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Análise das Demonstrações Financeiras Unidade I

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Autores: Prof. Fábio Teixeira Arten
 Prof. Rodrigo Marchesin Oliveira
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde
Prof. Jean Carlos Cavaleiro
Profa. Rachel Brandão
Análise das
Demonstrações Financeiras
Professores conteudistas: Fábio Teixeira Arten / Rodrigo Marchesin Oliveira
Fábio Teixeira Arten é bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM, 
professor universitário na Universidade Paulista, nos Cursos Superiores Tecnológicos em Gestão e Negócios e no Curso 
Superior de Relações Internacionais. Atualmente, faz parte do Programa de Mestrado em Administração de Empresas 
pela Universidade Paulista, na linha de pesquisa de Gestão em Redes de Negócio. A previsão de término do mestrado é 
para o final de 2012. Tem experiência na área de administração, com ênfase em administração financeira e estratégia 
de empresas.
Rodrigo Marchesin Oliveira possui graduação em Administração Pública pela Universidade Estadual Paulista Júlio 
de Mesquita Filho (1996) e especialização MBA em Gestão Empresarial pela Escola de Pós-Graduação em Economia da 
Fundação Getúlio Vargas, FGV-RJ (2002).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A786a Arten, Fábio Teixeira 
Análise das demonstrações financeiras / Fábio Teixeira Arten; 
Rodrigo Marchesin Oliveira. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
88 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática ISSN 1517-9230. 
1. Análise financeira. 2. Demonstrações financeiras. 3. Indicadores 
financeiros. I. Título.
CDU 658.15
U504.53 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Michel Kahan Apt
 Amanda Casale
Sumário
Análise das Demonstrações Financeiras
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 RELATÓRIOS CONTÁBEIS .................................................................................................................................9
1.1 Tomada de decisão .................................................................................................................................9
1.2 Princípios contábeis ............................................................................................................................ 10
2 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA .............................................................................................. 18
2.1 Apresentação dos conceitos básicos ............................................................................................ 18
2.2 Objetivos da análise ............................................................................................................................. 19
2.3 Técnicas de análises ............................................................................................................................. 22
Unidade II
3 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................... 26
3.1 Dados complementares das demonstrações financeiras ..................................................... 27
3.2 Balanço patrimonial ............................................................................................................................ 30
3.2.1 Noções básicas ......................................................................................................................................... 30
3.2.2 Ativo circulante ....................................................................................................................................... 32
3.2.3 Ativo não circulante .............................................................................................................................. 34
3.2.4 Ativos permanentes ............................................................................................................................... 35
3.2.5 Passivo exigível ........................................................................................................................................ 36
3.2.6 Patrimônio líquido .................................................................................................................................. 37
3.3 Outros relatórios ................................................................................................................................... 39
3.3.1 Origens e aplicações .............................................................................................................................. 39
3.3.2 Alteração dos grupos patrimoniais: Leis 6.404/76, 11.638/07 e 11.941/09 ..................... 39
3.4 Demonstração do resultado do exercício ................................................................................... 41
4 ANÁLISE FINANCEIRA BÁSICA ................................................................................................................... 44
4.1 Padronização das demonstrações contábeis ............................................................................. 44
4.2 Contas patrimoniais ............................................................................................................................ 46
4.2.1 Ajustes e utilização para cálculo dos indicadores ..................................................................... 46
4.3 Índices-padrão ....................................................................................................................................... 47
4.3.1 Utilização do índice-padrão para análise comparativa .......................................................... 48
Unidade III
5 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................................................... 53
5.1 Conceito e aplicação ........................................................................................................................... 53
5.2 Análise vertical ...................................................................................................................................... 53
5.3 Análise horizontal ................................................................................................................................ 57
