Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANAMNESE Semiologia Kathlyn Póvoa Medicina baseada em evidências: “É o uso consciente, explícito e judicioso da melhor evidência disponível que seja capaz de justificar a tomada de decisões a se cuidar de pacientes individuais.” (Sackett, 1996). Tudo o que fazemos, tem que ter evidências, ser baseado em alguma literatura. Diagnóstico: Conhecimento médico, obtenção competente de dados, ter a capacidade de integrar os dados, serve para fazer o uso racional e criterioso de exames complementares, busca do diagnóstico final e revisão do diagnóstico. SINTOMA, SINAL E SÍNDROME: o Sintoma é a sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador. É o que o paciente sente e o médico não vê. Ex: cefaleia, prurido. o Sinal é um dado objetivo que pode ser notado pelo examinador. Obs: nem sempre é possível fazer uma distinção rígida entre sintoma e sinal. Ex: dispneia, febre. o Síndrome é conjunto de sinais e sintomas que ocorre associadamente e que podem ser determinados por diferentes causas. Ex: hipotireoidismo (por inflamação, tireoidectomia). o Entidade clínica é uma doença cuja história está reconhecida no todo ou em parte e cujas características lhe dão individualidade nosológica. Ex: hipertireoidismo. Obs: Quando o paciente tem sinais e sintomas de hipertireoidismo e apresenta exoftalmia, apresenta doenças autoimunes. EXAME CLÍNICO (ANAMNESE + EXAME FÍSICO) Formular hipóteses diagnósticas, estabelecer boa relação médico-paciente e tomada de decisões. ANAMNESE ANA: trazer de volta | MNESIS memória Lembrar-se de fatos relacionados à doença e à pessoa doente; É a parte mais importante da medicina; auxilia em decisões diagnósticas e terapêuticas corretas; facilita a solicitação corretas de exames. Fazer anamnese = conversar com o paciente Anamnese pode ser conduzida das seguintes maneiras: 1. Paciente relata livre e espontaneamente (passiva) 2. Dirigida: médico conduz a entrevista de forma correta e objetiva. É muito comum em especialistas, que começam a dirigir apenas para suas especialidades esquecendo-se de outros órgãos e sistemas, podendo deixar de realizar alguns diagnósticos. 3. Inicialmente, o paciente relata e depois, o médico conduz a entrevista. ELEMENTOS COMPONENTES DA ANAMNESE 1. Identificação 2. Queixa principal e duração (QD) 3. História da doença atual (HDA) 4. Interrogatório sobre os diversos aparelhos (ISDA) 5. Antecedentes pessoais e familiares (APF) 6. Hábitos de vida 7. Condições socioeconômicas, culturais e ambientais. IDENTIFICAÇÃO: / Nome (apenas iniciais); / Idade; / Sexo; / Cor/raça (anemia falciforme em negros e talassemia em descendentes de italianos); / Estado civil; / Profissão (local de trabalho) – pneumoconioses, naturalidade, residência. QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO (QD) : É a queixa principal que levou o paciente a procurar o médico Se possível utilizar as palavras do paciente. Não aceitar “rótulos diagnósticos”, ou seja, quando o paciente já chega com o diagnóstico. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): Determinar o sintoma-guia. Análise de um sintoma: início, características do sintoma, fatores de melhora ou piora, relação com outras queixas, evolução, situação atual. Apresentar começo, meio e fim. Obs: Doenças crônicas – algo diferente aconteceu. Diabéticos, por exemplo, a visão começou a ficar turva ou, as pernas ficaram mais fracas. Obs: Doenças pré-existentes e medicamentosas. INTERROGATÓRIOS SINTOMATOLÓGICOS: Só entra o que o paciente relatar! Sinais e sintomas que o paciente está tendo, porém, não tem relação com a consulta – Diagnósticos secundários. Sintomas gerais: febre, astenia, alterações de peso, sudorese, calafrios, cãibras. Pele e fâneros, cabeça e pescoço, tórax e abdome. Sistema genitourinário; sistema hemolinfopoiético; sistema endócrino; coluna vertebral e extremidades; artérias, veias e linfáticos; sistema nervoso e exame psíquico. ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES: Antecedentes pessoais fisiológicos: Gestação e nascimento; dentição; engatinhar e andar; fala; desenvolvimento físico; aproveitamento escolar; puberdade; menarca e ciclo menstrual. Antecedentes pessoais patológicos: Doenças preexistentes: infância, adulto; alergias; cirurgias; traumas anteriores; transfusões sanguíneas (doenças infectocontagiosas); história obstétrica; medicamentos em uso. Antecedentes familiares: perguntar do estado de saúde dos familiares; indagar a causa nos casos do óbito e a idade em que faleceu; nas doenças hereditárias fazer levantamento genealógico. HÁBITOS E ESTILO DE VIDA: Alimentação: alimentação adequada para a pessoa em função da idade, sexo, trabalho e peso; avaliação qualitativa e quantitativa da alimentação; investigar o consumo de proteínas, carboidratos, gorduras e vegetais. Ocupação atual e anteriores: natureza do trabalho, contato com substancias; características do meio ambiente. Atividades físicas: tipo de exercício; frequência, duração e tempo que pratica. Hábitos: tabagismo – tipo, quantidade, frequência de uso e duração do vício; bebidas alcoólicas – tipo de bebida, quantidade e frequência de uso; anabolizantes e anfetaminas; drogas ilícitas. CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS Habitação: meio ecológico da qual faz parte, tipo de moradia, número de cômodos, número de pessoas que residem no domicílio, condições sanitárias, coleta de lixo, animais domésticos. Condições socioeconômicas: conhecer as possibilidades sociais e econômicas do paciente (alimentação, higiene e compras de medicamento). Condições culturais: grau de escolaridade (conversar com o paciente no nível cultural), religiosidade. Vida conjugal e familiar: relacionamento entre os familiares, relação sexual – frequência, tipo e uso de preservativos.
Compartilhar