adenilil ciclase ativadas consigam gerar grande resposta celular. 
o Se a ligação do hormônio aos receptores for acoplado à proteína G inibitória, há inibição da adenilil 
ciclase, e consequente produção reduzida de AMPc. Desse modo, dependendo se o receptor hormonal for 
acoplado à proteína G inibitória ou estimuladora, há redução ou aumento de AMPc. 
o A resposta ao aumento/redução de AMPc depende da maquinaria presente naquela célula, por isso ocorre 
de modo diferente dependendo da célula-alvo. 
• Sistema de segundo mensageiro dos fosfolipídeos da membrana celular → ligação do hormônio ao receptor leva à 
ativação de fosfolipase C, que catalisa a degradação de fosfolipídeos na membrana celular, especialmente o 
bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2) em trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG). O IP3 mobiliza íons 
cálcio de reservas na mitocôndria e retículo endoplasmático, causando aumento do cálcio no citoplasma. O cálcio 
atua como segundo mensageiro, gerando efeitos como contração da musculatura lisa e aumento da secreção de 
vesículas. O DAG ativa a proteinocinase C (PKC), que então fosforila outras proteínas. Além disso, parte lipídica 
do DAG é ácido araquidônico, que serve como precursor de prostaglandinas e outros hormônios. 
• Sistema de segundo mensageiro do cálcio-calmodulina → a entrada de cálcio pode ocorrer por alteração do 
potencial da membrana (abre canais de cálcio dependentes de voltagem) ou por hormônios que abrem canais de 
cálcio. Quando entra na célula, o cálcio se liga à calmodulina, proteína que apresenta 4 sítios para ligação do 
cálcio. A partir da ligação, há ativação da cálcio-calmodulina, que leva à ativação ou inibição de proteínocinases. 
A fosforilação leva à ativação ou inibição de outras proteínas. Ex. calmodulina ativa cadeia leve da 
miosinocinase, que atua sobre a miosina e provoca contração do músculo liso. 
 
Hormônios que atuam principalmente sobre a maquinaria genética da célula 
• Esteroides aumentam a síntese proteica → geram síntese de proteínas com funções de enzimas, proteínas de 
transporte ou proteínas estruturais nas células. 
o Difusão do esteroide através da membrana celular → ligação a um receptor específico → difusão de 
receptor-hormônio para o núcleo → ligação a pontos específicos do DNA do cromossomo → ativação de 
transcrição de genes específicos em RNAm → RNAm difunde-se par o citoplasma → tradução. 
o Ex. Aldosterona: vai para células dos túbulos renais, onde se ligam a receptores mineralocorticoides. 
Após 45 minutos, a célula começa a responder pela reabsorção de sódio dos túbulos e secreção de 
potássio para os túbulos. 
• Hormônios da tireoide aumentam a transcrição genética no núcleo da célula → tiroxina e tri-iodotironina se ligam 
diretamente a proteínas do receptor no núcleo, sendo que os receptores são fatores de transcrição localizados no 
complexo cromossômico. Há ativação de mecanismos genéticos para síntese de proteínas intracelulares 
relacionadas ao aumento da atividade metabólica. Uma vez ligados aos receptores intranucleares, hormônios 
tireoidianos continuam a expressar suas funções de controle por dias ou semanas. 
 
HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS E SEU CONTROLE PELO HIPOTÁLAMO 
 
Hipófise e sua relação com hipotálamo 
• Localizada na sela turca, ligada ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário (infundíbulo). 
• Hipófise anterior (adeno-hipófise): origem embrionária na bolsa de Rathke (epitélio faríngeo). Secreta hormônios 
de controle de funções metabólicas. 
o GH – hormônio do crescimento – afeta formação de proteínas, multiplicação e diferenciação celular. 
o ACTH – hormônio adrenocorticotrófico (adrenocorticotropina) – controla secreção de hormônios do 
córtex adrenal (metabolismo de glicose, proteínas e gorduras). 
o TSH – hormônio estimulante da tireoide (tireotropina) – controla secreção de T3 e T4. 
oProlactina – desenvolvimento da glândula mamária e produção de leite. 
o FSH – hormônio folículo estimulante 
o LH – hormônio luteinizante 
• Hipófise posterior (neuro-hipófise): origem embrionária no tecido neural do hipotálamo 
o ADH – hormônio antidiurético (vasopressina) – controle da quantidade de água nos líquidos do 
organismo (volemia), excreção de água na urina. 
o Ocitocina – ejeção de leite (sucção) e parto. 
 
• Produção de hormônios pela adeno-hipófise: tipos celulares: 
o Somatotropos (GH, 40% das células hipofisárias acidofílicas), corticotropos (ACTH, 20% das células), 
tireotropos (TSH), gonadotropos (LH e FSH), lactotropos (PRL). 
o Outros hormônios – poucas células produzindo, mas o hormônio é muito potente. 
• Produção de hormônios pela neuro-hipófise: corpos celulares no hipotálamo → não estão presentes na hipófise. 
São corpos celulares de neurônios magnocelulares, localizados nos núcleos supraópticos e paraventriculares do 
hipotálamo. 
 
Controle da secreção hipofisária – pelo hipotálamo 
• Secreções da neuro-hipófise: sinais neurais com origem no hipotálamo e terminando na neuro-hipófise. 
• Secreções da adeno-hipófise: hormônios liberadores e hormônios (fatores) hipotalâmicos inibidores → secretados 
pelo hipotálamo e transportados pelos vasos porta-hipotalâmico-hipofisários. 
• Hipotálamo é o centro coletor de informações relativas ao bem-estar interno: Informações recebidas em todo o 
sistema nervoso são enviadas também ao hipotálamo, sendo informações sensoriais externas ou sobre 
concentrações de nutrientes, água e eletrólitos. 
o Eminência mediana é localizada no hipotálamo, e é a parte que produz os hormônios hipotalâmicos 
liberadores e inibidores. Neurônios que produzem os hormônios mandam fibras para a eminência 
mediana e o túber cinéreo. Apresentam função não de transmissão de sinapse de um neurônio a outro, 
mas sim de secretar no líquido tecidual. 
o Para maioria de hormônios da adenohipófise, os hormônios liberadores são importantes, exceto prolactina 
– hormônio inibidor hipotalâmico que exerce maior controle. 
Hormônios liberadores e inibidores hipotalâmicos 
• TRH – hormônio liberador de tireotropina – provoca liberação de TSH 
• CRH – hormônio liberador de corticotropina – liberação de ACTH 
• GHRH – hormônio liberador do GH – liberação de GH e GHIH (hormônio inibidor do hormônio do crescimento 
– somastotina). 
• GnRH – hormônio liberador de gonadotropina 
• PIH – hormônio inibidor da prolactina – inibe secreção de prolactina. 
Áreas específicas do hipotálamo controla a liberação de cada hormônio hipotalâmico 
• Corpos celulares que originam as fibras da eminência mediana estão localizadas em locais diferentes no 
hipotálamo. Não se sabe exatamente onde está cada uma dessas localizações, porém sabe-se que podem estar 
relacionados à região prosencefálica basal. 
 