6 INDICADORES FINANCEIROS ...................................................................................................................... 59
6.1 Conceito e aplicação ........................................................................................................................... 59
6.2 Índices de liquidez ............................................................................................................................... 60
6.2.1 Liquidez geral........................................................................................................................................... 61
6.2.2 Liquidez corrente .................................................................................................................................... 61
6.2.3 Liquidez imediata .................................................................................................................................... 61
6.2.4 Liquidez seca ............................................................................................................................................. 62
6.3 Índices de endividamento ................................................................................................................. 63
6.3.1 Participação de capitais de terceiros .............................................................................................. 63
6.3.2 Composição do endividamento ........................................................................................................ 64
6.3.3 Garantia do capital próprio ................................................................................................................ 64
6.4 Índices de atividade ............................................................................................................................. 64
6.4.1 Prazo Médio de Recebimento (PMR) .............................................................................................. 66
6.4.2 Prazo Médio de Pagamento (PMP) .................................................................................................. 67
6.4.3 Prazo Médio de Estoques (PME) ....................................................................................................... 67
6.4.4 Resumo dos índices de atividade ..................................................................................................... 68
Unidade IV
7 INDICADORES COMPLEMENTARES ...........................................................................................................71
7.1 Indicadores econômicos .....................................................................................................................71
7.1.1 Taxa de retorno sobre o investimento ............................................................................................ 71
7.1.2 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido ................................................................................ 72
7.1.3 Margem líquida ....................................................................................................................................... 73
7.1.4 Giro do ativo ............................................................................................................................................. 74
7.1.5 Modelo de análise do retorno sobre o ativo (sistema Du Pont) .......................................... 74
7.1.6 Análise de ações ...................................................................................................................................... 75
7.2 Indicadores de insolvência ............................................................................................................... 76
7.2.1 Conceito e aplicação ............................................................................................................................. 76
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE ................................................................................................................................ 79
8.1 Conceito e aplicação ........................................................................................................................... 79
8.2 Dados que devem ser relatados ..................................................................................................... 80
8.3 Transformando os dados em informações ................................................................................. 80
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Análise das Demonstrações Financeiras tem o objetivo de contextualizar o aluno 
acerca de uma das ferramentas mais utilizadas pelo mercado financeiro, tanto na gestão de crédito e 
cobrança de pequenas e grandes empresas, como na análise de investimentos de caráter estratégico 
ou na avaliação de fusões e aquisições, por exemplo. Sendo assim, a proposta deste material didático 
consiste em permitir ao aluno analisar as situações econômicas e financeiras da empresa, utilizando as 
diversas contas patrimoniais, de resultado e de origens e aplicações de recursos e sua utilização, além de 
usar também as demonstrações financeiras como fonte de informações para concessão de crédito, definir 
os diversos indicadores econômicos e financeiros a partir de sua importância para análise das empresas. 
Para tanto, é necessário ainda obter a capacidade de identificar e extrair dados das demonstrações 
financeiras, calcular os índices utilizados na análise da situação econômica e financeira das empresas, 
obtidos nas contas patrimoniais e de resultado devidamente ajustadas. Essa habilidade permite ao gestor 
financeiro calcular os indicadores de liquidez, de endividamento, de estrutura, de rentabilidade, de 
atividade e de insolvência, além de analisar e interpretar comparativamente os resultados dos cálculos 
dos indicadores e preparar e interpretar as análises horizontal e vertical. Todos esses conceitos técnicos 
aqui apresentados devem servir de instigação para o aluno no andar dos estudos desta disciplina. 
Veremos cada um deles de maneira que, ao findar da disciplina, o aluno tenha condições de definir 
claramente as funções de um gestor financeiro e conheça os nomes técnicos, como: demonstrativos 
financeiros, viabilidade econômica, análise de liquidez, análises horizontais e verticais.
