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Equações Diferenciais Ordinárias Semanas 4 e 5 Professor Luiz Claudio Pereira Departamento Acadêmico de Matemática Universidade Tecnológica Federal do Paraná Material Previsto para duas semanas EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 1 / 67 Equações Diferenciais Ordinárias 1 Espécies de Equações Diferenciais Ordinárias Técnicas de resolução apropriadas 2 Exemplos de aplicações das Equações Diferenciais Ordinárias Trajetórias ortogonais Decaimento radioativo Lei de resfriamento de Newton EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 2 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Observe que ∣∣∣∣ −1 −31 5 ∣∣∣∣ 6= 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 3 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Observe que ∣∣∣∣ −1 −31 5 ∣∣∣∣ 6= 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 3 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Considere o problema dado pela integral inde�nida∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 4 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Considere o problema dado pela integral inde�nida∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 4 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Considere o problema dado pela integral inde�nida ∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt = ∫ 5(t+ 2 5 ) −1 5 ( t+ 2 5 )2 + 1 5 dt = ∫ 5u−1 5u2+ 1 5 du [u = t+2/5] [θ = (5u)2+1] = 1 2 ∫ 2 · (5u) ·5du (5u)2+1 − ∫ 5du (5u)2+1 [α = 5u] = 1 2 ln ∣∣[5(t+2/5)]2+1∣∣ − arctg[5(t+2/5)]+ c1 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 5 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Considere o problema dado pela integral inde�nida ∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt = ∫ 5(t+ 2 5 ) −1 5 ( t+ 2 5 )2 + 1 5 dt = ∫ 5u−1 5u2+ 1 5 du [u = t+2/5] [θ = (5u)2+1] = 1 2 ∫ 2 · (5u) ·5du (5u)2+1 − ∫ 5du (5u)2+1 [α = 5u] = 1 2 ln ∣∣(5t+2)2+1∣∣ − arctg(5t+2)+ c1 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 6 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Considere o problema dado pela integral inde�nida ∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt = ∫ 5(t+ 2 5 ) −1 5 ( t+ 2 5 )2 + 1 5 dt = ∫ 5u−1 5u2+ 1 5 du [u = t+2/5] [θ = (5u)2+1] = 1 2 ∫ 2 · (5u) ·5du (5u)2+1 − ∫ 5du (5u)2+1 [α = 5u] = 1 2 ln ∣∣5(5t2+4t+1)∣∣ − arctg(5t+2)+ c1 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 7 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Preliminarmente Considere o problema dado pela integral inde�nida ∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt = ∫ 5(t+ 2 5 ) −1 5 ( t+ 2 5 )2 + 1 5 dt = ∫ 5u−1 5u2+ 1 5 du [u = t+2/5] [θ = (5u)2+1] = 1 2 ∫ 2 · (5u) ·5du (5u)2+1 − ∫ 5du (5u)2+1 [α = 5u] = 1 2 ln ∣∣5t2+4t+1∣∣ − arctg(5t+2)+ c2 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 8 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Resposta Considere a mudança de variáveis{ x = u+α y = v +β Então, 3y + x = u+3v +(α +3β ) e x+5y −8= u+5v +(α +5β −8); o que signi�ca que, para obter uma edo homogênea, desejamos que{ α +3β = 0 α +5β = 8 ⇔ α =−12 e β = 4 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 9 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Resposta Por conseguinte, através da mudança de variáveis{ x = u−12 y = v +4 ⇒ dx = du e dy = dv a equação diferencial não-homogênea dada reduz-se à equação homogênea (u+3v)du+(u+5v)dv = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 10 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Resposta Ora, (u+3v)du+(u+5v)dv = 0 ⇔ dv du =−u+3v u+5v =− 1+3 v u 1+5 v u ≡ F (v u ) Assim, por meio da mudança de variável, t = v u ⇔ v = tu obtém-se t+u dt du =−1+3t 1+5t ⇔ u dt du =−1+3t+ t+5t 2 1+5t ⇔ 1+5t 1+4t+5t2 dt+ 1 u du= 0 que é separável. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 11 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Resposta Deste modo,∫ 1+5t 1+4t+5t2 dt+ ∫ 1 u du = const. ⇔ 1 2 ln ∣∣5t2+4t+1∣∣−arctg(5t+2)+ ln |u|= const. ⇔ ln ∣∣5t2+4t+1∣∣−2arctg(5t+2)+2 ln |u|= k ⇔ ln ∣∣5t2+4t+1∣∣−2arctg(5t+2)+ ln |u|2 = k ⇔ ln ∣∣∣∣5(vu)2+4vu +1 ∣∣∣∣−2arctg(5vu +2)+ ln |u|2 = k ⇔ ln ∣∣5v2+4uv +u2∣∣−2arctg(5v u +2) = k EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 12 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à homogênea Exemplo Resolva a equação diferencial (3y + x)dx+(x+5y −8)dy = 0. Resposta Como { x = u−12 y = v +4 ⇔ { u = x+12 v = y −4 segue que ln ∣∣5v2+4uv +u2∣∣−2arctg(5v u +2) = k ⇔ ln ∣∣5(y −4)2+4(y −4)(x+12)+(x+12)2∣∣−2arctg[5( y −4 x+12 ) +2 ] = k que é a solução geral, na forma implícita, da equação diferencial. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 13 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à separável Exemplo Resolva a equação diferencial (x−3y −3)dx− (2x−6y +1)dy = 0. Preliminarmente Observe que ∣∣∣∣ 1 −3−2 6 ∣∣∣∣= 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 14 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à separável Exemplo Resolva a equação diferencial (x−3y −3)dx− (2x−6y +1)dy = 0. Preliminarmente Observe que ∣∣∣∣ 1 −3−2 6 ∣∣∣∣= 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 14 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à separável Exemplo Resolva a equação diferencial (x−3y −3)dx− (2x−6y +1)dy = 0. Resposta Note que (x−3y−3)dx−(2x−6y+1)dy = 0⇔ (x−3y−3)dx−[2(x−3y)+1]dy = 0 Considere a mudança de variável u = x−3y ⇔ y = x−u 3 . Sendo u uma função de x , tem-se dy = dx−du 3 . Assim, 3(u−3)dx− (2u+1)(dx−du) = 0 ⇔ (u−10)dx+(2u+1)du = 0 ⇔ dx+ 2u+1 u−10 du = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 15 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à separável Exemplo Resolva a equação diferencial (x−3y −3)dx− (2x−6y +1)dy = 0. Resposta Note que (x−3y−3)dx−(2x−6y+1)dy = 0⇔ (x−3y−3)dx−[2(x−3y)+1]dy = 0 Considere a mudança de variável u = x−3y ⇔ y = x−u 3 . Sendo u uma função de x , tem-se dy = dx−du 3 . Assim, 3(u−3)dx− (2u+1)(dx−du) = 0 ⇔ (u−10)dx+(2u+1)du = 0 ⇔ dx+ 2u+1 u−10 du = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 15 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à separável Exemplo Resolva a equação diferencial (x−3y −3)dx− (2x−6y +1)dy = 0. Resposta Por conseguinte, dx+ 2u+1 u−10 du = 0 ⇔ dx+(2+ 21 u−10 )du = 0 ⇔ x+2u+21 ln |u−10|= const. Como u = x−3y , conclui-se que x+2(x−3y)+21 ln |x−3y −10|= const.⇔ x−2y +7 ln |x−3y −10|= k que é a solução geral, na forma implícita, da equação diferencial dada. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 16 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata De�nição Diz-se que uma equação diferencial ordinária M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 é exata quando existe uma função U(x ,y) tal que dU =M(x ,y)dx+N(x ,y)dy Porque dU = ∂U ∂x dx+ ∂U ∂y dy decorre que Ux =M(x ,y), Uy = N(x ,y) e U(x ,y) = k = const. Portanto, se U(x ,y) é de classe C 2, então a equação é exatase, e só se, My = Uxy = Uyx = Nx EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 17 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata De�nição Diz-se que uma equação diferencial ordinária M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 é exata quando existe uma função U(x ,y) tal que dU =M(x ,y)dx+N(x ,y)dy Porque dU = ∂U ∂x dx+ ∂U ∂y dy decorre que Ux =M(x ,y), Uy = N(x ,y) e U(x ,y) = k = const. Portanto, se U(x ,y) é de classe C 2, então a equação é exata se, e só se, My = Uxy = Uyx = Nx EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 17 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Teorema (corolário do Teorema de Schwarz) Se My (x ,y) = Nx(x ,y) (1) então a equação diferencial ordinária M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 é exata. Questão Prática Identi�cada uma EDO como exata, como se obtém sua solução geral? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 18 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Teorema (corolário do Teorema de Schwarz) Se My (x ,y) = Nx(x ,y) (1) então a equação diferencial ordinária M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 é exata. Questão Prática Identi�cada uma EDO como exata, como se obtém sua solução geral? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 18 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Método de Resolução De Ux =M(x ,y), Uy = N(x ,y) e U(x ,y) = k = const. (2) segue que U(x ,y) = ∫ M(x ,y)dx+ξ (y)⇒N(x ,y) = ∂U ∂y = ∂ ∂y ( ∫ M(x ,y)dx)+ξ ′(y) ∫ N(x ,y)dy = ∫ ∂ ∂y (∫ M(x ,y)dx ) dy +ξ (y) ⇔ ξ (y) = ∫ [ N(x ,y)− ∂ ∂y (∫ M(x ,y)dx )] dy Portanto, ∫ M(x ,y)dx+ ∫ [ N(x ,y)− ∂ ∂y ( ∫ M(x ,y)dx) ] dy = k , o que fornece a solução geral da edo exata. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 19 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Método de Resolução De Ux =M(x ,y), Uy = N(x ,y) e U(x ,y) = k = const. (3) segue que U(x ,y) = ∫ N(x ,y)dy+η(x)⇒M(x ,y) = ∂U ∂x = ∂ ∂x ( ∫ N(x ,y)dy)+η ′(x) ∫ M(x ,y)dx = ∫ ∂ ∂x (∫ N(x ,y)dy ) dx+η(x) ⇔ η(x) = ∫ [ M(x ,y)− ∂ ∂x (∫ N(x ,y)dy )] dx Portanto, ∫ N(x ,y)dy + ∫ [ M(x ,y)− ∂ ∂x ( ∫ N(x ,y)dy) ] dx = k , que também fornece a solução geral da edo exata. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 20 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Uma pergunta natural E se My (x ,y) 6= Nx(x ,y)? Ou seja, M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 não é exata? Uma resposta possível Neste caso, pode ser que exista uma função λ (x ,y) 6= 0, chamada fator integrante, tal que λ (x ,y)M(x ,y)dx+λ (x ,y)N(x ,y)dy = 0 seja exata, isto é, ∂ ∂y [λ (x ,y)M(x ,y)] = ∂ ∂x [λ (x ,y)N(x ,y)]⇔ λyM+λMy = λxN+λNx ⇔ λ (My −Nx) = λxN−λyM ⇔ λxN−λyM λ =My −Nx EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 21 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Uma pergunta natural E se My (x ,y) 6= Nx(x ,y)? Ou seja, M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 não é exata? Uma resposta possível Neste caso, pode ser que exista uma função λ (x ,y) 6= 0, chamada fator integrante, tal que λ (x ,y)M(x ,y)dx+λ (x ,y)N(x ,y)dy = 0 seja exata, isto é, ∂ ∂y [λ (x ,y)M(x ,y)] = ∂ ∂x [λ (x ,y)N(x ,y)]⇔ λyM+λMy = λxN+λNx ⇔ λ (My −Nx) = λxN−λyM ⇔ λxN−λyM λ =My −Nx EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 21 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Conclusão Um fator integrante pode ser encontrado, resolvendo-se a equação diferencial parcial λxN−λyM λ =My −Nx (4) Um caso particular Se λy = 0 ⇔ λ depende somente de x . Por conseguinte, λxN λ =My −Nx ⇔ d dx (ln |λ (x)|) = My −Nx N ≡ R(x ,y) e, se ocorrer My −Nx N = R(x), então λ (x) = e ∫ x R(t)dt é um fator integrante para a equação M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 22 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Conclusão Um fator integrante pode ser encontrado, resolvendo-se a equação diferencial parcial λxN−λyM λ =My −Nx (4) Um caso particular Se λy = 0 ⇔ λ depende somente de x . Por conseguinte, λxN λ =My −Nx ⇔ d dx (ln |λ (x)|) = My −Nx N ≡ R(x ,y) e, se ocorrer My −Nx N = R(x), então λ (x) = e ∫ x R(t)dt é um fator integrante para a equação M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 22 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Conclusão Um fator integrante pode ser encontrado, resolvendo-se a equação diferencial parcial λxN−λyM λ =My −Nx (5) Outro caso particular Se λx = 0 ⇔ λ depende somente de y . Por conseguinte, − λyM λ =My −Nx ⇔ d dy (ln |λ (y)|) = Nx −My M ≡ R(x ,y) e, se ocorrer R(y) = Nx −My M , então λ (y) = e ∫ y R(t)dt é um fator integrante para a equação M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 23 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Conclusão Um fator integrante pode ser encontrado, resolvendo-se a equação diferencial parcial λxN−λyM λ =My −Nx (6) Mais um caso particular Se λ (xy), pela Regra da Cadeia, pondo u = xy , λx = dλ du · y e λy = dλ du · x . Daí, λxN−λyM λ =My −Nx ⇔ 1 λ dλ du = My −Nx yN− xM ≡ R(x ,y) Se ocorrer R(xy) = My −Nx yN− xM , então λ (xy) = e ∫ xy R(u)du é um fator integrante para a equação M(x ,y)dx+N(x ,y)dy = 0 . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 24 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Não é única a função fator integrante λ (x ,y) Considere a equação diferencial(3xy + y2)dx+(x2+ xy)dy = 0 Um fator integrante A função λ1(x) = x é um fator integrante para a equação, pois ∂ ∂y [ 3x2y + xy2 ] = 3x2+2xy = ∂ ∂x [ x3+ x2y ] Outro fator integrante A função λ2(x ,y) = 1 xy(2x+ y) é um fator integrante para a equação, porque ∂ ∂y [ 3x+ y x(2x+ y) ] = −1 (2x+ y)2 = ∂ ∂x [ x+ y y(2x+ y) ] EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 25 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Não é única a função fator integrante λ (x ,y) Considere a equação diferencial(3xy + y2)dx+(x2+ xy)dy = 0 Um fator integrante A função λ1(x) = x é um fator integrante para a equação, pois ∂ ∂y [ 3x2y + xy2 ] = 3x2+2xy = ∂ ∂x [ x3+ x2y ] Outro fator integrante A função λ2(x ,y) = 1 xy(2x+ y) é um fator integrante para a equação, porque ∂ ∂y [ 3x+ y x(2x+ y) ] = −1 (2x+ y)2 = ∂ ∂x [ x+ y y(2x+ y) ] EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 25 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata Não é única a função fator integrante λ (x ,y) Considere a equação diferencial(3xy + y2)dx+(x2+ xy)dy = 0 Um fator integrante A função λ1(x) = x é um fator integrante para a equação, pois ∂ ∂y [ 3x2y + xy2 ] = 3x2+2xy = ∂ ∂x [ x3+ x2y ] Outro fator integrante A função λ2(x ,y) = 1 xy(2x+ y) é um fator integrante para a equação, porque ∂ ∂y [ 3x+ y x(2x+ y) ] = −1 (2x+ y)2 = ∂ ∂x [ x+ y y(2x+ y) ] EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 25 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata e redutível à forma exata Exercícios Resolva a equação diferencial dada. 1 ey dx+(xey −2y)dy = 0. 