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Introdução: • Segue o roteiro habitual das consultas médicas. • Aborda: anamnese, exame físico, elaboração de hipóteses diagnósticas, solicitação de exames complementares, conduta quanto à terapêutica e ao seguimento do paciente. • Particularidades: aborda assunto íntimos ligados à sexualidade, à higiene menstrual, ao planejamento familiar e sintomas percebidos nas mamas e sistemas urogenital. • Deixar a paciente a vontade, para que ela possa falar livremente, abstendo de emitir julgamentos ou fazer observações que possam constrangê-la, respeitando a fragilidade da paciente neste momento. • A avaliação clínica inicial constitui a base para todo o atendimento em GO. • O descuido com anamnese e exame físico completos, fundamentando-se apenas em exames complementares, conduz a erros de avaliação diagnóstica e conduta. Variáveis que Influenciam o Estado da Paciente • Inúmeras variáveis externas exercem influência na paciente e na assistência que ela recebe. • Alguns desses fatores incluem seus entes queridos, familiares, amigos e relacionamentos pessoais e íntimos, bem como questões psicológicas, genéticas, biológicas, sociais e econômicas. • Fatores que influenciam a percepção de doença e dor da paciente e os meios pelos quais ela foi ensinada a lidar com a doença incluem seu grau de escolaridade, suas atitudes, sua compreensão tanto da sexualidade como da reprodução humana e sua história familiar. • Fatores culturais, como condição socioeconômica, religião, etnia, idioma, idade e orientação sexual, são considerações importantes no entendimento da resposta da paciente à sua assistência. A Consulta Ginecológica Componentes Importantes da Comunicação entre o Paciente e o Médico • Para a avaliação e o tratamento da paciente, é essencial uma boa comunicação. • Envolve escuta cuidadosa e comunicação tanto verbal quanto não verbal. • A relação médico-paciente baseia-se na comunicação conduzida de maneira aberta, honesta e cuidadosa, pois isso possibilita que os problemas e a situação da paciente sejam acuradamente entendidos e que soluções eficazes sejam elaboradas em conjunto. • Uma boa comunicação demanda paciência, dedicação e prática. Elementos Estruturais da Entrevista • O desafio do médico é ser capaz de personalizar a interação e a comunicação. • Existe evidência de que, quando as pacientes são ouvidas e compreendidas, tornam-se mais falantes e questionadoras, e sua saúde melhora. • A participação facilita o investimento e o fortalecimento. • Além disso, uma boa comunicação é essencial para a manutenção da relação entre a paciente e o médico que prestará a assistência continuada. • Quando as pacientes estão doentes, elas se sentem vulneráveis, física e psicologicamente expostas e enfraquecidas. Estratégias para Melhorar a Comunicação • Ouça mais e fale menos. • Encoraje a busca de tópicos importantes introducidos pela paciente. • Minimize hábitos controladores do discurso (interrupções, emissão de comandos e sermões). • Busque perguntas e forneça respostas completas e de fácil compreensão. • Esteja ciente de qualquer desconforto ocorrido durante uma entrevista, reconheça quando ele começou, em uma tentativa de tomar o controle da conversa, e redirecione-a. • Garante a oportunidade de discutir seu problema completamente. • Reconheça quando as pacientes estão buscando empatia e validação de seus sentimentos em vez de uma solução. • Às vezes, tudo que é necessário é estar lá como um ser humano compassivo. • Assegurar que a anamnese e conveniente conversa serão progressivos e essenciais, evitando-se atitudes que possam condicionar traumas ou induzirem dores principalmente durante o exame. • Comunicar o total sigilo das informações. • O ginecologista é o “clínico da mulher”. • Importante analisar a paciente globalmente. • Não necessariamente lida com doenças. • Importante na prevenção e orientação de saúde. • Características Próprias: aborda aspectos íntimos e ligados à sexualidade. • O exame pode ser encarado como constrangedor. • Notificar a sequência do exame. • O desconhecimento pelas pacientes de anatomia e fisiologia impõe muitas vezes orientações iniciais e requer melhor atenção devida à somatizações em área genital de problemas psicológicos. • Participação de uma enfermeira auxiliar. Ficha Médica • Identificação: permite seguramente identificar e separar diferentes doenças e análise das suas prevalências. • Queixas Principais: palavras expostas pela paciente. • História da Doença Atual: início e evolução do processo clínico. Apresentação de todas as queixas, exames anteriores e medicamentos utilizados. • Antecedentes Pessoais: doenças ou medicamentos anteriores, cirurgias. Questionar sobre outros hábitos (fumo, álcool, drogas ilícitas e reações alérgicas). • Antecedentes Familiares: neoplasias (mamais, intestinais e ovários) em parentes de primeiro grau. A idade do surgimento (rastreio). Outras doenças endócrinas e HAS. Doenças de ocorrência familiar e riscos genéticos. • Antecedentes Menstruais: menarca, desenvolvimento cronológico, surgimento dos caracteres sexuais secundários, regularidade ou irregularidade dos ciclos menstruais. DUM, sintomas associados pré- menstruais ou sintomatologia sistêmica (TPM). • Termos usados em rotina: hipomenorreia (dias de sangramento muito curto, menor que 2-3 dias), hipermenorreia (duração do sangramento maior que 7 dias), menorragia (volume aumentado de sangue), polimenorreia (sangramento em intervalos mais curtos), oligomenorreia (sangramentos com intervalos mais lonogos) e metrorragia (sangramento fora do período menstrual). • Antecedentes Obstétricos: número de gestações, número e tipo de partos (normal ou cesárea), ocorrência de abortamentos (espontâneos ou induzidos), traumas ocorridos, complicações. Período puerperal e lactação. • Antecedentes Sexuais e Métodos Contraceptivos Usados: início, possíveis falhas e efeitos colaterais. A história sexual, número de parceiros e ocorrência de doenças sexuais prévias. As disfunções sexuais (diminuição da libido, impossibilidade ou redução do grau de resposta). • Antecedentes Mamários: desenvolvimento, lactação, nódulos, dores, inflamações e traumas. Se realizou e quando realizou exames de imagem, o motivo da indicação, biópsia e laudo histopatológico. • Avaliação das Queixas Urinárias ou Gastrointestinais: ocorrência e número de infecções urinárias, medicações utilizadas e tempo de uso, se há incontinência urinária ou urgência miccional. Intolerância gástrica a alimentos ou medicamentos, ritmo intestinal, continência fecal, sangramento ou dores durante a evacuação. Considerações e Observações • Riso e humor. • Antecedentes menstruais e obstétricos. • Uso de medicamentos. • Relação médico-paciente, confiança e seriedade durante o exame físico. • Se importar realmente com as queixas e problemas da paciente.
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