INTRODUÇÃO
Com base nos objetivos descritos para esta disciplina, o presente material apresenta a seguinte 
estrutura: na Unidade I, é realizada uma breve introdução aos conceitos centrais relacionados aos 
relatórios contábeis. Nessa seção, são ressaltados a importância da contabilidade como um serviço de 
apoio fundamental para a gestão das empresas, os princípios que norteiam a teoria da contabilidade e os 
aspectos gerenciais pertinentes às informações que essa área proporciona às organizações; em seguida, 
verifica-se a definição conceitual dos principais tipos de relatórios contábeis, com ênfase para o balanço 
patrimonial e a demonstrações de resultado do exercício, pois essas duas demonstrações são base de 
dados para o desenvolvimento das análises financeiras já citadas. Ainda nessa unidade, apresentam-se 
uma introdução mais detalhada sobre a importância das análises financeiras a partir de demonstrações 
contábeis, quais são os principais tipos de análise e seus respectivos objetivos.
A Unidade II preocupa-se com as definições estruturais tanto do balanço patrimonial como da 
demonstração de resultado do exercício, pois sem essa base teórica e conceitual todo o potencial 
de análise do gestor financeiro se compromete na medida em que ele precisa identificar os dados 
apresentados nesses dois relatórios de forma concisa para, então, iniciar as possíveis análises financeiras.
A Unidade III traz as definições e as interpretações relacionadas às análises do tipo vertical e 
horizontal. Ainda nessa unidade, estão compreendidos os modelos teóricos das análises de liquidez, 
endividamento e atividade. Uma série de exemplos práticos facilita o entendimento e a compreensão 
das possibilidades de utilização e aplicação analítica na área financeira.
8
A Unidade IV compreende a análise de lucratividade das empresas, além de dois tópicos mais 
avançados em termos de análise de demonstrativos financeiros, que consistem no modelo de análise de 
retorno sobre o ativo e em alguns indicadores de insolvência. Essa seção é finalizada com importantes 
considerações sobre a forma como os relatórios de análise devem ser conduzidos e produzidos, de forma 
a gerar informação útil no processo detomada de decisão financeira das empresas.
9
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Unidade I
1 RELATÓRIOS CONTÁBEIS
1.1 Tomada de decisão
Iudícibus et al. (2006) argumentam inicialmente que, desde o momento em que acordamos e nos 
levantamos, até o fim do dia, tomamos decisões. Porém, as decisões mais importantes ou relevantes 
requerem cuidado maior, profunda análise dotada de critérios racionais e métodos específicos.
No âmbito interno da empresa, a situação citada não pode ser diferente. Os profissionais responsáveis 
pela administração frequentemente se deparam com situações nas quais lhes são impostas tomadas de 
decisões. Neste sentido, são necessários, nesse caso, os dados e as informações para a fundamentação 
de tais decisões que são tomadas.
A contabilidade configura-se, neste contexto, como o instrumento proeminente à administração e 
gestão de empresas, na coleta de todos os dados econômicos da empresa e sua subsequente mensuração 
monetária, que, por sua vez, será registrada e sumarizada em relatórios que contribuem sobremaneira 
para a tomada de decisões (IUDÍCIBUS et al., 2006).
 Lembrete
A contabilidade é fundamental dentro do processo decisório, auxiliando 
nas decisões empresariais.
Dessa forma, o norte para que tais decisões sejam tomadas é, justamente, a padronização e o 
armazenamento adequados dos dados e das informações que irão fornecer ao gestor a coerência e o 
fundamento às suas escolhas.
Iudícibus et al. (2006) defendem que tais informações serão fornecidas, então, pelos relatórios 
elaborados pela contabilidade, e que a experiência e o feeling do administrador não são mais fatores 
decisivos no quadro atual.
O processo decisório, mencionado aqui, não se restringe de forma alguma somente aos limites da 
empresa, mas também a outros segmentos da economia. Os principais destacados por Iudícibus et al. 
(2006) são:
• Os investidores, que identificam, por meio dos relatórios contábeis, a situação econômico-
financeira da empresa e decidem sobre as melhores alternativas de investimento.
10
Unidade I
• Os fornecedores de bens e serviços a crédito, que utilizam os relatórios contábeis para analisar 
a capacidade de pagamento da empresa compradora.
• Os bancos (instituições financeiras), que usam os relatórios para aprovar empréstimos, 
financiamentos, limite de crédito etc.
• O Governo, que não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como também 
para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo).
• Os sindicatos, que utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajuste de salários.
