Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ISSN 2176-1396 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA Silvia Hass Dolinski1- SEED/PR Eixo - Educação de Jovens e Adultos e Profissionalizante Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Este artigo objetiva socializar reflexões sobre Currículo, Metodologia e Formação de Professores, nas práticas pedagógicas específicas à EJA. Percebe-se que há necessidade de mudança na formação desses professoreso que mudar na metodologia e no currículo, qual a formação e os conhecimentos necessários para o profissional que atua na EJA. Como aportes teóricos utilizou-se Cavaco (1992); Nóvoa (1995); Giroux (1997); Barone (2000); Machado (2000); Haddad (2001); Contreras (2002); Moll (2004); Soares, Giovanetti e Gomes (2005); Arroio (2005); Tardif (2005); Leão (2007); Oliveira (2007); Barcelos (2010) e outros. Fez-se opção pela pesquisa qualitativa, enfoque na pesquisa-ação, sendo a observação e questionário utilizados na coleta de dados. Diante dessa pesquisa, conclui-se que existe uma contradição das concepções entre as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná e as Diretrizes Curriculares da EJA em relação aos conteúdos trabalhados pelos professores, aos alunos da EJA. Evidenciaram-se as discussões favorecendo o entendimento em relação a essas contradições, permitindo a organização de novos grupos de estudos, privilegiando a reflexão sobre o trabalho do professor de EJA, despertando-lhe o interesse pelas pesquisas e estudos relacionados ao Currículo e à Metodologia, demonstrando assim, uma visão sobre a realidade dessa modalidade de ensino.Também trouxe subsídios que permitem explicitar as questões de ensino e aprendizagem, realizando o movimento importante de ação-reflexão, teoria-prática. Para isso, faz-se necessário que para o professor trabalhar com adultos é importante propor e refletir criticamente sobre sua prática, conhecer a sala de aula e a escola em que vai trabalhar. Palavras-chave: Currículo. EJA. Formação de Professores. Introdução A pesquisa sobre Currículo e Formação de Professores surgiu com a preocupação da aprendizagem dos alunos, e tendo como objetivo proposto sistematizar o referencial teórico que subsidia a análise e organização do currículo, articulando as discussões teóricas com a 1Professora Pedagoga da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná: Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Especialista em Educação pela UEPG, Professora PDE 2009. Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná.Contato: silviadolinski@bol.com.br mailto:silviadolinski@bol.com.br 16054 prática, tornando significativos os conteúdos trabalhados e adequados às necessidades educacionais dos jovens e adultos. A investigação também foi uma preocupação que teve origem na prática profissional da professora pedagoga da rede pública estadual de ensino, ao observar as contradições existentes entre o referencial teórico que fundamenta as Diretrizes Curriculares da Educação Básica e as Diretrizes da EJA e as concepções da temática em estudo e a pratica profissional do professor da EJA, formalmente instituída na escola. Um outro motivo relevante está vinculado à necessidade de compreender como se dão as práticas de EJA. Estas práticas reproduzem, muitas vezes, o ensino regular de maneira inadequada e facilitadora. Há muito se vem discutindo a importância de termos na EJA profissionais formados para o trabalho com esse público, com uma formação que possibilite um repensar contínuo de sua prática, de forma a tornar-se cada vez mais identificado com as questões pedagógicas específicas dos educandos jovens e adultos. Diante desta problemática em relação à formação específica ao professor da EJA, organizou-se um projeto de pesquisa, evidenciando o trabalho do professor desta modalidade educativa. O estudo sobre os temas apontados desenvolveu-se através da análise da contribuição de autores e pesquisadores na área de educação que discutem o Currículo, Metodologia e Formação de Professores, dentre eles, Freire (1996), Brasil (2000), Soares, Giovanetti e Gomes (2005), Moura (2007). A EJA fundamenta-se nas Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos (PARANÁ, 2005, p.37-40). De acordo com o inciso VII do art. 4º da LDB 9394/96, aos professores requer-se a necessidade da existência de formação específica para atuar na EJA, explicitada pelo Parecer 11/2000: “Trata-se de uma formação em vista de uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com marcadas experiências vitais que não podem ser ignorados” (BRASIL (2000, p.58). Na perspectiva das Diretrizes, conhecimento e currículo estão interligados e oportunizam uma proposta pedagógica estabelecida a partir das reflexões sobre as diversas culturas, ampliando o universo cultural e tornando-os mais próximo da realidade. É possível perceber, a partir das contribuições teóricas, as divergências entre a prática do professor da EJA e as concepções, os fundamentos bem como seu referencial teórico. 