 
Funções fisiológicas do GH 
• Todos os hormônios da adeno-hipófise, exceto o GH, exercem seus efeitos principais estimulando glândulas-alvo. 
Já o GH, age diretamente sobre todos ou quase todos os tecidos do organismo. 
• Hormônio proteico, provoca aumento do tamanho de células e mitoses, e também promove diferenciação 
específica de alguns tipos celulares (células de crescimento ósseo, células musculares iniciais). Produzido durante 
toda a vida, porém em quantidades diferentes em cada fase. 
• Efeitos metabólicos do GH → aumenta proteínas, usa reservas de gordura e preserva carboidratos. 
o Aumento da síntese de proteínas na maioria das células do corpo (aumenta transporte de aminoácidos 
através da membrana, aumentando concentração de aa nas células. Aumento da tradução do RNA; 
aumento da transcrição do DNA para formação de RNAm; redução do catabolismo de proteínas e 
aminoácidos). 
o Aumento da mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo como fonte de energia, aumentando o nível 
de ácidos graxos no sangue (aumenta conversão de ácidos graxos em acetil-CoA; efeito cetogênico – 
muito GH leva a muita mobilização de gorduras do tecido adiposo, com muita formação de ácido 
acetoacético no fígado, originando quadro de cetose e podendo levar à deposição de gordura no fígado). 
o Redução do uso de glicose pelo organismo (diminui captação de glicose por músculos esqueléticos e 
gordura; aumenta produção de glicose no fígado; aumenta secreção de insulina → GH confere resistência 
à insulina, pois o aumento da insulina é compensatório para os efeitos do GH). 
▪ Há necessidade de insulina e carboidratos para ocorrer o crescimento associado ao GH (devido à 
necessidade para o próprio metabolismo do crescimento). 
• Efeito de aumento do crescimento esquelético 
o Aumento da deposição de proteínas por células osteogênicas e condrocíticas → crescimento ósseo 
o Aumento da reprodução dessas células 
o Aumento da conversão de condrócitos em células osteogênicas 
o Ossos longos crescem em comprimento (nas cartilagens epifisárias) – aumento da cartilagem, conversão 
em osso novo, e assim em diante. 
o Osteoblastos depositam osso novo na superfície de osso mais antigo, enquanto osteoclastos removem 
osso antigo – taxa de deposição > reabsorção → aumento da espessura do osso. 
• Efeitos do GH via somatomedinas (fatores de crescimento semelhantes à insulina) → injeção do GH diretamente 
no condrócito não funciona, mas no animal intacto funciona – porque o GH leva o fígado a produzir 
somatomedinas, proteínas que atuam no aumento do crescimento ósseo. 
o Mais importante → somatomedina C (fator de 
crescimento semelhante à insulina 1 ou IGF-1): tribos de 
pigmeus africanas produzem alta quantidade de GH, mas 
não produzem somatomedina C, causando baixa estatura. 
• GH apresenta curta duração, com meia vida de mais ou menos 20 
minutos, pois se liga fracamente às proteínas plasmáticas, sendo 
logo liberados. Já a somatomedina C apresenta forte ligação a 
proteínas plasmáticas, sendo liberada lentamente do sangue para 
os tecidos, com meia-vida em torno de 20h, prolongando muito os 
efeitos promotores do crescimento. 
• Regulação da secreção de GH: após adolescência, secreção do 
hormônio diminui gradualmente, até atingir 25% da quantidade da 
adolescência, na terceira idade. Padrão de secreção pulsátil: 
o Estímulo da secreção: jejum com deficiência grave de 
proteínas; hipoglicemia; baixa concentração de ácidos graxos 
no sangue; exercício; excitação; trauma; grelina (hormônio 
secretado pelo estômago antes das refeições); sono profundo. 
• Regulação por hormônios hipotalâmicos: hormônio liberador do 
hormônio do crescimento e hormônio inibidor do hormônio do 
crescimento (somatostatina). 
o GHRH secretado no núcleo ventromedial do hipotálamo, local 
sensível a baixas concentrações de glicose (regula a fome e 
saciedade). GHRH faz maior parte do controle. 
o Sinais hipotalâmicos de emoções, estresse e traumas, 
catecolaminas, dopamina e serotonina, são capazes de 
aumentar a secreção de GH. 
o GHRH se liga a receptores de membrana nas superfícies 
externas de células do hormônio do crescimento, na hipófise, 
ativando adenilil ciclase e aumentando o nível intracelular de AMPc. A curto prazo, há aumento do 
transporte de cálcio para célula, levando à fusão de vesículas secretoras de GH, liberando para o sangue. 
A longo prazo, há aumento da transcrição no núcleo. 
o Regulação por feedback negativo (alta concentração de GH no sangue leva à diminuição da secreção de 
GHRH). 
• Anormalidades da secreção de GH 
o Pan-hipopituitarismo: secreção reduzida de todos os hormônios da adeno-hipófise – congênito ou não 
(tumor) 
▪ No adulto: causado geralmente por tumores que comprimem ou destroem a hipófise ou por 
trombose dos vasos sanguíneos hipofisários. Os efeitos são hipotireoidismo, redução da produção 
de glicocorticoides pelas glândulas adrenais e perda de funções sexuais (devido à secreção 
suprimida de gonadotrópicos). 
o Nanismo: causa principal é o pan-hipopituitarismo na infância. A proporção entre partesfísicas do corpo 
é adequada, mas o desenvolvimento é reduzido. A pessoa portadora desse tipo de nanismo não entra na 
puberdade e nunca secreta gonadotrópicos suficientes para desenvolver funções sexuais adultas. Caso 
haja deficiência apenas na produção de GH, há maturidade sexual e ocasionalmente se reproduzem. 
o Gigantismo: por atividade excessiva ou tumores acidofílicos. Há crescimento rápido de todos os tecidos 
do corpo. Se ocorrer antes da fusão das epífises, a pessoa pode ficar muito alta. Apresenta hiperglicemia, 
com degeneração de células beta no pâncreas. 
o Acromegalia: é o que ocorre se o tumor acidofílico se desenvolver após a adolescência. Como houve 
fusão das epífises, ossos vão ficando mais espessos e partes moles continuam a crescer, especialmente 
ossos membranosos (crânio, nariz, testa, maxila inferior, partes das vértebras). 
 
