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Cadeia de Suprimentos Ana Marta Rodrigues Santos Paulo Ney Alves Barata Curso Técnico em Logística Educação a Distância 2019 Cadeia de Suprimentos Ana Marta Rodrigues Santos Paulo Ney Alves Barata Curso Técnico em Logística Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | dez. 2019 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB S237c Santos, Ana Marta Rodrigues. Cadeia de Suprimentos: Curso Técnico em Logística: Educação a distância / Ana Marta Rodrigues Santos, Paulo Ney Alves Barata. – Recife: Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 2019. 113 p.: il. Inclui referências bibliográficas. Caderno eletrônico produzido em dezembro de 2019 pela Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa. 1. Logística. 2. Administração de empresas. 3. Cadeia de suprimentos – Administração. I. Título. CDU – 658.56 Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129 Professor(es) Autor(es) Ana Marta Rodrigues Santos Paulo Ney Alves Barata Revisão Ana Marta Rodrigues Santos Paulo Ney Alves Barata Coordenação de Curso Eliane Barbosa dos Santos Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Descrição de imagens Sunnye Rose Carlos Gomes Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância dezembro, 2019 Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 6 1.Competência 01 | Compreender o Conceito de Logística Integrada .................................................. 8 1.1 Nível de serviço ....................................................................................................................................... 13 1.1.1 Medição do nível de serviço ................................................................................................................. 16 1.1.2 Dimensionamento na previsão da demanda ........................................................................................ 19 1.1.3 Natureza das previsões ......................................................................................................................... 21 1.1.4 Técnicas de previsões de vendas .......................................................................................................... 23 1.1.5 Requisitos de uma boa previsão ........................................................................................................... 25 2.Competência 02 | Entender o Conceito ea Operação da Cadeia de Suprimentos ........................... 28 2.1 Visão Geral da Cadeia de Suprimentos .................................................................................................... 28 2.2 Vantagem Competitiva ............................................................................................................................ 34 2.3 A filosofia LEAN ........................................................................................................................................ 37 2.4 O Mapeamento do fluxo de valor ............................................................................................................ 41 3.Competência 03 | Conhecer o processo de fornecimento ............................................................... 45 3.1 Função de Compras .................................................................................................................................. 45 3.1.1 Formas atuais de Compras .................................................................................................................... 49 3.1.2 Avaliação de Fornecedores ................................................................................................................... 50 3.1.3 Gestão de fornecedores ........................................................................................................................ 51 3.1.4 Desenvolvimento de Fornecedores e Parcerias .................................................................................... 52 3.2 Logística Reversa ...................................................................................................................................... 55 3.2.1 Logística Reversa – Uma proposta para a sustentabilidade (Sensibilidade Ecológica) ......................... 56 3.2.2 Entenda os canais de distribuição da Logística Reversa ....................................................................... 60 3.2.3 Canais de distribuição reversos de bens de pós-consumo (CDR-PC) .................................................... 63 3.3.4 Canais de distribuição reversos de bens de pós-venda (CDR-PV)......................................................... 68 4.Competência 04 | Conhecer os Processos de Expedição ................................................................. 72 4.1 Processo de Expedição ............................................................................................................................. 72 4.2 Classificação e aplicação .......................................................................................................................... 73 4.3 Transporte ................................................................................................................................................ 74 4.3.1 Instalação do produto ........................................................................................................................... 76 4.3.2 Fatura e recebimento de pagamento ................................................................................................... 76 5.Competência 05 | Compreender a Operação Just-in-Time .............................................................. 77 5.1 Gestão de Estoques .................................................................................................................................. 77 5.1.1 Estabelecendo estratégias de Estoques ................................................................................................ 80 5.2 Indicadores de desempenho de estoques ............................................................................................... 81 5.3 O Modelo do Lote econômico de Compra (LEC) ...................................................................................... 91 5.4 Método da CURVA ABC ............................................................................................................................ 97 5.5 Entendendo a Filosofia Just-in-time ....................................................................................................... 102 5.5.1 Benefícios e vantagens do JIT ............................................................................................................. 107 5.5.2 Controle Kanban ................................................................................................................................. 108 Conclusão ...........................................................................................................................................110 Referências ......................................................................................................................................... 111 Minicurrículo do Professor ................................................................................................................. 113 Prof. Paulo Ney............................................................................................................................................. 113 Ana Marta Rodrigues Santos ........................................................................................................................ 113 6 Introdução Olá, caro (a) Estudante! Ao longo dessa nova etapa dos seus estudos sobre a Logística Empresarial nós, os professores da ETEPAC, seremos os seus facilitadores na disciplina de Cadeia de Suprimentos! Seja bem-vindo (a) ao conhecimento. Começaremos agora uma jornada que o transformará, num curto período de tempo, em outra pessoa. Esse é o poder do conhecimento. Você está preparado (a)? Então vamos lá! Nesta primeira semana, você será apresentado (a) a muitos conceitos importantes sobre a Cadeia de Suprimentos, além de uma série de outros conhecimentos relacionados não menos importantes. Você já parou para pensar no que exatamente significa o termo cadeia de suprimentos? Qual o seu papel ou a sua importância na vida moderna? Você acordou hoje e certamente vai precisar fazer algumas refeições. Você já pensou como os alimentos presentes nas suas refeições chegaram até a sua mesa, até a sua casa? As frutas, o café, o pão, o leite, os talheres, as xícaras, os pratos, o detergente entre outros produtos tão comuns em todas as residências? Eles precisaram passar por processos logísticos entre os elos de várias cadeias de abastecimento para chegarem até você. Isso significa que foram necessárias diferentes estratégias de produção, embalagem, transporte, armazenagem e venda, para que cada um deles estivesse à sua disposição quando você precisou e teve acesso a cada um deles no supermercado, na feira, no açougue, na padaria, etc. Agora imagine em todo o resto dos diversos produtos necessários à nossa vida moderna. E imagine ainda que somos mais de sete bilhões de pessoas cheias de necessidades específicas ao redor do mundo inteiro. Mas, nem sempre foi assim. Não mesmo! Sem toda esta estrutura das diversas cadeias de abastecimento montadas e funcionando concomitantemente para todos os produtos que consumimos no varejo em todo o mundo, voltaríamos aos tempos da idade média, quando tínhamos que plantar, cultivar, criar