16055 De acordo com as contribuições teóricas, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, cabendo como foco de reflexão as Diretrizes para a Educação Básica, se as mesmas podem ser válidas em comum tanto para o ensino “regular”, como para o da EJA, os encaminhamentos necessários e o posicionamento dos profissionais. Esta modalidade de ensino apresenta limites institucionais e pedagógicos na efetivação das propostas dispostas, como diretrizes para a mesma. Dentre as principais a que se destaca é o encaminhamento dado pelas Diretrizes da Educação Básica e as Diretrizes para EJA. Os fundamentos e o percurso teórico-metodológico da pesquisa A Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 2000), tem sido merecedora de incansáveis discussões e debates que se tornam cada vez mais frequentes entre teóricos e educadores brasileiros. Na perspectiva de Brasil (2000) uns discutem o seu próprio sentido ou finalidade, a sua vinculação com a realidade; outros criticam sua incapacidade de oferecer aos alunos os instrumentos para que eles se tornem cidadãos conscientes e participantes. Há questionamentos quanto à metodologia utilizada e também quanto à própria formação dos professores que atuam nessa modalidade de ensino. É necessário reconhecer que os jovens e adultos aprendem ao longo da vida e, deste modo, a juventude e a vida adulta passam a ser tempos de aprendizagem, de informações, de saberes novos que a sociedade de seu tempo lhes demanda. Considera-se de fundamental importância a formação de professores nessa modalidade educativa, as práticas pedagógicas não são específicas a EJA, reproduz-se muitas vezes o ensino regular de maneira inadequada e facilitadora. Há muito se vem discutindo a importância de constituir-se a EJA de profissionais formados para o trabalho com esse público, com uma formação que possibilite um repensar contínuo de sua prática, de forma a tornar-se cada vez mais identificado com as questões pedagógicas específicas dos educandos jovens e adultos. Isto posto, essa responsabilidade dos professores deve ser a preocupação não apenas com seu aprimoramento técnico e, sim, comprometido coma transformação social das camadas populares, como um profissional crítico-reflexivo, que pensa sobre a sua ação, inserido no coletivo escolar, na sociedade que se tem e cuja atividade se alia à pesquisa. Para Freire (1996), qualquer ação docente deverá estar assentada em dois princípios básicos: o primeiro refere-se à reflexão sobre o homem e sua “vocação” na busca de se afirmar como sujeito da história e, o segundo, associa-se à posição do homem nesta história, sua ação no mundo como seu intérprete e criador da cultura. 16056 O ato educativo não pode transformar o homem em objeto, pois isso se contrapõe a sua vocação natural de Ser. Nesse sentido, para Freire (1996), toda e qualquer ação educativa deve ser um ato político que ajuda o homem a tomar consciência de sua posição no mundo, a se libertar de sua consciência oprimida, a fim de participar, de forma ativa e criadora, da história e da transformação da realidade na qual está inserido. Acrescenta-se a isso que o currículo escolar, considerando nos processos de aprendizagem os conhecimentos adquiridos na prática social do aluno, pode, numa pedagogia crítica e pautada na concepção de escola como uma instância política, ser um espaço propício a emancipar o aluno, formando uma consciência crítico-reflexiva e promovendo autonomia. Nestas perspectivas, para a EJA é significativo reconstruir estas experiências de vida e ressignificar conhecimentos de etapas anteriores da escolarização, articulando-os com os saberes escolares, na construção do currículo escolar, por um lado, do saber que resulta da prática social do sujeito, por outro, das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná que devem alicerçar essa construção, ou seja, quem é esse aluno, e que saber ele traz. A EJA fundamenta-se nas Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos em que se identificam os eixos: cultura, trabalho e tempo como os que deverão articular toda a ação pedagógico-curricular nas escolas. O currículo, entendido como seleção de cultura, como processo ordenador da especialização do conhecimento que engloba toda a ação pedagógica é o principal momento de mediação da prática dos educadores e educandos. Por isso, a organização dos espaços, dos tempos escolares e da ação pedagógica deve ser objeto de reflexão entre educadores e educandos para que o currículo seja significativo, numa articulação teórico-prática, tornando-o relevante às necessidades educacionais de jovens e adultos. Assim, pode-se afirmar que, ao professor que atua na EJA falta uma formação específica, há