Neuro-hipófise 
• Composta principalmente por células semelhantes às células gliais (pituícitos), que não secretam hormônios, 
servindo apenas como suporte para as fibras nervosas terminais que se originam nos núcleos supraóptico e 
paraventricular do hipotálamo. Essas terminações são botões bulbosos contendo grânulos secretores, para 
secreção de ADH e ocitocina. 
o ADH – núcleos supraópticos 
o Ocitocina – núcleos paraventriculares 
• Quando os impulsos nervosos são transmitidos para baixo, ao longo das fibras, o hormônio é liberado 
imediatamente dos grânulos secretores por meio de exocitose, e captado por capilares adjacentes. Na corrente 
sanguínea, é transportado por neurofisinas. 
Funções fisiológicas do hormônio antidiurético 
• Diminuição da excreção de água pelos rins, pois na ausência de ADH, os túbulos e ductos coletores ficam quase 
impermeáveis à água (diluição extrema da urina e grande perda de água). 
• Mecanismo de aumento da permeabilidade dos ductos envolve aumento da expressão de aquaporinas → ADH 
liga-se a receptores na célula, levando à ativação de adenililciclase e aumento de AMPc, levando a fosforilação de 
vesículas contendo aquaporinas, fazendo com que elas se fundam à membrana da célula tubular. 
• Regulação na produção de ADH 
o Aumento da osmolaridade do líquido extracelular (percebido por artérias que passam próximas ao 
hipotálamo) → aumento da secreção de ADH. Osmorreceptores presentes no hipotálamo ou próximos a 
ele percebem a concentração do líquido extracelular (pelo aumento ou diminuição da célula com 
osmorreceptores, devido à entrada ou saída de água por osmose). 
o Baixo volume sanguíneo e baixa pressão sanguínea estimula secreção de ADH: ao mesmo tempo que há 
aumento da conservação de água pelos rins, concentração alta de ADH apresenta efeito de vasoconstrição 
arteriolar, aumentando pressão arterial (por isso também é chamado vasopressina). 
▪ Átrios contém receptores de distensão, excitados pelo enchimento excessivo. Quando excitados, 
enviam sinais para inibir secreção de ADH, e o oposto ocorre quando há não excitação, pois 
indica que há enchimento insuficiente do átrio. 
o Outros fatores: nicotina e opiáceos aumentam secreção de ADH e álcool e cafeína inibem. 
• Diabetes insipidus – falha na secreção ou sinalização do ADH nos rins – leva a poliúria, polidipsiae líquidos 
corporais concentrados. 
 
Ocitocina 
• Provoca contração do útero grávido, especialmente no final da gestação, atuando no nascimento dos bebês. 
Estímulo do colo uterino em animal gestante desencadeia liberação de sinais neurais que vão ao hipotálamo e 
causam aumento da secreção de citocinas. 
• Auxilia na ejeção de leite pelas glândulas mamárias – expulsão do leite pelos alvéolos para os ductos da mama, 
de modo que o bebê pode obtê-lo pela sucção. A própria estimulação da sucção do mamilo provoca transmissão 
de sinais para hormônios ocitocinérgicos do núcleo paraventricular e supraóptico, levando à liberação de 
ocitocina pela hipófise posterior. Nas mamas, leva à contração de células mioepiteliais que formam malhka ao 
redor dos alvéolos das glândulas mamárias – processo de ejeção do leite ou descida do leite. 
• Em ambos os sexos, há muita produção de ocitocina no orgasmo, auxiliando na ejaculação e contrações uterinas 
para transportar o sêmen. 
 
HORMÔNIOS METABÓLICOS DA TIREOIDE 
 
• Tireoide: pesa entre 15 e 20 gramas, sendo uma das maiores glândulas endócrinas em adultos. Secreta T3 e T4, 
que aumentam o metabolismo do organismo. A ausência completa de secreção tireoidiana faz com que o 
metabolismo basal caia para 40 a 50% do normal. Secreta também calcitonina. 
 
Síntese e secreção dos hormônios metabólicos tireoidianos 
• 93% dos hormônios metabólicos secretados pela tireoide consistem de tiroxina. As funções de tiroxina e 
triiodotironina são iguais, porém a tiroxina é menos potente, porém mais duradoura. 
• Anatomia e fisiologia da tireoide: composta por folículos fechados, cheios de substância secretora (coloide), 
revestidos por epitélio cuboide que secreta seus produtos para o interior do folículo. O coloide é constituído de 
tireoglobulina, molécula que contém os hormônios tireoidianos. O fluxo de sangue na tireoide é muito alto, sendo 
que o a secreção do folículo é reabsorvida do epitélio para o sangue. 
o Necessidade de iodo: 50 miligramas de iodo na forma de iodeto por ano (1mg/semana). Suplementação 
do sal de cozinha com iodeto de sódio. Iodeto é absorvido no TGI, sendo rapidamente excretado pelos 
rins – cerca de 20% é seletivamente removido do sangue circulante pelas células da tireoide. 
• Captação de iodo: bomba de iodeto (simporte de sódio-iodeto): membrana basal das células tireoidianas 
bombeiam ativamente iodeto para o interior da célula, pela ação de simporte de sódio-iodeto (NIS), que 
cotransporta um iodeto junto com dois íons sódio. A energia para transportar contra o gradiente de concentração 
vem da bomba de sódio-potássio-ATPase (bombeia sódio para fora da célula, instituindo baixa concentração de 
sódio intracelular e gradiente de difusão facilitada para dentro da célula. Na glândula normal, a concentração de 
iodeto gerada pela bomba é 30x maior que a do sangue. Com a atividade da tireoide em seu máximo essa 
concentração pode se elevar para até 250 vezes. 
o TSH: estimula atividade da bomba de iodeto. 
o Transporte do iodeto para fora das células da tireoide para o folículo por meio da pendrina, molécula 
cotransportadora de íons cloreto-iodeto. As células epiteliais secretam tireoglobulina para o folículo, em 
cujos aminoácidos tirosina o iodeto se liga. 
Síntese de tiroxina e triiodotironina 
• Formação e secreção de tireoglobulina: RE e aparelho de Golgi sintetizam e secretam para folículos uma grande 
glicoproteína (tireoglobulina), cada uma contendo cerca de 70 tirosinas, que se combinam com iodo para formar 
hormônios tireoidianos (se formam no interior da molécula de tireoglobulina). 
• Oxidação do íon iodeto: conversão do íon iodeto para a forma oxidada de iodo (iodo nascente), catalisada pela 
peroxidase e peróxido de hidrogênio, que se combina com a tirosina. 
• Iodização da tirosina e formação de hormônios tireoidianos – ligação do iodo com a molécula de tireoglobulina é 
chamada “organificação da tireoglobulina”. O iodo oxidado associado à peroxidase tireoidiana faz com que esse 
processo dure segundos ou minutos. Há ligação de iodo a 1/6 dos aminoácidos tirosina da tireoglobulina. 
o União de duas di-iodotirosina formam tiroxina (T4). 
o União de monoiodotirosina com di-
iodotirosina formam tri-iodotironina (T3) 
→ 1/15 do total. 
• Armazenamento de tireoglobulina: tireoide 
armazena grande quantidade de hormônios, sendo 
que cada molécula de tireoglobulina apresenta 30 
moléculas de tiroxina e algumas de T3. 
Hormônios tireoidianos são armazenados nos 
folículos em quantidade suficiente para suprir 
condições normais do organismo por 2 a 3 meses. 
• Liberação de T4 e T3: tireoglobulina 
primeiramente clivada em T3 e T4, e esses 
hormônios livres são liberados. Células da 
tireoideformam pseudópodos que englobam 
pequenas porções do coloide, formando vesículas 
pinocíticas. Lisossomos se fundem com as 
vesículas, clivando a tireoglobulina e liberando os 
hormônios livres no sangue. Tirosinas iodadas mas que não formam hormônios (monoiodotirosina e di-
iodotirosina) são clivadas da tireoglobulina, mas não são liberadas no sangue – ação da enzima deiodinase recicla 
esse iodo para a tireoide. 
• 93% do hormônio secretado pela tireoide são tiroxina, que, após poucos dias, são desiodadas, formando tri-
iodotironina. Desse modo, o hormônio mais transportado e utilizado pelos tecidos consiste em T3. 
 