e produzir nós 7 mesmos, quase tudo do que precisávamos para o atendimento de nossas necessidades e de nossa sobrevivência. Pense em como é relativamente fácil e confortável a vida moderna em pleno século XXI. Ganhamos muita qualidade de vida nos últimos anos em função da colaboração entre tantas empresas e principalmente de pessoas envolvidas no processo de produzir e disponibilizar tudo o que precisamos para garantir a nossa sobrevivência com um relativo conforto e qualidade. E para garantir que esse conforto e essa qualidade de vida se mantenham para agora e para as gerações futuras precisamos estudar e entender como essa cadeia funciona, como podemos transformá-las em cadeias cada vez mais eficientes e eficazes, através da percepção de quais ligações existem entre as diversas empresas e pessoas, seus processos de comunicação e as relações de interdependência que existem entre cada um dos seus elos. Para que a fábrica produza ela precisa de informação sobre a provável demanda, ou seja, o quanto o mercado está disposto para comprar, além da realização prévia de uma série de parcerias para que possa atender as necessidades dessa demanda. Tudo isso flui de uma maneira relativamente eficiente e eficaz em função da integração conquistada nessas cadeias e isso só foi possível porque os processos modernos aliados a utilização da tecnologia recente puderam proporcionar essa integração. Conceitos como os de planejamento, integração logística, cadeia de valor, programação e controle da produção, previsão de demanda, controle de estoques, controle da qualidade, distribuição física, a filosofia lean da produção enxuta, a filosofia just-in-time, produção puxada, kanban, entre outros, estão diretamente relacionados aos conceitos dos processos envolvidos no funcionamento das cadeias de suprimentos ao redor do mundo atual globalizado e que agora vamos poder aprender um pouco mais a respeito. Bons estudos! Competência 01 8 1.Competência 01 | Compreender o Conceito de Logística Integrada Nesta competência, será abordado o conceito de logística integrada, considerando que há uma sincronização entre uma rede integrada de estabelecimento e parcerias com a cadeia de suprimentos, abrangendo fornecedores, fabricantes, distribuidores e clientes. Você vai entender um pouco mais que a logística integrada é sincronizada e estruturada em três etapas: • Aquisição de matéria-prima; • Movimentação de materiais; • Distribuição física do produto. Você irá estudar na próxima competência a gestão da cadeia de suprimentos suas interfaces e desdobramentos com relação ao fornecimento, produção e distribuição, bem como os processos logísticos, os fluxos físicos e os fluxos de informações. Bertaglia (2009), na análise da cadeia de suprimentos e seus processos o autor leva em conta quatro elementos importantes da cadeia de abastecimento integrada, são eles: planejamento, compras, produção e distribuição. Ele evidencia que: “As organizações devem ter um processo de planejamento integrado e com visão do todo”. “O planejamento deve ir além das fronteiras da organização, estendendo-se aos clientes e fornecedores”. Essa visão leva as empresas modernas a se conectarem com o objetivo de atingir estratégias de demanda e abastecimento, onde o administrador gerencia seus negócios com uma visão ampla, mais externa, buscando a integração para aprimorar a cadeia de abastecimento. Segundo Grant (2013, pág.29), o conceito de Logística Integrada vem do pressuposto que a “gestão logística é uma função integradora da empresa”, para o autor supracitado significa que atender as demandas com a integração da gestão logística com a SCM (Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos em tradução livre para o português) incluem todos os processos logísticos, que vão desde a origem da aquisição de matérias-primas até ao consumidor final. Por outro lado, a integração de cada elo da cadeia é estabelecida por meio de “sistemas inteligentes” que determinam agilidade e controle. Os Sistemas Inteligentes são aliados da cadeia de suprimento para otimizar os fluxos dos processos, assim como, ajudar no controle das atividades e na tomada de decisão. Além de tudo isso, Competência 01 9 contribuem para soluções focadas na melhoria do atendimento ao cliente e no alcance de vantagens competitivas mercadológicas. Verifique na Figura 1 os principais fluxos da logística integrada Figura 1 – Adaptada pelo autor. Fonte:<https://slideplayer.com.br/slide/2578703/9/images/16/Log%C3%ADstica+Integrada+%3D+SCM.jpg> Descrição da Imagem: a figura tem dois quadros, um com fundo cinza e o outro com a cor azul, apresentando desenho de dois retângulos azuis um superior e outro inferior, retângulos na horizontal, primeira cor telha com contorno branco, o segundo em terceira dimensão com cores mostarda e amarelo com contorno preto, o terceiro retângulo na cor mostarda, o quarto e o quinto retângulo em terceira dimensão com a cores branco e verde. Saiba mais sobre Sistemas Inteligentes na logística integrada. https://www.logisticaetransporteshoje.com/transportes/fedex-testa-robot-para- entregas-rapidas/ Competência 0110 A estratégia fundamental da logística integrada é contar com a parceria de outras empresas no sentido de gerar mais eficiência, reduzir custos, agregar valor e garantir a qualidade dos serviços aos clientes. Agora que você já tem conhecimento sobre a gestão integrada da cadeia de suprimentos e a importância da integração dessas empresas, conheça os benefícios da intermediação das atividades para otimizar o funcionamento da cadeia: • Redução de custos nos processos operacionais – as operações são dependentes entre si, dessa forma é mais fácil a eliminação de erros operacionais, tais como: atrasos, avarias, perdas de produtos, desperdício, multas e quebras de contratos, devolução de mercadoria, etc. • Maior lucratividade – o envolvimento de fornecedores, indústria e distribuidores em todos os elos da cadeia produtiva acarreta maior eficiência que é fundamental para eliminar prejuízos. • Acesso ao fluxo de informações – o compartilhamento da comunicação visa atender as necessidades das relações entre fornecedor – empresa no gerenciamento das operações logísticas de fornecimento, produção e distribuição. Segundo Laudon (2014), as informações podem ser estruturadas por meio de “sistemas integrados apoiado por software integrado” que permitem compartilhar dados em diferentes processos de negócio e, menciona como exemplo os processos de produção das operações logísticas que são: Fornecedores •Os fornecedores são provedores de matéria-prima e insumos para a linha de produção da indústria. Fluxo de Materiais •Corresponde ao transporte e a movimentação de materiais para garantir a aquisição de matérias-primas à indústria. Fluxo de Informações •Por meio de um software o setor de logística monitora a chegada de suprimentos e a estocagem de cada tipo de produto. A troca de informação acontece em tempo real proporcionando maior agilidade nas operações logísticas. Distribuição •É a última atividade que trata de transportar o produto aos pontos de distribuição ou venda para as mãos do cliente final. Competência 01 11 Seleção de fornecedores, gestão de estoque, compras expedição, planejamento e programação de produção, planejamento da necessidade de materiais, controle de qualidade, distribuição, execução de transporte e manutenção das instalações e dos equipamentos. O autor supracitado enfatiza “as empresas estão se tornando cada vez conectadas, tanto internamente quanto externamente”. Agora você vai vivenciar, na prática, a logística integrada do setor de panificação. No seu dia a dia, geralmente, você vai até a padaria para comprar seu pão, bolo, biscoito e etc. O ingrediente mais importante para fabricação dessa variedade de produtos é o trigo. A farinha de trigo é a base do pão! Verifique a integração dos processos para a fabricação de pães. O trigo é cultivado no campo pelo agricultor, depois de colhido vai para a indústria para ser processado e se tornar farinha de trigo. A partir daí a indústria comercializa com as padarias para que as mesmas transformem essa matéria-prima em produtos finais: pão, bolo, biscoito, bolachas e etc. Você já deve ter observado que o setor de panificação permite a definição de alguns elementos fundamentais para a integração da cadeia de abastecimento. Verifique na figura 2: Que tal agora aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre a logística integrada! Assista então ao vídeo com dicas sobre o tema “Como fazer um plano de logística integrada”. https://www.youtube.com/watch?v=sQ5WsITGKuY https://www.youtube.com/watch?v=sQ5WsITGKuY Competência 01 12 Figura 2 - cadeia de abastecimento Fonte: Campo de Trigo – Fonte: https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/trigos https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1117963872-farinha-de-trigo-orgnica-saca-50-quilogramas- _JM?quantity=1 - Demais imagens – Fonte do autor Descrição da Imagem: cadeia de abastecimento com as etapas desejadas para o sucesso da padaria na fabricação do produto final, são elas: planejamento, compra, fabricação, controle de qualidade, controle de estoque, controle de produção, distribuição e vendas ao consumidor. Nesta cadeia da esquerda para direita: Trigo que são folas longas com aspectos de seco, trigo trabalhado ficando o pó, a frente de uma padaria, fotos de pães e recheados, duas fotos agrupadas referente a delicatessen, foto de bolo de morango, comidas e empanadas. https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1117963872-farinha-de-trigo-orgnica-saca-50-quilogramas-_JM?quantity=1 https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1117963872-farinha-de-trigo-orgnica-saca-50-quilogramas-_JM?quantity=1 Competência 01 13 A gestão integrada da Cadeia de abastecimento leva em conta todas as etapas desejadas para o sucesso da padaria na fabricação do produto final, são elas: planejamento, compra, fabricação, controle de qualidade, controle de estoque, controle de produção, distribuição e vendas ao consumidor. 