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Contabilidade Financeira

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ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA 
Lojas Americanas S/A 
Outubro / 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Elaborado por: Bruno Fernando de Oliveira 
Disciplina: Contabilidade Financeira 
Turma: PGO_CTFINPOSEAD-36_08092020_5 
 
 
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Sumário 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4 
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................................ 5 
 2.1 ANÁLISE VERTICAL ................................................................................................................. 5 
2.2 ANÁLISE HORIZONTAL ........................................................................................................... 9 
 2.3 INDICADOR DE LIQUIDEZ...................................................................................................... 12 
 2.4 INDICADOR DE ESTRUTURA DE CAPITAL ......................................................................... 14 
 2.5 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE .............................................................................................. 17 
2.6 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ............................................................................................. 19 
3. CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 21 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Introdução 
 
Este trabalho tem como objetivo análise econômica e financeira da entidade 
Lojas Americanas S/A, comparando as demonstrações contábeis dos anos 2016 e 
2017, bem como com o resultado de seus concorrentes para o mesmo período de 
exercício. 
As lojas americanas S/A é uma varejista consagrada no Brasil, tendo sua 
história iniciada em 1929, com a primeira loja aberta em Niterói – RJ. Foi fundada por 
John Lee, Glen Matson, James Marshall, Batson Borger e Max Landesmann, sendo 
considerada uma das principais redes varejistas do Brasil. Atualmente ela faz parte 
do grupo B2W, que controla, além das Lojas Americanas, os sites de compras on-line 
Submarino, Shoptime e Sou Barato. 
Criou fama no país pela comercialização de produtos atrativos e com preços 
acessíveis. As Lojas Americanas S/A estabeleceu seu legado nas lojas físicas pelo 
país, e na venda on-line de produtos, desde 1999. Atualmente são mais de 1.700 lojas 
em todo o Brasil. 
 Durante o desenvolvimento do trabalho, iremos abordar os resultados 
econômicos e financeiros da entidade, bem como alertas e pareceres sobre os índices 
apresentados no balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, 
índices de liquidez, lucratividade, rentabilidade, além das análises vertical e horizontal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Desenvolvimento 
2.1 Análise Vertical 
 
Analisando os valores expostos de forma vertical, o principal objetivo dessa análise 
é comparar o percentual (importância) e participação de cada conta em relação ao 
conjunto. Na tabela 1, podemos observar o percentual de cada conta quando 
comparado ao ativo total, já na tabela 2 esse percentual resulta do valor base do 
passivo e patrimônio líquido. 
 
Tabela 1 – Balanço Patrimonial (BP) 
 
 
Analisando o lado esquerdo do balanço patrimonial, onde evidenciamos a 
aplicação dos recursos captados junto aos acionistas ou capital de terceiros, 
destacam-se pelos valores apresentados, em cada exercício: 
2016 – ATIVO CIRCULANTE: é o índice que apresenta o maior percentual sob o ativo 
total, sendo aplicações financeiras, contas a receber e estoque as linhas de maior 
impacto. Isso gera um alerta para o valor que a entidade pretende transformar em 
dinheiro/recurso no curto prazo, de até doze meses. Por se tratar de uma varejista, 
com venda de mercadorias, é normal ela depender da venda de produtos para 
 
 
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aplicação, o que vai de encontro com o percentual disponível em estoque. Também é 
possível observar as contas a receber pela venda das mercadorias aos clientes, que 
neste ano representa 11,32% do total do ativo circulante. 
2016 - ATIVO NÃO CIRCULANTE: é possível observar que do total do ativo não 
circulante para o exercício fiscal, o maior índice se encontra nas contas de 
investimentos e imobilizado, que são valores que a entidade não pretende 
vender/converter em captação nos próximos doze meses. 
2017 – ATIVO CIRCULANTE: representa o maior percentual sob o ativo total, gerando 
alerta para o disponível em caixa e bancos, com um índice de 11,6%, o que diz sob 
um alto valor parado em caixa. Também podemos observar um valor expressivo para 
aplicações financeiras, sendo 17% do total do ativo circulante. Pela sua atividade, o 
estoque representa 13% do total do ativo circulante, o que aponta que a entidade 
depende de suas vendas de produtos, como atividade fim principal da varejista. 
2017- ATIVO NÃO CIRCULANTE: para o exercício em questão, a entidade apresenta 
um índice alto de investimentos e imobilizado à longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 2 – Balanço Patrimonial (BP) 
 