desconhecimentos metodológicos e conteudísticos, somados à ausência de conhecimentos práticos para sua atuação nessa modalidade da educação. Diante do exposto, percebe-se que há uma deficiência na formação desses professores. O que mudar na metodologia e no currículo, qual a formação e os conhecimentos necessários para o profissional que atua na EJA, que direcionamento de ordem curricular e metodológico pode ser dado na formação dos professores dessa modalidade de ensino. No desenvolvimento das ações educativas e, para um processo de reflexão, parte-se da análise de como se consideram os conteúdos disciplinares. A escola contribui para novos 16057 modos de agir, sentir, pensar, provocar mudanças e possibilitar ao profissional da EJA identificar-se com as questões pedagógicas específicas dos educandos jovens e adultos. Questiona-se então, como articular as discussões teórico-práticas em que a abordagem dos conteúdos trabalhados possibilite um processo pedagógico que aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano sem perder a sua essência, tornando-os significativos e adequados às necessidades educacionais dos jovens e adultos? Qual o diferencial que faz pensar currículo para adolescentes e jovens dos cursos regulares e para jovens e adultos na modalidade EJA? Que linha separa uns e outros? Como consta da V Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 1997, p.42): A educação de adultos engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou informal, onde pessoas consideradas “adultas” pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seus conhecimentos e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A educação de adultos inclui a educação formal e o espectro da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria e na prática devem ser reconhecidos. O inciso VII do art. 4º da LDB 9394/96 (BRASIL,2000) estabelece a necessidade de atenção às características específicas dos trabalhadores matriculados nos cursos noturnos. Vê- se, assim, a necessidade da existência de formação específica para atuar na EJA, explicitada pelo Parecer 11/2000: “Trata-se de uma formação em vista de uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com marcadas experiências vitais que não podem ser ignorados” (BRASIL, 2000, p.58). De acordo com Moll (2004), o descaso com a Educação de Jovens e Adultos pode estar, aos poucos, começando a ser revertido pela ação local dos municípios e seus parceiros. As ações das universidades com relação à formação do educador de jovens e adultos ainda são tímidas se consideradas, de um lado, a relevância que tem ocupado a EJA nos debates educacionais e, de outro, o potencial dessas instituições como agências de formação. Os trabalhos acadêmicos que se referem à temática, analisados por Machado (2000), alertam que a formação recebida pelos professores, normalmente por meio de treinamentos e cursos aligeirados, é insuficiente para atender às demandas da Educação de Jovens e Adultos. Nesse sentido, conclui que, para se desenvolver um ensino adequado a esse público, é necessário formação inicial específica consistente, assim como um trabalho de formação continuada. "Há um desafio crescente para as universidades no sentido de garantir/ampliar 16058 os espaços para discussão da EJA, seja nos cursos de graduação, seja nos de pós-graduação e extensão" (MACHADO, 2000, p. 16). Segundo Tardif (2005, p.221), “transformar os alunos em atores, isto é em parceiros da interação pedagógica, parece-nos ser a tarefa em torno da qual se articulam e ganham sentido todos os saberes do professor”. A formação do educador dá-se na relação cotidiana com os educandos na medida em que vai superando ingenuidades iniciais e conquistando maior segurança e maturidade ao assumir o seu papel docente: o de favorecer o processo de construção e reconstrução do conhecimento. “Nesse sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem (internalização) e de avaliação que permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da necessidade de uma “transformação emancipadora. É desse modo que uma contraconsciência [...] poderia realizar sua grandiosa missão educativa” (MÈSZÁROS, 2005, p.57-58). No âmbito do currículo, tem-se colocado um conjunto de questões, principalmente em relação à crescente demanda e quantidade de informações a serem conhecidas pelos e alunos. As fontes de saber têm-se multiplicado e exigem redimensionamento de seu papel quanto aos limites de espaço dentro de um sistema educativo formal. Na perspectiva de Giroux (1997), a reflexão amplia o horizonte, incluindo a compreensão da sua ação professores que a estrutura e o funcionamento institucional exerce sobre como ele pensa sua prática, bem como o sentido social e político do seu trabalho. Entende-se assim que, para atingir o papel de intelectual crítico, o professor deve analisar sistematicamente