1.1 Nível de serviço Você deve estar se perguntado, o que é serviço? Veja a resposta. Segundo Christopher (2018, p.251), os serviços são considerados como intangíveis, é algo que envolve a interação humana, por isso um serviço é produzido ao mesmo tempo que é consumido, ou seja, ocorre simultaneamente. Exemplos de serviços: atendimento em lojas, restaurantes, salão de beleza, assistência técnica, dentre outros. O nível de serviço logístico, na prática, abrange diferentes conceitos que variam de acordo com a promoção de estratégia de cada empresa para oferecer um bom monitoramento dos serviços logísticos. Ballou (2011, p. 73), explica os vários conceitos: “É a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma. É o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. O nível de serviço logístico é fator-chave do conjunto de valores logísticos que as empresas oferecem a seus clientes para assegurar sua fidelidade”. Exemplos de serviços logísticos: serviços de armazenagem, serviço de transporte e distribuição física. Na prática vale a pena pensar, que o serviço logístico oferecido é normalmente constituído por elementos importantes como qualidade, preço, custo mínimo, satisfação do cliente. São eles que influenciam as melhorias no nível de serviço significando bons incentivos às vendas. Dedique mais um pouquinho do seu tempo, e assista Videoaula desta competência. Entrevista com o empresário da Padaria Pão Massa. Competência 01 14 É imprescindível você perguntar! Fomentar o nível de serviço aumenta as vendas? Ou fazer duas perguntas sobre a demanda de um serviço logístico: Para quem? E o quê? Segundo Ballou (2011 pág.78), quando se oferece um serviço ao cliente “os compradores são então motivados a mudar sua preferência para o vendedor que oferece o melhor serviço”. É imperativo estabelecer diferencial nas atividades logísticas para satisfazer totalmente às necessidades do cliente com disponibilidade de padrões de nível de serviço que torne a empresa mais competitiva. Elementos do Serviço Logístico De acordo com Ballou (2011), o nível de serviço ao cliente possui os seguintes elementos: Elementos de pré-transação, transação e pós-transação. Verifique a Figura 3: Figura 3 - Elementos de pré transação Fonte: Adaptado pelo auto de Grant, 2013. Descrição da Imagem: três colunas nas cores: azul: Elementos de Pré-transação, marrom: Elementos de Transação e verde: Elementos de Pós-transação; na parte superior dentro de retângulo vermelho com o título de nível de serviço. Competência 01 15 Conforme agrupamento dos serviços logísticos, as seguintes observações podem ser feitas com relação aos elementos de pré-transação, eles apresentam particularidades as quais acontecemantes da colocação do pedido dos produtos e serviços que serão oferecidos aos clientes. É nesse nível de serviço pelo qual se estabelece a declaração da política formal de serviço ao cliente, ou seja, proporciona por escrito uma política das condições de fornecimento – tais como: A responsabilidade da empresa em relação à capacidade para atendimento dos pedidos e o prazo de entrega. Como também criar estruturas de serviços técnicos, idealizar planos de contingências para o fluxo de bens e serviços. Os elementos de pré-transação estão diretamente relacionados ao momento que se inicia a recepção do pedido. A empresa inicia a negociação deixando claro que o objetivo de oferecer o bem ou serviço é proporcionar plenamente a expectativa e a satisfação do cliente. Sendo assim, para que ocorra o nível de serviço de qualidade é necessário levantar alguns procedimentos por escrito para que as necessidades do cliente possam, de fato, serem realizadas. Outro fator importante para atingir o nível de serviço, é a empresa conhecer bem a trajetória comercial do cliente, sabendo que esse acompanhamento só termina no pós-venda. Já os elementos de transição são aqueles em que o nível de serviço é utilizado nas atividades relacionadas ao ciclo de pedido, ou seja, os procedimentos necessários para a entrega do pedido ao cliente. Existem requisitos considerados importantes para a empresa atender por completo o pedido do cliente. Em primeiro lugar, ter disponibilidade do produto por meio do gerenciamento do nível de estoque, do tipo de transporte e o tempo de entrega. Mais resumidamente, esses elementos fazem parte do ciclo do pedido que corresponde ao período de tempo entre o recebimento do pedido à entrega do produto ao cliente. Os elementos envolvidos no processo do nível de serviço pós-transação, segundo Grant 2013, referem-se ao relacionamento do fornecedor e o cliente. O fornecedor tem o compromisso de dá suporte, continuidade e atendimento de acordo com a modalidade e importância do serviço logístico pós-venda. A satisfação do cliente é alcançada quando ocorre a intenção de prestar serviços de qualidade e criar relacionamento com o cliente que demostre confiança, compromisso e integridade, já que a prestação de serviço pós-venda exige um atendimento específico e diferenciado. “Se o cliente Competência 01 16 ficar satisfeito com muitos pedidos de compra ou transações, desenvolverá um relacionamento com o fornecedor e será fiel a ele”, (GRANT,2013). 1.1.1 Medição do nível de serviço As empresas utilizam sistemas de informações para medição e avaliação do desempenho dos seus níveis de serviço. Os índices aplicados servem para medir ao longo da cadeia de suprimentos os níveis de serviços dos diversos processos logísticos. Segundo Cristopher (2018, pág. 250) deve se considerar que existe um fator que gera “a crescente convergência do produto e do pacote de serviços”, isso reflete a ideia de que os consumidores buscam comprar “desempenho em vez de produto”. O autor argumenta que na decisão de compra, atualmente, o consumidor tem como percepção adquirir um pacote de serviços e não um produto físico por si só. De uma perspectiva logística que envolve a cadeia de suprimentos, o autor supracitado, ainda argumenta que existe uma tendência que poderá ser adotada no futuro sobre uma transição Que tal agora aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre os elementos do nível de serviços logísticos. http://www.logisticanapratica.com.br/index.php/2019/07/01/nivel-de-servico- logistico-em-transporte/ Um ponto que merece atenção é o nível do serviço logístico no e-commerce, a importância do nível de serviço aplicado as lojas virtuais escoam sobre as diversas etapas que vão influenciar a decisão de compra e a satisfação do cliente. Você vai observar aspectos fundamentais como: recepção e conferência dos produtos, estocagem de produtos, envio dos produtos para a preparação do pedido – Picking, envio dos pedidos para a transportadora, rastreamento de pedidos enviados e controle de entrega. https://www.guiadeecommerce.com.br/logistica-no-ecommerce/ Veja esta sugestão de leitura sobre E-commerce https://www.guiadeecommerce.com.br/plataformas-de-ecommerce/ http://www.logisticanapratica.com.br/index.php/2019/07/01/nivel-de-servico-logistico-em-transporte/ http://www.logisticanapratica.com.br/index.php/2019/07/01/nivel-de-servico-logistico-em-transporte/ https://www.guiadeecommerce.com.br/logistica-no-ecommerce/ Competência 01 17 da “lógica dominante do produto” para uma “lógica dominante de serviço”. Outro argumento citado por Cristopher (2018, pág. 252), é que as empresas devem se projetar como uma “fábrica de serviços”: “A fábrica do futuro não é um lugar em que computadores, robôs e máquinas flexíveis fazem o trabalho duro [...] Os fabricantes que prosperarem até a próxima geração, vão concorrer por meio de agrupamento de serviços e produtos, antecipando e respondendo a uma variedade abrangente de necessidades dos consumidores. A fábrica será o centro de seus esforços para obter clientes [...] A manufatura em resumo, vai se tornar o córtex do negócio. As fábricas de hoje se tornarão as fábricas de serviço amanhã”. (RICHARD CHASE E DAVID GARVIN, 1989). Não é novidade que os robôs inteligentes já fazem parte do seu dia a dia, as empresas em diversas partes do mundo já utilizam plataformas de IA (inteligência Artificial). Figura 4 – Interligência Artificial Fonte: https://publicinsta.com/media/BxCufy4nyPi Descrição da Imagem: ilustração de um robô sentado em um banco, lendo livro, ao lado de um outro robô menor dando ideia de criança, pitando um desenho. No espação inúmeras pessoas, de ambos os sexos e faixa etária andado, fazendo uso do aparelho celular. https://publicinsta.com/media/BxCufy4nyPi Competência 01 18 “Os robôs inteligentes já estão entre nós. No mundo, mais de 20 mil empresas já usam a plataforma de inteligência artificial Watson, criada pela gigante de inteligência artificial IBM. A empresa é que mais possui patentes registradas no setor, com mais de sete mil documentos”. Fonte: Disponível em:<https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/carreira/rob%c3%b4s-est%c3%a3o-entre-n%c3%b3s-como-viver-num-mundo-sem- empregos-a-todos/ar-AADGsRP?li=AAggpOs>. Acesso