Transporte de T3 e T4 para os tecidos 
• 99% do hormônio imediatamente liberado pela tireoide combinam com proteínas plasmáticas 
o Globulina ligadora de tiroxina 
o Pré-albumina ligadora de tiroxina 
o Albumina 
• Alta afinidade a essas proteínas – liberação muito lenta (metade da tiroxina liberada a cada 6 dias e metade da T3 
a cada 1 dia). Quando captadas pela célula, se ligam a proteínas intracelulares, ficando também armazenadas para 
uso ao longo de dias ou semanas. 
• Longo período de latência antes do início da atividade da tiroxina: inicia após 2 a 3 dias, com pico entre 10 a 12 
dias. Parte da atividade pode persistir por 6 semanas a 2 meses. 
• Tri-iodotironina: latência de 6 a 12 horas e pico de atividade em 2 a 3 dias. 
 
Efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos 
• Aumentam transcrição de genes para proteínas estruturais, enzimas, proteínas de transporte, etc. resultando em 
aumento generalizado da atividade funcional de todo o organismo. 
• Maior parte da tiroxina secretada é convertida em tri-iodotironina antes de agir sobre os genes – porque 
receptores intracelulares de hormônio tireoidiano tem afinidade muito mais alta pelo T3. 
• Receptores tireoidianos ficam localizados próximos ou sobre as fitas genéticas de DNA. Receptor do hormônio 
forma heterodímero com receptor de retinoide X (RXR). A partir da ligação, receptores são ativados e iniciam 
transcrição. Hormônios tireoidianos apresentam também efeitos não genômicos, sendo efeitos que ocorrem de 
forma mais rápida – tecido do coração e hipófise e também tecido adiposo, atuando em algumas organelas, 
aumentando fosforilação oxidativa e provocando regulação de canais iônicos e mensageiros intracelulares. 
• Aumento da atividade metabólica celular: aumenta metabolismo basal em 60 a 100%. Velocidade de uso de 
alimentos para produção de energia é acelerada. Aumento da síntese e também do catabolismo proteico. 
Crescimento de pessoas jovens aumentado. Aumento de processos mentais e atividade das demais glândulas 
endócrinas. 
 
• Aumentam número da atividade das mitocôndrias → aumenta número, tamanho e atividade. Aumento da 
superfície total de membrana das mitocôndrias, o que aumenta fornecimento de ATP. 
• Aumentam do transporte ativo de íons através da membrana – bomba de sódio e potássio quebra mais ATP, 
levando também ao aumento do calor produzido no organismo. 
• Efeito sobre o crescimento: hipotireoidismo em crianças leva a retardo no crescimento, e no hipertireoidismo há 
crescimento esquelético excessivo (criança alta precocemente), com epífises fechando precocemente (adulto 
acaba ficando com altura reduzida). Atua no crescimento e desenvolvimento do cérebro na vida fetal e primeiros 
anos de vida (se não tratar, pode levar a deficiência mental por toda a vida). 
• Efeito sobre mecanismos corporais específicos: 
o Estimula metabolismo de carboidratos (captação de glicose, glicólise, gliconeogênese, absorção de 
glicose no TGI e secreção de insulina). 
o Estímulo do metabolismo de lipídeos (mobilização de lipídeos do tecido adiposo, reduzindo acúmulos de 
gordura e aumentando quantidade de ácido graxo livre disponível para oxidação). 
o Efeito sobre lipídeos plasmáticos e hepáticos: redução da concentração de colesterol (aumenta sua 
secreção na bile e, portanto, sua perda nas fezes), fosfolipídeos e triglicerídeos, mas aumentando a de 
ácidos graxos livres. 
▪ Redução de hormônios tireoidianos aumenta concentrações plasmáticas de colesterol, 
provocando depósito excessivo de lipídeos no fígado. Pode levar a aterosclerose grave. 
o Necessidade aumentada de vitaminas (atuação como coenzimas). Pode ocorrer deficiência relativa de 
vitaminas no hipertireoidismo. 
o Aumento do metabolismo basal 
o Redução do peso corporal: quantidade muito alta de hormônios tireoidianos reduz peso corporal, e 
quantidade muito elevada aumenta. Pode ser que não haja a perda de peso porque o excesso de hormônio 
tireoidiano também aumenta apetite, o que pode compensar a variação do metabolismo. 
• Efeitos sobre sistema cardiovascular 
o Aumento do fluxo sanguíneo e débito cardíaco: uso acelerado de oxigênio e liberação aumentada de 
metabólitos + necessidade de eliminação do calor → vasodilatação → aumento do fluxo sanguíneo → 
aumento do débito cardíaco. 
o Aumento da frequência cardíaca: aumento da excitabilidade do coração. Ausculta pode determinar 
excesso ou redução de hormônio tireoidiano. 
o Aumento da força cardíaca – devido à elevação de atividade enzimática. Se há excesso de hormônio 
tireoidiano, há depressão da força, devido ao catabolismo proteico excessivo. 
o Pressão arterial normal: com hormônios, a pressão média fica normal, mas aumenta a pressão sistólica 
um pouco devido ao maior fluxo sanguíneo (porém a diastólica reduz proporcionalmente). 
o Aumento da respiração (em frequência e profundidade): para eliminação de CO2 e captar O2 
o Aumento da motilidade gastrointestinal: maior apetite e ingestão alimentar. Aumenta produção de 
secreções digestivas – hipertireoidismo associado à diarreia, e hipotireoidismo à constipação. 
o Efeitos excitatórios sobre o SNC: aumento da velocidade do pensamento, porém também sua dissociação. 
Hipertireoidismo associado a nervosismo e tendências psiconeuróticas (ansiedade, preocupação excessiva 
e paranoia). 
o Efeito sobre a função muscular: reação vigorosa dos músculos, mas com excesso há enfraquecimento 
(catabolismo proteico). Hipotireoidismo leva a músculos vagarosos. 
o Tremor muscular: tremor muscular leve, com frequência de 10 a 15 vezes por segundo. Causado por 
atividade aumentada das sinapses neuronais na área da medula espinhal que controla tônus muscular. 
o Efeito sobre sono: hipertireoidismo leva a cansaço constante (efeito exaustivo sobre músculos), porém 
com sono dificultado (efeitos excitatórios do hormônios sobre sinapses). Sonolência extrema no 
hipotireoidismo (12 a 14h diárias) 
o Efeito sobre outras glândulas endócrinas: tiroxina eleva metabolismo da glicose, tornando necessária 
mais insulina. Aumento de atividades metabólicas no tecido ósseo, necessitando paratormônio. Aumento 
da inativação de glicocorticoides adrenais no fígado, gerando feedback que provoca produção de ACTH 
pela adeno-hipófise, aumentando a secreção de glicocorticoides pelas adrenais. 
o Efeitos sobre função sexual: em homens, falta de hormônio causa perda de libido, e excesso causa 
impotência. Em mulheres, a falta causa menorragia e polimenorreia (sangramento excessivo e frequente), 
ou então amenorreia e ciclos irregulares. Em mulheres também há redução da libido. No 
hipertireoidismo, há oligomenorreia ou amenorreia. 
 