• Outros interessados, como funcionários, órgãos de classes, pessoas e diversas instituições, como a 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), concorrentes 
etc.
Nesse contexto, a função do contador é, basicamente, produzir informações úteis aos usuários da 
contabilidade para a tomada de decisões.
Iudícibus et al. (2006) ressaltam ainda que, entretanto, em nosso país, em alguns segmentos da nossa 
economia e principalmente nas pequenas empresas, a função do contador foi distorcida (infelizmente), 
satisfazendo somente as exigências do fisco.
1.2 Princípios contábeis
Correspondem às diretrizes que regem a contabilidade. Tais princípios foram institucionalizados em 
seu aspecto profissional e legal como úteis e disciplinares da prática contábil. Os analistas contábeis 
devem seguir e observar os princípios contábeis obrigatoriamente; esse fato é essencial para uma correta 
interpretação dos relatórios financeiros.
 Observação
Os princípios são métodos que representam o centro da prática contábil.
Os princípios são aplicados a todos os patrimônios independentemente das características peculiares 
das entidades. São critérios, métodos ou procedimentos que representam o centro da estrutura contábil. 
Formalizam, assim, a essência das teorias e doutrinas da ciência da Contabilidade. A seguir é descrita, na 
íntegra, a Resolução CFC 750/93:
Resolução CFC 750/931
(Esta Resolução possui o Apêndice I aprovado pela Resolução CFC 774/95 e Apêndice II 
aprovado pela Resolução CFC nº 1111/07).
1 Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/resolucaocfc774.htm. Acesso em: 18/07/2012.
11
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)
O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,
Considerando que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a 
atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se 
refere a Resolução CFC 530/81,
Resolve:
Capítulo I – Dos princípios e de sua observância
Art. 1º Constituem Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) os enunciados por 
esta Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC).
§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas 
e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
Capítulo II – Da conceituação, da amplitude e da enumeração
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das 
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à 
Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio 
das entidades.
Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:
o da Entidade;
o da Continuidade;
o da Oportunidade;
o do Registro pelo Valor Original;
o da Atualização Monetária;
o da Competência; e
o da Prudência.
Seção I – O Princípio da Entidade
Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade 
e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio 
12
Unidade I
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a 
uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza 
ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio 
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou 
instituição.
Parágrafo único – O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. 
a soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, 
mas numa unidade de natureza econômico-contábil.
Seção II – O Princípio da Continuidade
Art. 5º A continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, 
devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, 
quantitativas e qualitativas.
§ 1º A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor 
ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo 
determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à correta aplicação 
do Princípio da Competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos 
componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para 
aferir a capacidade futura de geração de resultado.
Seção III – O Princípio da Oportunidade
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade 
e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este 
seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as 
originaram.
Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da Oportunidade:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser 
feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II – o registrocompreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os 
aspectos físicos e monetários;
III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no 
patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar 
informações úteis ao processo decisório da gestão.
13
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Seção IV – O princípio do registro pelo valor original
Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais 
das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que 
serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando 
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.
Parágrafo único – Do Princípio do Registro pelo Valor Original resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de 
entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou 
da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não 
poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua 
decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros 
elementos patrimoniais;
III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do 
patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV – os Princípios da Atualização Monetária e do registro pelo valor original são 
compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém 
atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui 
imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.
O Princípio da Atualização Monetária
Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser 
reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos 
valores dos componentes patrimoniais.
Parágrafo único – São resultantes da adoção do Princípio da Atualização Monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa 
unidade constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais 
(art. 7), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que 
permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por 
consequência, o do patrimônio líquido;
14
Unidade I
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, 
o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda 
nacional em um dado período.
Seção VI – O Princípio da Competência
Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado 
do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, 
independentemente de recebimento ou pagamento.