em: 04/07/2019. Hoje em dia, a inteligência artificial é um segmento bastante usado no mundo corporativo, tendo como função executar sequências lógicas, tarefas complexas e tomar decisões de acordo com a forma de pensar do ser humano. Você já aprendeu sobre algumas ferramentas para atuar no desempenho do nível de serviço. Agora verifique alguns exemplos de indicadores de desempenho, que podem ser mencionados para uma empresa X, mas ao mesmo tempo pode ser dispensado para uma empresa, Y, isso acontece porque cada empresa estabelece suas metas de desempenho para prestação de serviços. Vale ressaltar, que a utilização desses indicadores tem como objetivo tornar o serviço mais adequado não só em qualidade, mas também no monitoramento de custos. Seguem alguns indicadores: • Nível de serviços de entregas, • Tempo do ciclo do pedido, • Percentual de cargas rastreáveis, • Tempo de atraso das entregas e • Índices de ocorrências. Você já se perguntou!!! O que a Inteligência artificial tem a ver com o nível de serviço? Vou convidar você para assistir ao vídeo sobre a IBM Watson que é a plataforma de inteligência artificial usada pelas empresas para construir aplicações e sistemas cognitivos, o conteúdo irá direcioná-lo a uma boa aprendizagem. https://www.youtube.com/watch?v=Cgk0SV28ulQ https://www.youtube.com/watch?v=Cgk0SV28ulQ Competência 01 19 1.1.2 Dimensionamento na previsão da demanda Compete a empresa estabelecer o planejamento e a programação do quantitativodos diferentes níveis de estoque para atender a demanda e priorizar a prestação de serviço. Os parâmetros que acondicionam o dimensionamento dos níveis de estoque têm como referência previsão adequada para os tipos e complexidade de serviços e produtos, tecnologia, recursos materiais e financeiros, cobertura para a rotatividade de produtos e local com infraestrutura adequada para armazenagem do estoque. O dimensionamento do estoque para atender uma demanda desconhecida é feita por meio de estimativas, simulações e modelos, sendo uma forma de alcançar padrões de qualidade para o atendimento das expectativas do cliente, ficando evidente a necessidade de uma estruturação baseada na previsão de vendas para suprir a demanda. A previsão de demanda é um processo dinâmico, pois sofre interferência de outros fatores, como por exemplo, a dinâmica operacional da empresa e o processo da tomada de decisão para alcançar determinado nível de serviço. Segundo Taylor (2005, pág.203), para a formulação de um sistema de previsão de demanda se faz necessário levar em conta os fatores externos e internos que precisam ser combinados para definir uma previsão. Esses fatores visam a manutenção satisfatória dos níveis de serviço do cliente. A figura abaixo evidencia uma Visão geral dos fatores da Previsão. Veja o vídeo que tem como tema “Como reduzir custos na logística sem prejudicar a qualidade dos serviços?” para obter mais conhecimentos sobre o assunto. https://www.youtube.com/watch?v=P-cIt9pjBdY https://www.youtube.com/watch?v=P-cIt9pjBdY Competência 01 20 Figura 5 - Visão geral dos fatores da Previsão Fonte: Taylor (2005, pág.203). Adaptado pelo autor. Conforme especificado na Figura 5, evidencia-se para a empresa as ações que influenciam diretamente a demanda: • Indicadores econômicos no ciclo de negócios – indicadores econômicos como inflação, juros, renda, desemprego, dentre outros. • Posicionamento do produto – percepção diferenciada do consumidor em relação ao oferecimento de algum benefício no uso do produto. • Promoções – se a empresa tem como meta ser “líder em preço em seu mercado” utiliza a política de preços baixos para atrair clientes. • Demarcação de preço - distinção do preço de venda do produto, tendo como referencial a concorrência. Indicadores econômicos no ciclo de negócios Posicionamento do produto Promoções e demarcação de preço Exigências do produto Objetivos corporativos ECONOMIA MERCADO Sua empresa Clientes Crescimento da concorrência Moda e preferências Competência 01 21 Enfim, um poderoso orientador de demanda é o cliente. Você entenderá que a empresa, por meio de pesquisa de mercado e entrevistas, pode coletar dados para formação de uma categoria de produtos previamente estabelecida e, de acordo com as exigências e objetivos dos clientes-alvos de um determinado produto. Como demostra a figura 5, os fatores externos para a empresa analisar o futuro de suas vendas são: • Crescimento da concorrência – investigar o investimento e a expansão do mercado concorrente. • Moda e preferências – prever o que acontecerá no futuro e o que impacta diretamente na necessidade e desejos do público-alvo. • Exigências do produto – trata-se do contexto da participação do produto no mercado e se os clientes decidem optar pelo produto. Como exemplo, você pode pensar em previsão de demanda para os produtos inovadores. É um grande desafio a empresa prever as vendas de produtos inovadores e dimensionar esses números, porque a empresa tem que descobrir se o produto é aprazível para os clientes e quais as exigências que os clientes poderiam formular em relação ao novo produto. • Objetivos corporativos – aqui cabe a reflexão “as ações da empresa influenciam diretamente a demanda”. A empresa deve se valer da escolha de técnicas e modelos mais adequados e mais lucrativos para satisfazer a demanda, assim como buscar informações no extremo da cadeia de suprimentos sobre os hábitos de compra dos consumidores. 1.1.3 Natureza das previsões Você já vem estudando a importância da previsão de demanda para a cadeia de suprimentos, e também já percebeu que prever e criar cenários de demanda sobre o que acontecerá no futuro impacta diretamente no nível de serviço. Agora você vai entender que a previsão de demanda depende da natureza do produto e de outros diversos fatores que afetam o nível ótimo de disponibilidade do produto. Chopra et al, (2011, pág. 339), cita dois fatores que afetam o nível ótimo de disponibilidade do produto e o nível ótimo de serviço no ciclo da cadeia de suprimentos. A atenção é voltada para o custo de estocar a mais uma unidade ou estocar a menos uma unidade, ou seja, “o Competência 01 22 nível ótimo de disponibilidade do produto é obtido balanceando os custos de estocar em excesso e em falta”. Desta forma pode se pensar, exatamente, que existe uma contrapartida “à medida que a margem perdida de estar sem estoque aumenta, é ideal aumentar o nível de disponibilidade do produto”. Nessa situação a empresa deve ajustar o nível de disponibilidade do produto para maximizar o lucro e, não deixar de estimar o custo da falta de estoque, que pode gerar perda da credibilidade do cliente. Cada vez mais as empresas criam estratégias para garantir a disponibilidade de produto ao consumidor final, usando políticas de menor nível de estoque possível com foco na redução dos custos unitários de estocagem de produtos. Acrescentado ainda ao seu aprendizado, o importante é a empresa gerenciar a manutenção de um bom nível de serviço ao consumidor estimando os custos e maior lucratividade ao longo da cadeia de suprimentos. Assim, para Chopra et. al (2011, pág.363) para melhorar a lucratividade da cadeia de suprimentos por meio dos níveis ótimos de serviços, o gestor deve explorar e ficar atento a alguns principais elementos, são eles: • Diminuição da margem perdida por falta de estoque, vale ressaltar que a necessidade de reduzir estoque, não deve afetar o nível de serviço; • Aplicação do melhor e mais adequado método de previsão de demanda para reduzir a incerteza da demanda; • Velocidade no tempo de resposta para reduzir o tempo de espera e gerar maior atendimento a vários pedidos em uma estação. A demora eleva um sentimento de atendimento ruim, consequentemente prejudica a satisfação dos clientes, pois potencializa o sentimento negativo gerado por suas demandas não atendidas; • Uso da estratégia de postergação para atrasar a diferenciação entre produto, uma vez que permite a economia de custo da quantidade de cada tipo de produto, movimentados e estocados em antecipação; • Uso da flexibilidade temporal com uma fonte de suprimento com tempo de espera curto, isso quer dizer que as ações de suprimento poderão ser revertidas em curto prazo, gerando uma possível situação de reserva para uma fonte de suprimento de baixo custo. Competência 01 23 Os sistemas de previsão de demanda sob a expectativa da cadeia de suprimentos e, ainda em função de procedimento em base no nível de serviço, oferece ferramentas eficazes que aplicadas no momento certo geram boas previsões, assim como os benefícios podem ser expandidos para melhor controle dos custos a fim de atender uma demanda esperada. Isso significa uma melhor utilização dos recursos e um menor custo, para isso é necessário a empresa “trabalhar com seus parceiros comerciais para desenvolver previsões integradas alinhadas a todos os elos da cadeia” (TAYLOR, 2005). 