2 y2 dx+(1+ xy)dy = 0 3 (x2ex + y)dx− x dy = 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 26 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati De�nição É uma equação da forma y ′+P(x)y = Q(x)+R(x)y2. Observação Liouville mostrou que a resolução da equação de Riccati por meio de quadraturas só é possível quando se conhece uma solução y0(x). Caso contrário, ela só se integra através de uma função transcendente. Supondo conhecida uma solução y0(x), tem-se y ′0+P(x)y0 = Q(x)+R(x)y 2 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 27 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati De�nição É uma equação da forma y ′+P(x)y = Q(x)+R(x)y2. Observação Liouville mostrou que a resolução da equação de Riccati por meio de quadraturas só é possível quando se conhece uma solução y0(x). Caso contrário, ela só se integra através de uma função transcendente.Supondo conhecida uma solução y0(x), tem-se y ′0+P(x)y0 = Q(x)+R(x)y 2 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 27 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati De�nição É uma equação da forma y ′+P(x)y = Q(x)+R(x)y2. Observação Liouville mostrou que a resolução da equação de Riccati por meio de quadraturas só é possível quando se conhece uma solução y0(x). Caso contrário, ela só se integra através de uma função transcendente. Supondo conhecida uma solução y0(x), tem-se y ′0+P(x)y0 = Q(x)+R(x)y 2 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 27 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati De�nição É uma equação da forma y ′+P(x)y = Q(x)+R(x)y2. Agora, tomando y(x) = y0(x)+ z(x) (7) decorre que y ′(x) = y ′0+ z ′ e y ′+P(x)y = Q(x)+R(x)y2 ⇔ (y ′0+ z ′)+P(y0+ z) = Q+R(y0+ z)2 ⇔ z ′+Pz + { y ′0+Py0−Q−Ry20 } = 2Ry0z+Rz2 ⇔ z ′+[P(x)−2R(x)y0(x)]z = R(x)z2 que é uma equação de Bernoulli em z , com n = 2. Obtida a solução geral z(x) dessa equação de Bernoulli, a substituição em (7) conduz à solução geral da equação de Riccati dada. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 28 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária: 1 y ′ = y2−2x−2, sabendo que y0(x) = x −1 é uma solução (particular). 2 y ′ = cotgx · y2 · cossecx− y + senx , sabendo que y0(x) = senx é uma solução (singular). EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 29 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Exercícios Resolva a equação diferencial ey dx+(xey −2y)dy = 0. Resposta Pondo M(x ,y) = ey e N(x ,y) = xey −2y , tem-se My = ey = Nx . Sendo Ux =M e Uy = N, decorre que U(x ,y) = xey +η(y) ⇒ xey −2y = N = xey +η ′(y) ⇒ η ′(y) =−2y ⇒ η(y) =−y2+ const. E como U(x ,y) = const., a solução geral da equação é xey − y2 = k . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 30 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Exercícios Resolva a equação diferencial ey dx+(xey −2y)dy = 0. Resposta Pondo M(x ,y) = ey e N(x ,y) = xey −2y , tem-se My = ey = Nx . Sendo Ux =M e Uy = N, decorre que U(x ,y) = xey +η(y) ⇒ xey −2y = N = xey +η ′(y) ⇒ η ′(y) =−2y ⇒ η(y) =−y2+ const. E como U(x ,y) = const., a solução geral da equação é xey − y2 = k . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 30 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, exata Exercícios Resolva a equação diferencial ey dx+(xey −2y)dy = 0. Resposta - outro olhar, porque a beleza está nos olhos de quem vê Observe que ey dx+(xey −2y)dy = 0 ⇒ (ey dx+ xey dy)− (0 ·dx+2y dy) = 0 ⇒ d(xey )−d(y2) = 0 ⇒ d(xey − y2) = 0 Portanto, a solução geral da equação é xey − y2 = k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 31 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata ( λxN−λyM λ =My −Nx ) Exercícios Resolva a equação diferencial y2 dx+(1+ xy)dy = 0. Resposta - outro olhar, porque a beleza está nos olhos de quem vê Pondo M(x ,y) = y2 e N(x ,y) = 1+ xy , tem-se My = 2y , Nx = y . Daí, Nx −My M =−y−1 e λ (y) = y−1 é um fator integrante. Assim, y2 dx+(1+ xy)dy = 0 ⇒ y dx+(y−1+ x)dy = 0 ⇒ (y dx+ x dy)+(0 ·dx+ y−1 dy) = 0 ⇒ d(xy + ln |y |) = 0 E a solução geral da equação é xy + ln |y |= k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 32 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata ( λxN−λyM λ =My −Nx ) Exercícios Resolva a equação diferencial y2 dx+(1+ xy)dy = 0. Resposta - outro olhar, porque a beleza está nos olhos de quem vê Pondo M(x ,y) = y2 e N(x ,y) = 1+ xy , tem-se My = 2y , Nx = y . Daí, Nx −My M =−y−1 e λ (y) = y−1 é um fator integrante. Assim, y2 dx+(1+ xy)dy = 0 ⇒ y dx+(y−1+ x)dy = 0 ⇒ (y dx+ x dy)+(0 ·dx+ y−1 dy) = 0 ⇒ d(xy + ln |y |) = 0 E a solução geral da equação é xy + ln |y |= k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 32 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata ( λxN−λyM λ =My −Nx ) Exercícios Resolva a equação diferencial (x2ex + y)dx− x dy = 0. Resposta - outro olhar, porque a beleza está nos olhos de quem vê Pondo M(x ,y) = x2ex + y e N(x ,y) =−x , tem-se My = 1, Nx =−1. Daí, My −Nx N =−2x−1 e λ (x) = x−2 é um fator integrante. Assim, (x2ex + y)dx− x dy = 0 ⇒ (ex + yx−2)dx− x−1 dy = 0 ⇒ (ex dx+0 ·dy)+(yx−2 dx− x−1 dy) = 0 ⇒ d(ex − yx−1) = 0 E a solução geral da equação é ex − yx−1 = k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 33 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, redutível à forma exata ( λxN−λyM λ =My −Nx ) Exercícios Resolva a equação diferencial (x2ex + y)dx− x dy = 0. Resposta - outro olhar, porque a beleza está nos olhos de quem vê Pondo M(x ,y) = x2ex + y e N(x ,y) =−x , tem-se My = 1, Nx =−1. Daí, My −Nx N =−2x−1 e λ (x) = x−2 é um fator