§ 1º O Princípio da Competência determina quando as alterações no ativo ou no passivo 
resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes 
para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da 
Oportunidade.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é 
consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem 
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente 
pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem 
o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de 
terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua 
propriedade para terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
15
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Seção VII – O Princípio da Prudência
Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes 
do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente 
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor 
patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos 
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7, o Princípio da Prudência somente se aplica às 
mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do 
Princípio da Competência.
§ 3º A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos 
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem 
incertezas de grau variável.
Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração 
nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando 
aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.
Art. 12. Revogada a Resolução CFC 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 
1º de janeiro de 1994.
Brasília, 29 de dezembro de 1993.
Contador Ivan Carlos Gatti
Presidente
A Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) dispõe sobre os sete princípios 
contábeis:
I. entidade;
II. continuidade;
III. oportunidade;
IV. registro pelo valor original;
V. atualização monetária;
VI. competência e
VII. prudência.
16
Unidade I
Cada princípio segue comentado brevemente, de acordo com a referida resolução.
De acordo com o princípio da entidade, o patrimônio, objeto da contabilidade, pertence à 
entidade e não pode se confundir com o patrimônio dos proprietários. Muitas vezes, para atender 
critérios de análise, o patrimônio é decomposto, mas tal fato não significa a criação de novas 
entidades.
 Lembrete
O patrimônio não deve ser confundido com o patrimônio dos 
proprietários.
O princípio da continuidade diz que uma melhor avaliação do patrimônio depende da continuidade 
das atividades da empresa. A redução dessas atividades, por diversos motivos, pode exercer influência 
na utilização do patrimônio.
O princípio da oportunidade, por sua vez, defende que o registro na data correta representa condição 
para que as informações contábeis se tornem exatas e confiáveis.
O princípio do registro pelo valor afirma que os componentes do patrimônio devem ser registrados 
pelos valores de entrada em todas as suas transações externas.
O princípio da atualização monetária, simplesmente, tem relação com os componentes do patrimônio 
e os devidos ajustes em seus valores, de acordo com alguns índices fornecidos pela economia que 
oferecem condições para a atualização monetária.
Conforme o princípio da competência, as receitas e despesas devem ser reconhecidas no período em 
que ocorrem e não por ocasião de seus recebimentos e pagamentos.
 Observação
A contabilidade é o instrumento de planejamento para atribuição de 
valor do patrimônio.
Por último, o princípio da prudência determina a adoção do menor valor para o ativo e de maior 
para o passivo.
A análise das demonstrações financeiras propõe a análise dos principais demonstrativos contábeis, 
e esse é o motivo de se fazer uma prévia de alguns conceitos de contabilidade. É importante que essa 
disciplina se desenvolva em conjunto com os conhecimentos de contabilidade.
17
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Quando se diz que a contabilidadetem o papel de registrar o patrimônio, precisamos entender o 
conceito de patrimônio:
Patrimônio = conjunto de bens, direitos e obrigações.
A classificação mais importante dos bens para a contabilidade é com relação a sua natureza. Neste 
caso, os bens podem ser de dois tipos:
• materiais, corpóreos ou tangíveis: são aqueles que têm existência física, como máquinas, 
dinheiro, caminhões;
• imateriais, incorpóreos, intangíveis: são abstratos, não têm existência física, por exemplo, 
marcas, patentes, ponto comercial.
Como direitos, devemos entender os valores que a empresa tem a receber de terceiros, 
representados, por exemplo, pelas duplicatas emitidas pela empresa contra seus clientes, por venda 
de mercadorias a prazo ou pela prestação de um serviço, também a prazo. As aplicações financeiras 
feitas pela empresa em Certificado de Depósito Bancário (CDB) também são classificadas como 
direitos.
Devemos entender como obrigação os valores que a empresa tem a pagar em função de dívidas ou 
compromissos assumidos para com terceiros.
Os terceiros aqui mencionados podem se dividir em dois grupos, a saber:
• Terceiros em geral: formados pelos fornecedores, bancos, funcionários, governos.