sua situaçãoprofissional, os aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos que permeiam a escola e seus alunos, questionar seu próprio trabalho, suas concepções de escola, currículo, ensino, metodologias e assumir a responsabilidade da produção e utilização do conhecimento, firmando compromisso com a transformação do pensamento e da prática dominante. O trabalho dos docentes como trabalho intelectual também significa, para Contreras, um trabalho crítico. Trata-se de: [...] desenvolver um conhecimento sobre o ensino que reconheça e questione sua natureza socialmente construída e o modo pelo qual se relaciona com ordem social, bem como analisar as possibilidades transformadoras implícitas no contexto social das aulas e do ensino (CONTRERAS,2002, p.157-158). Nesse sentido, as práticas da EJA precisam caminhar na direção de uma educação transformadora voltada para a emancipação social. Acontecimentos significativos: algumas categorias 16059 A análise do processo de investigação, propiciaram reflexões a partir de fatos e experiências que foram relatadas e vivenciadas, acontecimentos que fizeram pensar as práticas pedagógicas e perspectivas curriculares e as relações teórico-práticas no contexto escolar. Priorizando aspectos relacionados a processo ensino-aprendizagem e, de posse das respostas dos profissionais, observou-se que foram sinalizadas pistas e indicativos significativos sobre a temática investigada. Os registros dos professores apontam algumas evidências do trabalho realizado em sala de aula e a percepção docente sobre o processo educativo. Para clarificar a compreensão sobre as respostas dos professores e a relação destes posicionamentos com o referencial teórico, definiram-se categorias de análise que são apresentadas na sequência, sendo que foi preservada a identidade dos profissionais, denominada de P.M. Concepção dos professores sobre a EJA Os dados indicam que os professores enfatizam que é uma educação específica para EJA, priorizando alunos afastados da sala de aula por muito tempo, com o resgate da autoestima, sentem-se motivados a estudar. É uma educação que traz um referencial teórico e prático possível de se fazer mediação, relacionada a outros saberes. Consideram também, que é uma proposta flexível, aproveitando as diferenças individuais e os conhecimentos informais trazidos pelos alunos. Esses alunos adultos trazem conhecimentos de suas vivências dos grupos os quais pertencem e que podem representar um relevante fator no processo de formação do professor, sendo este um importante aliado na formação do cidadão, enquanto participante ativo do meio onde vive e entende de si como sujeito histórico. Sendo assim, a escola tem como função mediadora de preparar o indivíduo para o exercício da cidadania. A fundamentação teórica e específica para EJA As professoras integrantes do corpo docente da escola acreditam que deve ser uma proposta diferenciada, mesmo porque o aluno da EJA já vem com uma “bagagem” cultural”. Em partes, pois apesar da EJA ser fundamentada, mas há momentos em que o marxismo se faz presente Enfoca o ser humano em todas as dimensões. “De todas as pedagogias, teoricamente falando, tirei o que faria bem ao meu aluno”. Acrescentando as teorias dos grandes pensadores como: Freud, Piaget, Vigotsky, Riviëre, Montessori, Dewey e Paulo Freire. 16060 Muitos dos professores não têm um posicionamento em relação a uma concepção ou tendências predominantes na proposta pedagógica quanto a organização do currículo, sendo que muitas vezes sua abordagem é diversificada. Assim, Oliveira (2007, p.86) aborda essa questão que: [...] atualmente, muitos são os educadores que buscam ampliar este conceito, incorporando ao trabalho e à reflexão sobre o tema os jovens e adultos que, estando no sistema de ensino regular, são submetidos a propostas e práticas inadequadas tanto aos seus perfis socioeconômico-culturais quanto às suas possibilidades e necessidades reais. Isto porque a tendência predominante das propostas curriculares é a da fragmentação do conhecimento, e a da organização do currículo numa perspectiva cientificista, excessivamente tecnicista e disciplinarista, que dificulta o estabelecimento de diálogos entre as experiências vividas, os saberes anteriormente tecidos pelos educandos e os conteúdos escolares. Faz-se necessário um aprofundamento sobre as teorias educacionais, assim o professor terá condições de estabelecer o diálogo entre as experiências de vida, os saberes trazidos pelos alunos e os conteúdos estruturados. Os recursos utilizados O professor utiliza recursos que auxiliam no aprendizado do aluno, e uma melhor fixação do conteúdo. Na manifestação do professor fica evidente que o estado não fornece materiais próprios para se trabalhar na EJA. Os materiais são preparados de acordo com as dificuldades e habilidades de cada aluno. Já TV