1.1.4 Técnicas de previsões de vendas Você pode também perguntar: as técnicas de previsão de vendas podem ser aplicadas para melhorar o nível de serviços? Você agora vai ampliar sua compreensão como a empresa pretende encontrar os melhores clientes usando técnicas para prestar um ótimoserviço. As empresas, de um modo geral, direcionam suas previsões de acordo com seu portfólio, tendo como desafio a escolha do melhor tipo de previsão de vendas para criar estratégias que garantam um bom nível de serviço prestado aos clientes. A escolha do método de previsão de demanda envolve optar por dois tipos de modelos de previsão: os quantitativos e/ou os qualitativos, sendo possível ainda uma combinação entre os dois. Métodos Qualitativos •As estimativas se baseiam na opinião ou ponto de vista dos gerentes ou especialistas, pesquisa de mercado, pareceres da equipe de vendas. Métodos Quantitativos •Norteiam a exatidão das previsões reconhecendo tendências e padrões no quantitativo de demanda a fim de projetar as variáveis responsáveis pela maior parte das vendas, ou seja, utiliza o método estatístico que tem como base dados concretos, reais. Competência 01 24 Uma das diversas técnicas de previsão de demanda futura que a empresa pode decidir o que prever para atingir o nível de serviço ótimo é denominada Análise de Pareto ou Curva ABC. Partindo do estudo da curva de experiência ABC, também conhecida como Análise de Pareto, ou Regra 80/20, que foi criado por Joseph Moses Juran, o nome “Pareto” vem de uma homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto, que em seu estudo observou que 80% da riqueza da Itália estava na mão de 20% da população. Várias empresas aplicam esse princípio no ambiente de negócios. As considerações de Bowersox (2014) sobre esse princípio declara que “um percentual grande (talvez 80%) da receita e do lucro da empresa deriva de um pequeno percentual de clientes (apenas 20%). Essa regra quando aplicada aos produtos que uma empresa vende, significa que “poucos produtos representam um grande percentual da receita de vendas e dos lucros”. Para facilitar o seu entendimento sobre Análise de Pareto ou Curva ABC (ou 80/20), veja uma explicação rápida no diagrama a seguir como funciona o princípio de Pareto para os clientes classificados como A, B, C e D, com base na rentabilidade, e categoria de produtos classificados como 1, 2, 3, 4. Categoria de clientes Categoria de produtos 1 2 3 4 A Sucesso Sucesso Sucesso/Satisfação Serviço básico B Sucesso/Satisfação Sucesso/Satisfação Serviço básico Serviço básico C Serviço básico Serviço básico Serviço básico Serviço básico/Avaliar D Serviço básico/ Avaliar Serviço básico/ Avaliar Serviço básico/ Avaliar Serviço básico/ Avaliar Quadro 1 - Análise de Pareto ou Curva ABC Fonte: Bowersox (2014). Na análise do diagrama, foram definidas as combinações de clientes/produtos e nível de serviço para cada grau de importância de produto, com o objetivo de nortear a escolha da estratégia de relacionamento com o cliente. O diagrama expõe a observação que: Competência 01 25 • Os clientes A são muitíssimos rentáveis; • Os clientes B são muito rentáveis; • Os clientes C são pouco rentáveis; • Os clientes D não rentáveis. Perceba que pode ser aplicado, da mesma forma que foi para os clientes, semelhanças de rentabilidade para os produtos de 1 a 4. Outro aspecto importante, para você entender a tomada de decisão quanto à satisfação ou ao serviço básico é focar num cliente específico que não seja rentável e assim, interromper os negócios ou descartar um produto específico do mix total para manter a estratégia de sucesso. Outra maneira, no diagrama, que pode ser vista para gerar a estratégia de sucesso é selecionar o cliente A e manter todo o mix de produto para esse cliente. Ou pode escolher uma situação em que possa fazer uma inversão - focar no sucesso de um cliente de pouca rentabilidade e torná-lo um cliente de alta rentabilidade. Considere também, que existem outras abordagens de análise das situações não só de sucesso, mas de satisfação e serviço básico. Vale ressaltar que o serviço básico adequado e ofertado é um requisito mínimo. 1.1.5 Requisitos de uma boa previsão Segundo Bertaglia (2009), para a empresa desenvolver um processo de estimativa de vendas e alcançar os melhores resultados, ela precisa trilhar algumas etapas, a saber: • Definição do objetivo e da necessidade da estimativa, sinalizando a exatidão e a quantidade de recursos; • Determinação do horizonte da estimativa, por exemplo, em período curto, médio ou longo; • Seleção da técnica mais apropriada usando o método estatístico mais correto; • Coleta e análise dos dados agrupando o máximo de informações para quem vai vender; • Preparação da estimativa verificando todo pequeno detalhe e se nada foi esquecido; Você sabia que o primordial é saber vender? Competência 01 26 • Monitoramento do desempenho visto que todas as fases foram concluídas. Neste ponto deve-se identificar os erros ou a acurácia1 da estimativa, sendo fundamental manter um bom relacionamento com o cliente. Para Bertaglia(2009, pág. 241), é importante “Identificar os erros ou a acurácia da estimativa, é a primeira medida de desempenho que deve ser implementada no processo de planejamento de demanda”. Outra questão importante que deve ser levada em consideração na vida real, é que grandes empresas às vezes cometem graves erros estratégicos por causa de previsões de demanda mal elaboradas, não se pode decidir em função de achismo e intuição. A empresa, ao traçar aprevisão de demanda, não garante o sucesso do negócio, porém as chances de sucesso aumentam se utilizar o melhor método com critérios bem definidos e alinhados com as intenções dos compradores. Atualmente, é possível extrair importantes informações sobre intenções e opiniões dos compradores por meio das redes sociais, é um processo simples que atinge um grande número de pessoas. 1 Acurácia: SUBSTANTIVO 1. fís metr - proximidade entre o valor obtido experimentalmente e o valor verdadeiro na medição de uma grandeza física 2. mat - precisão de uma tabela ou de uma operação Assista ao vídeo que tem como tema “Como Criar uma Campanha Viral no Facebook Marketing Digital” e você terá mais explicações sobre o tema. https://www.youtube.com/watch?v=9aWKUSUqkZM Agora, conheça uma experiência bem-sucedida de uma empresa de grande projeção no mercado nacional, que fez a diferença para obter sucesso e ganhar dinheiro. https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2010/05/cacau_show.pdf https://www.youtube.com/watch?v=9aWKUSUqkZM https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2010/05/cacau_show.pdf Competência 01 27 Olá, Estudante! Você chegou ao final da competência 1, foi destacado que muitos fatores devem ser considerados na definição da logística integrada e do nível de serviço ao cliente, pois há vários detalhes que as empresas precisam compreender para atingir melhores resultados. Resumo Nesse momento, você percebeu na leitura do estudo de caso da Cacau Show que a empresa adotou um plano de expansão excelente, tendo como objetivo a comercialização dos seus produtos, assim como poder entregar no prazo tudo que foi vendido. Para tal, definiu estratégias mais lucrativas, auxiliando a empresa em busca de seus ideais. A dica é você ir além dos conhecimentos oferecidos e adquiridos nesta etapa, procurando literaturas à respeito e, principalmente, trocando experiências com colegas e profissionais da área. Não esqueça de participar do fórum e compartilhar suas vivências. Competência 02 28 2.Competência 02 | Entender o Conceito ea Operação da Cadeia de Suprimentos 2.1 Visão Geral da Cadeia de Suprimentos Como já vimos antes, as diversas cadeias de suprimentos que abastecem os mercados em cada uma das necessidades pessoais de cada uma das mais de sete bilhões de pessoas que existem hoje se estendem através do planeta inteiro numa rede de colaboração entre pessoas e organizações tão gigantescae funcional quanto inédita na história da humanidade. Uma cadeia de abastecimento é formada por uma rede de empresas que colaboram entre si, normalmente com o fim de lucrar com a prestação desse serviço, para entregar e atender as necessidades dos diversos mercados locais, regionais e mundiais, considerando o mundo com uma economia globalizada. Esses colaboradores são diversos fornecedores de insumos, fabricantes ou montadores, distribuidores, atacadistas e varejistas espalhados por todos os continentes. O conceito que envolve a cadeia de abastecimento não é novidade. As civilizações antigas já se utilizavam dos conceitos de cadeia de abastecimento para produzir, armazenar e distribuir alimentos. Para que possamos entender melhor o funcionamento de uma cadeia e de processos logísticos, podemos fazer uma analogia com a preparação de uma festa em que vai ser servido uma feijoada. A própria preparação da feijoada exige uma série de cuidados importantes tais quais: • A previsão de demanda, que irá variar em função da quantidade de pessoas que participarão da festa; • A compra dos ingredientes que dependem desta expectativa de pessoas que irão consumir a iguaria; • A armazenagem desses ingredientes em condições adequadas para garantir as condições íntegras de consumo, alguns exigindo tratamentos especiais, como refrigeração, por exemplo. • O tempo de preparação, a fim de que tudo esteja pronto na hora em que a feijoada foi programada para ser servida. Competência 02 29 A administração eficiente da cadeia de abastecimento deve levar em consideração aspectos importantes similares à preparação da nossa deliciosa feijoada, só que de uma forma um pouco mais complexa, pois envolve uma série de organizações que devem avaliar não somente os impactos internos, que por exemplo, a previsão de demanda pode causar, mas também as suas consequências externas entre os diversos colaboradores da cadeia. De acordo com Bertaglia (2009), a cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para a obtenção de materiais, agregar-lhe valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar, onde, e para a data quando os clientes os desejarem. As diversas cadeias de abastecimento