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Resenha Cap 1 - Introdução ao CTS

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“Ciência”: A Realidade de um Vocábulo Mal Compreendido
O que é a Ciência, as diferentes visões da mesma com o passar do tempo e a Ciência Contemporânea
Pedro Henrique Latorre Cardoso
Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas
32101732@mackenzista.com.br
BAZZO, Walter Antônio. Introdução aos Estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). São Paulo: Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI), 2003. 170 páginas.
O capítulo um da obra se inicia nos mostrando a falta de entendimento e compreensão da ciência na sociedade contemporânea, informando que grande parcela da população não sabe qual a real aplicação da ciência ou até mesmo a sua função e posição na atual sociedade, sendo, muitas vezes, confundida com a tecnologia e restringida a “desenvolvimentos científicos notáveis” e “nomes de cientistas destacados”, os quais o autor afirma serem distorções e ressalta que o livro “Introdução aos Estudos de CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade)” não possui o intuito de definir a ciência e sim entregar um conteúdo que torne possível a compreensão social do conhecimento científico contemporâneo e, também, sua finalidade com o plano educativo pela concepção CTS.
Para a fundamentação compreensiva com relação à ciência, o autor exerce diversas provocações (indagações) aos leitores sobre como a ciência se diferencia de outros saberes, visto que ambos são abrangidos pelo aprendizado e outros fatores comuns e, então, fala um pouco sobre a evolução ou as reformulações da concepção de “ciência”. Começando pela explicação de “Concepção Herdada”, o autor nos mostra como “a própria” era considerada: algo isento de interferências externas (ou seja, posicionamentos e pontos de vista), que segue um código de racionalidade, o método científico (uma série de etapas a fim de avaliar a credibilidade e consistência de cada teoria). Visto isso, o autor nos leva a uma jornada histórica-científica, ou, mais precisamente, sobre como ela fora retratada em cada período histórico. Explica que o “método científico” fora, inicialmente, pensado como um meio de proporcionar descobertas e, posteriormente, fora adotado como um meio de justificação, já que muitas leis científicas foram sendo descobertas ao acaso, sorte e por conta de condicionamentos socioeconômicos, como é dito no texto. 
É explicitado então, no terceiro subcapítulo (capítulo 1.3), alguns conceitos formulados por Thomas S. Kuhn, para a compreensão de como a ciência está em constante alteração. Kuhn, através de sua teoria, diz que a ciência está em constante alternância entre “ciência normal” (paradigma já estabelecido, que é analisado e aplicado e por isso não possui tantas inovações) e “ciência revolucionária” (ocorre quando a “ciência normal” chega num ponto o qual é possível identificar diversas falhas no paradigma, havendo uma reinvenção científica, com diversas inovações; posteriormente, esta tende a se tornar uma “ciência normal” para que haja a aplicação de um paradigma já estabelecido). Kuhn foi quem deu lugar à conscientização sobre a relação que há entre a dimensão social e ciência, o que possibilitou o início dos estudos sociais da ciência. A ciência, então, obteve diversos novos caminhos a serem percorridos com a vinda da “sociologia do conhecimento científico”, como o “Programa Forte” de David Bloor.
O autor, agora, passa a apresentar a “Transciência” (ou “Ciência Reguladora”), que, como ele explica, são respostas a perguntas que dizem respeito à ciência mas que não podem ser respondidas pela mesma até o momento; explicita também que Sheila Jasanoff, assim como Weinberg, estão de acordo com a visão de que “o modelo tradicional de compreensão da relação ciência-sociedade é (...) simplista e incapaz de apreender essa complexidade dessa relação”.
Por fim, o autor conclui que a ciência não possui um método ou estrutura comum para que a mesma seja realizada e que a ela deve ser aplicada a análise e interpretação dentro de contextos sociais e históricos verdadeiros e que, mesmo que não haja uma padronização para a palavra “ciência”, ela ainda assim faz parte de uma prática de um saber científico.
Com relação à obra e tendo como base tudo o que fora exposto, afirmo que concordo com o posicionamento do autor. A ciência na era contemporânea é mal compreendida, confundida e, muitas vezes, generalizada. Através dos fatos apresentados ao longo do primeiro capítulo, como as diversas alterações e dificuldades que as mais variadas sociedades tiveram em encontrar um “método científico” que funcionasse como uma lei universal, denuncia o quão diversificada a ciência é, sendo simplista demais as abordagens antigas na relação ciência-sociedade, visto que esta relação passou apenas a ser considerada ou até mesmo “vista” a partir de Thomas S. Kuhn. “Nem sequer a diversidade da ciência na prática chega a dar conta de todos os usos do vocábulo “ciência. As disciplinas experimentais, por exemplo constituem somente uma parte do conhecimento que habitualmente é qualificado de ‘científico’”. A ciência em si não é o uso, apenas, de áreas do conhecimento, é a mesclagem da lógica, da experienciação, de áreas do conhecimento de forma interdisciplinar e conjunta a contextos sociais e históricos. Esta obra (“Introdução aos Estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) é recomendada para estudantes que desejam maior compreensão e visão crítica da ciência, pois ela não é absoluta, também pode ser lida por quem tiver interesse e é, em minha opinião, obrigatória para todos os graduandos em quaisquer área, porém, visto a atual descompreensão do assunto, é uma obra recomendada à sociedade como um todo.
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