multimídia e demais são utilizados como apoio. Porém, os recursos como auxiliares na metodologia do professor ainda necessitam ser mais explorados. Temos percebido que os resultados são fantásticos na aplicação dos recursos que temos. Outros professores, nas suas considerações afirmam que não existem materiais fornecidos pelo Estado, os que são fornecidos pelo governo são desatualizados. Os materiais são preparados de acordo com a dificuldade do aluno. Também, consideram limitados os materiais fornecido aos professores. Os professores têm disponibilidade dos recursos na escola. Alguns professores não, porque há escolas que não possuem esses recursos. Considera-se que na EJA é possível trabalhar com qualquer recurso desde que fique à disposição do professor. Quanto à realidade sócio-econômica dos alunos Temos alunos de várias realidades. Desde pessoas com nível sócio-econômico alto até pessoas com problemas sociais e econômicos graves. São alunos trabalhadores, pais, mães 16061 pessoas que por algum motivo não concluíram seus estudos porque precisavam trabalhar para ajudar a família ou por dificuldade financeira. A coerência entre o material didático e seus alunos Há coerência entre o material didático e a realidade dos alunos, mas está desatualizado. Quanto aos livros recebidos não condizem com a vivência do aluno adulto, pois enfocam temas que não despertam o interesse nos mesmos. Muitas vezes o livro é adaptado para uma nova realidade, havendo necessidade de complementação com outros artigos e textos. Sempre aparecem casos em se deve readaptar tanto o material, como o método. As dificuldades encontradas na prática profissional da EJA Devido a diversidade que é enriquecedora, faz-se necessário o preparo de material diversificado, o que causa problemas pela falta de tempo. Considera-se, também que falta capacitação direcionada para professores que possuem alunos com necessidades especiais; tem-se que procurar por conta própria; ou trabalha-se conforme a sua vivência. As dificuldades mais citadas pelos professores São poucos os cursos, debates e seminários ofertados pela SEED direcionados à formação do professor da EJA. O fato de adaptação curricular ser uma constante isso faz rever as práticas sendo que para cada caso requer-se uma assistência diferente e um material próprio; adaptação dos profissionais novos na modalidade; diferenças do nível de aproveitamento dos alunos e a questão de muitas faltas, seja por ausência ou por evasão. As dificuldades encontradas para a maioria dos professores estão marcadas em relação aos alunos com necessidades especiais, pela necessidade de se fazer adaptação curricular. Daí a necessidade de formação dessesprofessores. A esse respeito, Haddad (2001, p. 191-192) afirma que: a educação continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, continuamente, é inerente ao desenvolvimento da pessoa humana e relaciona-se com a ideia de construção do ser. Abarca, por um lado, a aquisição de conhecimentos a aptidões e, de outro, atitudes e valores, implicando no aumento na capacidade de discernir e agir. Educação continuada implica repetição e imitação, mas também apropriação, ressignificação e criação. Enfim, a ideia de uma educação continuada associa-se a própria característica distintiva dos seres humanos, a capacidade de conhecer e querer saber mais, ultrapassando o plano puramente instintivo de sua relação com o mundo e com a natureza. 16062 Quando se refere à formação continuada, entende-se que a escola é o lugar onde se efetiva o programa, possibilitando ao profissional de ensino fazer parte de um processo de reflexão coletiva dos aspectos teórico-metodológicos, inerentes aos saberes e fazeres pedagógicos, em consonância com as dificuldades vivenciadas no cotidiano. A compreensão da prática é resultado da reflexão sobre ela, porque parte de inúmeras relações e, percebe-se aí o envolvimento no trabalho pedagógico e o papel dos atores que fazem parte do processo educativo. Sendo assim, segundo Barcelos (2010, p. 171), o trabalho educativo “acontece em um tempo-espaço muito peculiar: o tempo e espaço da escola e das suas relações. A escola como um dos territórios de experiência sensível um lugar de palavras, gestos, silêncios, atitudes. Lugar de experiências vividas”. É neste contexto que desenvolvem as ações educativas, as relações entre espaço e tempo, a troca de experiências, sem elas a escola perde o seu sentido. Experiência desenvolvida na EJA Cabem aqui testemunhos de alguns professores: “Na questão da avaliação os alunos perderam o medo das provas. Utiliza-se a linha de Luckesi com excelentes resultados, perdendo o medo da Química que era considerada o bicho papão”. “Em classe, foram desenvolvidos vários projetos. Citando um deles: projeto diversidade; através de filmes (cine-fórum) foram debatidos vários assuntos que romperam barreiras