apresentam formatos e modelos diferentes ou até específicos de acordo com cada ramo de negócios. Este mesmo conceito tem evoluído ao longo dos últimos anos em função da atual possibilidade da integração sistêmica cada vez maior, promovida pelo notável avanço da tecnologia da informação e da inovação tecnológica. O acesso à informação proporcionado atualmente pela tecnologia da informação está transformando o cliente em uma figura cada vez mais complexa e exigente, fazendo com que as organizações preocupem cada vez mais em atender às suas necessidades específicas. Muito embora o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management, gerenciamento da cadeia de abastecimento em tradução livre e conhecido também pela sigla SCM) ter sido inicialmente conceituado próximo da década de 1980, suas bases fundamentais como o gerenciamento de operações entre as diversas organizações envolvidas, seus sistemas integrados e troca de informações entre elas, são muito mais antigos, como já podemos ver antes. Mesmo ganhando largo destaque nos últimos anos, existe ainda uma considerável confusão quanto ao significado do termo SCM. Diversos autores ao longo dos últimos tempos identificaram a existência de diversas perspectivas relacionadas a logística e ao SCM, identificando que os mais diversos profissionais e educadores abordam muitos conceitos sobre a cadeia de suprimentos, tais quais: Identificando-o como a própria logística, uma classificação de extensão da logística, ou ainda como uma concepção mais abrangente para integração entre os mais diversos negócios da cadeia. Competência 02 30 Figura 6 – Integração das Atividades da Logística ao longo dos últimos anos Fonte: Ballou (2007) Descrição: fluxograma com a integração das atividades do período de 1960-2000. Figura 7 – Modelo de Cadeia de Abastecimento Fonte: Adaptado de Bertaglia (2009), adaptado pelo Autor. Competência 02 31 Descrição da Imagem: fluxograma de um modelo de abatimento, inicia com a figura de seis triângulos verdes (um em baixo da outra, agregados em três) com setas no sentido da esquerda para direita, três círculos azul seguindo com essas setas para três losangos na cor vermelha e por fim nove retângulos na cor cinza. Um quadro com a legenda: triangulo representa fornecedor, círculo como fabricante, losango sendo centro de Distribuição, retângulo como Cliente e a seta (Fluxo de Materiais). O Council of Supply Chain Management Professionals (Conselho dos Profissionais do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento, em tradução livre - CSCMP) específica que SCM absorve desde o planejamento bem como da gestão de todas as atividades relacionadas à terceirização e aquisição, processamento/transformação e gestão das atividades logísticas. Também insere a coordenação e colaboração com os vários parceiros do canal, podendo ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes finais. O Council of Supply Chain Management Professional (CSCMP) atualmente é a principal associação mundial de profissionais na gestão das diversas cadeias de abastecimento ao redor do globo. A CSCMP é uma organização não governamental sem fins lucrativos que abastece o mercado com as principais lideranças no desenvolvimento, aperfeiçoamento e definições nas profissões que se relacionam com a logística e a gestão de cadeias de abastecimento. Atua com o objetivo de se manter na vanguarda dos estudos e avanços para o desenvolvimento de profissionais nas áreas de gestão de cadeias de abastecimento proporcionando a difusão dos conhecimentos entre a comunidade mundial de profissionais. A SCM atua com uma filosofia de gestão que busca a contínua sincronização e convergência das várias competências estratégicas e operacionais dos agentes externos e internos à cadeia. Diversos autores sugerem que os limites do SCM abrangem não tão somente a logística, como também várias outras funções dentro da empresa ou dentro da própria cadeia, com o objetivo de gerar valor e plena satisfação dos consumidores finais. Saiba mais sobre o Council of Supply Chain Management Professional (CSCMP) em: http://www.imcbrasil.com/noticias/council-of-supply-chain-management- professionals-volta-ao-brasil/ http://www.imcbrasil.com/noticias/council-of-supply-chain-management-professionals-volta-ao-brasil/ http://www.imcbrasil.com/noticias/council-of-supply-chain-management-professionals-volta-ao-brasil/ Competência 02 32 De acordo com Ballou (2006) a logística empresarial pode ser dividida em atividades primárias e atividades de apoio. As atividades primárias são compostas pela atividade de transportes, pela atividade de manutenção de estoques e pela atividade de processamento de pedidos. As atividades de transportes na logística tradicionalmente envolve funções como, por exemplo, a contratação de transportadores, os controles necessários com relação aos custos com frete e o monitoramento da capacidade dos veículos. A atividade de transportes é a que enseja maior atenção, pois, pode representar algo em torno de um a dois terços dos custos logísticos em uma cadeia de abastecimento. O transporte agrega valor de lugar na logística. Figura 8 – Modelo Geral da Cadeia de Abastecimento Fonte: Adaptado de Martins, Laugeni (2015) Aprenda mais, leia o artigo: O que é a Cadeia de Suprimentos? https://www.erpflex.com.br/blog/o-que-e-cadeia-de-suprimentos https://www.erpflex.com.br/blog/o-que-e-cadeia-de-suprimentos Competência 02 33 Descrição: daesquerda para direita: fontes primárias, um caminhão na cor marrom (recebimento), bonecos na cor laranja trabalhando na manufatura, caminhão marrom recebendo os produtos, seguindo para os centros de distribuição. A atividade primária de manutenção de estoques, deve ser incluída como sendo de caráter estratégico para as organizações, tendo em vista que os níveis de estoque de uma empresa podem dizer muito sobre como é administrado capital investido em materiais ou produtos acabados. Quando as empresas se vêm diante da necessidade de disponibilizar capital (recursos financeiros), aumentando a sua liquidez, normalmente podem ser executadas ações que visam a redução dos estoques através de campanhas de vendas ou promoções. A manutenção dos estoques é quase sempre necessária, visto que ele possui a função de um amortecedor que ajuda as empresas a manterem o atendimento dos seus clientes em momentos de variação de demanda. O objetivo da manutenção regular e adequada dos estoques é principalmente a de conciliar o fornecimento dos suprimentos em função da demanda de cada produto. A atividade de manutenção de estoques gera valor de tempo na logística. Já a atividade de processamento de pedidos, é uma atividade que na maioria das empresas é administrada pela função da logística propriamente dita e nas demais por áreas de suporte das funções de vendas ou das áreas comerciais. Esta função reflete diretamente sobre os tempos de atendimento dos pedidos dos clientes, pois envolve atividades como análise e cessão de crédito, liberação dos pedidos para a área de faturamento, verificação da disponibilidade de estoques e dos itens do pedido. As demais atividades que foram classificadas pelo mesmo autor como sendo atividades de apoio são: armazenamento, a movimentação de materiais, as embalagens de proteção, o processo de obtenção (compras), a programação de produtos e a manutenção da informação. No próximo tema de estudo, abordaremos o conceito de vantagem competitiva. Vamos lá? Veja mais a respeito das atividades no vídeo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=6_pnK-sL5Ac https://www.youtube.com/watch?v=6_pnK-sL5Ac Competência 02 34 2.2 Vantagem Competitiva Somente nesses últimos anos, as organizações puderam reconhecer a importância que a gestão eficiente da logística e da cadeia de suprimentos pode ter na conquista de vantagem competitiva, ou seja, garantir que uma posição duradoura possa ser alcançada através de uma gestão melhor e mais eficiente da cadeia de suprimentos, sobre os seus concorrentes em relação as preferências do cliente (Christopher, 2018). Figura 9 – Vantagem competitiva e os Três C’s Fonte: Adaptado de Christopher (2018) Descrição da Imagem: Vantagem competitiva e os Três C’s representando um circuito interligados entre companhia (ativos de utilização, valor), cliente (necessidades na busca de benefícios a preços acertáveis) e concorrente (valor, ativos e utilização). (necessidades na busca de benefícios a preços acertáveis) e concorrente (valor, ativos e utilização). Outra definição para a vantagem competitiva foi ressaltada por outros autores, como sendo o intervalo de valor criado entre as fronteiras da disposição do consumidor de pagar e o custo de oportunidade dos diversos fornecedores. As principais competências de qualquer organização devem ser baseadas no conhecimento e no potencial de seu quadro de pessoal. Competências sustentáveis passam a compor a base para a vantagem competitiva, que passa a valer quando uma organização apresenta aspectos superiores em um ou em várias práticas, quando da utilização de seus recursos, tais quais: Competência 02 35 • As habilidades na defesa das forças competitivas para manter clientes satisfeitos, tornando possível relacionamentos duradouros; • A capacidade para convencer seus clientes a respeito da proposta de valor agregado, que seus produtos e serviços podem dispor; • A habilidade para diferenciar produtos e serviços, oferecendo aos clientes a certeza de que vale a pena pagar mais caro por algum produto com qualidade superior, e; • A possibilidade