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1 Laura Ramires Silva Bases Biológicas da Prática Médica III – BBPM III Estudo dirigido Aula: Desenvolvimento do coração 1) Qual a origem embriológica do coração? O coração é o primeiro órgão a funcionar nos embriões humanos. As células progenitoras cardíacas derivam do mesoderma intraembrionário que emerge do terço cranial da linha primitiva durante o início da gastrulação. Essa celulas progenitoras saem da linha primitiva e migram, na direção craniolateral, para se situar em ambos os lados da linha primitiva. As célula sporgenitoras cardíacas finalmente ficam localizadas no interiror do mesoderma da placa lateral cranial em amos os lados do embrião , estendendo-se e formando um arco cranial à dobra cefálica em desenvolvimento, formando o crescente cardíaco ( cujas células constituem o primeiro campo cardíaco). Medialmente existe ma segunda população de células: segundo campo cardíaco. 2) Quais eventos embrionários possibilitam a formação do tubo cardíaco único? O processo de dobramento corporal, a porção mais cranial do primeiro campo cardíaco é puxada ventral e caudalmente para se situar em posição ventral ao recém-formado endoderma do intestino anterior. À medida que as dobras corporais laterais se movem medialmente, elas unem os lados direito e esquerdo do primeiro campo cardíacoe os dois braços do primeiro campo cardíaco se fundem na lina média, em posição caudal à dobra da cabeça e ventral ao intestino anterior. Ocorre a formação dos tubos endocárdicos dentro dos dois braços do primeiro campo cardíaco. Na terceira semana, o dobramento cefálico do corpo leva o tubo caardíaco em desenvolvimento para a região torácica. O dobramento da cabeça desloca progressivamente os tubos endocárdicos emd esenvolvimento de uma região inicialmente cranial à plaa neural para a região torácica. 3) O tubo cardíaco único pode ser dividido em quais regiões? O que cada uma delas irá formar? À medida que o coração tubular se alonga, ocorre espansões que contribuem para a formação de câmras cardíacas. Começando na extremidade caudal (influxo), o seio venoso consiste noos cornos dos seios esquerdo e direito parcilamente confluentes. Em posição cranial ao seio venoso, a próxima câmara é o átrio primitivo (ou comum) que se dividirá em átrio esquerdo e direito. Estão conectados em sério com o átrio o canal atrioventricular, o ventrículo primitivo esquerdo, o ventrículo primitivo direito em desenvolvimento e o trato de saída. 2 Laura Ramires Silva Enquanto os átrios, o canal atriovetricular e o ventrículo esquerdo são amplamente derivados do primeiro campo cardíaco, o VD e o trato de saída são provenientes do segundo campo cardíaco. O trato de saída pode ser subdividido em trato de saída proximal (cone arteirial)que, eventualmente, é incorporado nos ventrículos esquerdos e direito, e no trato de saída distal (tronco arterial), que se divide para formar a aorta ascendentee o tronco pulmonar. A extremidade cranial do trato de saída distal é conectada a uma expansão dilatada denominada saco aórtico. 4) Qual a importância do dobramento cardíaco? Grande parte do desenvolvimento cardíaco, incluindo remodelação e septação, ocorre enquanto o coração está bombeando sangue. Isso é necessário para fornecer nutrientes e oxigênio e para descartar resíduos durante o desenvolvimento embrionário e fetal, mas essa atividade mecânica e elétrica também desempenha uma importante função na morfogênese do coração. O coração embrionário inicialmente é identificável como um tubo único composto de miocárdio contrátil em torno de um tubo endocárdico interno (endotelial), com uma matriz extracelular interposta O resultado final do dobramento cardíaco é conduzir as quatro futuras câmaras do futuro coração à relação espacial correta entre elas. O restante do desenvolvimento do coração consiste, principalmente, na remodelação dessas câmaras, no desenvolvimento dos septos e válvulas adequadas entre elas e na formação do epicárdio, da vasculatura coronária, da inervação cardíaca e do sistema de condução. 