Regulação da secreção de hormônios tireoidianos 
• Tireotropina (TSH) da adenohipófise aumenta secreção tireoidiana. 
o Aumenta proteólise da tireoglobulina armazenada, liberando mais hormônios tireoidianos para o sangue. 
Aumenta também a atividade da bomba de iodeto e iodização da tirosina. Aumenta também o número, 
tamanho e atividade secretória das células tireoidianas. 
o Efeito estimulador do TSH é mediado por AMPc. A ligação do TSH a receptores na superfície das 
células tireoidianas ativa adenilil-ciclase, que forma AMPc, o qual atua como segundo mensageiro, 
ativando proteinoquinase. 
• A secreção de TSH pela adenohipófise é controlada pelo hormônio liberadorde tireotropina (TRH) hipotalâmico. 
Este é secretado por terminações nervosas da eminência mediana do hipotálamo, sendo transportado pelo sangue 
porta hipotalâmico-hipofisário. A ligação de TRH na membrana das células ativa o sistema de segundo 
mensageiro da fosfolipase – produção de grande quantidade de fosfolipase C, que leva à produção de DAG e 
influxo de íons cálcio, que levam à liberação do TSH. 
o Frio estimula aumento da secreção de TRH, por meio da excitação de centros hipotalâmicos de controle 
da temperatura corporal. Agitação e ansiedade (estimulando sistema nervoso simpático) causam redução 
aguda de secreção de TSH (pois esse estado, em si só, já aumenta metabolismo e temperatura). 
• Feedback: aumento de hormônio tireoidiano reduz a secreção de TSH pela hipófise anterior. 
 
Doenças da tireoide 
Hipertireoidismo 
• Causas: bócio tóxico, tireotoxicose, doença de Graves. 
o Aumento da tireoide em 2 a 3 vezes, com grande hiperplasia e pregueamento do revestimento celular 
folicular para o interior dos folículos, com aumento do número de células. 
o Doença de Graves é a forma mais comum de hipertireoidismo: doença autoimune, em que anticorpos 
chamados imunoglobulinas estimulantes da tireoide se formam contra o receptor TSH na glândula 
tireoide, induzindo a uma ativação contínua dos sistemas de AMPc, resultando em hipertireoidismo. Seus 
efeitos duram 12 horas (enquanto o do próprio TSH é de 1 hora). O alto nível desses anticorpos levam à 
produção suprimida de TSH. 
▪ Pacientes com hipertireoidismo ficam com TSH baixo. 
o Adenoma tireoidiano: tumor localizado no tecido tireoidiano, produzindo grande quantidade de 
hormônio. 
• Sintomas: estado de alta excitabilidade, intolerância ao calor, redução da sudorese, perda de peso ligeira ou 
extrema, diarreia, fraqueza muscular, nervosismo/transtornos psíquicos, fadiga extrema, insônia, tremor nas 
mãos. 
o Exoftalmia (1/3 dos pacientes): pode até provocar estiramento do nervo óptico e danos à visão. Olhos 
podem ser lesados por pálpebras não se fecharem normalmente. Epitélio ocular fica ressecado, podendo 
levar à infecção e ulceração da córnea. Causas da exoftalmia é edema de tecidos retro-orbitais e 
alterações degenerativas em músculos extraoculares. 
 
Hipotireoidismo 
• Hipotireoidismo provavelmente iniciado por autoimunidade contra a tireoide (doença de Hashimoto) – tireoidite 
autoimune, levando à deterioração progressiva e fibrose da glândula. 
• Causas: tireoidite, bócio coloide endêmico, bócio coloide idiopático, destruição da tireoide por radiação ou 
remoção cirúrgica da glândula. 
• Bócio coloide endêmico causado por deficiência dietética de iodeto: iodo insuficiente no solo leva ao bócio 
endêmico – falta de iodo leva ao impedimento da produção de T3 e T4, de modo que não há hormônios para que 
feedback negativo iniba produção de TSH pela adeno-hipófise, que passa a secretar muito TSH. Há produção de 
grande quantidade de tireoglobulina nos folículos, com glândula tornando-se cada vez maior – tireoide pode 
aumentar de 10 a 20 vezes. 
• Bócio coloide atóxico idiopático – ocorre em pessoas sem deficiência de iodo, com secreção de quantidade 
normal ou levemente reduzidas de hormônios. Causados por tireoidite leve – algumas porções continuam 
secretando hormônio, havendo produção excessiva de TSH (causada pela tireoidite) e inchaço de algumas partes 
da glândula. 
o Geralmente associado também a deficiências enzimáticas (na captação do iodeto, na peroxidase, na 
deiodinase, etc.). 
• Características fisiológicas: fadiga e sonolência extrema, extrema lentidão muscular, redução da FC, débito 
cardíaco e volume sanguíneo, aumento de peso, constipação, lentidão mental, insuficiência de funções tróficas do 
organismo (redução do crescimento do cabelo, descamação da pele), rouquidão, mixedema. 
o Mixedema: aparência edematosa no corpo todo – devido à quantidade aumentada de ácido hialurônico e 
sulfato de condroitina formando gel nos espaços intersticiais. 
o Aterosclerose no hipotireoidismo: devido ao aumento da concentração sanguínea de colesterol – pode 
levar a doença vascular periférica, surdez e doença arterial coronariana. 
• Tratamento – ingestão oral de levotiroxina. 
 
HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS 
• Glândulas adrenais são compostas por uma medula (relação com sistema nervoso simpático, produzindo 
epinefrina e norepinefrina), e córtex, que secreta corticosteroides (sintetizados a partir de colesterol). 
• Corticosteroides 
o Mineralocorticoides → afeta eletrólitos de líquidos extracelulares 
▪ Principal: aldosterona. 
o Glicocorticoides → ação no aumento da concentração sanguínea de glicose, atuando também sobre o 
metabolismo proteico e lipídico. 
▪ Principal: cortisol. 
o Hormônios androgênicos (semelhantes à testosterona). 
 
Síntese e secreção de hormônios adrenocorticais 
• Córtex adrenal: três camadas 
o Zona glomerulosa → diretamente abaixo da cápsula, forma 15% do córtex adrenal, sendo as únicas que 
produzem aldosterona (contém a enzima aldosterona sintase). Secreção controlada pela concentração de 
potássio e angiotensina II no líquido extracelular. 
o Zona fasciculada → forma 75% do córtex, secreta cortisol e corticosterona, e pequenas quantidades de 
androgênios e estrogênios adrenais. Secreção controlada pelo eixo hipotálamo-hipófise (ACTH). 
o Zona reticular → secreta androgênios adrenais: desidoepiandrosterona (DHEA) e androstenediona, assim 
como alguns estrogênios e corticoides. Regulado pelo ACTH e por hormônio estimulante de androgênio 
cortical (secretado pela hipófise). 
• Hormônios adrenocorticais são esteroides derivados do colesterol → maioria do colesterol é obtido a partir do 
LDL no plasma (há pouca síntese de novo). LDL se liga a receptores nas membranas das células adrenocorticais, 
são endocitadas formando vesículas que se fundem com lisossomos e liberam o colesterol. 
o ACTH aumenta o número de receptores para LDL, e também atividade das enzimas lisossômicas. 
Colesterol → transportado para mitocôndria → clivado pela colesterol desmolase → forma pregnenolona. 
Pregnenolona é precursor para androstenediona, cortisol e aldosterona. Praticamente todos os estágios ocorrem 
nas mitocôndrias e retículo endoplasmático, catalisados por enzimas específicas. Cada zona do córtex adrenal 
apresenta enzimas específicas para síntese de cada hormônio. 
• Mineralocorticoides 
o Aldosterona – 90% da atividade de mineralocorticoides 
o Desoxicorticosterona 
o Corticosterona 
o 9α-fluorocortisol 
o Cortisol – atividade mineralocorticoide fraca, porém secretado em grande quantidade 
o Cortisona 
• Glicocorticoides 
o Cortisol – 95% da atividade glicocorticoide 
o Corticosterona – 4% 
o Cortisona – quase tão potente quanto cortisol, sintética 
o Prednisona – 4x mais potente que cortisol, sintética 
o Metilprednisona – 5x mais potente que cortisol, sintética 
o Dexametasona – 30x mais potente que cortisol, sintética. 
• Ação de mineralocorticoides e glicocorticoides pode se sobrepor (porém um sempre será mais potente com uma 
das duas funções), devido à estrutura semelhante. Corticoides sintéticos não apresentam essa reação cruzada, e 
são muito mais potentes. 
 
• Transporte dos hormônios adrenocorticais → por meio de proteínas plasmáticas, especialmente globulina ligadora 
de cortisol (transcortina) e albumina – reduz a velocidade de eliminação do cortisol no plasma (meia-vida longa). 
Aldosterona se combina em menor proporção, apresentando meia-vida menor. 
o Ligação às proteínas plasmáticas – forma reservatórios, impedindo grandes flutuações (mesmo assim o 
cortisol flutua bastante durante o dia, principalmente apresentando picos na manhã). 
• Metabolização de hormônios adrenocorticais → ocorre no fígado, formando principalmente ácido glicurônico e 
sulfatos, que são inativos. Podem ser excretados na bile e, posteriormente, fezes, ou então entrando na circulação 
sem se ligar a proteínas plasmáticas, sendo excretadospelos rins. 
 