 
 Analisando o lado direito do balanço patrimonial, onde evidenciamos o passivo 
e patrimônio líquido como a origem de recursos, destacam-se pelos valores 
apresentados: 
2016 – PASSIVO CIRCULANTE: o maior índice sob o passivo e patrimônio líquido 
são das contas de dívidas com fornecedores e empréstimos e financiamentos para 
geração de recursos. Por se tratar de uma varejista, com compra e venda de produtos, 
a dívida com fornecedores tende a ser recorrente, porém fica um alerta por se tratar 
de circulante, com quitação em até doze meses. 
2016 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE: a conta que maior representa sob esse grupo 
é a de empréstimos e financiamentos, sendo para o exercício 49%. Isso gera um alerta 
positivo, visto que a dívida com prazo de pagamento maior pode ser vista como 
saudável para a entidade, por ter o seu prazo estendido, e com possibilidade de 
redução de juros. 
2016 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO: seu maior índice se dá pela conta de capital social, 
gerando alerta para o investimento dos sócios na entidade. 
 
 
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2017 – PASSIVO CIRCULANTE: apresenta alto índice, quando comparado ao passivo 
e patrimônio líquido total, as seguintes contas: fornecedores, representando 15%, e 
empréstimos e financiamentos, em 12%. Ambos geram um alerta, pelo prazo de 
realização, de até doze meses. 
2017 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE: a conta de empréstimos e financiamentos a 
longo prazo é a com maior representação sob essa linha, sendo de 40% para o 
exercício. 
2017 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO – alto índice para capital social, o que diz sob o 
investimento dos sócios na entidade. 
 
Tabela 3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
 
 Com base nos índices apresentados acima, e fazendo a análise sobre a 
situação financeira e de resultado da entidade, destacam-se para cada exercício: 
2016: Custo de bens e serviços vendidos de 64%, despesas operacionais de 21,99% 
e despesas financeiras de 14%, gerando um alerta para o índice de despesas 
operacionais. 
2017: despesas operacionais em 22,3% e despesas financeiras de 13,7%, gerando 
um alerta para os índices altos, além do custo de venda de 64,6%. 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2 Análise Horizontal 
 
Essa análise faz a comparativa entre exercícios apresentados, com o intuito de 
identificar se houve aumento ou queda nas contas/linhas analisadas, entre os 
exercícios.O ano do exercício mais antigo é estabelecido como a base de 
comparação. 
 
Tabela 1 – Balanço Patrimonial (BP) 
 
 
Analisando o lado esquerdo do balanço patrimonial, onde evidenciamos a 
aplicação dos recursos captados junto aos acionistas ou capital de terceiros, 
destacam-se pelos valores apresentados, em cada exercício: 
ATIVO CIRCULANTE: aumento de 51,9% quando comparado ao exercício de 2016, 
o que evidencia que a entidade aumentou os valores que pretende realizar dentro do 
curto prazo, de até doze meses. O aumento de maior expressão está na linha de 
disponível (caixas e bancos), que não apresenta um bom sinal, visto que esse dinheiro 
está parado em caixa, e poderia ser investido, por exemplo em estoque, o qual 
apresenta uma queda quando comparado à 2016, de 3%. 
As aplicações financeiras também apresentam um aumento de 1,73% quando 
comparado ao exercício anterior. Contas a receber apresentam uma queda de 2,45%, 
que representa uma queda no que diz a fidelização e venda a seus clientes, não sendo 
um bom indicador para a varejista, que tem como objetivo fim a venda de produtos. 
 