5) Como e onde os coxins endocárdicos são formados? Qual a importância destas estruturas? O processo de divisão do coração em 4 câmaras é denominado de morfogênese valvulosseptal, que envolve a septação (formação de estrtururas septais) e a valvulogênese (formação de valvas). Dois processos básicos desempenham funções essenciais na geração dos septos: o cresciemtno e a remodelação diferencial e é necessário tecido do coxim derivado do endocárdio e das células da crista neural. O miocárdio deposita uma matriz extracelular exclusiva entre si mesmo e o endocárdio em um estágio específico do desenvolvimento. Isso induz uma transição epitéliomesenquimal do endocárdio, que resulta na geração de células do coxim endocárdico migratórias necessárias para a septação cardíaca. B, Locais de formação de tecido do coxim no coração. O tecido do coxim derivado do endocárdio se forma na região atrioventricular e na região do trato de saída (que também é preenchida com células da crista neural) 3 Laura Ramires Silva Nas regiões atrioventricular e do trato de saída, enquanto o dobramento cardíaco continua, é secretada matriz extracelular entre o endocárdio e o miocárdio, principalmente pela camada miocárdica. Isso essencialmente faz com que a camada endocárdica se expanda para o interior do lúmen dessas duas regiões. Perto da conclusão do dobramento cardíaco, algumas células endocárdicas nas regiões atrioventricular e do trato de saída se submetem a uma transição epitélio-mesenquimal (EMT), produzindo mesênquima derivado do endocárdio que invade essa matriz extracelular, prolifera e se diferencia em tecido conjuntivo. Essas protuberâncias preenchidas com mesênquima (na região atrioventricular) e cristas (ao longo do trato de saída) frequentemente são denominadas coxins. Depois da formação inicial dos coxins atrioventriculares derivados do endocárdio, células mesenquimais derivadas do epicárdio também preenchem os coxins atrioventriculares. Consequentemente, o tecido do coxim do trato de saída consiste em células mesenquimais derivadas do mesoderma (coxim derivado do endocárdio) e em células mesenquimais derivadas do ectoderma (coxim derivado de células da crista neural) O desenvolvimento adequado dos tecidos dos coxins atrioventricular e do trato de saída é essencial para a conclusão da septação. Dois grandes coxins se fundem e contribuem para a septação dos átrios e dos ventrículos. Os coxins do trato de saída estão envolvidos na separação da aorta e da artéria pulmonar 6) Desenhe/esquematize a septação interatrial, identificando a localização do foramen primum, septum primum, foramen secundum, septo AV, septum secundum e forame oval. A seguir, responda por que a comunicação interatrial durante o período intrauterino não deve ser interrompida. Uma etapa necessária para a separação das circulações sistêmica e pulmonar consiste na separação parcial dos átrios definitivos e na divisão do canal atrioventricular comum em canais direito e esquerdo. O septo atrial maduro é formado pela fusão de dois septos musculares parciais embrionários: o septo primário (septum primum) e o septo secundário (septum secundum). Ambos os septos possuem aberturas que permitem a passagem (shunting) da direita para a esquerda de sangue durante a gestação. Essa passagem é necessária para o desenvolvimento e expansão normais do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, e permite que o sangue oxigenado do cordão umbilical não entre no sistema pulmonar em desenvolvimento, mas entre na circulação sistêmica. 