Funções dos mineralocorticoides 
Aldosterona 
• Sem mineralocorticoides: intensa depleção renal de cloreto de sódio e hipercalemia → concentração aumentada 
de potássio no líquido extracelular, grande eliminação de sódio e cloreto (10 a 20 gramas por dia), redução do 
volume total do líquido extracelular e sangue. 
o Redução do débito cardíaco, choque e óbito (entre 3 dias e 2 semanas). 
• Aldosterona (principal mineralocorticoide, menor concentração e maior potência) + cortisol (ação 
mineralocorticoide, maior concentração e menor potência) 
o Efeitos fisiológicos 
▪ Aumenta reabsorção tubular renal de sódio e secreção de potássio → gera conservação do sódio 
no líquido extracelular, enquanto potássio é excretado na urina. 
▪ Estimula transporte de sódio e potássio nas glândulas sudoríparas e salivares e também no 
epitélio intestinal → estimula reabsorção desses sais no ducto excretor da glândula, o que 
contribui para a conservação do sal corporal, havendo também maior absorção desses eletrólitos 
no epitélio intestinal. 
o Excesso de aldosterona 
▪ Redução da excreção renal de sódio, mas sem aumentar muito sua concentração (porque também 
acaba absorvendo muita água no túbulo renal, além de que o aumento da osmolaridade estimula 
sede). Isso provoca grande aumento do volume do líquido extracelular. 
▪ Retenção de sódio por aldosterona é transitória → mecanismo de escape de aldosterona → 
aumento do volume do líquido extracelular leva também a aumento da pressão arterial, o que 
leva ao aumento da excreção renal de sal e água (natriurese de pressão e diurese de pressão), de 
modo que há uma normalização do débito renal de sal e água, mesmo com a presença de muita 
aldosterona. 
▪ Hipocalemia e fraqueza muscular → potássio do líquido extracelular é eliminado na urina, além 
de haver estimulação do transporte de potássio do líquido extracelular para as células, levando a 
uma intensa redução da concentração plasmática de potássio. Quando a concentração cai para 
metade do normal, ocorre fraqueza muscular grave, pois impede transmissão normal de 
potenciais de ação. 
▪ Alcalose → provocada pela secreção de íons hidrogênio (em troca dos íons sódio) no túbulo, 
levando a uma redução da concentração de hidrogênio sanguínea – alcalose metabólica. 
o Falta de aldosterona 
▪ Perda de sal na urina, diminuindo também o volume de líquido extracelular → desidratação 
extracelular grave e baixo volume sanguíneo → choque circulatório 
▪ Hipercalemia e toxicidade cardíaca → excesso de cálcio leva à diminuição da força de contração 
e desenvolvimento de arritmias, que pode levar à insuficiência cardíaca. 
▪ Perda de sal pelas fezes, devido à má absorção no epitélio intestinal – acaba perdendo água junto, 
levando à diarreia. 
• Mecanismo celular de ação da aldosterona 
o Aldosterona é lipossolúvel, passando para o interior das células epiteliais tubulares. No citoplasma dessas 
células, combina-se com receptores mineralocorticoides. Complexo aldosterona-receptor se difunde para 
o núcleo, induzindo à transcrição de porções específicas do DNA, relacionadas com o processo de 
transporte de sódio e potássio. RNAm transcrito é traduzido em enzimas e proteínas de transporte de 
membrana – difusão do sódio do túbulo renal para o interior da célula tubular, e depois bombeamento 
para fora da célula. 
• Regulação da secreção de aldosterona 
o Relação com concentrações de eletrólitos no líquido extracelular, volume do líquido extracelular, volume 
sanguíneo, PA, etc. 
o Secreção de aldosterona pelas células da zona glomerulosa quase inteiramente dependente da regulação 
do cortisol e androgênios, nas zonas fasciculada e reticular. 
o Aumento de potássio no líquido extracelular → aumenta aldosterona 
o Aumento de angiotensina II no líquido extracelular → aumenta aldosterona 
▪ Sistema renina-angiotensina é ativado em resposta ao menor fluxo sanguíneo renal ou à 
perda de sódio. Isso é normalizado pela aldosterona, excretando maior quantidade de 
potássio e aumentando o volume sanguíneo e pressão arterial. 
o Aumento de sódio no líquido extracelular → redução pequena de aldosterona 
o ACTH → estimula secreção (papel permissivo) 
 