• Terceiros em especial: constituídos pelos proprietários, donos da empresa. Esses proprietários, 
se a empresa for organizada juridicamente sob a forma de uma sociedade anônima, terão 
seu capital social, que representa o investimento feito pelos proprietários, dividido em ações, 
cujos proprietários são denominados de acionistas. Por outro lado, se a empresa for organizada 
juridicamente sob a forma de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, seu capital 
social será dividido em cotas, cujos proprietários são chamados de cotistas. As obrigações para 
com terceiros em especial são organizadas no patrimônio líquido.
Será necessário conhecer, para uma sólida análise das demonstrações financeiras, todos os 
demonstrativos financeiros:
• balanço patrimonial;
• demonstração do resultado do exercício;
• demonstrativo da origem e aplicação dos recursos;
• demonstrativo da mutação do patrimônio líquido;
• demonstrativo do fluxo de caixa.
18
Unidade I
E ainda conhecer as técnicas de análise de cada uma dessas contas.
 Saiba mais
Para mais informações, leiam a obra Contabilidade: Noções para análise 
de resultados e balanço patrimonial da empresa (São Paulo: Atlas, 2008), de 
Antônio Salvador Morante.
2 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA
2.1 Apresentação dos conceitos básicos
A disciplina Análise das Demonstrações Financeiras tem como objetivo principal, a partir da 
apuração dos diversos indicadores, informar aos usuários das informações contábeis a saúde financeira 
de determinada empresa.
Diversos são os usuários das informações contábeis, entre eles, destacamos: os proprietários da 
empresa, seus fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, os investidores, os empregados, o 
Poder Público, enfim, a sociedade como um todo, por ter a empresa como principal fonte de geração 
de empregos e tributos. E assim, cada um desses usuários terá uma finalidade específica em conhecer o 
desempenho da empresa em determinado momento.
 Lembrete
São diversos os usuários da informação contábil: proprietários, 
investidores e o Governo.
Por exemplo: os proprietários precisam saber se o capital investido por eles nesse 
empreendimento chamado empresa está gerando o retorno esperado; já os fornecedores se 
preocupam se receberão pelos bens vendidos; por sua vez, a preocupação do Poder Público está 
na arrecadação de tributos.
Tomando-se como pressuposto, podemos afirmar que a análise financeira torna-se imprescindível à 
tomada de decisões, independentemente de seu usuário.
A análise financeira ocorre a partir da elaboração das demonstrações contábeis, ou seja, após o 
registro de todos os fatos financeiros ocorridos na empresa em determinado período.
Em outras palavras, o trabalho do analista financeiro inicia-se ao término do trabalho do contador. 
É importante ressaltar que o relatório de análise, peça final do trabalho do analista financeiro, somente 
19
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
será útil a partir dos conhecimentos que este tenha não só nos registros das operações contábeis, mas 
na dimensão que estas provocam na situação patrimonial da entidade; caso contrário, apenas estará 
apurando resultados matemáticos.
 Lembrete
A empresa deve estar atenta às normas legais na elaboração dos 
documentos contábeis.
Entre as demonstrações contábeis exigidas pela atual Lei Contábil (Lei 11.638/07) – balanço 
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração da mutação do patrimônio líquido, 
demonstração do fluxo de caixa, demonstração do valor adicionado e notas explicativas –, elencamos as 
duas primeiras, ou seja, balanço patrimonial e demonstração de resultado do exercício, por serem a base 
para elaboração das demais, além de se completarem.
2.2 Objetivos da análise
Conforme mencionado, a finalidade da análise está na tomada de decisão daquele usuário que 
a interpreta; logo, o analista financeiro precisa elaborar o relatório de análise sabendo a priori 
quem é esse usuário e ainda, acima de tudo, ser isento na interpretação dos dados extraídos dos 
indicadores.
De acordo com Matarazzo (1998, p. 23), historicamente, a análise de balanço (termo comum 
utilizado pelos analistas financeiros) foi desenvolvida pelos bancos devido à determinação, em 1915, 
do Federal Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) de que só poderiam ser redescontados 
os títulos das empresas a partir da apresentação de seu balanço ao banco, por se tratar de uma 
concessão de crédito.
