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Strongyloides stercoralis - Estrongiloidíase

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Posição Taxonômica 
• Filo: Aschelminthes 
• Classe: Nematoda 
• Ordem: Rhabditorida 
• Família: Strongyloididae 
• Gênero: Strongyloides 
• Espécie: Strongyloides stercoralis
 
Epidemiologia 
• É uma doença intestinal que acomete os seres humanos 
 
• Apresenta distribuição mundial, especialmente em 
regiões tropicais e subtropicais, a maioria infectando 
mamíferos (homem, cães, gatos e macacos) 
 
• Nos países desenvolvidos, prevalece em agricultores 
e trabalhadores rurais, enquanto nos países tropicais 
prevalece em crianças 
 
• É considerado um problema médico devido a: 
o Facilidade de transmissão 
o Caráter de cronicidade 
o Autoinfecção, originando formas graves de 
hiperinfecção e disseminação 
o Reagudização em indivíduos imunodeprimidos que, 
muitas vezes, evoluem para óbito 
 
 
• Fatores que afetam a distribuição da doença: 
o Presença de fezes de homens ou animais 
infectados 
 
o Presença de larvas infectantes no solo 
 
o Solo arenoso ou areno-argiloso, úmido, com 
ausência de luz solar direta 
 
o Temperatura entre 25 – 30°C 
 
o Condições sanitárias e hábitos higiênicos 
inadequados 
 
o Contato com alimento contaminado por água de 
irrigação poluída com fezes 
 
o Não utilização de calçados – em pessoas 
descalças, a penetração pela larva ocorre nos 
espaços interdigitais (entre os dedos) e lateralmente 
nos pés 
▪ A região plantar, quando muito espessa, oferece 
resistência, sendo uma barreira para o parasito 
penetrar 
Morfologia 
 
• A: Fêmea de vida livre; 
• 
• B: Macho de vida livre; 
• 
• C: Ovo; 
• 
• D: Larva rabditoide; 
• 
• E: Larva filarioide (infectante); 
• 
• F: Fêmea 
• Partenogenética parasita. 
• 
• a: boca; b: esôfago; 
• c: anel nervoso; 
• d: poro excretor; 
• e: intestino; f: ovário; 
• g: útero; h: vulva; i: ânus 
 
Fêmea Partenogenética parasitária (3n) 
• Localize-se na parede do intestino, mergulhadas nas criptas da mucosa duodenal, principalmente nas 
glândulas de Lieberkuhn, e na porção superior do jejuno 
o Na forma grave é encontrada na porção pilórica do estômago até o intestino grosso 
 
• A fêmea apresenta corpo cilíndrico, filiforme, alongado, com a extremidade 
anterior arredondada e posterior afiliada, medindo em torno de 1,7 – 2,5mm de 
comprimento/0,03 – 0,04 de largura 
 
o Apresenta uma cutícula fina e transparente, levemente estriada 
transversalmente, aparelho digestivo com boca contendo 3 lábios, esôfago longo 
(ocupa ¼ do corpo do parasito), tipo filarioide/filariforme, cilíndrico, circundado por um 
colar esofagiano (anel nervoso), seguido do intestino e terminando no ânus, próximo à 
extremidade posterior 
 
o O aparelho genital é composto por um útero em disposição anfidelfa ou divergente contendo entre 30 – 40 
ovos já larvados; além disso, apresenta ovários, ovidutos e a vulva localizada no terço posterior do corpo; 
não há receptáculo seminal 
 
o É ovovivípara; elimina na mucosa intestinal o ovo já em estado larvário 
 
• É a única encontrada no intestino 
 
Fêmea de vida livre (ou estercoral – 2n) 
• Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior afilada, medindo em torno de 
0,8 – 1,2 mm de comprimento/0,05 – 0,07 de largura 
o Apresenta uma cutícula fina e transparente, com finas estriações 
 
o O aparelho genital é constituído por um útero anfidelfo, contendo até 28 ovos em diferentes estados 
evolutivos; além disso, apresenta ovários, ovidutos e a vulva situada próxima ao meio do corpo 
 
o Apresenta receptáculo seminal 
 
Macho de vida livre 
• Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente, 
medindo entre 0,6 – 0,8mm de comprimento/0,04 – 0,05mm de largura 
 