 
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ATIVO NÃO CIRCULANTE: este apresenta uma queda quando comparado ao 
exercício 2016, de 5,93%, o que indica que a varejista reduziu os valores que pretende 
realizar a longo prazo, isto é, à partir de doze meses, sendo a linha de investimentos 
e imobilizados as que apresentam as maiores quedas. 
 
Tabela 2 – Balanço Patrimonial (BP) 
 
 
Analisando o lado direito do balanço patrimonial, onde evidenciamos o passivo e 
patrimônio líquido como a origem de recursos, destacam-se pelos valores 
apresentados: 
PASSIVO CIRCULANTE: a entidade apresentou uma queda na linha de fornecedores, 
quando comparado ao exercício 2016, indicando que as dívidas de curto prazo 
reduziram. Já na linha de empréstimos e financiamentos, temos um aumento de 
2,81%, evidenciando que a varejista aumentou a linha de dívida com o capital de 
terceiros. 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE: podemos observar uma queda nessa linha de 8,74%, 
sendo empréstimos e financiamentos o índice que apresenta maior queda. Isso alerta 
para a diminuição de dívidas a longo prazo. De modo geral, a dívida em longo prazo 
pode apresentar-se saudável para a entidade, pelo prazo estendido de pagamento, e 
possibilidade de redução de juros. 
 
 
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PATRIMÔNIO LÍQUIDO: essa linha apresenta um aumento expressivo, quando 
comparado ao exercício de 2016, de 10,97%, sendo o capital social realizado a linha 
de maior aumento, representando 11,28% quando comparado ao exercício anterior. 
Isso nos diz a respeito dos investimentos por parte dos sócios da empresa, 
representando um menor risco para a entidade. 
 
Tabela 3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
 
Com base nos índices apresentados acima, e fazendo a análise sobre a situação 
financeira e de resultado da entidade, podemos observar que a entidade apresentou 
um aumento do lucro líquido do exercício 2017, quando comparado ao exercício 2016, 
de 12,27%. Também houve um aumento na receita líquida de bens e serviços, isto é, 
aumento das vendas, em 6,05%. As despesas financeiras apresentam uma queda de 
0,91%, o que contribui diretamente para o aumento da linha resultado antes dos 
tributos sobre o lucro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.3 Indicadores de Liquidez 
 
 
 
 Os indicadores de liquidez demonstram a capacidade que a entidade possui de 
realizar seus pagamentos, isto é, a facilidade que ela tem de pagar as suas dívidas. 
Esses indicadores são extraídos apenas do balanço patrimonial, e a sua utilização 
torna-se ampla, como exemplo: utilização de bacos para liberação de créditos à 
entidade. Falaremos agora sobre cada um desses indicadores. 
 
Liquidez corrente 
 
 Essa liquidez faz a análise sob os ativos circulantes, para pagamento dos 
passivos circulantes (curto prazo). Esse índice faz a análise do quanto é possível 
pagar das dívidas de curto prazo, utilizando apenas recursos de curto prazo. Após a 
quitação, havendo uma sobra, ela é denominada de capital circulante líquido, ou seja, 
valor restante após o pagamento do passivo circulante com todo o ativo circulante 
disponível. 
 Analisando o resultado apresentado por esse índice da varejista, podemos 
observar que a capacidade de pagamento do passivo circulante com o ativo circulante, 
apresentou um aumento entre os exercícios de 2016 e 2017, de 0,30. Isso diz que, no 
exercício de 2017, a cada R$1,00 do ativo circulante, a entidade possuía R$0,82 para 
quitação das dívidas do passivo circulante, logo o seu capital circulante líquido para o 
exercício de 2017 era de 0,82, quanto em 2016 era de 0,52. 
 