Os bancos, por sua vez, precisavam saber (ou pelos menos terem uma projeção) sobre a potencialidade 
das empresas em quitar esses possíveis débitos, e, para tanto, são criados os indicadores financeiros, 
as técnicas para análises que, com o passar do tempo, foram adaptadas para os outros usuários das 
informações contábeis.
 Lembrete
A análise dos relatórios contábeis contribui para o conhecimento da 
saúde financeira da empresa.
Segundo Matarazzo (1998, p. 17), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre 
a empresa, de acordo com regras contábeis.
20
Unidade I
A análise de balanço transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto 
melhores informações produzir. E o autor (1998, p. 18) continua com distinção entre dados e 
informações:
• dados: são números ou a descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam 
nenhuma reação no leitor;
• informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou 
decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa.
Podemos entender, assim, que a coleta de dados é importante para análise, porém, por si só, não leva 
o usuário das informações às decisões. Após os cálculos, é necessário que se descubram as causas que 
influenciaram a formação de tais números; caso contrário, não será possível chegar a qualquer tomada 
de decisão.
Mais uma vez, é importante ressaltar que a isenção do analista financeiro é imprescindível para uma 
análise, pois serão os resultados e as causas dos indicadores que darão ao usuário das informações a 
segurança para uma tomada e decisão, e não a opinião pessoal do analista.
Podemos, mais uma vez, afirmar que o trabalho do analista de balanço inicia-se com o término do 
processo contábil, ou seja, a partir das demonstrações contábeis. Para fins de ilustração, seguem dois 
quadros:
1) Processo contábil, que se resume em:
• fatos contábeis – detalhamento dos acontecimentos da empresa, exemplos: compra de um 
veículo, aquisição de matéria-prima, venda à vista etc.;
• escrituração dos fatos – lançamento dos fatos no livro diário – que é a identificação das contas 
envolvidas, se são ativos ou passivos, se estão aumentando ou diminuindo e se serão lançados a 
débito ou crédito;
• lançamento no razão, que é a representação gráfica doslançamentos do diário;
• balancete de verificação, que é a relação dos itens em credor ou devedor, preparando os dados 
para lançamento no balanço patrimonial;
• apuração do lucro ou prejuízo;
• balanço patrimonial: relação dos bens, direitos e obrigações da empresa;
• DRE – demonstrativo do resultado do exercício;
• Doar, fluxo de caixa e mutação do patrimônio líquido podem ser desenvolvidos com os dados já 
mencionados.
Com todos esses processos concluídos, podemos iniciar a análise do balanço.
21
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
2) Análise de balanço.
Processo contábil
Fatos
Compras
Vendas
Pagamentos
Recebimentos
Escrituração
Diário Razão Livros fiscais
Apuração do resultado
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço Patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração de mutação do patrimônio líquido
Demonstração do fluxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Figura 1
Análise de balanço
Exame e padronização
Balanço patrimonial Demonstração do resultado do exercício
Análise vertical / horizontal
Cálculo Análises
Apuração dos indicadores
Liquidez, endividamento
atividade e rentabilidade
Índices padrão
Cálculos e comparação
Relatório de análise
Elaboração do relatório de forma clara para 
determinado usuário
Figura 2
22
Unidade I
2.3 Técnicas de análises
Qual é a melhor técnica para analisar a situação econômico-financeira de uma empresa?
Não há uma resposta para essa pergunta, uma vez que diversos são os ramos de atividades e os 
mercados em que as empresas atuam, inclusive há “n” formas de lideranças empresariais, e todas elas 
influenciam na tomada de decisão, qualquer que seja o resultado obtido na análise financeira.
 Lembrete
Os indicadores são a referência para a mensuração dos resultados da 
empresa.
