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Estrongiloidíase - Resumo

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Estrongiloidíase 
 
Agente etiológico Strongyloides stercoralis. Apresenta distribuição mundial, 
especialmente nas regiões tropicais. Importância de saúde pública indivíduos 
imunodeprimidos. 
 
Morfologia 
 
Seis formas evolutivas: 
 
Fêmea partenogenética parasita Corpo cilíndrico, aspecto filiforme longo, 
extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Mede de 1,7 a 2,5 mm de 
comprimento por 0,03 a 0,04 mm de largura. Cutícula fina e transparente, levemente 
estriada no sentido transversal em toda a extensão do corpo. Aparelho digestivo simples 
com boca contendo três lábios; esôfago longo, tipo filarióide, cilíndrico, circundado na 
região anterior por um anel nervoso (colar esofagiano); seguido pelo intestino simples, 
terminando em ânus, próximo da extremidade posterior. Aparelho genital: útero em 
disposição divergente, com ovários, ovidutos e a vulva, localizada no terço posterior do 
corpo. Ovos: alinhados em diferentes estágios de desenvolvimento embrionário, no 
máximo até nove em cada ramo uterino, o anterior e o posterior. Não há receptáculo 
seminal. A fêmea é ovovivípara, eliminando na mucosa intestinal o ovo já larvado; a 
larva rabditóide, frequentemente libertada ainda no interior do hospedeiro, torna-se a 
forma evolutiva de fundamental importância no diagnóstico. 
 
Fêmea de vida livre Fusiforme, extremidade anterior arredondada e posterior 
afilada. Mede de 0,8 a 1,2 mm de comprimento por 0,05 a 0,07 mm de largura. Cutícula 
fina e transparente. Aparelho digestivo simples; boca contendo três lábios; o esôfago, 
que é curto, tem aspecto rabditóide, dividido em três porções: uma anterior, cilíndrica e 
alongada (corpo), uma intermediária, estreitada (istmo), e uma posterior, globulosa 
(bulbo, seguido pelo anel nervoso). Intestino: simples e de difícil observação devido a 
presença dos órgãos genitais; terminando em ânus. Aparelho genital é constituído de 
útero anfidelfo, contendo até 28 ovos, ovários, ovidutos e a vulva situada próxima ao 
meio do corpo. Apresenta receptáculo seminal. 
 
Macho de vida livre Fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior 
recurvada ventralmente. Mede 0,7 mm de comprimento por 0,04 mm de largura. Boca 
com três lábios, esôfago tipo rabditóide, seguido de intestino terminando em cloaca. 
Aparelho genital contendo testículos, vesícula seminal, canal deferente e canal 
ejaculador, que se abre na cloaca. Apresenta dois pequenos espículos, auxiliares na 
cópula, que se deslocam sustentados por uma estrutura quitinizada denominada 
gubernáculo. 
 
Ovos Elípticos, de parede fina e transparente. Os originários da fêmea parasita 
medem 0,05 mm de comprimento por 0,03 mm de largura e os da fêmea de vida livre 
são maiores, medindo 0,07 mm de comprimento por 0,04 mm de largura. 
Excepcionalmente, os ovos podem ser observados nas fezes de indivíduos com diarréia 
grave ou após utilização de laxantes. 
 
Larvas rabditóides O esôfago, que é do tipo rabditóide, dá origem ao nome das 
larvas. As originárias das fêmeas parasita são praticamente indistinguíveis das 
originadas das fêmeas de vida livre. Cutícula fina e hialina. Medem 0,2 a 0,03 mm de 
comprimento por 0,015 mm de largura. O intestino termina em ânus afastado da 
extremidade posterior. Terminam em cauda pontiaguda. As larvas L1 ou L2 originadas 
da fêmea parasita atingem o meio externo, sendo encontradas de uma a 25 larvas por 
grama de fezes. Nas formas disseminadas são encontradas na bile, no escarro, na urina, 
nos líquidos duodenal, pleural e cefalorraquiano (LCR). 
 
Diferenças entre larvas rabditóides de S. stercoralis e de ancilostomídeos 
S. stercoralis Ancilostomídeos 
Vestíbulo bucal curto, cuja profundidade é 
sempre inferior ao diâmetro da larva 
Vestíbulo bucal é alongado e sua 
profundidade é igual ao diâmetro do corpo 
(10 µm) 
Primórdio genital nítido formado por um 
conjunto de células localizadas um pouco 
abaixo do meio do corpo 
Apresentam somente vestígio de 
primórdio genital 
 
Larvas filarióides O esôfago, que é do tipo filarióide, dá origem ao nome das 
larvas. Este é longo, correspondendo a metade do comprimento da larva. Cutícula fina e 
hialina. Medem de 0,35 a 0,50 mm de comprimento por 0,01 a 0,03 mm de largura. 
Vestíbulo bucal curto; intestino terminando em ânus, um pouco distante da extremidade 
posterior. A porção anterior é ligeiramente afilada e a posterior afina-se gradualmente 
terminando em duas pontas, conhecida com cauda entalhada, que a diferencia das larvas 
filarióides de ancilostomídeos, que é pontiaguda. Esta é a forma infectante do parasito 
(L3) capaz, portanto, de penetrar pela pele ou pelas mucosas; além de serem vistas no 
meio ambiente, também podem evoluir no interior do hospedeiro, ocasionando os casos 
de auto-infecção interna. 
 