integrante. Assim, (x2ex + y)dx− x dy = 0 ⇒ (ex + yx−2)dx− x−1 dy = 0 ⇒ (ex dx+0 ·dy)+(yx−2 dx− x−1 dy) = 0 ⇒ d(ex − yx−1) = 0 E a solução geral da equação é ex − yx−1 = k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 33 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária y ′ = y2−2x−2, sabendo que y0(x) = x−1 é uma solução (particular). Resposta Sendo y = x−1+ z(x), tem-se y ′ = y2−2x−2 ⇔ −x−2+ z ′ = (x−1+ z)2−2x−2 ⇔ z ′−2x−1z = z2 [v = z−1] ⇔ z−2z ′−2x−1z−1 = 1 ⇔ v ′+2x−1v =−1 [µ(x) = x2] ⇔ (x2v)′ =−x2 ⇔ v = 3k− x 3 3x2 E a solução geral da equação é y(x) = x−1− 3x 2 A+ x3 , A=−3k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 34 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária y ′ = y2−2x−2, sabendo que y0(x) = x−1 é uma solução (particular). Resposta Sendo y = x−1+ z(x), tem-se y ′ = y2−2x−2 ⇔ −x−2+ z ′ = (x−1+ z)2−2x−2 ⇔ z ′−2x−1z = z2 [v = z−1] ⇔ z−2z ′−2x−1z−1 = 1 ⇔ v ′+2x−1v =−1 [µ(x) = x2] ⇔ (x2v)′ =−x2 ⇔ v = 3k− x 3 3x2 E a solução geral da equação é y(x) = x−1− 3x 2 A+ x3 , A=−3k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 34 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária y ′ = cotgx · y2 · cossecx− y + senx sabendo que y0(x) = senx é uma solução (singular). Resposta Sendo y = senx+ z(x), tem-se y ′ = cotgx · y2 · cossecx ⇔ cosx+ z ′ = cosx senx · (senx+ z)2 · 1 senx −y + senx −(senx+ z)+ senx ⇔ z ′+ ( 1−2cosx senx ) · z = cosx sen2 x · z2 ⇔ z−2z ′+ ( 1−2cosx senx ) · z−1 = cosx sen2 x EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 35 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária y ′ = cotgx · y2 · cossecx− y + senx sabendo que y0(x) = senx é uma solução (singular). Resposta Sendo y = senx+ z(x), tem-se y ′ = cotgx · y2 · cossecx ⇔ cosx+ z ′ = cosx senx · (senx+ z)2 · 1 senx −y + senx −(senx+ z)+ senx ⇔ z ′+ ( 1−2cosx senx ) · z = cosx sen2 x · z2 ⇔ z−2z ′+ ( 1−2cosx senx ) · z−1 = cosx sen2 x EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 35 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária y ′ = cotgx · y2 · cossecx− y + senx sabendo que y0(x) = senx é uma solução (singular). Resposta Sendo y = senx+ z(x), fazendo a mudança de variável v = z−1, segue a equação linear z−2z ′+ ( 1−2cosx senx ) · z−1 = cosx sen2 x ⇔ v ′+ ( 2 cosx senx −1 ) · v =− cosx sen2 x Usando como fator integrante µ(x) = sen2 x · e−x , decorre que d dx ( sen2 x · e−xv ) =−cosx · e−x EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 36 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, não-linear, de Riccati Exercícios Determine a solução geral da equação diferencial ordinária y ′ = cotgx · y2 · cossecx− y + senx sabendo que y0(x) = senx é uma solução (singular). Resposta Sendo y = senx+ z(x), fazendo a mudançade variável v = z−1 e usando como fator integrante µ(x) = sen2 x · e−x , obtém-se sen2 x · e−xv =− ∫ cosx · e−x dx = (cosx− senx)e −x 2 +k e a solução geral da equação é y(x) = 2sen2 x Aex + cosx− senx + senx , onde A= 2k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 37 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Observação As várias técnicas de solução de uma EDO devem ser acompanhadas de argúcia, percepção da situação problema. Não é su�ciente memorizar o procedimento padrão, embora isso também seja bastante útil. Exemplo Resolva a equação diferencial dy dx − 4y x = 2x5ey/x 4 . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 38 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Observação As várias técnicas de solução de uma EDO devem ser acompanhadas de argúcia, percepção da situação problema. Não é su�ciente memorizar o procedimento padrão, embora isso também seja bastante útil. Exemplo Resolva a equação diferencial dy dx − 4y x = 2x5ey/x 4 . EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 38 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Observação As várias técnicas de solução de uma EDO devem ser acompanhadas de argúcia, percepção da situação problema. Não é su�ciente memorizar o procedimento padrão, embora isso também seja bastante útil. Exemplo Resolva a equação diferencial dy dx − 4y x = 2x5ey/x 4 . Resposta Note que, sendo u(x) = x−4y , tem-se u′ = x−4y ′−4x−5y = x−4(y ′−4x−1y). Daí, dy dx − 4y x = 2x5ey/x 4 ⇔ u′ = 2xeu⇔−e−u du+2x dx = 0 e, portanto, e−y/x 4 = k− x2, k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 39 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Observação As várias técnicas de solução de uma EDO devem ser acompanhadas de argúcia, percepção da situação problema. Não é su�ciente memorizar o procedimento padrão, embora isso também seja bastante útil. Exemplo Resolva a equação diferencial 2x cossec(2y) dy dx = 2x− ln(tgy). EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 40 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Exemplo Resolva a equação diferencial 2x cossec(2y) dy