de oferecer os melhores produtos por preços inferiores ao da concorrência. A vantagem competitiva tem como base os princípios das competências que capacitam a organização a fim de diferenciar-se no mercado de qualquer forma. Sem essas competências, as empresas poderão sofrer enormes dificuldades para manter a sua presença no mercado. Assim sendo, investimento no desenvolvimento das pessoas, de tecnologia, produtos e processos se tornam essenciais para que as organizações possam obter alguma vantagem competitiva. Toda a forma de obter essa vantagem competitiva está diretamente relacionada ao oferecimento de produtos e serviços confiáveis, diferenciados e com alto valor agregado, além de incluir a capacidade de produzir e atender com qualidade superior à da concorrência a um custo mais baixo possível. Percepção de VALOR Autores como Kotler e Keller (2006) demonstram o conceito de valor percebido pelo cliente como sendo a representação “da diferença entre a avaliação que o cliente potencial faz de todos os benefícios e custos relativos a um produto ou serviço e as alternativas percebidas”. Os benefícios, aqui representando, a ideia de valor total para o cliente onde podemos considerar todos os valores esperados pelo cliente relacionados a um produto ou serviço, como benefícios econômicos, funcionais e psicológicos gerados como expectativas, por exemplo. Por custos relativos, aqui representando, a ideia de custo total para o cliente onde podemos considerar todos os custos esperados pelos clientes em relação aos processos de avaliação, Competência 02 36 obtenção, uso e descarte dos produtos ou serviços, nos quais somam-se custos monetários (de dinheiro), de tempo e de energia física, além dos custos com a energia psíquica. Então, de uma forma simplificada podemos definir valor para o cliente ou consumidor como sendo a relação custo x benefício de uma relação de troca, ou seja, a relação entre o custo efetivamente pago e os benefícios percebidos na mesma relação de troca. A busca por uma vantagem competitiva sustentável tornou-se a preocupação de todas as organizações que perceberam a necessidade de se destacar em relação aos seus clientes e aos seus concorrentes. A vantagem competitiva pode ser atingida de duas formas diferentes, como poderemos verificar a seguir: Vantagem de Gastos A logística e a gestão da cadeia de suprimentos podem fornecer uma vantagem competitiva na medida em que oferecem uma variedade de maneiras para melhorar consideravelmente tanto a eficiência quanto a produtividade e consequentemente contribuir de forma significativa na redução dos gastos unitários para a produção (aumentando a economia de escala) e para a distribuição dos seus produtos e serviços. Vantagem de Valor Já a algum tempo clientes não compram apenas produtos e sim produtos que lhes tragam soluções ou benefícios percebidos. Assim sendo o produto é comprado não exatamente por ele em si, nem por sua marca, sua qualidade, nem de nenhuma característica ou especificação, mas pelo benefício agregado que ele vai proporcionar a um grupo específico de clientes. Chamamos esse grupo de consumidores com essas necessidades homogêneas de segmentos. Esses benefícios podem ser tangíveis ou não, por exemplo, os serviços que não são tangíveis, agregados à aquisição de produtos, se adequados para o atendimento das necessidades de um determinado público-alvo podem se transformar em vantagem competitiva. Competência 02 37 A utilização da vantagem de valor necessita que os produtores percebam quais os benefícios que seus produtos podem oferecer aos segmentos de mercado pesquisados e que esses produtos com vantagem devalor estejam disponíveis para quando os consumidores desejem adquiri- los e assim o produtor consegue agregar valor aos seus produtos. Dessa forma a logística pode oferecer o valor agregado que o consumidor exige através do seu eficiente gerenciamento. Na sequência vamos aprender um pouco sobre a filosofia oriental de produzir com eficiência. Onde você imagina que essa filosofia nasceu? 2.3 A filosofia LEAN Você já ouviu falar em filosofia lean? Acredite, ela está mais próxima de você e da sua vida do que você mesmo imagina! Vamos entender melhor o que isso significa! Lean é uma filosofia de gestão baseada nas melhores práticas e resultados alcançados no Sistema Toyota de produção. Segundo Monden (2015), o Sistema Toyota é uma filosofia que tem como fundamento principal a maximização do lucro através do uso da redução contínua de custos ou aumento da produtividade, e esses fatores, são conquistados pela redução máxima dos desperdícios, como por exemplo o excesso de estoque ou o excesso de pessoal. A filosofia de produção enxuta foi desenvolvida pelo executivo da Toyota, Taiichi Ohno, ao longo do período de reconstrução do Japão logo após a Segunda Guerra Mundial. Iniciado no Japão, durante seu período de reconstrução no pós-guerra, a filosofia Lean foi introduzida no ocidente por meio de um estudo do MIT (Massachusetts Institute of Technology – na Leia o artigo sobre Vantagem competitiva, criação de valor e seus efeitos sobre o desempenho das organizações http://www.fgv.br/rae/artigos/revista-rae-vol-52-num-1-ano-2012-nid-46820/ http://www.fgv.br/rae/artigos/revista-rae-vol-52-num-1-ano-2012-nid-46820/ Competência 02 38 tradução livre para o português – Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que originou o livro “A Máquina que Mudou o Mundo”. A logística Lean foi trazida do conceito de produção enxuta, que segundo Womack (2004) é um sistema de gestão com o qual é possível “fazer cada vez mais com cada vez menos”. Desde as últimas décadas, empresas do mundo inteiro tem procurado usar a Lean como meio para transformar suas realidades gerenciais, potencializando seus resultados e melhorando o aproveitamento do potencial da mão de obra humana. Técnicas novas e experiências não param de ser desenvolvidas e compartilhadas mundialmente o que tem permitido com que aprendizado seja cada vez mais rápido e eficaz. A filosofia Lean, nada mais é do que um conjunto de conhecimentos cujo fundamento é a capacidade de eliminar a maior quantidade de desperdícios de forma contínua aumentando a eficiência dos processos, resolvendo os diversos problemas envolvidos de forma sistemática e contínua. Para isso torna-se necessário repensar não somente os processos, mas principalmente a forma de liderança, gerenciamento e desenvolvimento das pessoas, assim através do pleno engajamento de todas as pessoas envolvidas nos processos é que conseguimos perceber muitas oportunidades de melhoria e ganhos sustentáveis de forma contínua. Todas as iniciativas Lean precisam ter propósitos bem definidos e orientados à criação de valor para o cliente (que já aprendemos anteriormente). Eliminar desperdícios, então, passa a ser o principal foco dentro da filosofia Lean. Torna-se imperativo eliminar os sete desperdícios presentes nos processos, de uma forma em geral, para aumentar a produção. Podemos relacioná-los como: 1. Transportes; 2. Estoques; 3. Movimentação inadequada; 4. Espera; 5. Produção excessiva; 6. Processamento impróprio; 7. Defeitos e retrabalho. Competência 02 39 A partir dessas necessidades, estabelecemos uma relação com as exigências e mudanças requeridas nos processos e na forma como os processos estão organizados. Processos novos podem se tornar lacunas de conhecimento e habilidades, o que cria novas oportunidades no sentido de se desenvolver esses novos conhecimentos e capacidades das pessoas relacionadas com os novos processos ou novas formas de trabalho. COMO PODEMOS ELIMINAR DESPERDÍCIOS: Quaisquer dos recursos que não estejam sendo utilizados de forma eficiente ou que não agregue valor ao produto final, na perspectiva do cliente, pode ser relacionado em alguma das sete categorias de desperdícios: 1) Processamento impróprio: a) Falta de padronização dos processos; b) Etapas excessivas que não tenham uma boa relação de custo-benefício; c) Retrabalhos e/ou características que não atendem às necessidades dos clientes. 2) Produção excessiva a) O enfoque precisa ser concentrado na qualidade e em processos mais flexíveis, não em quantidades. 3) Estoques: a) Estocar quaisquer peças ou produtos acabados e até mesmo matéria-prima além do necessário. 4) Transportes: Veja mais sobre a filosofia Lean no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=j76FjOlfx0M&feature=youtu.be. https://www.youtube.com/watch?v=j76FjOlfx0M&feature=youtu.be Competência 02 40 a) O transporte de materiais, informações e pessoas não agrega valor direto ao cliente. Mas em muitas situações, torna-se necessário. Sendo assim os custos de transportes devem ser reduzidos ao máximo, continuamente. 5) Movimentação inadequada: a) A organização do layout na área de trabalho, é fundamental para a eficiência dos processos no que diz respeito à disposição adequada das máquinas, das ferramentas e dos equipamentos, evita a perda desnecessária de tempo. 6) Defeitos e retrabalho: a) O conserto dos defeitos e o retrabalho significam perda de tempo, de material e de dinheiro. O controle de qualidade deve acompanhar todas as etapas visando evitar o desperdício sempre. 