 
 
 
 
 
 
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Liquidez imediata 
 
 A liquidez imediata trata sobre a capacidade da entidade de pagar as dívidas 
de forma imediata. Para composição desse índice, utiliza-se apenas do saldo 
disponível de forma imediata, no caso, saldo de caixa, bancos e aplicações de resgate 
imediato. 
 Analisando os resultados apresentados pela Lojas Americanas, houve um 
aumento da liquidez imediata entre os exercícios de 2017 e 2016, de 0,30. Esse 
índice, mesmo que apresentando um aumento, ainda é considerável saudável, pois a 
empresa detém de poucos recursos disponíveis de forma imediata (caixa, aplicações, 
bancos) para quitação das dívidas do passivo circulante (curto prazo). Para a atividade 
fim da varejista esse é um bom índice, pois diz que seu dinheiro não está parado em 
caixa, sendo aplicado nas outras linhas, como ativo não circulante e estoque. 
 
Liquidez Seca 
 
A liquidez seca mostra a capacidade da entidade de quitar as dívidas a curto prazo 
(passivo circulante), tendo como base os ativos circulantes, deduzido de estoques e 
despesas antecipadas, esta última se o valor for expressivo, para o ramo e atividade 
da empresa, caso não seja, a dedução se faz apenas do valor disponível em estoque. 
“É a medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa, tratado por muitos 
especialistas como teste do ácido.” (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.87). 
Após essa dedução, o que sobra é o ativo circulante composto de valor disponível, 
somado as aplicações financeiras e duplicatas a receber de clientes. Com o resultado, 
se analisa se é possível pagar o passivo circulante com o disponível da equação. 
Analisando o resultado obtido pela varejista, em 2016 temos o valor de 1,03, o que 
significa que ela dependia em 32% do valor disponível em estoque para quitar as suas 
dívidas, e em 2017 o valor de 1,38, que em percentual nos mostra que a empresa 
dependia de 24% do seu estoque para pagar as suas dívidas, apresentando uma 
melhora nesse índice entre os exercícios, ou seja, a empresa não depende 
exclusivamente de seus estoques para quitação de suas dívidas no passivo circulante. 
 
 
 
 
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Liquidez Geral 
 
 A liquidez geral mede a capacidade que a empresa apresentar para quitar todas 
as suas dívidas de curto e longo prazo (passivo circulante e passivo não circulante), 
utilizando como fonte os recursos de curto prazo e realizável a longo prazo (ativo 
circulante e realizável a longo prazo). Atenção: os ativos não circulantes não entram 
nesse denominador (investimento, imobilizado e intangível). 
Observando o resultado obtido em cada exercício, podemos dizer que a varejista 
não detém do valor completo para quitação de todas as suas obrigações. Em 2016, a 
cada R$1,00 em dívidas, havia disponível R$ 0,68 para quitação, já em 2017 esse 
índice sofreu uma variação positiva: a cada R$1,00 em dívidas, estava disponível 
R$0,86 para quitação das obrigações. 
 
2.4 Indicadores de estrutura de capital 
 
Os indicadores de capital ou endividamento, tem por objetivo evidenciar a 
porcentagem dos ativos que foram financiados com o capital de terceiros e o 
capital próprio. Essa análise busca concluir qual é o grau de dependência de 
recursos de terceiros e orisco que isso representa. Na prática, quanto maior for a 
dependência de capital de terceiros (participação de capital de terceiros nos 
negócios), maior será o risco ao que esses credores estarão expostos. Mas vale 
ressaltar que a quantidade de dívidas nem sempre representa um fator negativo, 
pois é necessário avaliar, além da quantidade, a qualidade de cada dívida. 
Trataremos de analisar cada índice dessa família, a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
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Endividamento Geral 
 