Funções dos glicocorticoides 
• Sem glicocorticoides: sistemas metabólicos de utilização de proteínas, carboidratos e lipídeos fica alterado. 
Animal não resiste ao estresse físico ou mental, doenças leves podem levar à morte. 
• 95% da ação glicocorticoide – cortisol (hidrocortisona). Segundo mais importante: corticosterona. 
• Efeitos sobre metabolismo de carboidratos 
o Estímulo à gliconeogênese pelo fígado em até 10x → aumenta expressão de enzimas que convertem 
aminoácidos em glicose, além de provocar mobilização de aminoácidos a partir de tecidos extra-
hepáticos, especialmente músculos. Isso leva ao aumento das reservas de glicogênio em células hepáticas. 
o Redução do uso celular de glicose → redução em algum ponto da via, provocando redução da velocidade 
de utilização da glicose. 
o Diabetes adrenal – elevação da concentração sanguínea de glicose → essa elevação estimula a secreção 
de insulina, a qual acaba não sendo tão efetiva para redução da glicose plasmática quanto seria em 
condições normais – pois o glicocorticoide deixa células mais insensíveis à ação da insulina, 
principalmente devido à maior concentração de ácidos graxos no plasma. 
• Efeitos sobre o metabolismo de proteínas 
o Redução de proteínas celulares → redução da síntese de proteínas (redução de transcrição de mRNA), 
aliado ao maior catabolismo de proteínas em todos os tecidos, exceto fígado. Resultam do menor 
transporte de aminoácidos para tecidos extra-hepáticos. Principais locais comprometidos são músculos 
esqueléticos (fraqueza) e sistema imune. 
o Aumento de proteínas no plasma e fígado → proteínas plasmáticas são produzidas pelo fígado e liberadas 
na circulação. Isso ocorre pelo maior transporte de aminoácidos para células hepáticas e produção de 
enzimas necessárias para síntese proteica. 
o Aumento de aminoácidos sanguíneos, redução do transporte de aminoácidos para células extra-hepáticas 
e aumento do transporte para células hepáticas → há menor transporte de aminoácidos para células extra-
hepáticas, porém estas ainda fazem catabolismo proteico e liberam aminoácidos, o que aumenta a 
concentração plasmática. O transporte desses aminoácidos para células hepáticas contribui para aumento 
de síntese proteica, formação de proteínas plasmáticas e gliconeogênese no fígado. 
• Efeitos sobre o metabolismo de lipídeos 
o Mobilização de ácidos graxos → eleva concentração plasmática de ácidos graxos e sua utilização para 
gerar energia. Isso ocorre pelo menor transporte de glicose para células adiposas, fazendo com que elas 
liberem mais ácidos graxos. Isso faz com que se opte para uso de ácidos graxos em momentos de jejum 
ou estresse, e não da glicose, o que contribui para conservação de glicose e glicogênio. 
o Obesidade causada por excesso de cortisol → pessoas com excesso de secreção de cortisol desenvolvem 
um tipo de obesidade caracterizado por deposição excessiva de gordura no tórax e cabeça, gerando uma 
face em lua cheia. 
• Atuação na resistência ao estresse e à inflamação 
o Estresse físico ou neurogênico leva ao aumento de secreção de ACTH pela adeno-hipófise, com aumento 
na secreção de cortisol. Entre os traumas que elevam a liberação de cortisol temos: trauma, infecção, 
calor ou frio intensos, injeções de norepinefrina ou simpaticomiméticos, cirurgias, injeção de substâncias 
necrosantes sob a pele, restrição de movimentos do animal, doenças debilitantes. 
o Possível motivo para a grande secreção no estresse → rápida mobilização de aminoácidos e gorduras, a 
partir de reservas, tornando disponíveis para energia e biossíntese de glicose, além do uso de aminoácidos 
para síntese de outras substâncias intracelulares essenciais (purinas, pirimidinas, fosfato de creatina, etc.). 
o Administraçãode cortisol bloqueia a inflamação ou até reverte seus efeitos → bloqueia estágios inibiais 
da inflamação, leva à rápida resolução da inflamação e aumento de velocidade de regeneração. 
▪ Estágios da inflamação: liberação de substâncias pelas células de tecidos lesados, ativando 
estágio inflamatório (histamina, bradicinina, prostaglandinas); aumento do fluxo sanguíneo na 
área (eritema); extravasamento do plasma pelo aumento da permeabilidade capilar (edema não 
deprimível); infiltração da área por leucócitos; crescimento de tecido fibroso na região. 
▪ Como age o cortisol → efeitos anti-inflamatórios: estabiliza membrana dos lisossomos, 
impedindo liberação descontrolada de proteases; reduz permeabilidade dos capilares, impedindo 
a perda de plasma; reduz migração de leucócitos para a área inflamada, bem como fagocitose de 
células lesadas (também pela diminuição da permeabilidade); suprime sistema imune, reduzindo 
reprodução de linfócitos; atenua febre, pois reduz liberação de IL-1 pelos leucócitos. 
▪ Efeitos de resolução da inflamação → bloqueio de fatores que promovem inflamação, aumento 
da regeneração tecidual (devido à mobilização de aminoácidos e de seu uso para reparar tecidos 
lesados e também glicose disponível para metabolismo). 
o Administração de cortisol não corrige a condição patológica básica, mas previne efeitos lesivos da 
resposta inflamatória. 
o Em alergias → cortisol não impede a reação alérgica básica (entre antígeno e anticorpo), mas previne 
efeitos danosos da resposta inflamatória, que são o que geralmente leva à gravidade. O cortisol previne 
efetivamente o choque ou morte na anafilaxia. 
o Excesso de corticoides – leva à redução de eosinófilos e linfócitos no sangue, podendo até levar à atrofia 
de tecidos linfoides no organismo, o que diminui a imunidade geral. Isso, ocasionalmente, pode levar a 
infecções graves e até á morte por doenças não geralmente letais. 
• Mecanismo de ação celular 
o Interação com receptores intracelulares, havendo difusão facilmente através da membrana celular. Liga-
se ao receptor e vai para o núcleo, onde interage com sequências regulatórias específicas do DNA 
(elementos de resposta a glicocorticoides). 
o Aumentam ou reduzem transcrição de muitos genes, alterando a síntese de RNAm para proteínas que 
medeiam seus efeitos fisiológicos. 
o Efeito do cortisol não é imediato – necessidade de 45 a 60 minutos para a síntese proteica. 
• Regulação da secreção de cortisol pelo hormônio adrenocorticotrópico da hipófise (ACTH) 
o Enquanto a secreção de aldosterona é regulada pela concentração de eletrólitos e ação do potássio e 
angiotensina II, a secreção de cortisol é quase inteiramente controlada pelo hormônio 
adrenocorticotrópico (ACTH ou corticotropina), o qual também estimula secreção de androgênios 
adrenais. 
o Secreção do ACTH controlada pelo fator liberador de corticotropina do hipotálamo (CRF) → 
transportado pelo sistema porta-hipofisário, da eminência mediana do hipotálamo até a hipófise anterior. 
Os corpos celulares que secretam CRF localizam-se no núcleo paraventricular, que recebe conexões do 
sistema límbico e tronco encefálico. 
o ACTH age nas células adrenocorticais por meio do aumento do AMPc → ativação da adenilil-ciclase na 
membrana → formação de AMPc → ativação de enzimas intracelulares que levam à formação de 
hormônio (como a enzima proteinocinase A, que converte colesterol em pregnenolona). 
▪ Conversão de colesterol em pregnenolona é etapa limitante da produção de hormônios 
adrenocorticais (todos eles), de modo que a presença de ACTH acaba sendo importante para a 
produção de qualquer um dos hormônios adrenocorticais. 
o Estresse fisiológico aumenta secreção do córtex adrenal e de ACTH → estímulos dolorosos são 
transmitidos centralmente para o tronco encefálico, indo então para a eminência mediana do hipotálamo, 
onde há secreção de CRF pelo sistema porta hipofisário. Estresse mental aumenta atividade no sistema 
límbico e causa o mesmo efeito. 
o Feedback negativo – cortisol atua diretamente sobre hipotálamo, reduzindo produção de CRF, ou então 
na adeno-hipófise, reduzindo secreção de ACTH. 
 
Androgênios adrenais 
• Secreção de androgênios (desidroepiandrosterona) continuamente pelo córtex adrenal (especialmente na vida 
fetal), e também quantidades minúsculas de estrogênio e progesterona. Atuam no desenvolvimento precoce de 
órgãos sexuais masculinos na infância, com efeitos muito leves em mulheres (crescimento de pelos púbicos e 
axilares). Maioria dos androgênios adrenais são convertidos em testosterona em outros tecidos. 
 
Disfunções 
Hipoadrenalismo, insuficiência adrenal ou Doença de Addison 
• Causa: atrofia primária ou lesão do córtex adrenal (geralmente por autoimunidade), destruição tuberculosa da 
glândula ou invasão do córtex por câncer. Pode ser causa secundária, por comprometimento da hipófise, levando 
à produção insuficiente de ACTH. 
• Consequências: deficiência de mineralocorticoides (grande excreção de sódio, cloreto e água; redução do volume 
extracelular; hiponatremia, hipercalemia, acidose leve; queda do volume plasmático, débito cardíaco e pressão 
sanguínea); Deficiência de glicocorticoides (não consegue normalizar glicose sanguínea entre refeições; redução 
de mobilização de proteínas e lipídeos; fraqueza muscular); extrema sensibilidade a efeitos de estresse e 
infecções. Pigmentação de pele e mucosas com melanina, formando manchas. 
Hiperadrenalismo, síndrome de Cushing 
• Anormalidades relacionadas à alta secreção de cortisol e também androgênios. 
• Causas: adenoma de hipófise anterior (aumento de ACTH), função anormal do hipotálamo (aumento de CRF), 
secreção ectópica de ACTH por tumor, adenomas do córtex adrenal. Pode ocorrer também devido à 
administração de glicocorticoides por longos períodos. 
• Causa mobilização de gordura da parte inferior do corpo, e sua deposição concomitante em região torácica e 
epigástrica. Aparência edematosa da face. A secreção excessiva de androgênios pode levar a acne e hirsutismo 
(crescimento excessivo de pelos faciais). 
• Aumento da concentração sanguínea de glicose, resultando do aumento da gliconeogênese e menor utilização por 
tecidos; Grande redução de proteínas teciduais, exceto no fígado e proteínas plasmáticas; Perda de proteínas 
musculares, causando fraqueza intensa. Bloqueio da síntese de proteínas no sistema imune, causando forte 
imunossupressão. Aparecimento de estrias arroxeadas, devido à menor deposição de proteínas colágeno no tecido 
subcutâneo.

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