e iniciaram um processo de compreensão da necessidade das diferenças para a cultura brasileira”. “Teve um projeto que realizamos envolvendo quase todos os professores e os alunos incentivando a prática esportiva chamado ‘move-it’”. “Acho muito importante a formação de grupo de estudos, onde os professores podem trocar experiência, discutir com seus pares e refletir sobre sua ação”. “Conforme a escola, as alunas têm um ritmo. Na escola onde estou agora alguns alunos estão com um pouco de dificuldade de acompanhar os colegas (dois senhores de mais de 60 anos e duas senhoras que passaram na prova de 1ª a 4ª série), então estou tendo que adaptar as aulas tendo que adaptar as aulas para que possam participar. Mas, de maneira geral é gratificante trabalhar com esse público, sentindo-se reconhecida”. Em análise às respostas dos professores, busca-se compreender que mudar as práticas, as atitudes educativas escolares, repensar as perspectivas curriculares é algo que associa ao agir da realidade dos alunos da EJA. 16063 O posicionamento entre as Diretrizes para a Educação Básica, se as mesmas podem ser válidas em comum tanto para o ensino “regular”, como para o da EJA E ainda com os testemunhos: “É claro que não, pois os alunos jovens e adultos têm diferenças. A EJA é voltada para o aluno trabalhador que por algum motivo já foi excluído da educação formal. Temos que levar em consideração suas especificidades para não o excluirmos novamente”. “Estamos trabalhando de uma forma os mesmos conteúdos, mas, para realidades diferentes, concepção de vida, amadurecimento como pessoa diferente”. “Não, a EJA requer um olhar especial, são pessoas com diferentes estágios, e trazem consigo uma bagagem de conhecimento que a própria vida lhe dera”. Os conteúdos estruturantes são os caminhos a serem percorridos, porém o que diferencia o ensino regular da EJA é a metodologia. Não se pode infantilizar os conteúdos na Educação de Jovens e Adultos. Deve-se valorizar os conhecimentos e as experiências que o jovem, adulto, idoso trazem consigo, quando retornam aos bancos escolares. Apesar do ponto de partida ser diferente o de chegada é o mesmo. Cabe ao professor flexibilizar quando necessário. Não é possível trabalhar da mesma forma, portanto as diretrizes devem ser específicas de cada realidade deve ser diferenciado porque as realidades dos alunos são diferentes e a finalidade do retorno a escola geralmente não é a da escola regular. Em algumas respostas constata-se que o professor precisa flexibilizar o conteúdo e ser diferenciado. No entanto, as diretrizes devem ser específicas de cada realidade, porque o aluno da EJA já tem uma bagagem cultural, as realidades dos alunos adultos são diferentes dos alunos do ‘regular´. Na graduação, o professor não recebe formação específica para o trabalho com adultos e é neste sentido que a formação continuada ou em serviço tem grande relevância, assim, ressalta-se a evidência de formação de todos nesse processo. Cavaco (1992) destaca que “a partir da organização de um corpo docente nuclear, empenhado e dialogante, que consegue aglutinar grupos de professores para projetos comuns, pode gerar-se um ambiente de acolhimento e participação, que estimule a formação interveniente de todos”. Faz-se necessário repensar a proposta curricular que resulte numa organização curricular que parta necessariamente do cotidiano, bem como a cultura e a vivência dos 16064 educandos e não manter um currículo infantilizado para aqueles destinados aos cursos regulares. Alguns caminhos apontados para o currículo da EJA. Alguns caminhos apontados pelos professores sugerem que se elabore uma proposta curricular voltada para a realidade do jovem adulto e idoso, na qual suas experiências de vida sejam valorizadas, para que esses educandos tenham possibilidades de ultrapassar os conhecimentos adquiridos no senso comum para o conhecimento científico. Um currículo que valorize a multidisciplinariedade, bem como o desenvolvimento de projetos, abordando as questões de discriminação social, violência, desrespeito ao ser humano e desvalorização do professor. Esses sujeitos vêem na escola a melhor forma de resgatar a sua dignidade, mas encontram empecilhos, mesmo sabendo que seus direitos têm sido negados, o que nos faz refletir por meio do currículo é resgatar a sua história de vida. Na maioria das vezes, o trabalho obriga o jovem adulto trabalhador deixar a escola e que o sistema capitalista exige formação e conhecimento necessário ou para buscar emprego ou até mesmo para permanecer nele. É nesse sentido que se percebe a importância de se construir um currículo que atenda a diversidade da comunidade escolar, estabelecendo o diálogo como fundamento metodológico com a multiplicidade de características e experiências, tais como as fases da vida, as condições de trabalho, identidade cultural, ética, participação