 Essa medida é responsável por apresentar a porcentagem dos ativos totais que 
são financiados com capital de terceiros, seja de curto ou longo prazo. A sua finalidade 
é medir a estrutura de capital de financiamento da empresa, e quanto menor for o 
índice apresentado, melhor para a saúde financeira da entidade. “Esse índice 
demonstra a estrutura de capital da empresa apontando, assim, seu grau de 
endividamento. É por meio desse indicador que se identifica se a empresa tem maior 
dependência por capital próprio ou capital de terceiros no financiamento do ativo. 
Quanto maior a dependência de capital de terceiros, maior será o risco oferecido às 
instituições financeiras na concessão de créditos.” (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.84). 
 Analisando o resultado apresentado pela varejista, o resultado do exercício 
2017 apresentou uma queda de 10,97% quando comparado ao endividamento total 
de 2016. Os índices que apresentam maior endividamento, são com fornecedores, 
que por sua vez não apresenta um indicador negativo, visto a atividade fim da entidade 
e a venda para seus clientes (entrada de recursos do ativo circulante, contas a 
receber), porém com prazo de pagamento em curto prazo aos fornecedores. 
Observamos também que a linha de empréstimos e financiamentos representa um 
montante expressivo, principalmente no pagamento em curto prazo. Este, por sua vez, 
apresentou um aumento de 2016 para 2017 de R$939.191, o que nos mostra um 
alerta para a qualidade desse empréstimo e prazo de pagamento. Empréstimos e 
financiamentos a longo prazo (passivo não circulante) também apresentou um 
aumento no exercício 2017, quando comparado a 2016, de R$ 816.361. Para este, 
devido ao prazo de pagamento, e possibilidade de redução de juros, entende-se como 
sendo mais saudável para a instituição. 
 
 Composição de Endividamento 
 
 A composição do endividamento, busca analisar a qualidade da dívida. 
Conforme abordamos anteriormente, ficamos em alerta para as dívidas referentes à 
curto prazo, pois elas devem ser quitadas no período de até doze meses. É necessária 
uma completa organização quanto aos prazos desses pagamentos, e esse índice tem 
como objetivo medir a qualidade dessas dívidas. Na prática, quando maior a 
 
 
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quantidade de dívidas de curto prazo, maior será o risco aos credores, não 
representando saudabilidade para a entidade. Vamos analisar quanto do total do 
endividamento tem o seu vencimento em curto prazo. Na análise do índice 
apresentado pela varejista, observamos um aumento na composição de 
endividamento de curto prazo de 2,96% em 2017, quando comparado ao índice do 
exercício de 2016. Esse indicador emite um alerta, pois conforme falamos, o seu 
aumento representa uma composição de endividamento ruim, por se tratar de curto 
prazo. 
 
 POSA – Passivo Oneroso Sobre Ativo 
 
 Esse índice tem como objetivo medir as fontes onerosas de capital, ou seja, as 
dívidas de curto ou longo prazo com terceiros, que incorrem juros e demais despesas 
financeiras. Ele mostra a dependência às instituições financeiras. Na prática, quanto 
maior for esse índice, maior serão as despesas financeiras, que terão o impacto direto 
no resultado de exercício, devido aos juros que incorreram e deverão ser pagos. 
 Analisando o resultado POSA da varejista, podemos observar que esse índice 
apresentou uma queda quando comparado os exercícios de 2017 sob 2016, de 
6,68%, o que representa a diminuição dessas dívidas onerosas, com menor impacto 
sobre o resultado do exercício. Na prática, ocorreu uma redução de empréstimos e 
financiamentos que incorrem juros. 
 