dx = 2x− ln(tgy). Resposta Note que, sendo u(x) = ln(tgy), tem-se u′ = 1 tgy · sec2 y · y ′ = 2y ′ 2seny cosy = 2cossec(2y)y ′ e 2x cossec(2y) dy dx = 2x− ln(tgy)⇔ xu′+u = 2x ⇔ d dx (xu) = 2x . Portanto, ln(tgy) = x+kx−1 onde k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 41 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Observação As várias técnicas de solução de uma EDO devem ser acompanhadas de argúcia, percepção da situação problema. Não é su�ciente memorizar o procedimento padrão, embora isso também seja bastante útil. Exemplo Resolva a equação diferencial y(1+2xy)dx+ x(1−2xy)dy = 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 42 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Exemplo Resolva a equação diferencial y(1+2xy)dx+ x(1−2xy)dy = 0. Resposta Note que d dx ( x2y2 ) = 2xy2+2x2yy ′ e y(1+2xy)dx+ x(1−2xy)dy = 0 ⇔ (y +2xy2)dx+(x−2x2y)dy = 0 ⇔ y +2xy2+(x−2x2y)y ′ = 0 ⇔ y + xy ′+(2xy2−2x2yy ′) = 0 Isso, por sua vez, pode ser causa de frustração ou de inspiração! EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 43 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, substituições diversas Exemplo Resolva a equação diferencial y(1+2xy)dx+ x(1−2xy)dy = 0. Resposta Note que d dx ( x−1y−1 ) =−x−2y−1− x−1y−2y ′ e y(1+2xy)dx+ x(1−2xy)dy = 0 ⇔ (y +2xy2)dx+(x−2x2y)dy = 0 ⇔ y +2xy2+(x−2x2y)y ′ = 0 ⇔ [÷x2y2] y + xy ′+(2xy2−2x2yy ′) = 0 ⇔ x−2y−1+ x−1y−2y ′+(2x−1−2y−1y ′) = 0 ⇔ (−x−1y−1+2 ln |x |−2 ln |y |)′ = 0 Portanto, −x−1y−1+2 ln |x |−2 ln |y |= const.⇔ |x |= k |y |e1/(2xy). EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 44 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais De�nição As curvas de uma família de curvas que interceptam perpendicularmente em cada ponto uma (outra) família de curvas dada são denominadas trajetórias ortogonais. Pergunta Como se determina uma expressão para as trajetórias ortogonais relativas a uma dada família uniparamétrica? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 45 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais De�nição As curvas de uma família de curvas que interceptam perpendicularmente em cada ponto uma (outra) família de curvas dada são denominadas trajetórias ortogonais. Pergunta Como se determina uma expressão para as trajetórias ortogonais relativas a uma dada família uniparamétrica? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 45 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais De�nição As curvas de uma família de curvas que interceptam perpendicularmente em cada ponto uma (outra) família de curvas dada são denominadas trajetórias ortogonais. Pergunta Como se determina uma expressão para as trajetórias ortogonais relativas a uma dada família uniparamétrica? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 45 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Uma resposta possível Uma dada família uniparamétrica de curvas é representada por uma expressão f (x ,y ,α) = 0 na qual α ∈ R é uma constante. Essa expressão é a solução geral de uma equação diferencial da forma F ( x ,y , dy dx ) = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 46 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Geometricamente, m1 = dy dx representa a declividade de cada reta tangente às curvas integrais no ponto (x ,y(x)). A condição de perpendicularidade informa que a declividade de cada reta tangente às trajetórias ortogonais é m2 =− 1 dy dx =−dx dy EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 47 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Como F ( x ,y , dy dx ) = 0 é a equação diferencial das curvas integrais, se denotarmos (também) por y(x) a função que representa as trajetórias ortogonais, então tal função deve satisfazer a equação F ( x ,y ,−dx dy ) = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 48 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Exemplo Determine as trajetórias ortogonais à família de curvas y = αx2⇔ y −αx2 = 0. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 49 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Exemplo Determine as trajetórias ortogonais à família de curvas y = αx2⇔ y −αx2 = 0. Resposta Note que f (x ,y ,α)≡ y −αx2 = 0 é a família uniparamétrica de curvas. Derivando em relação a x , y ′ = 2αx ⇔ y ′ = 2(yx−2)x ⇔ y ′−2yx−1 = 0 Assim, EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 50 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Exemplo Determine as trajetórias ortogonais à família de curvas y = αx2⇔ y −αx2 = 0. Resposta F (x ,y ,y ′)≡ y ′−2yx−1 = 0 é a edo cuja solução é a família uniparamétrica. Para as trajetórias ortogonais, devido à condição de perpendicularidade, tem-se F ( x ,y ,−dx dy ) = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 51 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Exemplo Determine as