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Agamben, Bin Laden e o Direito Penal do Inimigo

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APS : Proceda à leitura do texto “A FILOSOFIA DE AGAMBEN, O TERRORISMO DE BIN LADEN E O DIREITO PENAL DO INIMIGO: UM ESTUDO DE FRONTEIRAS ENTRE A PROTEÇÃO E A PUNIÇÃO”, de Fernando Antônio C. Alves de Souza e José Arlindo de Aguiar Filho.
Não se esqueça de mencionar as referências bibliográficas, se eventualmente utilizadas, de acordo com as regras da ABNT.
Após, responda, de forma objetiva, às seguintes questões:
1) Relacione o evento da morte do terrorista Osama Bin Laden com o conceito de “homo sacer” de Giorgio Agamben.
Resposta: Explica-se sobre o fato, trata-se da morte do terrorista Osama Bin Laden, que foi o mais procurado no mundo, tendo a justificativa de que sua morte foi em favor do Estado, da segurança coletiva, da legitima defesa, em razão do atentado ocorrido em 11 de setembro de 2001. Tendo em vista o ato praticado, estamos diante do homo sacer a que tanto se refere Giorgio Agamben, como bem nos expõe Paulo César Busato:
“aquele que é considerado tão impuro que fica fora da jurisdição humana, cuja morte não se traduz, sequer, em homicídio a quem o poder soberano aplica a vida nua, ou seja, as regras destituídas de qualquer limite ou direito”. 
Para Agamben, é o lugar em que a vida foi excluída por sua inclusão, onde só o direito pode alcançar o vivente. 
2) Explique a tese intitulada “Direito Penal do Inimigo”, de Günther Jakobs, relacionando-a com as políticas de combate ao terrorismo, adotadas após o 11 de setembro.
Resposta: O direito penal do inimigo sempre esteve presente no âmbito do poder punitivo, deve-se a Jakobs a criação de tal nomenclatura, porém ela não teve, na sua criação, o significado que hoje se conhece, o termo é de 1985, “Este termo foi primeiramente utilizado, para descrever e criticar a legislação penal alemã que, a partir dos anos 80, assumia um caráter expansionista, visando a atender aos reclamos de uma política de risco”. Para Jakobs, o direito penal do inimigo, surgiu para punir o inimigo, que é todo aquele que pratica de maneira reiterada delitos, ou quem pratica crimes gravíssimos contra o Estado, como por exemplo o terrorismo. São na verdade políticas criminais de intolerância.
Com critérios políticos, a individualização de certas pessoas como entes perigosos ou daninhos fez com que, após os ataques de 11 de setembro, que a figura do terrorista, que se encontra presente na sociedade há muito mais tempo do que se imagina, teve destaque como inimigo internacional a ser fortemente combatido. 
Assim se explica a política criminal adotada pelos Estados Unidos, segundo Giorgio Agamben:
"O significado imediatamente biopolítico do estado de exceção como estrutura original em que o direito inclui em si o vivente por meio de sua própria suspensão aparece claramente no ‘military orde’, promulgada pelo presidente dos Estados Unidos no dia 13 de novembro de 2001, e que autoriza a ‘indefinitive detention’ e o processo perante as ‘military commissions’ (não confundir com tribunais militares previstos pelo direito de guerra) dos não cidadãos suspeitos de envolvimento em atividades terroristas. Já o USA Patriot Act, promulgado pelo Senado no dia 26 de outubro de 2001, permite ao Attorney general ‘manter preso’ o estrangeiro (alien) suspeito de atividades que ponham em perigo ‘a segurança nacional dos Estados Unidos; mas, no prazo de sete dias o estrangeiro deve ser expulso ou acusado de violação da lei sobre imigração ou de algum outro delito. A novidade da ‘ordem’ do presidente Bush está em anular radicalmente todo estatuto jurídico do indivíduo, produzindo, dessa forma, um ser juridicamente inominável e inclassificável. Os talibãs capturados no Afeganistão, além de não gozarem do estatuto do POW [prisioneiro de guerra] de acordo com a Convenção de Genebra, tampouco gozam daquele de acusado segundo as lei norte-americanas. Nem prisioneiros nem acusados, mas apenas detainees, são objeto de uma pura dominação de fato, de uma detenção indeterminada não só no sentido temporal, mas também quanto à sua própria natureza, porque totalmente fora da lei e do controle judiciário."
Portanto, a guerra tem suas consequências de suspensão da ordem jurídica vigente, como forma de legitima defesa do Estado frente as ameaças,com a perigosa escolha de preterir o direito individual inalienável,em favor do direito de defesa do Estado. 
3) O excerto abaixo foi extraído do texto que figura como referência para esta atividade. Qual o seu posicionamento acerca da ideia expressa pelo autor?
O dano que Jakobs causou com suas reflexões e seu conceito de direito penal do inimigo é visível. Regimes autoritários adotarão entusiasmados a legitimação filosoficamente altissonante do direito penal e processual contrário ao Estado de Direito. (PRITTWITZ, C, 2010, p. 915-927)
Resposta: O idealismo de Günther Jakobs separa o inimigo das relações constituídas pelo direito sendo que suas relações devem ser organizadas por outra ciência que não seja o direito, coagindo assim um criminoso, é retroceder todo o aspecto ressocializador que a pena deveria ter, é a aplicação ininterrupta de sanção, que antes era considerado como pessoa e deixou de ser. Não cabe ao Estado sacrificar direitos, intitular inimigos e desclassificar pessoas a coisas, mesmo que em caráter de excepcionalidade, fora de guerra, alegando ser em prol do bem coletivo, pois a tutela estatal tem que ser "erga omnes", logo, para todos os cidadãos que integram a sociedade, deve haver uma conduta de tutela de direitos e não de exclusão, independente de práticas ilícitas, pois para esses que praticam crimes deve sim haver punição, mas com medidas que busquem sua reintegração social, para dessa forma tutelar a sociedade como um todo, e então assim , cumprir com a real função do Estado. As leis que favorecem o réu, o conhecido direito penal amigo, que beneficiam o acusado para lhe seja preservado os direitos, assegurando a ampla defesa, o contraditório, o devido processo legal, para que com isso lhe seja preservada a vida e a liberdade, direitos constitucionalmente garantidos, inalienáveis e indiscutíveis. 	
Referências:
ARROSI, João Paulo. Direito Penal Do Inimigo: Uma leitura a partir da obra de Giorgio Agamben. Curitiba, 2010. Disponível em <<: https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/22970/joao%20paulo.pdf?sequence=1
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.html>.
MARTINS, Aline Souza. http://www.appoa.com.br/correio/edicao/250/homo_sacer_sujeitos_abandonados_ao_crime/158
Revista Jus Navigandi
https://jus.com.br/artigos/60114/a-contaminacao-do-estado-democratico-de-direito-pelo-direito-penal-do-inimigo-uma-analise-criminologica-do-terrorismo/2
Carta Capital
https://www.cartacapital.com.br/mundo/doze-anos-depois-11-de-setembro-ainda-dita-politica-de-seguranca-dos-eua-9487/

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