• Apresenta aparelho digestivo contendo uma boca com 3 lábios, esôfago tipo rabditoide, seguido de intestino 
terminando em cloaca 
 
• O aparelho genital é composto por testículos, vesícula seminal, canal deferente e canal ejaculador que se 
abre na cloaca, além de 2 pequenos espículos que irão auxiliar na cópula, e que se deslocam sustentados 
pelo gubernáculo (estrutura quitinizada) 
 
Ovos 
• São elípticos, de parede fina e transparente 
 
• Os ovos originários da fêmea patogenética medem 0,05 de 
comprimento/0,03 de largura 
 
• Os ovos da fêmea de vida livre são maiores, medindo 0,07 
de comprimento/0,04 de largura 
 
• Podem ser observados nas fezes de indivíduos com diarreia 
grande ou após a utilização de laxantes 
 
 
 
Larvas 
Larva rabditoide 
• São originárias das fêmeas patogenéticas e são praticamente 
indistinguíveis das fêmeas de vida livre 
o Larva que sai do ovo (L1 – imagem à esquerda), sofrendo 
muda para L2 (imagem à direita) e saindo junto com o bolo fecal 
 
• Medem entre 0,2 – 0,03 de comprimento/0,015 de largura, 
apresentam cutícula fina e hialina, um esôfago ondulado e 
rabditoide (dá origem ao nome) que se inicia após o curto 
vesículo bucal (a sua profundidade é sempre menor que o 
diâmetro da larva) e se divide em corpus (C), istmo (I) e bulbo (B) 
 
• Apresenta um primórdio genital nítido (apontado pela seta), formado por 
um conjunto de células localizadas abaixo do meio do corpo, terminando 
em uma cauda pontiaguda (difere da cauda dos ancilostomídeos) 
 
• Visualizadas a fresco, se mostram muito ágeis com movimentos 
ondulatórios 
 
 
Larva filarioide 
• É a forma infectante do parasito (L3), capaz de penetrar pela pele ou mucosa, além de 
serem vistas no meio, podendo evoluir no hospedeiro, ocasionando os 
casos de autoinfecção interna 
 
• Medem entre 0,35 – 0,50mm de comprimento/0,01 – 0,030nm 
de largura, apresentam cutícula fina e hialina, um esôfago(E) fino, 
alongado, arredondado e filarioide (dá origem ao nome) que 
corresponde a ½ do comprimento da larva, além de vesículo 
bucal (VB) curto (difere dos ancilostomídeos, que é 
alongado) e intestino terminando em ânus, um pouco 
distante da extremidade posterior, e porção anterior 
ligeiramente afilada e a posterior afina-se gradualmente, 
terminando em uma cauda entalhada (apontado pelo 
círculo) 
 
• Fazem ciclo pulmonar 
 
Transmissão 
• As larvas filarioides infectantes (L3) penetram, usualmente, através da pele ou através das mucosas 
 
• Podem viver no solo como formas livres 
 
• Heteroinfecção (primo-infecção): penetração de larvas infectantes presentes no ambiente na pele e 
mucosas; é o modo de infecção mais frequente 
 
• Autoinfecção externa (ou exógena): ocorre pela transformação das larvas infectantes na região perianal e 
penetram novamente no organismo do hospedeiro; pode ocorrer em crianças, idosos ou pacientes 
internados, que defecam em fraldas ou nas roupas, ou ainda em indivíduos que, por deficiência de higiene, 
deixam resíduos de fezes na região 
 
• Autoinfecção interna (ou endógena): as larvas rabditoides, ainda no lúmen intestinal, se transformam em 
larvas infectantes (filarioides) que penetram na mucosa intestinal (íleo e cólon); pode cronificar a doença por 
semanas ou anos, podendo ocorrer em algum retardo da passagem da matéria fecal e em casos de 
pacientes imunodeprimidos (transplantados, AIDS, etc) 
o Pode acelerar-se, provocando um aumento no n° de parasitos no intestino e nos pulmões, causando a 
hiperinfecção, ou disseminar pelos órgãos do paciente, causando a forma disseminada 
 
o A autoinfecção aumenta devido ao grande n° de larvas filarioides que penetram na mucosa dos intestinos e 
se alojam, posteriormente, nos capilares pulmonares, onde observam-se sintomas respiratórios como 
pneumonia e asma 
 