trajetórias ortogonais à família de curvas y = αx2⇔ y −αx2 = 0. Resposta F (x ,y ,y ′)≡ y ′−2yx−1 = 0 é a edo cuja solução é a família uniparamétrica. Para as trajetórias ortogonais, devido à condição de perpendicularidade, tem-se −dx dy −2yx−1 = 0 ⇔ x dx+2y dy = 0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 52 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Exemplo Determine as trajetórias ortogonais à família de curvas y = αx2⇔ y −αx2 = 0. Resposta Portanto, as trajetórias ortogonais são dadas por x dx+2y dy = 0 ⇔ x2+2y2 = k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 53 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: trajetórias ortogonais Exemplo Determine as trajetórias ortogonais à família de curvas y = αx2⇔ y −αx2= 0. Resposta Portanto, as trajetórias ortogonais são dadas por x dx+2y dy = 0 ⇔ x2+2y2 = k = const. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 54 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Conceitos Materiais radioativos desintegram-se, ou seja, perdem massa, numa taxa proporcional à sua quantidade. A meia-vida (de um material radioativo) é o tempo necessário para que a massa (do material) reduza-se à metade de seu valor original. Seja Q(t) a quantidade de material radioativo no instante t . De acordo com o enunciado, Q ′(t) = kQ(t) onde k < 0 é uma constante de proporcionalidade, chamada constante de desintegração. Note que [k] = [t]−1. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 55 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Conceitos Materiais radioativos desintegram-se, ou seja, perdem massa, numa taxa proporcional à sua quantidade. A meia-vida (de um material radioativo) é o tempo necessário para que a massa (do material) reduza-se à metade de seu valor original. Seja Q(t) a quantidade de material radioativo no instante t . De acordo com o enunciado, Q ′(t) = kQ(t) onde k < 0 é uma constante de proporcionalidade, chamada constante de desintegração. Note que [k] = [t]−1. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 55 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Exemplo O isotópo radioativo de chumbo, Pb209, decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente em qualquer tempo. Sua meia-vida é de 3,3 horas. Se 1 grama de chumbo está presente inicialmente, quanto tempo levará para 90% de chumbo desaparecer? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 56 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Exemplo O isotópo radioativo de chumbo, Pb209, decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente em qualquer tempo. Sua meia-vida é de 3,3 horas. Se 1 grama de chumbo está presente inicialmente, quanto tempo levará para 90% de chumbo desaparecer? Resposta Seja Q(t) a quantidade, em gramas, de Pa209 no instante t, em horas. Ora, Q ′(t) = kQ(t)⇔ dQ Q −k dt = 0⇔ ln |Q(t)|−kt = const.⇔ Q(t) = Aekt onde A> 0 é uma constante, cuja unidade é a mesma de Q. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 57 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Exemplo O isotópo radioativo de chumbo, Pb209, decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente em qualquer tempo. Sua meia-vida é de 3,3 horas. Se 1 grama de chumbo está presente inicialmente, quanto tempo levará para 90% de chumbo desaparecer? Resposta Sendo Q(t) = Aekt , como Q(3,3) = A/2, tem-se Ae33k/10 = A 2 ⇔ ek = 2−10/33 Assim, Q(t) = A ·2−10t/33 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 58 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Exemplo O isotópo radioativo de chumbo, Pb209, decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente em qualquer tempo. Sua meia-vida é de 3,3 horas. Se 1 grama de chumbo está presente inicialmente, quanto tempo levará para 90% de chumbo desaparecer? Resposta Sendo Q(t) = A ·2−10t/33, porque 1= Q(0) = A, segue que Q(t) = 2−10t/33 Portanto, o tempo necessário para que reste 10% de chumbo é 10 100 ·1= 2−10t/33⇔ t = 33 10 · ln10 ln2 = 10,923≈ 11h EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 59 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: decaimento radioativo Exercício Ache a equação da curva que passa pelo ponto P(5,6), sabendo que a declividade de sua num ponto qualquer é dada por dy dx = 2x 3y . Exercício O isotópo radioativo de chumbo, Pb209, decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente em qualquer tempo. Sua meia-vida é de 3,3 horas. Se 5 gramas de chumbo estão presentes inicialmente, mostre que o tempo necessário para 90% de chumbo desaparecer é de 3h18min. Exercício A meia-vida do isotópo radioativo de rádio, Ra226, é de 1620 anos. Ache o tempo necessário para que um corpo feito de Ra226 reduza-se a 3/4 de seu tamanho original. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 60 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: lei de resfriamento de Newton Conceito A temperatura de um objeto varia numa taxa proporcional à diferença entre a temperatura do objeto e a temperatura do meio (ambiente). Algebricamente, sendo u(t) a temperatura de um objeto no instante t e u0 a temperatura (constante) do meio (ambiente), tem-se que du dt = k (u−u0)⇔ u′−ku =−ku0 onde k é uma constante de proporcionalidade. Note que, sendo u1 a temperatura inicial do objeto, k < 0, se u1 < u0 k < 0, se u1 > u0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 61 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: lei de resfriamento de Newton Conceito A temperatura de um objeto varia numa taxa proporcional à diferença entre a temperatura do objeto e a temperatura do meio (ambiente). Algebricamente, sendo u(t) a temperatura de um objeto no instante t e u0 a temperatura (constante) do meio (ambiente), tem-se que du dt = k (u−u0)⇔ u′−ku =−ku0 onde k é uma constante de proporcionalidade. Note que, sendo u1 a temperatura inicial do objeto, k < 0, se u1 < u0 k < 0, se u1 > u0 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 61 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: lei de resfriamento de Newton Conceito A temperatura de um objeto varia numa taxa proporcional à diferença entre a temperatura do objeto e a temperatura do meio (ambiente). Deste modo, obtém-se o Problema de Cauchy du dt −ku =−ku0, u(0) = u1 cuja solução é u(t) = u0+(u1−u0)ekt EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 62 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: lei de resfriamento de Newton Exemplo Segundo a Lei de Newton, a velocidade de resfriamento de um corpo no ar é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura do ar. Se a temperatura do ar é 20oC e o corpo se resfria em 20 minutos de 100oC para 60oC, dentro de quanto tempo sua temperatura descerá para 30oC? EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 63 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: lei de resfriamento de Newton Exemplo Segundo a Lei de Newton, a velocidade de resfriamento de um corpo no ar é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura do ar. Se a temperatura do ar é 20oC e o corpo se resfria em 20 minutos de 100oC para 60oC, dentro de quanto tempo sua temperatura descerá para 30oC? Resposta Sendo u(t) a temperatura, em Celsius, do corpo no instante t, em minutos, e u0 = 20 a temperatura do ar, tem-se que du dt = k (u−20)⇔ u′−ku =−20k ⇔ u(t) = 20+(u1−20)ekt , k = const. Como u(0) = 100= u1, u(t) = 20+80ekt EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 64 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: lei de resfriamento de Newton Exemplo Segundo a Lei de Newton, a velocidade de resfriamento de um corpo no ar é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura do ar. Se a temperatura do ar é 20oC e o corpo se resfria em 20 minutos de 100oC para 60oC, dentro de quanto tempo sua temperatura descerá para 30oC? Resposta Sendo u(t) = 20+80ekt , porque u(20) = 60, decorre que 60= u(20) = 20+80e20k ⇔ ek = 2−1/20 e u(t) = 20+80 ·2−t/20 Portanto, o tempo, em minutos, para que a temperatura alcance 30oC é 30= 20+80 ·2−t/20⇔ t = 60 EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 65 / 67 Equação Diferencial Ordinária de ordem 1, aplicações: concentração em solução química Exercício Um grande tanque está parcialmente cheio com 100 galões de um �uido no qual foram dissolvidas 10 libras de sal. Uma salmoura contendo 1/2 libra de sal por galão é bombeada para dentro do tanque a uma taxa de 6 gal/min. A solução bem misturada é então bombeada para fora a uma taxa de 4 gal/min. (a) Determine a taxa da quantidade de sal que chega, por minuto, no tanque. (b) Sendo Q(t) a quantidade de sal, em libras, no instante t , prove que a concentração de sal, em libras por galão, no instante t é Q(t) 100+2t (c) Determinea taxa da quantidade de sal que sai, por minuto, do tanque. (d) Ache Q(t) em função de t. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 66 / 67 Leitura Recomendada I Abunahman, S. A. Equações diferenciais. Rio de Janeiro: EDC, 1989. Boyce, W. E. e Diprima, R. C. Equações diferenciais elementare e problemas de valores de contorno. Rio de Janeiro: LTC, 2002. Edwards, C. H. e Penney, D. E. Equações diferenciais elementares com problemas de contorno. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1995. Zill, D. G. Equações diferenciais: com aplicações em modelagem. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003. EDO (UTFPR) Luiz Claudio Pereira 2015 67 / 67 Espécies de Equações Diferenciais Ordinárias Técnicas de resolução apropriadas Exemplos de aplicações das Equações Diferenciais Ordinárias Trajetórias ortogonais Decaimento radioativo Lei de resfriamento de Newton Apêndice
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