Ciclo de vida 
 
As larvas rabditóides eliminadas nas fezes do indivíduo parasitado podem seguir dois 
ciclos: o direto, ou partenogenético, e o indireto, sexuado ou de vida livre, ambos 
monoxênicos. Isto ocorre devido a constituição genética das fêmeas partenogenéticas, 
parasitas que são triplóides (3n) e podem produzir, simultaneamente, três tipos de ovos, 
dando origem a três tipos de larvas rabditóides: 
 
1) Larvas rabditóides triplóides (3n) Larvas filarióides triplóides infectantes (ciclo 
direto). 
 
2) Larvas rabditóides diplóides (2n) Fêmeas de vida livre (ciclo indireto). 
 
3) Larvas rabditóides haplóides (ln) Machos de vida livre (ciclo indireto). 
 
Ciclo direto Larvas rabditóides triplóides (3n) Penetração na pele ou 
mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro Circulação venosa/linfática 
Coração e Pulmões Capilares pulmonares (transformação em L4) Atravessam 
a membrana alveolar e, migrando pela árvore brônquica, chegam à faringe Podem 
ser expelidas pela expectoração que provocam, ou serem deglutidas, atingindo o 
intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas Ovos são 
depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal Fezes. 
 
Ciclo indireto Larvas rabditóides (2n e 1n) sofrem quatro transformações no solo e 
após 18 a 24 horas, produzem fêmeas e machos de vida livre Os ovos originados 
do acasalamento das formas adultas de vida livre serão triplóides, e as larvas rabditóides 
evoluem para larvas filarióides (3n) infectantes Penetração no hospedeiro 
Continuação igual a do ciclo direto. 
 
Transmissão 
 
Hetero ou Primoinfecção: Larvas filarióides infectantes (L3) penetram usualmente 
através da pele ou, ocasionalmente, através das mucosas, principalmente da boca e do 
esôfago. Este modo de transmissão parece ser o mais frequente. 
 
Auto-infecção externa: Larvas rabditóides presentes na região perianal de indivíduos 
infectados transformam-se em larvas filarióides infectantes e aí penetram completando o 
ciclo direto. 
 
Auto-infecção interna: Larvas rabditóides, ainda na luz intestinal de indivíduos 
infectados, transformam-se em larvas filarióides, que penetram na mucosa intestinal 
(íleo ou cólon). Este tipo de infecção mostra-se potencialmente grave em indivíduos 
imunodeprimidos, podendo evoluir para uma hiperinfecção (elevação do número de 
parasitos no intestino e nos pulmões, mais frequente e fatal) ou uma infecção de forma 
disseminada (disseminação dos parasitos por vários órgãos do paciente). 
 
Patogenia e Sintomatologia 
 
Formas graves da doença dependem de fatores extrínsecos (carga parasitária e cepa 
adquirida) e intrínsecos (resposta imune do hospedeiro, idade, estado nutricional, 
alcoolismo crônico, tabagismo etc.). Conforme as regiões afetadas: 
 
Cutânea Ocorre nos pontos de penetração das larvas. Em reinfecções há reação de 
hipersensibilidade com formação de edema, eritema, prurido, pápulas hemorrágicas e 
urticárias. 
 
PulmonarTosse, febre, dispneia, crises asmatiformes, hemorragias. 
 
Intestinal Enterite catarral, enterite edematosa e enterite ulcerosa, sendo este 
último quadro irreversível e de maior gravidade. 
 
Infecção disseminada Observada em pacientes imunocomprometidos. Larvas 
rabditóides e filarióides alcançam a circulação e se disseminam para múltiplos órgãos. 
Este quadro pode complicar-se com infecções bacterianas secundárias. Ocorrem dor 
abdominal, vômitos, diarreia intensa, pneumonia hemorrágica, broncopneumonia 
bacteriana, insuficiência respiratória, culminando com óbito. 
 
Diagnóstico: A sintomatologia confunde-se com outras parasitoses intestinais. O exame 
de fezes laboratorial direto não é adequado, devido a liberação das larvas nas fezes ser 
mínima e irregular na infecção moderada. O indicado é o exame parasitológico de fezes 
específico (métodos de Baermann-Moraes e de Rugai), baseado no hidrotermotropismo 
das larvas. 
 
Profilaxia: Hábitos higiênicos, principalmente a lavagem adequada dos alimentos, 
utilização de calçados, educação e engenharia sanitária. Tratamento específico de todos 
os indivíduos parasitados, mesmo que assintomáticos. 
 
Tratamento: Tiabendazol, Cambendazol, Albendazol e Ivermectina.