Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIARRÉIA PERSISTENTE O lactente da questão apresenta sinais evidentes de desidratação, como irritabilidade, olhos fundos, sinal da prega com desaparecimento lento e sede intensa. Não há sinais de desidratação grave. Nestes casos, definidos pela OMS como desidratação não-grave ou, simplesmente, desidratação, indica-se o plano B. Este plano de tratamento consiste na administração de 50- 100ml/kg de solução reidratante oral contendo 75mEq/l de sódio, durante 4-6 horas, na unidade de saúde onde é feito o atendimento do paciente. RESPOSTA DO EXERCÍCIO ANTERIOR... DIARRÉIA PERSISTENTE • Síndrome clínica que ocorre após 01 episódio de DA; • Caráter presumivelmente infeccioso; • Se prolonga ≥ a 14 dias • Comprometimento na digestão e absorção de macro e micronutrients • Sérios riscos de desnutrição • Prevalece o efeito osmótico • 56,9 % de DAevoluiu para DP (Lins e Silva, 2002) • Mortes por DP: 6 3% - Brasil (OMS, 1985) DEFINIÇÃO DIARREIA PERSISTENTE ETIOLOGIA ► Bactérias: - Escherichia coli enteroagregativa; - Escherichia coli enteropatogênica; - Campylobacter spp; - Salmonella Enteritides; - Shigella spp; - Clostridium difficile; - Arcobacter butzleri; - Klebsiella spp. DIARREIA PERSISTENTE ETIOLOGIA ► Parasitas: - Giardia lamblia; - Blastocystis hominis*; - Cryptosporidium spp*; - Entamoeba histolytica; - Cyclospora cayetanensis*; - Enterocytozoonbieneusi (Microsporidium spp)*. ► Vírus: - Astrovírus humano; - Enterovírus; - Picornavírus. * Especialmente associados com infecções pelo HIV. DIARREIA PERSISTENTE FATORES DE RISCO ❑ Hospedeiro ❑ Idade: < 1 ano ❑ Baixo peso ao nascer ❑ Desnutrição ❑ Deficiência imunológica ❑ Infecções prévias ❑ Hábito alimentar ❑ Aleitamento materno ausente ❑ Desmame precoce ❑ Introdução de leite de vaca ❑ Microrganismos isolados ❑ E. Coli ❑ Rotavírus ❑ Medicamentos ❑ Metronidazol ❑ Antibióticos ❑ Prática alimentar durante a diarreia ❑ Jejum ❑ Aleitamento artificial ❑ Escolaridade materna DIARRÉIA PERSISTENTE FISIOPATOLOGIA A Doença Diarréica Aguda pode se prolongar por: 1. Persistência de fatores que provocam/ perpetuam lesão de mucosa: microorganismos, alteração da barreira mucosa, dieta, sais biliares 2. Capacidade retardada de regeneração da mucosa: Desnutrição protéico-calórica crônica DIARRÉIA PERSISTENTE A restrição alimentar de uma criança com diarreia persistente, pode diminuir o processo de renovação da mucosa intestinal e a produção de enzimas na borda em escova DIARRÉIA PERSISTENTE • E m situação de normalidade a absorção predomina sobre a secreção Inibição do processo de absorção Estímulo da secreção DIARREIA FISIOPATOLOGIA DA DP DIARRÉIA PERSISTENTE • Lesão da mucosa do ID: Diminuição de enzimas (enteroquinase, dissacaridases, tripeptidases, dipeptidases) e hormônios intestinais (gastrina, secretina, CCK) Comprometimento digestão e absorção Moléculas osmoticamente ativas no lúmen intestinal mecanismo osmótico FISIOPATOLOGIA DA DP DIARRÉIA PERSISTENTE • Lesão dos enterócitos: • Células da cripta aumentam a mitose visando recuperação da mucosa lesionada Não se diferenciam n e m amadur ecem Atingem topo das vilosidades intestinais com características de células da cripta secretoras de água e eletrólitos FISIOPATOLOGIA DA DP DIARRÉIA PERSISTENTE Lesão dos enterócitos: •Diminuição das células vilositárias com capacidade de absorver água Aumento d a águ a no lú men Diarréia FISIOPATOLOGIA DA DP DIARRÉIA PERSISTENTE Lesão dos enterócitos: Lactase (enzima de superfície)- primeira enzima a ser depletada e última a ser reposta INTOLERÂNCIA À LACTOSE FISIOPATOLOGIA DA DP DIARRÉIA PERSISTENTE • Lactose e outros CHO não digeridos servem de substratos para bactérias intestinais Fermentação Produção ácidos lático e acético Formação de gases Distensão abdominal pH fecal ácido FISIOPATOLOGIA DA DP DIARRÉIA PERSISTENTE DIAGNÓSTICO • Essencialmente clínico (quadro