Porém, alguns indicadores são imprescindíveis para conhecer a situação econômico-financeira de 
qualquer empresa, por serem aqueles que mostram a evolução (ou não) das contas patrimoniais e 
de resultado num determinado período. Eles serão medidos pelas análises vertical e horizontal em 
conjunto com os seguintes indicadores financeiros e econômicos:
• Indicadores financeiros:
— índices de liquidez: medem a capacidade de pagamento da empresa;
— índices de endividamento: estabelecem o montante de dívidas assumidas pela empresa e se 
há condições de assumir mais dívidas;
— índices de atividade: mostram em número de dias os prazos para recebimento das vendas 
a prazo, os pagamentos das compras a prazo para o estoque, bem como o número de dias 
necessários para a renovação dos estoques.
• Indicadores econômicos:
— índices de rentabilidade: os diversos índices de rentabilidade, como taxa de retorno sobre o 
investimento e sobre o patrimônio líquido, entre outros; em geral, medem a potencialidade da 
empresa de gerar receitas de vendas.
 Saiba mais
Para mais informações, consultem a obra Contabilidade e finanças: para 
não especialistas (Ed. Pearson, 2010), dos autores Ching Hong, Fernando 
Marques e Lucilene Prado.
23
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Resumo
Esta unidade direciona a necessidade de se ter base para a tomada 
de decisão. Um gestor deve decidir com base em números, valores 
que justifiquem as ações por meio dos resultados apontados pelos 
demonstrativos contábeis.
O aluno, agindo como gestor, deve decidir em diversas frentes, tais 
como: o negócio exime maiores investimentos? Compensa fazer esses 
investimentos? Em que área se devem fazer esses investimentos? Os 
recursos utilizados serão próprios ou de terceiros?
O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil que registra a 
evolução patrimonial da empresa, ou seja, as mudanças em bens, direitos e 
obrigações. Aponta se houve aumento ou não, se se investiram recursos e 
quanto e de onde vieram os recursos.
Demonstrativo do resultado do exercício é um demonstrativo que 
equaciona a relação entrada e saída: quando o resultado é positivo, houve 
lucro; se for negativo, houve prejuízo. Tem estrutura própria, separando 
por natureza as contas para que se saiba onde estão os recursos da 
empresa. Esses dois demonstrativos são os mais importantes para análise 
gerencial.
 Exercícios
Questão 1. (Enade – Ano 2009, Ciências Contábeis – Questão 11).
A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e dividendos propostos é uma 
conduta profissional que atende a qual princípio contábil?
A) Competência.
B) Consistência.
C) Continuidade.
D) Entidade.
E) Prudência.
Resposta correta: alternativa A.
24
Unidade I
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: como o princípio da competência reconhece as receitas e as despesas e não se trata de 
um princípio relacionado com os pagamentos, a alternativa A está correta.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa B não está correta, pois aqui não entra em questão a consistência dos 
números, mas sim a sua destinação.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa C trata da continuidade, isto é, demonstra a não intenção de interromper 
as atividades da empresa, o que não é pertinente à questão.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa D, por tratar da entidade, que seria o caso de uma pessoa física ou jurídica, 
não responde à pergunta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alternativa E trata da prudência, que é o princípio que busca a previsão de prejuízos 
e, portanto, também não seria adequada nesse caso.
Questão 2. (Adaptada CRC-Exame de Suficiência, 2011 – Questão 32). Em relação às características 
qualitativas das informações contábeis, assinale a opção incorreta.
A) A mensuração e a apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros 
eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, e mudanças em políticas contábeis 
somente são admitidas quando requeridas pela introdução de normas contábeis aperfeiçoadas.
B) As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, 
ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros, ou confirmando ou 
corrigindo as suas avaliações anteriores.
C) Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, 
imparcial. As demonstrações contábeis não são neutras se, pela escolha ou apresentação da 
informação, elas induzirem a tomada de decisão ou julgamento específico visando atingir um 
resultado ou desfecho predeterminado.
D) Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que 
elas sejam compreendidas pelos usuários. Para tanto, presume-se que os usuários tenham um 
25
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de 
estudar as informações com razoável diligência.
E) Nem todas as informações interferem muito pouco na tomada de decisão, podendo esta ocorrer 
de forma eficaz independentemente dos números apresentados.
Resolução desta questão na plataforma.

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