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Sífilis - resumo completo

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1 @vitoriafx 
 
CONCEITO 
→ Sífilis primária também pode ser chamada de 
CANCRO DURO. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
→ A sífilis adquirida, gestacional e congênita é de 
notificação compulsória. 
→ A sífilis adquirida, tem agravo de notificação 
compulsória desde 2010: 
• 2015: 34,1 casos por 100.000 habitantes. 
• 2018: 76,2 casos por 100.000 habitantes. 
• 2019: 72,8 casos por 100.000 habitantes. 
 
→ No período de 2010 a junho de 2020, foram 
notificados um total de 783.544 casos de sífilis 
adquirida, dos quais 52,7% ocorreram na região 
Sudeste. 
• Ranking de sífilis adquirida: 1° Sudeste; 2° 
Sul; 3° Nordeste; 4° Centro-oeste e 5° 
Norte. 
→ Em 2019, a maior parte das notificações de sífilis 
adquirida ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 
anos. 
→ Sífilis congênita, em 2019, foram notificados 
24.130 casos, a maioria dos quais (44,6%) residiam 
no Sudeste. 
 
ETIOLOGIA 
→ Treponema pallidum – bactéria gram negativa 
(forma de espiroqueta). 
 
→ Transmissão: 
• Contato sexual; 
• Vertical – mãe para filho; 
 
→ Período de incubação: 10 a 90 dias. 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
1. Penetração da bactéria na mucosa genital por meio 
da relação sexual. 
2. Disseminação linfática local do treponema 
3. Passagem para corrente sanguínea e disseminação 
hematogênica (sistêmico). 
Resposta imunológica da penetração do treponema → 
erosão e ulceração local (sífilis primária). 
 
QUADRO CLÍNICO 
SÍFILIS PRIMÁRIA 
→ Ocorre no local de penetração da bactéria – 
geralmente região genital. 
→ Características da lesão: 
• Úlcera única; 
• Bordas bem delimitadas; 
• Base endurecida; 
• Fundo limpo; 
• Indolor; 
• Cor rosa-avermelhada. 
 
→ Desaparece espontaneamente (2 a 6 semanas); 
→ Rica em treponemas (bactéria); 
→ Fator de risco para o HIV (as lesões formadas 
facilitam a infecção para o HIV). 
Acometimento dos linfonodos: 
→ Linfonodo regional; 
→ De forma unilateral; 
→ Múltiplos linfonodos; 
→ Indolor; 
→ Sem sinais flogísticos. 
 
 
 
2 @vitoriafx 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
→ Acontece após a sífilis primária (após o estado de 
latência – 6 a 8 semanas); 
→ Disseminação do Treponema pallidum – lesões em 
pele e órgãos. 
→ Lesões na pele: 
• Máculas discretamente eritematosas 
em tronco e extremidades (mãos e 
pés). 
 
→ Sintomas inespecíficos: 
• Febre, mal-estar, cefaleia; 
• Adenomegalia; 
• Artralgia, mialgia; 
• Faringite. 
Em 1 a 2 anos após o início da doença, entra em 
estágios de surto-remissão, com períodos de remissão 
cada vez maiores. 
 1/3 dos pacientes evoluem para cura espontânea; 
 1/3 segue assintomático, mas com sorologia 
positiva; 
 1/3 evolui para a fase terciária. 
 
SÍFILIS LATENTE 
→ Período que não se observa nenhum sinal ou 
sintoma da doença; 
→ O diagnóstico dessa fase é sorológico (VDRL no 
líquor); 
→ Dividida em: 
• Recente: quando entra em latência em 
menos de 1 ano da infecção. 
• Tardio: entra em latência após 1 de 
infecção. 
 
SÍFILIS TERCIÁRIA 
→ Pode levar de 10, 20 ou até mais anos após a lesão 
primária para manifestar os sintomas, quando não 
tratada. 
→ Lesões mais severas: 
• Pele, mucosas; 
• Ossos, músculos, fígado; 
• Sistema nervoso (neurosífilis); 
• Sistema cardiovascular (sífilis 
cardiovascular). 
→ Lesões originadas pela formação de granulomas 
nos órgãos (goma sifilítica); 
→ Geralmente sem treponema circulante. 
 
Sífilis Cardiovascular 
→ Granulomas que em 70% dos casos se formam na 
aorta, causando um processo inflamatório 
(aortite); 
→ Geralmente assintomática; 
→ Complicações: insuficiência de válvula aórtica, 
aneurismas e estenose de coronárias; 
→ Observado em raio-x de tórax: alargamento do 
mediastino, dilatação aórtica e calcificações. 
 