Imobilização do Patrimônio Líquido 
 
 O índice de imobilização do patrimônio líquido (ou capital próprio) diz sobre o 
percentual dos ativos investimentos, imobilizado e intangível é financiado pelo 
patrimônio líquido, o que na prática vai representar maior ou menor dependência de 
capital de terceiros para a manutenção dos negócios da entidade. “Em princípio, o 
ideal é que as empresas imobilizem a menor parcela possível de seus recursos 
próprios. Assim, não ficarão na dependência de capitais de terceiros para a 
movimentação normal de seus negócios.” (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.85). 
 Analisando o índice das Lojas Americanas, podemos concluir que no exercício 
de 2016, a entidade utilizava de 270,70% do seu patrimônio líquido para financiamento 
 
 
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do capital próprio da entidade, já em 2017 esse índice apresentou uma queda de 
132,50%, o que podemos concluir que ela teve uma recorrência maior ao capital de 
terceiros, em 2017, para esse tipo de financiamento. 
 
Imobilização dos Recursos Não Recorrentes 
 
 Esse índice mostra o percentual de recursos não recorrentes (passivo não 
circulante e patrimônio líquido) que foi necessário ser revertido para aplicação nos 
ativos investimento, imobilizado e intangível. (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.85). 
 Esse índice é importante para representar quando o capital próprio não é 
suficiente para aplicação nos investimentos imobilizado e intangível, fazendo com que 
a entidade recorra a recursos de capital de terceiros à longo prazo, para realização da 
aplicação. 
 Observando o resultado apresentado pela varejista, podemos dizer que em 
2017 ela teve que recorrer ao capital de terceiros para aplicação desse investimento, 
visto a queda desse índice, referente ao seu patrimônio líquido disponível para 
aplicação. 
 
2.5 Índices de Lucratividade 
 
O índice de lucratividade faz uma comparação, do percentual de ganho de 
lucro, para cada índice de receita apresentado da demonstração do resultado do 
exercício (DRE). Na prática, quanto maior for o percentual desse índice, será 
melhor para a saúde financeira da entidade, contribuindo de forma positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
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Margem Bruta 
 
 Esse índice faz a análise vertical da DRE, representando a lucratividade sobre 
cada mercadoria vendida. “Esse indicador revela o percentual remanescente do 
faturamento líquido após a dedução do custo das mercadorias ou produtos vendidos 
ou dos serviços prestados para cobrir as despesas operacionais e ainda, se possível, 
gerar lucro.” (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.89). 
 Observando os resultados apresentados pela varejista, a sua margem bruta se 
mantém próxima em ambos os exercícios, sendo 2016 de 35,63% e 2017 de 35,36%, 
o que representa que a empresa teve lucro sobre cada mercadoria vendida. 
Lembrando que nesse índice ainda não ocorreu a dedução de despesas, somente de 
custos das mercadorias vendidas. 
 
Margem Operacional 
 
 Esse índice faz a análise vertical da DRE, representando a lucratividade após 
a dedução dos custos e despesas operacionais. É o resultado antes dos tributos sobre 
o lucro. 
 Esse indicador mensura a eficiência operacional do negócio, medido em função 
de suas operações normais realizadas para a manutenção da atividade-fim. (LIMEIRA, 
A. et al, 2015, p.89). 
 Analisando o resultado apresentado pela Lojas Americanas, podemos dizer que 
a sua eficiência operacional foi melhor em 2017 quando comparado ao exercício de 
2016, isto o aumento de 0,73% quando comparado em ambos os exercícios. 
 
Margem Líquida 
 
 Considerada o índice mais importante, ela faz a análise vertical da DRE, e 
representa o lucro líquido, isto é, qual o lucro final, após todas as deduções, sob cada 
unidade vendida do produto. 
 Analisando os resultados apresentados pela varejista, ambosse comportam de 
maneira parecida em ambos os exercícios, porém apresentando um aumento no 
exercício de 2017 de 0,12%. Sendo assim, após todas as deduções realizadas, a 
Lojas Americanas S/A apresentam uma margem líquida positiva, porém pequena. 
 
 
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 Quando comparamos com varejistas de porte similares à Lojas Americanas 
S/A, podemos observar que o resultado apresentado na margem líquida é maior em 
suas concorrentes. Em exemplo, podemos comparar com a demonstração do 
resultado do exercício do Magazine Luiza S/A, que para o exercício de 2017 
apresentou uma margem líquida de 3,29%, superando o resultado das Lojas 
Americanas S/A em 1,13% para o mesmo período. 
 