social e a linguagem e suas expressões. Esse momento de construção tem como perspectiva a melhoria da qualidade de vida dos sujeitos. A construção curricular tem perspectiva de desenvolver a formação dos jovens e adultos nas diversas dimensões da vida, tais como: cognitiva, afetiva, estética, cultural e política, construindo o educando em sua totalidade contribuindo para a superação das dicotomias que tem caracterizado a educação que separa corpo e intelecto. O objetivo do currículo é promover a interaçãoentre os sujeitos e a construção da autonomia. E imprescindível que se construa um currículo dialógico, dinâmico, crítico e histórico que garanta a diversidade dos sujeitos. Com a implementação das inovações tecnológicas direcionadas ao mundo do trabalho, efeitos produzidos pela globalização, exige-se desse trabalhador um perfil que seja capaz de atuar com flexibilidade e dinamismo. É neste contexto que se aponta a necessidade de discussão sobre formação e de atuar significativamente no mundo do trabalho. Assim, 16065 para auxiliar neste contexto, busca-se nas expressões de Barone (2000, p. 94) quando afirma que, “estamos num cenário marcado por novas e maiores exigências quanto à formação do trabalhador, sendo consenso a solicitação de uma educação geral para o mesmo de forma a atender a demanda da nova base produtiva e informacional da sociedade atual”. A escola é um espaço responsável pela organização, produção e apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. Cabe à escola organizar selecionar e difundir os conhecimentos, valores, atitudes que sejam fundamentais para serem trabalhados no ambiente escolar. Essa organização está expressa pelo currículo. A educação está fundamentada em princípios, valores éticos, conhecimentos científicos, artísticos, filosóficos e culturais, necessários para o desenvolvimento humano. Essa concepção possibilita constituir nos alunos uma educação formadora para que possam atuar profissionalmente, atendendo as demandas da produção, mas que acima de tudo sejam seres humanos críticos e conscientes. E quanto à cultura, faz-se necessária considerar sua relevância na formação de raízes e construção das identidades dos educandos no sentido de alargar os horizontes de cada um, para compreensão do real, na sua totalidade. Precisa ser reconstruído o currículo pautado na realidade dos jovens e adultos. Esse momento de construção aponta discussão, organização curricular, pois é o momento em que marcam-se os tempos e os espaços de ensinar e aprender, onde a diversidade de alunos apresentada leva a construção de um currículo flexível com a qualidade pedagógica que assegura as articulações desse público de jovens e adultos. Houve um momento de reflexão sobre a prática do professor, a problemática evidenciada emerge a possibilidade de analisar e propor encaminhamentos com vistas ao enfrentamento, dos problemas e dificuldades encontradas. Uma proposta de formação continuada se refere à formação do profissional de ensino que precisa “divulgar suas descobertas, socializar saberes construídos na e através da experiência docente” (LEÃO, 2007, p.41). Ou ainda, possibilitar a consolidação das suas ações, revê-las e analisá-las criteriosamente. Com isso, a troca de experiência permite a construção de novos saberes para seu desenvolvimento profissional. Dessa forma, a formação dos professores precisa “investir positivamente nos saberes de que o professor é portador, trabalhando-os de um ponto de vista teórico e conceptual” (NÓVOA, 1995, p. 27). Para a formação deste profissional há que se considerar que existem alguns aspectos urgentes e que são centrais para um maior aprofundamento, na busca de uma prática 16066 pedagógica mais vinculada à cientificidade. Nas discussões dos textos apresentados na “intervenção pedagógica” surgiram questionamentos como: as teorias que orientam a construção do currículo são elas, a tradicional, a crítica e a pós-crítica. Percebe-se na fala dos professores que a teoria que predomina é a teoria tradicional. Mas, o essencial é saber qual o conteúdo a ser ensinado e o porquê ensinar esse conteúdo. A prática na sala de aula revela muitas vezes as bases teóricas de currículo, a relação que o educador consegue estabelecer entre a teoria e a sociedade. Há necessidade de se debater constantemente as bases teóricas que fundamentam o trabalho do professor. Nenhuma prática pedagógica é neutra, por isso, o educador precisa ter clareza da função da escola e do seu trabalho, em especial na educação de jovens e adultos porque tem uma clientela diferenciada que necessita ser atendida em suas especificidades. E, também, proporcionar através desses debates, encontros, leituras, uma visão de posicionamento mais crítico em relação à educação de jovens e adultos. Esse posicionamento remete à necessidade de flexibilizarem-se as práticas