Neurosífilis: 
→ Invasão do sistema nervoso central com formação 
de granulomas; 
→ Desaparecimento espontâneo em 70% dos casos; 
→ Se persistir, causa a neurosífilis: 
• Sintomática: meningoencefalite, paralisia 
progressiva. 
• Assintomático: sem sintomas, mas com 
anormalidades no LCR. 
 
SÍFILIS CONGÊNITA 
→ Vem da disseminação hematogênica da gestante 
para o feto via placenta. 
→ Pode levar ao aborto espontâneo e óbito fetal. 
→ Criança pode nascer assintomática e evoluir 
posteriormente: malformações, surdez congênita 
e retardo mental. 
 
Obs. Infecção por sífilis não confere imunidade. Ou 
seja, quem se curou pode novamente adquirir a 
doença. 
 
3 @vitoriafx 
 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Considerar a fase da doença que a paciente está se 
baseando: 
• História da doença; 
• Dados clínicos; 
• Detecção de antígeno e anticorpo. 
Se não conseguir estabelecer a fase da doença, 
realizar: 1 teste treponêmico + 1 não treponêmico. 
→ Prova sorológicas: testes treponêmicos e não 
treponêmicos; 
→ Prova direta: exame em campo escuro. 
 
 
PROVA DIRETA 
Microscopia de campo escuro: 
→ Padrão ouro; 
→ Pesquisa direta do treponema. 
 
TESTE TREPONÊMICOS 
 Testes sensível e específico; 
 Detectam anticorpos antitreponêmicos. 
FTA-ABS: 
→ Sensível e específico; 
→ Rápida execução e de baixo custo; 
→ Positivo de 1 a 2 semanas após a infecção; 
→ Uma vez positivo, sempre positivo. 
 
TESTE NÃO TREPONÊMICOS 
 Detectam anticorpos não treponêmicos – não são 
específicos para o treponema pallidum, mas estão 
presentes na sífilis. 
VDRL: 
→ Sensível, mas não específico; 
→ Leva semanas para tornar-se reagente; 
→ Positivo de 2 a 3 semanas após a infecção; 
→ Pode ser feito no líquor; 
→ Teste de triagem. 
 
LEITURA DOS TESTE SOROLÓGICOS 
VDRL FTA-ABS RESULTADO 
 
+ 
 
+ 
Sífilis ativa, 
latente ou 
tardia. 
+ - Improvável que 
seja sífilis. 
 
- 
 
+ 
Sífilis primária 
ou sífilis 
tratada. 
 
- 
 
- 
Não tem sífilis 
ou o 
diagnóstico foi 
precoce. 
 
 
 
TRATAMENTO 
Recomendação do Ministério da Saúde: 
 
 
4 @vitoriafx 
 
→ As gestantes com história comprovada de alergia à 
penicilina (evento raro no caso da penicilina 
benzatina) devem ser dessensibilizadas e tratadas 
com a penicilina benzatina. 
→ Os parceiros sexuais tem que ser avaliados e 
tratados. 
• O parceiro sexual pode estar infectado 
mesmo apresentando testes imunológicos 
não reagentes. Nesse caso devem ser 
tratados presumivelmente com 01 dose de 
P. benzatina (2,4 milhões UI). 
• Em caso de teste reagente para sífilis, 
realizar tratamento conforme estágio 
clinico. 
 
Reação de Jarisch-Herxheimer 
Exacerbação das lesões cutâneas, com eritema, dor ou 
prurido, após a primeira dose de penicilina, as quais 
regridem espontaneamente após 12 a 24 horas, sem a 
necessidade da descontinuidade do tratamento. 
Essa reação não configura alergia à penicilina e ocorre 
em resposta ao derrame de proteínas e de outras 
estruturas dos treponemas mortos pela penicilina na 
corrente sanguínea. 
Gestantes que apresentam essa reação podem ter 
risco de trabalho de parto pré-termo, pela liberação de 
prostaglandinas em altas doses. 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
✓ Tratado de Infectologia – Veronesi 
✓ Tratado de Ginecologia – Berek e Novak 
✓ Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas na 
atenção integral a pessoas com IST – Ministério da 
Saúde (2015) 
✓ Protocolos assistenciais de obstetrícia da 
maternidade Climério de Oliveira – UFBA 
✓ Manual técnico para diagnóstico da sífilis – 
Ministério da saúde (2016)

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