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Atividade embriologia do coração-2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECONCAVO DA BAHIA
DISCENTE: BÁRBARA LAÍS ROCHA DOS SANTOS
COMPONENTE: CIENCIAS MORFOFUNCIONAIS IV 
Atividade 
Conteúdo: Desenvolvimento embrionário do Coração
Com base na aula, vídeos, slides e leitura dos capítulos do livro Embriologia Clínica ou básica (Moore), ou Embriologia Médica (Langman), responda as questões abaixo relacionadas.
01. Em qual semana gestacional se inicia a formação do coração, quando ele começa a bater e quais as regiões que contribuem para a formação do tubo cardíaco (coração primitivo)?
O sistema cardiovascular é o primeiro sistema importante a funcionar no embrião. O coração primitivo e o sistema vascular surgem no meio da terceira semana. O coração começa a bater entre o 22º e o 23º dia. Esse desenvolvimento precoce é necessário, pois o embrião em rápido crescimento não pode mais satisfazer suas necessidades nutricionais e de oxigênio somente por difusão. O sistema cardiovascular é derivado do:
· Mesoderma esplânico: que forma o coração primitivo.
· Mesoderma paraxial e lateral: próximo aos placódios óticos- espessamento semelhantes a placas
02. Qual o formato e localização inicial da ACP?
As células progenitoras cardíacas se encontram no epiblasto. De lá, elas migram através da linha primitiva para a camada esplâncnica do mesoderma da placa lateral, onde algumas formam um aglomerado celular em formato de ferradura chamado de área cardiogênica primária ou primeiro campo cardíaco. Essas células formam os átrios, o ventrículo esquerdo e parte do ventrículo direito.
03. Como o coração primitivo tubular é formado e como ele adquire a posição definitiva no corpo do embrião? 
Inicialmente, a parte central da área cardiogênica é anterior á membrana orofaríngea e á placa neural. Com o fechamento do tubo neural e a formação das vesículas cefálicas, o sistema nervoso central cresce no sentido cranial tão rapidamente que se estende sobre a região cardiogênica central e a futura cavidade pericárdica. Como resultado do crescimento do cérebro e das pregas cefálicas do embrião, a membrana orofaríngea é puxada para frente, enquanto o coração e a cavidade pericárdica se movem inicialmente para a região cervical e finalmente para o tórax.
04. Como a parede do tubo cardíaco é organizada?
O tubo cardíaco é organizado em três camadas; o endocárdio, miocárdio e epicárdio ou pericárdio visceral.
05. Qual a localização da ACS e como ela contribui para o desenvolvimento do coração?
A ACS- Area cardiogênica secundária está localizado no mesoderma esplâncnico ventral à faringe. Ela contribui para o desenvolvimento do resto do ventrículo direito e da via de saída (cone arterial e tronco arterioso ou arterial) e também contribui com células para a formação dos átrios na extremidade caudal do coração. 
06. Qual a contribuição da crista neural na formação do coração?
As células cardíacas da crista neural, originadas nas bordas das pregas neurais na região do rombencéfalo migram através dos arcos faríngeos 3,4 e 6 para a região da via de saída do coração, a qual elas invadem. Nesse local, elas contribuem para a formação dos coxins endocárdios tanto no bulbo quanto no tronco arterioso.
07. Qual a contribuição da geleia cardíaca na formação do coração?
A geleia cardíaca ( matriz gelatinosa/ matriz extracelular) contribuem para a formação dos coxins endocárdios. Esses coxins endocárdicos (protrusões) desenvolvem-se nas regiões atrioventricular e conotruncal. Nesses locais, elas ajudam na formação dos septos interatrial e interventriculares e dos canis aórticos e pulmonar. Essa septação do canal AV, do átrio primitivo, do ventrículo e do trato de saída se inicia na metade da quarta semana entre 27º e o 37º dias do desenvolvimento, e está completamente concluído da até o final da oitava semana. Formam-se os coxins endocárdicos atrioventriculares nas paredes dorsal e ventral do canal AV. Esses coxins se aproximam e se fusionam, dividindo o canal AV em canal AV direito e esquerdo. Esses canais separam parcialmente o átrio primitivo do ventrículo e os coxins funcionam como válvulas AV.
08. Quais estruturas sustentam o tubo cardíaco dentro da cavidade pericárdica?
Com o fechamento do tubo neural e a formação das vesículas cefálicas, o sistema nervoso central cresce no sentido cranial tão rapidamente que se estende sobre a região cardiogênica central e a futura cavidade pericárdica. Como resultado do crescimento do cérebro e das pregas cefálicas do embrião, a membrana orofaringe é puxada para a frente, enquanto o coração e a cavidade pericárdica se movem inicialmente para região cervical e finalmente para o toráx.