curriculares, bem como refletir e reorientar as práticas pedagógicas. Dessa forma, Freire (1996) alerta para o fato de que não se pode desconsiderar na formação docente a criticidade- responsável pela ligação entre a curiosidade ingênua do (a) educando (a) que leva a curiosidade epistemológica - e o valor da afetividade, da sensibilidade, das emoções. Enfim capacidade imaginativa e intuitiva do ser humano. É da ligação entre intuição/conhecimento que surgem espaços para as diferentes formas de ver a realidade a partir dos diferentes contextos no qual os alunos estão inseridos. Considerações Finais A educação de jovens e adultos necessita avaliar sempre sua identidade, reelaborar os seus objetivos e conteúdos e explicitar seus currículos. Os debates precisam ser críticos, abertos à mudança, capazes de intervir em processos de produção cultural que tenham alcance político. É nesta direção de formação política para cidadania democrática que se deve caminhar na reelaboração de currículos de educação de jovens e adultos e na formação continuada aos profissionais que nela atuam. Faz-se necessário considerar que é de fundamental importância qualificar o professor por meio de ações culturais e políticas voltadas ao amplo reconhecimento do valor da educação continuada e do ensino de jovens e adultos como estratégias de promoção de equidade educativa e social. 16067 Pois, se quer contribuir para a formação humana desses educandos, tem de encará-los como sujeitos que são, que interpretam o seu mundo, agem sobre ele e dão sentido pedagógico de humanização. Acredita-se, como afirma Arroio (2005), que é através dessas reflexões e das novas práticas que delas resultarem é que pode dar sentido à sua vida. Levar em conta os jovens como sujeitos implica repensar a escola, seus currículos com suas práticas educativas. Como fazer da escola e das práticas educativas um fazer da escola um tempo mais humano, humanizador. Desse modo, foi possível verificar a importância deste estudo, uma vez que a pesquisa bibliográfica, descritiva e interpretativa deu uma visão sobre a realidade dessa modalidade de ensino e também trouxe subsídios que permitem explicitar as questões de ensino e aprendizagem, realizando o movimento importante de ação-reflexão, teoria-prática. REFERÊNCIAS ARROIO, Miguel. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes; Nilma Lino (Orgs.). Diálogos na educação de jovens e adultos. 2. ed. Belo Horizonte: 2005. BARCELOS, Valdo. Educação de Jovens e Adultos. Petrópolis. Rio de Janeiro, 2010. BARONE, R.R.M. Educação e políticas: questões para o debate, In: SENAC, Boletim Técnico do SENAC, São Paulo, v.26, n.3,2000. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- Lei Nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. D.O.U. de 23 de dezembro de 1996. BRASIL. Declaração de Hamburgo sobre a Educação de Adultos. V CONFINTEIA, 1997. BRASIL. Parecer CEB 11/2000. Diretrizes curriculares nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000. CAVACO, Maria Helena. Ofício de professor: o tempo e as mudanças. In: NÓVOA, António. (Org.). Profissão professor. Porto: Porto Editora,1992. CONTRERAS, J. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GIROUX, H.A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Atmed, 1997. HADDAD, Sergio. (2001) A educação continuada e as políticas públicas no Brasil. in: Educação de Jovens e Adultos - Novos leitores, novas leituras/ Vera Masagão Ribeiro (org.) 16068 Campinas-SP, Mercado de Letras. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/jovens01.html Acesso em 29 de outubro de 2010 às 12h:30min. LEÃO, Débora Ortiz de. Docência e alfabetização na EJA: espaços e tempos de formação cotidiana. IN: GUSTASACK, Felipe; VIEGAS, M. F.; BARCELOS Valdo (Orgs). Educação de Jovens e Adultos: Saberes e Fazeres. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2007. MACHADO, M. M. A prática e a formação de professores na EJA: uma análise de dissertações e teses produzidas no período de 1986 a 1998. In: Reunião anual da ANPED, 23, Caxambu, 2000. MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 1. Ed. São Paulo: Boitempo, 2005. MOLL, Jaqueline. EJA como política pública local: atores sociais e novas possibilidades educativas. Educação e Realidade. Porto Alegre, v 01, n. 01, p. 09-24 jul/dez. 2004. MOURA, Tania Maria de Melo (org.) A formação de professores para EJA-dilemas atuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. NÓVOA, Antonio (org.). Vidas de professores. Portugal: Porto, 1995. OLIVEIRA, I. Barbosa. Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA. Educar, Curitiba, n. 29, p. 83-100, 2007. Editora UFPR. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná. Versão preliminar, SEED/SUED: 2005. SOARES, L.; GIOVANETTI, M.A.; GOMES, N.L.;(org.) Diálogo na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
Compartilhar