1. O teto do átrio desenvolve uma depressão na linha média 2. Depressão fica mais funda 3. Forma uma projeção miocárdica em forma de crescente = SEPTO PRIMÁRIO 4. No polo venoso, células proveninetes do segundo campo cardíaco se projetam para o interior do átrio = PROTUSÃO MESENQUIMAL DORSAL 5. Septo primáriose alonga , os coxins atrioventriculares dorsal e ventral se fundem 6. A cobertura mesenquimal dosal, a protusão mesenquimal dorsal e o septo atrioventricular se fundem para formar o complexo mesenquimal atrioventricular, preenchendo a conexão interatrial remanescente = FORÂME PRIMÁRIO OU ÓSTIO PRIMÁRIO 7. À medida que o complexo mesenquimal atrioventricular fecha o forâme primário, a morte celular programada na região dorsal do septo primário cria pequenas perfuraçòes que se juntam para formar o FOÂME SECUNDÁRIO OU ÓSTIO SECUNDÁRIO 8. Assim, um novo canal para a passagem da direia para a esquerda entre as câmaras atrais se abre antes que o antigo se feche 9. Durante o alongamento do septo primário, uma nova crista de tecido de crescente se forma no teto do átrio direito, adjacente e à direita do septo primário = SEPTO SECUNDUM OU SECUNDÁRIO 10. O SEPTO SECUNDÁRIO é espesso e musculoso, ao contrário do SEPTO PRIMÁRIO que é fino 4 Laura Ramires Silva 11. A borda do septo secundário cresce na direção cranio caudal e dorsoventral, mas para antes de atignir o complexo mesenquimal atrioventricular, deixando uma abertura denominada FORAME OVAL próximo ao assoalho do átrio direito 12. Portanto em todo o resto do desenvolvimento fetal o sangue passa do átrio direito para o esquerdo e atravessa as duas aberturas escalonadas → sangue passa o átrio direito para o esquerdo, o contrário não ocorre devido a diferença de espessura entre os septos, isto é o fluxo contrário leva ao fechamento 13. Essa passagem se fecha ao nascimento, pois a súbita dilatação da vasculatura pulmonar combinada com a interrupção dofluxo umbilical inverte a diferença de pressão entre os átrio e empurra o septo primárioflexível contra o septo secundário mais rígido, mesmo durante a diátole atrial 5 Laura Ramires Silva 7) Por que é importante que a septação interventricular só seja finalizada após a septação do trato de saída? No final da 4 a semana, o septo ventricular muscular, situado entre as futuras câmaras ventriculares direita e esquerda, começa a se tornar uma estrutura mais proeminente durante o processo de expansão dos ventrículos. Embora o septo ventricular muscular continue a se desenvolver, o fechamento do forame interventricular (forame ventricular primário) não ocorre até a 8 a semana de desenvolvimento. Se a fusão do septo ventricular muscular com o complexo mesenquimal atrioventricular ocorresse mais cedo, o ventrículo esquerdo seria fechado do trato de saída ventricular. A separação do trato de saída e dos ventrículos deve ser coordenada com o realinhamento do trato de saída em relação aos ventrículos para que o coração funcione corretamente. Não é surpresa que uma grande proporção das malformações cardíacas resulte de erros deste processo complexo. A separação dos ventrículos direito e esquerdo é concluída quando o septo ventricular muscular se funde com o septo do trato de saída e com o lado ventricular do septo atrioventricular. O desenvolvimento dessa parte membranosa do septo ventricular normalmente ocorre entre a 5 a e a 8 a semana. Uma falha na fusão completa acarreta um defeito no septo ventricular. SÍNDROME DE DOWN O septo proximal do trato de saída (septo conal) torna-se muscularizado por um processo denominado miocardialização, enquanto as células do coxim são substituídas por células miocárdicas que invadem esta área. Em camundongos com trissomia do cromossoma 16(modelo para síndrome de Down em seres humanos) essa miocardialização falha, aumentando a incidência de malformações septais relacionadas ao trato de saída, que são comuns em pacientes com síndrome de Down Nos seres humanos, foram identificados mais de 600 miRNAs. Estudos recentes mostram que sequências de codificação para diversos miRNAs estão localizadas no cromossoma 21. Indivíduos com síndrome de Down apresentam superexpressão de vários miRNAs e diminuições correspondentes na expressão de vários genes-alvo supostamente responsáveis pelo fenótipo da síndrome de Down, incluindo malformações craniofaciais e cardíacas congênitas
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