Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rebeca Feitosa Dória Alves - P5 Síndrome do túnel do carpo: Introdução: A STC é a mais frequente das síndromes compressivas e é definida pela compressão e/ou tração do nervo mediano ao nível do punho. Epidemiologia: A prevalência do STC é estimada entre 4% e 5% da população, sobretudo entre 40 e 60 anos Etiologia: A grande maioria dos casos, a STC é dita idiopática. As STCs secundárias podem ser relacionadas a anomalias do continente ou do conteúdo. Além disso, as STCs dinâmicas são frequentemente encontradas em patologias laborais - LER. Aspectos anatômicos: O túnel do carpo é um túnel osteofibroso inextensível definido como o espaço situado entre o retináculo dos flexores (RF), que constitui o teto, e a caneleta carpiana, o fundo. Ele é delimitado na borda ulnar pelo hâmulo do hamato, o piramidal e o pisiforme e na borda radial pelo escafoide, o trapézio e o tendão do flexor radial do carpo. Em seu conteúdo encontramos: nervo mediano acompanhado pelos quatro tendões dos flexores superficiais dos dedos (FSD), os quatro tendões dos flexores profundos dos dedos (FPD) e o tendão flexor longo do polegar (FLP). O FLP é o elemento mais radial. Nervo mediano: Sensitivo: O território sensitivo do nervo mediano ocupa a face palmar de três dedos radiais e a metade radial do dedo anular. Motor: Sobre o plano motor, o nervo mediano inerva classicamente os músculos de oposição (abdutor curto do polegar, oponente do polegar e feixe superficial do flexor curto do polegar) e os dois primeiros músculos lumbricais. A compressão nervosa: Anatomicamente, existem dois locais de compressão do nervo mediano: um no nível do limite proximal do túnel do carpo, ocasionado pela flexão do punho por causa da alteração na espessura, na rigidez da fáscia antebraquial e na porção proximal do RF; e o segundo no nível da porção mais estreita, próximo do hâmulo do hamato. Diagnóstico: Anamnese detalhada, exame Físico e avaliação da necessidade de testes complementares. Uso do Teste de Weber e da força dos músculos tenarianos inervados pelo nervo mediano. O nervo mediano está acessível em frente à dobra de flexão do punho e atrás do tendão do palmar longo ou no meio do punho. Sinal de Tinel: o teste é positivo se o paciente percebe parestesia durante a percussão manual da face palmar do punho no nível do nervo mediano. A sensibilidade é de 26% a 79% e a especificidade é de 40% a 100% Sinal de Phalen: o teste é positivo se ao curso de uma flexão ativa máxima do punho durante um minuto (cotovelo estendido) aparecer parestesia no território do nervo mediano; nota‐se um atraso do aparecimento dos sintomas em segundos. A sensibilidade é de 67% a 83% e a especificidade é de 47% a 100%. Teste de Paley e McMurphy o sinal é positivo se a pressão manual próximo do nervo mediano entre 1 cm e 2 cm proximais da dobra de flexão do punho desencadear dor ou parestesia. A sensibilidade é de 89% e a especificidade é de 45% Teste de compressão em flexão do punho: uma pressão a dois dedos é efetuada sobre a região mediana do túnel do carpo, o punho flexionado a 60°, cotovelo estendido, antebraço em supinação. O teste é positivo se aparecer parestesia no território do nervo mediano. Tetro et al. encontraram uma sensibilidade de 82% e uma especificidade de 99% Diagnósticos de imagem: Exame eletroneuromiográfico (ENMG) A ENMG compreende uma etapa de estímulo e uma etapa de detecção. Ele é bilateral. A etapa estímulo‐detecção permite estudar a condução nervosa sensitiva e motora do nervo mediano e destaca o abrandamento eletivo na passagem do túnel do carpo. Ela permite igualmente a análise da amplitude e da duração das respostas motoras e sensitivas. Essa exploração é completada por uma medida da condução nervosa do nervo ulnar homolateral e por estudos do lado contralateral. Radiografia de punho e túnel do carpo - para justificativa de anamnese ou EF RM raramente recomendada Não há padrão‐ouro para o diagnóstico positivo da STC! Tratamento: Há algumas etapas de tratamento: -Colocação de tala -Tratamento das doenças subjacentes - Se necessária, infiltração de corticóides/anestésicos -Se necessária, descompressão cirúrgica Mudanças da posição do teclado do computador e outras correções ergonômicas podem promover alívio. Por outro lado, o tratamento da síndrome do túnel do carpo é feito pelo uso de tala ou imobilização leve e neutra no punho ( Tala do punho neutra), especialmente durante a noite, além do uso de analgésicos leves (p. ex., paracetamol, AINEs). O tratamento de possíveis doenças subjacentes (p. ex., diabetes mellitus, artrite reumatoide, hipotireoidismo) pode ajudar a aliviar os sintomas. Se essas medidas falharem no controle dos sintomas, uma mistura de um anestésico e corticoide (p. ex., 1,5 mL de solução de dexametasona 4 mg/mL misturado com 1,5 mL de lidocaína a 1%) deve ser injetada no túnel do carpo, na face ulnar, junto ao tendão palmar longo e proximal à crista distal do punho. Se algum sintoma persistir, recorrer ou se a fraqueza ou a perda de massa tenar progredirem, o túnel do carpo pode ser cirurgicamente descomprimido com o uso de uma técnica aberta ou endoscópica. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- A medicação usada para a dor: -Naproxeno: O Naproxeno pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroidais (não-ácido acetilsalicílico) que exerce atividade analgésica, antipirética e anti-inflamatória através da inibição reversível da síntese de prostaglandinas. Adm: oral - rápida e completamente absorvido no trato gastrintestinal Mecanismo de ação: é um inibidor COX não seletivo, age inibindo ambas as enzimas COX-1 e COX-2. Inibe a formação de COX-1 dependente da síntese de tromboxano, A2 (TXA2), que reduz a agregação plaquetária, e a COX-2 dependente da prostaciclina, (PGI2), que é um importante mediador vasodilatador. Metabolização e eliminação: é metabolizado no fígado e excretado principalmente (≥ 95%) por via rena Efeitos adversos: Os mais frequentes são manifestações no sistema gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, obstipação, dispepsia, dor abdominal etc). Pode ocorrer edema, hipertensão e insuficiência cardíaca associados ao tratamento com AINEs. Raramente, distúrbios de pele. O relaxante muscular: Carbamazepina: Antiepiléptico, neurotrópico e agente psicotrópico. Derivado dibenzazepínico. A Carbamazepina estabiliza a membrana do nervo hiperexcitado, inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Considera-se que a prevenção de estímulos repetitivos dos potenciais de ação sódio-dependentes na despolarização dos neurônios via bloqueio do canal de sódio voltagem-dependente pode ser o principal mecanismo de ação. Enquanto a redução da liberação de glutamato e a estabilização das membranas neuronais podem ser consideradas responsáveis principalmente pelos efeitos antiepilépticos, o efeito depressivo no turnover (quantidade metabolizada) de dopamina e noradrenalina poderia ser responsável pelas propriedades antimaníacas da Carbamazepina.
Compartilhar