Ciclo biológico 
 
• É um ciclo monoxênico 
 
• As fases do ciclo se passam em um solo arenoso, umidade alta, temperatura entre 25 – 30°C e ausência de luz 
solar direta 
 
• As larvas rabditoides, eliminadas nas fezes, podem seguir 2 ciclos: 
a. Ciclo direto (ou partenogenético): as larvas rabditoides (3n), quando chegam no solo ou na regiãoperianal, 
após 24 – 72h, se transformam em larvas infectantes (filarioides) 
 
b. Ciclo indireto (ou de vida livre): as larvas rabditoides sofrem 4 transformações no solo e, após 18 – 24h 
transformam-se em machos e fêmeas de vida livre os quais, após acasalarem, darão origem a ovos 
triploides (3n), e as larvas rabditoides vão evoluir a filarioides (3n) infectantes 
 
o Isso acontece devido a constituição genética das fêmeas partenogenéticas, que são triploides (3n) e 
podem produzir, simultaneamente, 3 tipos de ovos que podem originar 3 tipos de larvas rabditoides: 
a. Larva rabditoide triploide: origina larvas filarioides triploides infectantes, que completam o ciclo direto 
 
b. Larva rabditoide diploide: origina fêmeas de vida livre que vão completar o ciclo indireto 
 
c. Larva rabditoide haploide: origina machos de vida livre que vão completar o ciclo indireto 
 
• Os dois ciclos se completam com a penetração de 
L3 através da pele ou mucosa oral, esofágica ou gástrica 
do hospedeiro, que irão secretar melanoproteases 
(auxilia na penetração e na migração através dos 
tecidos) algumas morrem no local, enquanto outras 
atingem a circulação sanguínea e, através dela, chega 
ao coração e aos pulmões onde, nos capilares 
pulmonares, se transformam em L4, atravessam a 
membrana alveolar e através da migração na árvore 
brônquica, chegam a faringe, onde serão expelidas ou 
deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se 
transformarão em fêmeas partenogenéticas que, 
quando atingirem a fase adulta, irão depositar ovos 
larvados na membrana intestinal, onde irão eclodir e 
alcançar o lúmen do intestino 
 
o Os ovos não são eliminados no solo através das 
fezes e sim as larvas, as quais vão se transformar em 
filarioides infectantes e penetrar na pele do hospedeiro 
 
o O período pré-patente (tempo entre a penetração da larva até que se torne adulta e elimine ovos larvados 
– eclosão das larvas no intestino) é de aproximadamente 15 – 25 dias 
 
Ação 
• Ação mecânica 
• Ação traumática 
• Ação irritativa: a penetração das larvas na pele 
ocasiona em dermatites pruriginosas 
• Ação tóxica 
• Ação antigênica das fêmeas, larvas e ovos 
 
Patogênese 
• Pode ser assintomático, sintomático e grave 
• Quadro assintomático: são portadores de um número pequeno do parasito; geralmente dificulta o 
diagnóstico – não significa ausência de ação patogênica e de lesões 
 
• Quadro sintomático: lesões cutâneas, síndrome de Loeffler, lesões intestinais, anemia, emagrecimento, 
irritabilidade, dor abdominal, inchaço, azia, episódios intermitentes de diarreia, constipação e tosse seca 
o Raramente artrite, problemas renais e problemas cardíacos 
 
• Quadro grave: risco de vida em pessoas em uso contínuo de corticosteroides – correm risco de hiperinfecção 
o Geralmente relacionam-se com fatores extrínsecos, principalmente pela carga parasitária adquirida, e com 
fatores intrínsecos como a subalimentação com carência de proteínas, provocando enterite; diarreia e 
vômitos facilitando os mecanismos de autoinfecção; alcoolismo crônico, infecções parasitárias e 
bacterianas associadas; comprometimento da resposta imune; intervenções cirúrgicas gastroduodenais e 
outras que utilizem anestesia geral, facilitando a estase broncopulmonar 
o Hiperinfecção: o quadro mais severo que pode ser letal quando, além dos sintomas já mencionados, podem 
acontecer infecções secundárias como meningite por gram negativos, endocardite, sepse devido à 
entrada dos microrganismos na corrente sanguínea, e peritonite 
 