7) Espera: a) O fluxo de produção precisa se manter alinhado sempre, não apenas no funcionamento das máquinas e equipamentos como também nos trabalhadores, para que não ocorram momentos de paralização fora do que foi planejado. A automação industrial e também a logística, é uma das formas mais procuradas para tratarmos do desperdício e do aumento de produtividade dos processos. Como estamos no aprendizado do funcionamento da cadeia de abastecimento? Tenho certeza que você aprendeu o bastante para podermos continuar. Assista ao vídeo abaixo para entender melhor a aplicação da tecnologia em um armazém, visando a maximização do uso dos recursos: https://www.youtube.com/watch?v=3PvqN9ga_XM Aqui também, com a experiência da Natura em São Paulo: https://www.youtube.com/watch?v=6m7h_2-DsM8 https://www.youtube.com/watch?v=3PvqN9ga_XM https://www.youtube.com/watch?v=6m7h_2-DsM8 Competência 02 41 Podemos continuar? Agora vamos aprender mais sobre como valorizar um processo para que os clientes envolvidos fiquem satisfeitos. Vamos entender melhor como funciona o fluxo de valor. 2.4 O Mapeamento do fluxo de valor O Mapeamento de Fluxo de Valor (também conhecida pela sigla MFV) é uma das técnicas utilizadas na filosofia Lean que pode ser adaptada para a produção de bens dentro da fábrica, bem como além dos limites das organizações. Inicialmente foi desenvolvido por Rother e Shook e é uma técnica que identifica todas as ações, que agregam ou não agregam valor, fundamentais para a produção de determinado produto (ROTHER; SHOOK, 2003). Esta ferramenta consiste na construção do mapeamento dos processos no estado atual, a ideia da construção de um mapeamento do estado futuro (desejado) e dos respectivos planos de ação para que se ponha em prática a transição entre o estado atual e estado futuro desejado. O mapeamento do fluxo de valor demonstra a importância de mapear processos de uma organização, independentemente da agregação de valor ou não ao produto ou serviço de forma contínua e sistemática. O MFV também pode ser definido como uma técnica que identifica as atividades que agregam valor, bem como, as atividades que não agregamvalor, desde o recebimento da matéria- prima pelo fornecedor até a transformação em produto acabado para entrega final ao cliente. Assim sendo e seguindo a metodologia MFV, precisamos separar a cadeia produtiva em três processos, definidos pelo Lean Institute Brasil como: • Aqueles que efetivamente agregam valor; Se você ficou com dúvidas a respeito de algum conceito, utilize os fóruns ou mande uma mensagem para seu professor. Ele certamente terá o maior prazer de lhe ajudar. Competência 02 42 • Aqueles que não agregam valor, mas são importantes para a manutenção dos processos de produção e da qualidade; e, por fim; • Aqueles que não agregam valor, devendo ser eliminados o mais depressa possível. Assim com o uso da técnica de MFV, podemos mapear todas as ações que compõem a cadeia de valor do produto, desde o seu desenvolvimento passando pelo processo de sua produção até o próprio lançamento no mercado desejado, apontando e quando necessário, eliminando etapas que não agregam valor ao negócio e ao cliente final (ROTHER; SHOOK, 2003). Figura 10 – Mapeamento do Fluxo de Valor Fonte: Adaptado de Queiroz (2010) Descrição da Imagem: fluxo (com imagens geométricas em forma de quadrados azuis e brancos, com setas de contorno preto e branco e no interior, no fluxo podemos ver a imagem de dois caminhões, na cor azul, dando a ideia de movimentação de materiais no fluxo) de informação se locomovem, onde se demonstram dados do centro de controle de produção e de seus clientes bem como de fornecedores. As setas que indicam o fluxo da direita para esquerda na parte superior, mostram as transferências de informações remetidas, podemos citar como exemplo as informações do cliente para o centro de produção que são enviadas as previsões para os próximos 30, 60 e 90 dias e as solicitações de pedidos diários. Da mesma forma repetimos o fluxo de informação entre o controle de produção e o fornecedor, de Competência 02 43 onde são enviadas as previsões das próximas 6 semanas juntamente com os pedidos diários. As demais setas com as saídas do controle da produção, direcionadas as etapas de processamento, demonstram os disparos de ordens de produção, baseadas nas programações semanais. Fluxograma A técnica do fluxograma atualmente é uma das mais utilizadas para mapear o fluxo de valor, pois facilita a visualização dos processos de forma simples e didática. Competência 02 44 Figura 11 – Ícones utilizados no fluxograma do Mapeamento do Fluxo de Valor Fonte: Adaptado de Rother e Shoook (2003) Descrição: O mapeamento de fluxo de valor utiliza diversos ícones (setas em várias direções, retângulo, triangulo. As vantagens na utilização do fluxograma são: • Identificar as relações e as conexões entre os componentes dos processos; • Identificação e localização das deficiências dos processos, e; • Percepção da dimensão real que qualquer alteração no sistema pode causar. Agora que já aprendemos alguns conceitos importantes na cadeia de suprimentos, vamos dar continuidade aos nossos estudos. Vamos entender mais a respeito do processo de obtenção ou compras na cadeia de abastecimentos. Vamos aprender mais um pouco? Veja mais no vídeo https://www.youtube.com/watch?v=piRyuSg0BBg https://www.youtube.com/watch?v=piRyuSg0BBg Competência 03 45 3.Competência 03 | Conhecer o processo de fornecimento 3.1 Função de Compras Agora vamos estudar um pouco a função de comprar nas organizações empresariais! Figura 12 – A função de Compras nas Empresas Fonte: https://s3.amazonaws.com/ibc-portal/wp-content/uploads/2018/06/24090156/departamento-compras.jpg Descrição da Imagem: Dois bonecos fazendo a função de Compras nas Empresas, o da esquerda com prancheta e lápis e da esquerda segurando uma caixa, entre eles algumas caixas em cima de paletes. Controlar o fluxo de bens e serviços em uma organização empresarial é um dos principais objetivos da gestão da cadeia de suprimentos. Decidir quanto, quando e como comprar além de movimentar todos os insumos necessários a operacionalização da empresa deve ser uma preocupação constante. Essas decisões de programação de compras devem ser administradas em conjunto com outras atividades da empresa em especial com a produção. A função de compras é uma atividade do processo de programação, por isso suas decisões afetam direta e indiretamente o fluxo de bens e serviços nos canais logísticos. Compra é um termo utilizado para a definição do ato e a responsabilidade de buscar materiais e serviços a fim de suprir as mais diversas necessidades empresariais. O termo “compras” não representa em sua plenitude as responsabilidades da função e o fluxo dos seus processos. Define somente o ato de processamento das aquisições e o suprimento dos materiais e serviços no tempo adequado. A função compras, na verdade, envolve uma https://s3.amazonaws.com/ibc-portal/wp-content/uploads/2018/06/24090156/departamento-compras.jpg Competência 03 46 responsabilidade maior, na qual requer planejamento, acompanhamento, processo de decisão, pesquisa e seleção das fontes de suprimentos, entre outras. Todas as operações de produção dependem fundamentalmente da qualidade dos insumos obtidos na relação entre compradores e fornecedores. Nos últimos tempos essa relação precisou melhorar muito em função do crescimento dos volumes e dos valores negociados. A função de compras, dessa forma, passou a ter maior visibilidade e a necessitar de mais atenção das organizações, ganhando uma participação mais efetiva não somente no processo de aquisição, mas também no gerenciamento de materiais utilizados nos produtos e serviços, que atendam, de forma cada vez mais adequada, as necessidades e desejos do cliente final. Comprar passou a ser, certamente, uma das atividades mais importantes da gestão de suprimentos. Através de métodos de gestão são selecionados os melhores fornecedores para o atendimento de todas as necessidades da organização. Entretanto, a função de compras não se reduz apenas ao ato de comprar e monitorar, ela também faz parte de um processo estratégico, que envolve a alocação de custos, qualidade e velocidade de resposta. Passa a ser uma tarefa crucial para a organização (BERTAGLIA, 2016). A função de compras, também conhecida em logística como função de obtenção, tem evoluído em termos de processos com o uso de métodos convencionais constantemente aprimorados, juntamente com o uso da moderna tecnologia. A constante atualização dos responsáveis pela função de compras passa a ser um papel de vital importância para conquista de resultados positivos para as organizações. Os executivos de compras devem se preocupar em se manter bem informados em relação aos constantes movimentos do mercado para que possa atender de forma mais eficiente e eficaz, produzindo resultados satisfatórios para a empresa na qual trabalha. Devem ser observados alguns fatores tais quais, segundo Gonçalves (2013): • A globalização da economia; • Os mercados se tornam cada vez mais internacionalizados e os problemas socioeconômicos e políticos afetam consideravelmente o suprimento de bens e serviços; • O custo dos materiais pode ser influenciado pela política de estoques que a empresa estabeleceu; Competência 03 47 • O preço de compra obedece a regra de oferta e demanda o que exige do gestor de compras maior responsabilidade no julgamento do preço mais justo em qualquer aquisição; • O acompanhamento dos preços do mercado passa a ter importância crítica no processo de decisão de compra; • A função de compras assume um papel significativo no desenvolvimento dos próprios fornecedores. De acordo com Ballou (2006), podemos acrescentar que entre as atividades associadas à função de compras, temos também: • Selecionar e classificar
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