Giro do Ativo 
 
Esse índice tem como principal objetivo demonstrar se o faturamento líquido 
apresentado no período foi suficiente para cobrir o investimento total realizado pela 
empresa. (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.89). 
A sua análise sempre é combinada com as demais análises apresentadas 
anteriormente. 
As Lojas Americanas S/A apresentaram uma queda no giro do ativo em 2017, 
quando comparado ao exercício 2016, de 18%. Isso quer dizer que, o faturamento que 
foi gerado no período se fez suficiente para cobrir o investimento total, porém se 
compararmos ao resultado anterior, ele foi menor. 
 
2.6 Índices de Rentabilidade 
 
O índice de rentabilidade analisa o retorno que a empresa apresenta, ou seja, o 
desempenho final da empresa. “Todos os índices de lucratividade e rentabilidade 
devem ser considerados ‘quanto maior, melhor’.” (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.88). 
Esse índice apresenta também o reflexo das decisões dos administradores e 
gestores da empresa, sendo o principal interessado nos retornos, acionistas e sócios. 
 
 
 
 
 
 
 
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Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE) 
 
Esse índice é considerado o mais importante para investidores no mercado de 
ações. Ele avalia também se o rendimento está compatível com as alternativas de 
aplicação. Com esse índice, o investidor consegue avaliar e definir se irá aplicar o seu 
investimento no mercado financeiro, ao invés de investir em uma empresa com baixa 
rentabilidade. (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.89). 
O retorno de patrimônio líquido das Lojas Americanas S/A apresentou uma 
queda de 5,49% quando comparado ao exercício de 2016. Em comparação com a 
concorrente varejista Magazine Luiza S/A, a diferença para o período de 2017 
representa um valor expressivo: a concorrente Magazine Luiza S/A apresentou um 
ROE de 475% em 31 de dezembro de 2017. 
 
Rentabilidade do Ativo (ROI) 
 
Esse índice indica o retorno para a empresa, isto é, o retorno sobre os 
investimentos totais aplicados. Através desse índice pode-se determinar o payback 
do negócio, ou seja, tempo de recuperação dos investimentos totais efetuados na 
empresa. (LIMEIRA, A. et al, 2015, p.89). 
 A varejista apresenta um resultado de retorno pouco expressivo, e em queda 
quando comparado o exercício de 2017 com 2016, de 0,31%, e o seu payback, isto é, 
tempo de recuperação do investimento total efetuado, apresenta números em queda: 
o exercício de 2016 apresenta uma recuperação do investimento total efetuado de 60 
anos, já em 2017 esse índice aumenta para 73 anos, conforme tabela apresentada 
acima. Novamente quando comparada a sua concorrente (Magazine Luiza S/A), a 
varejistas Lojas Americanas S/A não apresenta resultados saudáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Conclusão 
Conforme apresentado no desenvolvimento, a varejista Lojas Americanas S/A 
apresentou nos exercícios de 2016 e 2017 índices positivos, porém pequenos de 
liquidez e lucratividade (bruta, operacional e líquida). Referente a sua lucratividade 
líquida, o seu índice apresentado é baixo, e está em queda no exercício de 2017, 
quando comparado ao exercício 2016. 
Na análise da rentabilidade do patrimônio líquido e do ativo, os índices também 
apresentam resultados positivos, porém inferiores quando comparado as suas 
concorrentes citadas no desenvolvimento. O seu payback é extremamente alto. 
Analisando a atividade-fim da entidade e comparando com o mercado financeiro, 
mesmo apresentando índices positivos, se recomenda a consulta do mercado e 
verificação de outras entidades para investimento, visto a baixa rentabilidade 
apresentada nos exercícios avaliados das Lojas Americanas S/A. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
4. Referências bibliográficas 
 
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