09. Qual a origem do epicárdio ou pericárdio visceral que cobre o exterior do tubo cardíaco, e o que o pericárdio forma?
O pericárdio visceral ou epicárdio é derivado das células mesoteliais que surgem da superfície externa do seio venoso e se espalham sobre o miocárdio. O epicárdio ou pericárdio visceral é responsável pela formação das artérias coronarianas incluindo seu revestimento endotelial e o músculo liso.
010. Como é formada a alça cardíaca e quais as implicações/defeitos surgem em função da inibição desse processo?
O tubo cardíaco continua a se alongar conforme as células do SCC ( segundo campo cardíaco) são adicionadas a sua extremidade cranial. O processo de alongamento é essencial para a formação normal de parte do ventrículo direito e da região da via de saída (cone arterial pulmonar e para o processo de formação da alça. Se esse alongamento for inibido, ocorrem então vários defeitos na via de saída, incluindo DSVVD (tanto a aorta quanto a artéria pulmonar saem do ventrículo direito), comunicação interventricular (defeitos do septo interventricular), tetralogia de Fallot atresia pulmonar e estenose pulmonar.
011. Como o tronco, cone arterial e ventrículo primitivo assumem uma posição anterior/ventral e o átrio primitivo e seio venoso assumem uma posição posterior/dorsal?
A partir do alongamento da via de saída se alongando, o tubo cardíaco começa a se curvar. A parte cefálica se dobra ventralmente, caudalmente e para a direita, e a parte atrial(caudal) se desloca no sentido dorsocranial e para a esquerda.
012. Qual a base embriológica e consequências da dextrocardia?
Se o tubo cardíaco embrionário se dobra para a esquerda e não para a direita, o coração é deslocado para a direita, o coração é deslocado para a direita e existe uma transposição pela qual o coração e seus vasos são invertidos, da esquerda para a direita, como na imagem de um espelho. A Dextrocardia é o defeito posicional do coração mais frequente. Na Dextrocardia com situs inversus (transposição das vísceras abdominais), a incidência de defeitos cardíacos concomitantes é baixa. Na Dextrocardia isolada, a posição anormal do coração não é acompanhada pelo deslocamento de outras vísceras. A disfunção geralmente se complica com a incidência de graves defeitos cardíacos ( por exemplo: ventrículo único e transposição dos grandes vasos)
013. O seio venoso recebe sangue oriundo dos cornos direito e esquerdo. Quais veias fazem comunicação com os cornos?
Cada corno recebe sangue de três veias importantes: Veia vitelina ou onfalomesentérica, da veia umbilical e veia cardinal comum. 
014. Qual estrutura permite a passagem do sangue dos cornos para o átrio do coração primitivo?
O óstio sinoatrial, que é flangelada de cada lado por uma prega valvar, as válvulas venosa direita e esquerda. Dorsocranialmente, as válvulas se fusionam, formando um sulco conhecido como septo espúrio.
015. Quais os dois processos responsáveis pela septação cardíaca? Diferencie os dois processos e indique onde eles ocorrem.
O modo por meio do qual um septo pode ser formado envolve duas massas de tecido crescendo ativamente e se aproximando até que se fusionem, dividindo o lúmen em dois canais separados.
Esse tipo de septo também pode ser formado pelo crescimento ativo de uma única massa tecidual, que continua a se expandir até alcançar o lado oposto do lúmem. A formação dessas massas de tecidos, chama-se de coxins endocárdios, dependeda síntese e da deposição de matriz extracelular, além de migração e proliferação celulares. Assim, nas regiões onde esses coxins se formam, há aumento da síntese da matriz extracelular que produz protrusões recobertas por células endocárdicas desenvolvem-se nas regiões atrioventricular e conotrucal.
Nesses locais, elas ajudam na formação dos septos interatrial e interventricular ( parte membranosa) dos canis e das valvas atrioventriculares e dos canais aórtico e pulmonar. Por fim, os coxins são povoados por células que migram e proliferam na matriz. Nos coxins atrioventriculares, as células são derivadas de células endocárdicas sobrepostas que se desprendem de suas vizinhas e se movem para matriz; nos coxins contrucais, as células são derivadas de células de crista neural que migram dos dobramentos neurais cranianos para região da via de saída. Por causa de sua localização crucial anomalias na formação dos coxins endocárdicos podem causar malformações cardíacas, incluindo CIA (Comunicação interatrial) e CIV (comunicação interventricular), bem como defeitos envolvendo os grandes vasos (transposição dos grandes vasos, tronco arterioso comum e tetralogia de fallot).