semelhante ao da diarréia aguda, associado à síndrome de má absorção); •Vulnerabilidade imunológica (favorecendo infeções) 1.Restabelecer equilíbrio hidro-eletrolítico e repor perdas fecais (SRO); 2. Manter alimentação pela via enteral (oral ou SONDA); 3.Alimentação hipercalórica e equilibarada em macro e micronutrientes; 4.Em crianças desnutridas utilizar fórmulas hipoalegênicas e com redução do teor de lactose; 5.Suplementação com zinco (10 mg), vitamina A (400µg), ácido fólico (50ug) e Vit. B12, cobre (1 mg) e magnésio (80 mg) por 02 a 03 semanas em crianças com DEP grave. MANEJO TERAPEUTICO DIARRÉIA PERSISTENTE MANEJO DIETÉTICO SUPORTE NUTRICIONAL • Boa relação protéico/calórica (110 kcal / kg / dia) • Restringir lactose, suplementação com zinco • Manutenção do aleitamento materno/relactação • Crianças com aleitamento artificial: - Fórmulas sem lactose - Fórmulas semi-elementares (sem lactose e proteínas parcialmente hidrolisadas) - Fórmulas elementares (aminoácidos puros) - Dieta por sonda (?) DIARRÉIA PERSISTENTE • ► Não há evidencia de benefícios no uso de antibioticoterapia x Terapia Nutricional; • ► Não há recomendação de uso de NPT para tratamentoda DP; • ►Mesmo com tratamento dietético a frequência evacuatória demora a reduzir e mesmo a cessação da diarreia; MANEJO TERAPEUTICO DIARRÉIA PERSISTENTE REFERÊNCIAS ■ Ending preventable child deaths from pneumonia and diarrhoea by 2005. World Health Organization. Geneva, 2013. ■ Diarrhoea. Why children are still dying and what can be done? UNICEF/WHO, 2009. ■ Boschi-Pinto C, Velebit L, Shibuya K. Estimating child mortality due to diarrhoea in developing countries. Bull World Health Organ. 2008;86:710-7. ■ Morais MB, Tahan S, Mello CS. Diarreia aguda: Probióticos e outros coadjuvantes na terapêutica. Atualidades em clínica cirúrgica intergastro e trauma 2012. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 539-549. ■ Organización Mundial de La Salud – Tratamiento y prevención de la diarrea aguda. Ginebra: OMS; 1989. ■ Ministério da Saúde. Assistência e controle das doenças diarreicas. Ministério da Saúde, Brasília, 1993, 44p. ■ World Health Organization. The Treatment of Diarrhoea – A Manual for Physicians and Other Senior Health Workers (WHO/CAH/03.7). Geneva: World Health Organization, 2005. 44p. ■ Ministério da Saúde do Brasil. Manejo do paciente com diarreia. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/ manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf ■ Guarino A, Ashkenazi S, Gendrel D, Lo Vecchio A, Shamir R, Szajewska H, et al. European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition/European Society for Pediatric Infectious Diseases evidencebased. guidelines for the management of acute gastroenteritis in children in Europe: update 2014.J PediatrGastroenterol Nutr. 2014 Jul;59(1):132-52. ■ Gutiérrez-Castrellón P, Salazar-Lindo E, Polanco-Allué I, Grupo Ibero-Latinoamericano sobre el manjeo de la diarrea aguda (GILA). Guía de práctica clínica iberolatinoamericana sobre el manejo de la gastroenteritis aguda en menores de 5 años: enfoque, alcances y diseño. An Pediatr (Barc). 2014;80(Supl 1):1-4. ■ Salazar-Lindo E, Polanco-Allué I, Gutiérrez-Castrellón P, Grupo IberoLatinoamericano sobre el Manejo de la Diarrea Aguda (GILA). Guía de práctica clínica iberolatinoamericana sobre el manejo de la gastroenteritis aguda en menores de 5 años: tratamiento farmacológico E. An Pediatr (Barc). 2014;80(Supl 1):15-22. ■ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8ª ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 444p. Série B. Textos Básicos de Saúde. ■ Szajewska H, Guarino A, Hojsak I, Indrio F, Kolacek S, Shamir R, et al. Use of Probiotics for Management of Acute Gastroenteritis: A Position Paper by the ESPGHAN Working Group for Probiotics and Prebiotics. J Pediatr Gastroenterol Nut 2014; 58:531-9. OBRIGADA PELA ATENÇÃO!
Compartilhar