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Educação asteca

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Educação asteca
"Meu amado filho... saiba e entendas que aqui onde nasceste não é a tua casa, porque és soldado e criado, és ave a que chamam Quecholli... esta casa onde nasceste é somente um ninho... teu ofício é dar de beber ao sol com o sangue dos inimigos, e dar de comer à terra, que se chama Tlaltecuhtli, com os corpos de seus inimigos..."
Os astecas chegaram tardiamente ao México central, no século XIII, viveram nesse território e alcançaram sua ascensão no reinado de Itzcoatl (1428-1440). Em meados de 1519, dominavam com sucesso a maior parte do México. Suas influências linguísticas, religiosas e culturais se impuseram desde o Atlântico até o Pacífico, das regiões áridas setentrionais até a Guatemala. Tenochtitlán, a capital asteca, se destacava pela arquitetura, escultura, pelo luxo no vestuário, na mesa, nos jardins e na prática da ourivesaria.
A educação para os cidadãos astecas ocupava uma destacada relevância. Iniciava-se nos lares, acompanhada de conselhos e da exigência de tarefas ordenadas pelos pais, e demonstrava uma elevada rigorosidade. Ainda no seio familiar, aprendiam a confecção de pequenos trabalhos, costumeiramente associados aos ofícios dos pais. Os astecas também possuíam escolas para serem frequentadas após a adolescência; a sabê-las: Telpuchcalli, Calmecac e Cuicacalli. Utilizavam a língua náuatle, e embutiam importante ênfase na preparação militar e religiosa. Determinações sociais e de gênero procediam conjuntamente, sendo possível visualizar tais diferenciações mediante a família e a escola frequentada. Era, portanto, realizada de forma informal pela família e, com formalidade, pelas instituições públicas.
Educação informa infância e adolescência 
Iniciada no lar e de cunho familiar, a educação dos astecas demonstrara ser uma formação de grande dificuldade. As exigências cotidianas de perfil militar, embutidas nos cidadãos astecas desde seus primeiros anos, induziram determinados tratamentos para o fortalecimento corporal e mental destes. O frio, o calor, a fome; erguer pesos e caminhar; pequenos trabalhos cognitivos, entre outros exemplos, eram pequenas provas instigadoras para a formação desta personalidade desejada – provas tais aplicadas desde uma idade bastante reduzida. Pequenas tarefas colocadas aos garotos, como buscar água, ou outras às meninas, como alguns ensinamentos de costura, eram estimuladores para tal perfil, e até aqui sem maiores diferenciações pela classe social: o preparo possuía um interesse central, e este era o aspecto militar, sobretudo.
Pós - Adolescência 
A educação pós – adolescência cabia a escolas organizadas pelo próprio estado eram elas 3 escolas Telpuchcalli, Calmecac e Cuicacalli, cada escola tinha um proprosito diferente de ensino, a Calmecac é a escola de ensino de sacerdotes, destinada população mais nobre da sociedade, Telpuchcalli era a escola militar e Cuicacalli escola de musica.
Telpuchcalli ou escola militar
O Telpuchcalli ou, em outras palavras, a escola militar dos jovens astecas, era uma instituição oficial asteca que propunha o desenvolvimento de habilidades de guerra e de caça a uma parcela destes jovens. Para um reduzido setor dos nobres cidadãos, a Telpuchcalli era uma oportunidade para o aprendizado de algumas técnicas administrativas e governamentais (o que não ocorria de forma costumeira). Já para os menos favorecidos, tal frequência dava-se em âmbito maior, pois era também um caminho para romper com a rígida diferença social, ou seja: os diferentes títulos militares, ou mesma as façanhas de guerra, permitiria, aqui, uma ascensão social.
O trabalho neste colégio remetia também a um alto nível de exigência, envolvendo sacrifícios, orações, rígidas disciplinas, castigos, penitências, entre outros exemplos. A exigência da boa conduta para a guerra, como exercícios físicos e jejuns, eram práticas recorrentes, somadas estes à valentia destes jovens. Mas a formação caminhava para além disto: alguns conhecimentos de história, e das façanhas de seus heróis, eram também somados às teorias de guerra, de oratória, política e de direito. Neste abrangente contexto, seus cantos de guerra envolviam - e eram envolvidos - por tais disciplinas/tarefas, ressoando coragem, mas sobretudo amor a seus deuses.
Calmecac
O Calmecac era, conjuntamente, o colégio de formação dos representantes religiosos. Para os homens, tornar-se um sacerdote (Tlamacazqui, ou Quetzalcoatl Tlamacazqui) requeria cursar doze anos de longos e rigorosos estudos em tal colégio, e de uma forma bastante semelhante às mulheres: tornar-se uma sacerdotisa-matrona (Cihuatlamacazqui) requeria, além da castidade (por ambos os sexos), uma rígida postura moral.
Para tornar-se um sacerdote era preciso enfrentar diferentes estágios e, neste sentido, estudava-se com profundidade os sacrifícios, os seus simbolismos esotéricos, a astronomia, a teurgia, a oratória, a medicina, a botânica, a adivinhação, o canto, a poesia, os seus calendários e, destacadamente, os seus livros sagrados. Tal formação ia para além desta conjuntura, como a renúncia de confortos, levantar à meia noite para orar, entre outros exemplos.
Cuicalli escola de música 
Já o Colégio de Música, ou também interpretado como Colégio de Canto, não possuía um caráter de obrigatoriedade, permitia uma ascensão social e, não excluindo a erudição, também incorporava a poesia, a composição e a dança. A religiosidade e o militarismo não eram deixados à margem, pelo contrário: a formação musical repercutia desde a banda imperial aos cantos religiosos.
Pelo que se evidencia, os participantes do Cuicacalli eram também os frequentadores do Telpuchcalli, que, do por do sol à meia noite, recebiam aulas teóricas e práticas sobre os diferentes instrumentos musicais, sobre as regras de composição musical/poética, a história da musicalidade, as diferentes possibilidades de cantos, entre outras orientações. Terminada tal jornada, retornavam ao Telpuchcalli
A formação ideológica estava fortemente embutida em tais práticas, perpetuando a ordem e a lógica dos astecas. Nas poesias incorporavam-se os discursos ideológicos, relembrando alguns êxitos nas guerras, ou abordando elogios a nobres, por exemplo. Por muitas vezes apreciados por estes, obtinham respeitável reconhecimento, podendo inclusive obter uma melhor posição social.

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