Já a outra maneira pela qual um septo se forma não envolve coxins endocárdicos. Se, por exemplo, uma faixa estreita de tecido na parede do átrio ou do ventrículo não crescer enquanto as áreas de cada lado dela se expandem rapidamente, forma-se uma crista estreita entre as duas partes em expansão. Quando o crescimento das partes em expansão continua de cada lado da parte estreita, as duas paredes se aproximam um da outra e acabam se fundindo, formando um septo. Esse tipo de septo nunca divide completamente o lúmen original, mas deixa um estreito canal de comunicação entre as duas partes expandidas. Geralmente, ele se fecha secundariamente graças a contribuição tecidual dos tecidos vizinhos em proliferação. Esse tipo de septo divide parcialmente os átrios e os ventrículos. 
016. Como ocorre a septação interatrial e qual a relação desse processo na formação da via de passagem rápida do sangue entre átrio direito e esquerdo.
No final da quarta semana, forma-se uma crista em forma de foice na parte superior do átrio comum, indo no sentido do lúmen. Essa crista é a primeira parte do septo primário os dois ramos desse septo se estendem na direção dos coxins endocárdicos no canal atrioventricular. A abertura entre a margem inferior do septo primário e os coxins endocárdicos é o óstio primum ou primário. Com o decorrer do desenvolvimento, crescem extensões dos coxins endocárdicos superior e inferior ao longo do limite do septo primário, fechando o óstio primário. Entretanto, antes de o fechamento se completar, a morte celular produz perfurações na parte superior do septo primário. A coalescência dessas perfurações forma o óstio secundum ou secundário, garantindo o fluxo livre de sangue do átrio primitivo direito para o esquerdo.
Quando o lúmen do átrio direito se expande, como resultado da incorporação do corno do seio venoso, aparece uma nova prega em formato de crescente. Essa nova prega, o septo secundum ou secundário, nunca forma uma separação completa da cavidade atrial. Seu ramo anterior se estende para baixo até o septo no canal atrioventricular. Quando a válvula venosa esquerda e o septum spuruim se fusionam com o lado direito do septo secundário, a borda livre côncava do septo secundário começa a se sobrepor ao óstio secundário. A abertura deixada pelo septo secundário é chamada de forame oval. Quando a parte superior do septo primário desaparece gradualmente, a parte remanescente se torna a valva do forame oval. A passagem entre as duas cavidades atriais consiste em uma fenda alongada de modo oblíquo através da qual flui o sangue do átrio direito para o lado esquerdo. Após o nascimento, quando a circulação pulmonar começa e aumenta a pressão no átrio esquerdo, a valva do forame oval é pressionada contra o septo secundário, obliterando o forame oval e separando os átrios direito e esquerdo. 
017. Qual a base embriológica e correlações clínicas do Forame Oval Patente (FOP)?
É quando a fusão do septo primário e do septo secundário não é completa e permanece uma fenda oblíqua estreita entre os dois átrios. Defeitos do septo atrial (DSA) ocorrem com maior frequência no sexo feminino. Um pequeno forame patente isolado não apresenta importância hemodinâmica. No entanto, se outros defeitos estiverem presentes, o sangue será transportado através do forame oval para o átrio esquerdo, produzindo cianose.
018. Como ocorre a septação do tronco arterioso e cone arterial?
Na quinta semana, aparecem pares de cristas opostas no tronco. Estas cristas, as cristas do tronco ou coxins, encontram-se na parede superior direita ( crista superior direita do tronco arterioso ou arterial) e na parede inferior esquerda ( crista inferior esquerda do tronco arterioso ou arterial). A crista superior direita do tronco arterioso cresce distalmente e para esquerda, e a crista inferior esquerda do tronco arterioso cresce distalmente e para a direita. Assim, enquanto crescem na direção do saco aórtico, as cristas giram uma ao redor da outra, prenunciando o trajeto em espiral do fundo septo. Após concluída a fusão, as cristas formam o septo aorticopulmonar, dividindo o tronco em um canal aórtico e outro pulmonar.
Quando as cristas do tronco aparecem, as cristas (coxins) semelhantes se desenvolvem ao longo das paredes ventral esquerda e dorsal direita do cone arterial. As cristas do cone crescem distalmente e uma em direção à outra para se unirem com o septo do tronco. No momento em que as duas cristas do cone se fusionam, o septo divide o cone na parte anterolateral (a via de saída do ventrículo esquerdo).
019. Quais estruturas contribuem para a formação do sistema de condução elétrico do coração?
Inicialmente, o marca- passo do coração fica na parte caudal do tubo cardíaco esquerdo. Mais tarde, o seio venoso assume essa função e, à medida que é incorporado ao átrio direito, o tecido marca-passo fica próximo à abertura da veia cava superior. Assim, se forma o nó sinoatrial. O nó atrioventricular e o fascículo atrioventricular ( feixe de HIS) são derivados de duas fontes: Células na parede esquerda do seio venoso, e células do canal atrioventricular. Depois que o seio venoso é incorporado ao átrio direito, essas células ficam em sua posição final na base do septo interatrial.