• Cutânea: geralmente são os primeiros sintomas a serem detectados; discreta, ocorre nos pontos de 
penetração das larvas no corpo e são comuns na reinfecção; caracterizada por edema, prurido e pápulas 
hemorrágicas 
 
• Pulmonar: de intensidade variável, porém, presente em todos os indivíduos que são infectados; varia de tosse 
com ou sem expectoração até broncopneumonia, insuficiência respiratória e edema pulmonar (Síndrome de 
Loeffler) 
 
• Intestinal: inflamações de intensidade variável, causando dor epigástrica, diarreia em surtos, náuseas e 
vômitos, enterite catarral (inflamação com produção de muco), enterite edematosa (síndrome da má 
absorção), enterite com ulceração (formação de úlceras e invasão bacteriana), além de emagrecimento e 
comprometimento geral do paciente, podendo levar a morte 
 
• Infecção disseminada: observada principalmente em pacientes imunocomprometidos, resultante da 
autoinfecção interna, normalmente culmina no óbito do paciente; pode causar alterações nos rins, fígado, 
vesícula biliar, coração, cérebro, pâncreas, tireoide, adrenais, próstata, glândulas mamárias e linfonodos 
 
Diagnóstico 
• O diagnóstico clínico é difícil devido ao fato de 50% dos casos serem assintomáticos e a sintomatologia ser 
similar a outras helmintíases 
 
• Pesquisa de larvas nas fezes através do Método de Baermann-Moraes e do Método de Rugai, baseados no 
hidrotermotropismo das larvas; utiliza-se amostras frescas, sem conservante, em água morna na temperatura 
entre 40 – 45°C 
 
 
Aparelho de Baermann: 
 (a) Funil e tubo de borracha com pinça de Mohr; 
(b) Funil com peneira de arame; (c) Gaze contendo 
fezes. 
 
• Método de Harada e Mori: utilizados na cultura de larvas 
nematoides nas fezes em tubo de ensaio; recortar uma tira de papel 
filtro espesso, untar com as fezes e introduzir o papel em um tubo de 
ensaio grande em temperatura ambiente durante 1 – 2 semanas 
 
• Pesquisa de larvas nas secreções: pode ser realizado no escarro 
e em outras secreções pulmonares 
 
• Diagnóstico por imagem (raio x) – método indireto utilizado 
principalmente para verificar alterações pulmonares; além disso, pode 
ser feita a endoscopia digestiva e a biópsia intestinal 
 
• Métodos imunológicos: mais utilizados na avaliação da resposta imune em pacientes assintomáticos, 
utilizando principalmente a imunofluorescência indireta e o ELISA 
 
• Além das fezes, o diagnóstico pode ser feito através do líquido pleural, líquido cefalorraquidiano e exsudato 
pulmonar 
 
Tratamento 
• É considerada uma doença difícil de ser tratada, além de nem todas as drogas anti-helmínticas fazerem 
efeito 
• Dentre as drogas dos benzimidazólicos utilizados, estão: 
o Ivermectina 200mcg/kg/peso – VO; utilizado principalmente em formas graves e disseminadas e em 
pacientes com AIDS; apresenta efeitos colaterais, como diarreia, anorexia e prurido 
 
o Tiabendazol: atua somente sobre as fêmeas partenogenéticas, provavelmente na inibição do 
desencadeamento das vias metabólicas do parasito 
 
o Cambendazol: atua sobre as fêmeas partenogenéticas e sobre larvas 
 
Larva em lavado 
broncoalveolar 
o Albendazol: atua sobre as fêmeas partenogenéticas e sobre larvas 
 
o Mebendazol 
▪ Contraindicações: gestantes e lactantes 
 
Profilaxia 
• Tratamento em áreas endêmicas 
 
• Hábitos higiênicos 
 
• Lavagem adequada dos alimentos 
 
• Lavagem das mãos, principalmente após o uso de sanitários 
 
• Utilização de calçados 
 
• Educação e higiene sanitária 
 
• Saneamento básico 
 
• Alimentação saudável 
 
• Diagnóstico e tratamento de indivíduos com AIDS e imunodeprimidos

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