020. Complete a tabela comparativa abaixo, relacionando as estruturas do coração com sua respectiva origem embrionária.
	Estrutura embrionária
	Derivado
	ACP
	Átrios, ventrículo esquerdo e parte do ventrículo direito
	ACS
	Resto do ventrículo direito, via de saída (cone arterial e tronco arterioso) e átrios na extremidade caudal
	Células da crista neural
	Formação dos coxins endocárdios tanto no bulbo como no tronco arterioso.
	Endocárdio
	Revestimento endotelial do coração
	Miocárdio
	Parede muscular do coração
	Epicárdio 
	Artérias coronarianas, incluindo seu revestimento endotelial e o músculo liso
	Tronco arterioso e cone arterial
	Parte da aorta e da artéria pulmonar
	Coxins endocárdicos
	Formação dos septos interatrial e interventricular, dos canis e das válvulas átrio ventricular e dos canais aórticos e pulmonar
	Forame oval
	Válvula do forame oval
	Mesênquima que circunda o óstio atrioventricular
	Nó atrioventricular e o fascículo atrioventricular ( feixe de His)
021. O desenvolvimento embrionário do coração pode ser influenciado negativamente por fatores genéticos e teratogênicos (por exemplo por agentes químicos, físicos e infeções). Com base nisso responda.
A. A ultrassonografia pré-natal de uma mulher de 35 anos revelou uma imagem anormal do coração fetal. Em vez de uma imagem com plano com quatro câmaras separadas por uma estrutura em forma de cruz, a imagem mostra que a porção inferior da cruz está incompleta. Quais estruturas constituem a cruz e qual o defeito cardíaco do feto?
Uma incidência de quatro câmaras é obtida na ultrassonografia do coração. As câmarassão divididas anteriormente pelo septo interatrial e inferiormente pelo septo interventricular, e os coxins endocárdicos cercam os canais atrioventriculares lateralmente. Juntas, essas estruturas formam uma cruz, cuja integridade é prontamente visualizada por ultrassonografia. Entretanto, nesse caso o feto provavelmente tem um defeito do septo interventricular, a malformação cardíaca mais frequente, na parte membranosa do septo a integridade dos grandes vasos também deve ser verificada cuidadosamente porque o septo conotruncal que divide os canis aórtico e pulmonar precisa entrar em contato com a parte membranosa do septo interventricular para que essa estrutura se desenvolva normalmente.
B. Um recém-nascido apresenta defeitos craniofaciais graves e transposição dos grandes vasos. Qual a relação e bases embriológicas para o surgimento dos dois tipos de anomalias, e qual teratógeno promoveu estes defeitos? 
 Como as células da crista neural contribuem para a maior parte do desenvolvimento da face e do septo conotruncal, elas provavelmente foram lesionadas. As células da crista podem não ter migrado para essas regiões, não ter proliferado ou podem ter morrido. 
O ácido retinóico (vitamina A) é um teratógeno potente que atua sobre as células da crista neural, entre outras populações celulares. Como os retinoides são efetivos no tratamento da acne, que é comum em mulheres jovens e em idade fértil, extremo cuidado deve ser tomado antes da prescrição desse fármaco para essa população.
C. Uma pediatra detectou um defeito cardíaco em um bebê e informou a mãe que o defeito é o mais comum. Qual o defeito cardíaco congênito mais comum? Qual doença cardíaca surge se esse defeito for grave?
Os defeitos do septo ventricular são os tipos mais comuns de anomalias cardíacas. São mais comuns em homens do que em mulheres, mas a razão para isso é desconhecida. A maioria dos DSVS fecham espontaneamente, geralmente durante o primeiro ano. A maioria das pessoas com grande DSV apresenta desvio sanguíneo significativo da direita para esquerda. O DSV muscular é um tipo menos comum de defeito, que pode surgir em qualquer local da porção muscular do septo IV. A transposição das grandes artérias e uma câmara de saída rudimentar estão presentes na maioria dos bebês com esse grave tipo de DCC.
D. Um bebê recém-nascido apresenta cianose. A ultrassonografia confirmou o diagnóstico para tetralogia de Fallot. Quais anomalias envolvidas nessa doença cardíaca congênita?
O grupo clássico de quatro defeitos cardíacos. Nesses defeitos cardíacos, o tronco pulmonar é comumente pequeno e podem ocorrer também vários graus de estenose da artéria pulmonar. A tetralogia de Fallot consiste em 4 anomalias: grande defeito do septo ventricular; Obstrução da via de saída do ventrículo direito; Estenose da valva pulmonar; Hipertrofia ventricular direita e excesso de “cavalgamento” da aorta.

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