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Hipertensão Intracraniana

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Paciente, sexo masculino, 18 anos
 Queixa Principal: traumatismo
 HMA: paciente deu entrada no Hospital Geral do Estado no dia 24 de janeiro, 40 minutos após ter sofrido 
atropelamento, trazido pelo SAMU. Foi encontrado desacordado no local do acidente apresentando Glasgow 6. Ao chegar 
à unidade de saúde já apresentava Glasgow 3, hipertensão arterial, irregularidade respiratória e bradicardia, sendo 
realizada a intubação orotraqueal. Diante do quadro do paciente foram introduzidas medicações. 
 Exame Físico 
 - Geral: precário estado geral, em ventilação mecânica, comatoso. 
 - Aparelho Respiratório: paciente e, ventilação mecânica, ausência de ruídos adventícios. 
 - Sistema Músculo esquelético: ausência de sinais de fratura exposta no esqueleto axial e apendicular. 
 - Sistema Nervoso: comatoso, Glasgow 3, pupilas isocórica e midiáticas. Reflexo fotômetro direito é consensual 
ausente. Reflexo córneo-pálpebras ausente. Sem sedação, 
 O paciente sofreu traumatismo cranioencefálico (TCE) grave. Os TCEs são classificados de acordo com a escala de 
Glasgow. Esse tipo de lesões primárias, muitas das quais podem ser identificadas em exames de imagem. 
 As lesões causadas pelo TCE são divididas em difusas (concussão e lesão axonal difusa) e focais (hematoma extraditar 
e contusão cerebral).
 Tomografia apresenta - esse paciente apresenta uma lesão focal, um hematoma subdural à direita e, em consequência 
desta, um edema cerebral difuso. 
 A hipertensão intracraniana (HIC) é um achado comum em trauma, tumores do sistema nervoso central, hidrocefalia, e 
pode ser explicada pela Doutrina Monro-Killie. De acordo com esta doutrina, o crânio é um compartimento rígido e com 
volume interno fixo formado pelo volume arterial, volume venoso, parênquima encefálico e líquor. Quando há uma 
alteração que leve a um aumento do conteúdo desse compartimento, surge uma resposta compensatória de diminuição 
de um dos componentes para controlar um possível hipertensão intracraniana (PIC). O volume venoso e o líquor são os 
que tendem a reduzir inicialmente porém, caso haja uma falha do mecanismo e um aumento exacerbado da PIC, o volume 
arterial também diminui, levando a uma isquemia, além de compressão de áreas cerebrais e herniações. Na tomografia 
apresentada no caso, observa-se um hematoma subdural e um edema cerebral, achando-se que mostram um aumento 
do volume intracraniano e, consequentemente, um aumento na PIC.
 As manifestações clínicas clássicas da HIC são cefaleia, vômitos em jatos, 
papiledema, equimose pálpebra espontânea e a tríade de Cushing (indica que não 
houve a compensação). 
 - bradipneia (alterações respiratórias) 
 - bradicardia 
 - hipertensão arterial 
 Essa resposta reflexa é causada por uma decorrência da isquemia causada pelo 
aumento da pressão intracraniana que leva a uma vasoconstrição sistêmica e aumento 
da frequência cardíaca. A tríade denota a descompensação da HIC e é indicativo de 
compressão do tronco encefálico, exigindo uma internação urgente, levando em consideração a importância dessas 
áreas, visando a redução da pressão intracraniana. 
 O crânio é uma estatura óssea e inelástica (hermeticamente fechada) 
 Possui um volume sempre constante, formado por 
 - Encéfalo 
 - Sangue 
 - Líquor 
 O aumento em algum desses elementos pode causar um aumento da pressão desse compartimento, a chamada 
Hipertensão Intracraniana (HIC).
 O equilíbrio encontrado entre os elementos intracranianos, promovendo uma pressão dentro dos valores da normalidade 
(entre 5-15 mmHg), é explicado pela Doutrina de Monro-Kellie.
 O volume intracraniano é de aproximadamente 1500 ml, sendo constituído 80% cérebro, 10% líquor e 10% sangue. O 
aumento de um compartimento (Líquor, Sangue, Cérebro) deve ser compensado pela diminuição do outro compartimento 
ou haverá aumento da pressão intracraniana.
Crânio é um compartimento rígido, que não 
altera seu volume, não há distensão é fixo 
internamente 
Ocorre diminuição compensatório de um 
dos compartimento caso haja um aumento 
de outro cometimento - tentativa de 
equilíbrio. Caso não ocorra a diminuição de 
um dos componentes, ou falha no 
mecanismo causa o aumento da pressão 
intracraniana 
Propedêutica Clínico
Prof. Mário Izildo Mesquita Aula 5Hipertensão Intracraniana 
|
/
 Principais causas:
 - Lesões expansivas cerebrais, hemorragia, abscesso, 
toxoplasmose, tumor;
 - Trauma crânio-encéfalico;
 - Encefalopatia metabólica (ex.:insuficiência hepática 
aguda, hiponatremia aguda); 
 - Meningoencefalites e encefalites;
 - Hidrocefalia hiperbárica; 
 - Trombose do seio sagital superior; 
 - Hipertensão intracraniana (HIC) idiopática (pseudotumor 
cerebral). 
 Alguns dos principais sinais dos traumatismos cranianos: 
 - Alteração do nível de consciência 
 - Falas desconexas
 - Esquecimentos
 - Perda de orientação temporal
 - Náuseas 
 - Vômito 
 - Ferimentos extensos 
 - Sangue saindo pelo nariz ou pelas orelhas 
 Sintomas do AVC 
 - Fraqueza de um lado do corpo 
 - Alteração ou perda de visão 
 - Dificuldade para falar 
 - Desvio de rima labial (sorriso torto) 
 - Desequilíbrio e tontura 
 - Alterações na sensibilidade
 - Dores de cabeça fortes e persistentes 
 - Dificuldade para engolir 
 Sintomas de Hidrocefalia
 - A hidrocefalia é caracterizada pela dilatação da cabeça nos bebês. Adultos e crianças mais velhas sofrem dores de 
cabeça, comprometimento da visão, dificuldades cognitivas, 
 Trombose de Seio Cavernoso Superior 
 - Trombose do seio cavernoso frequentemente tem causas infecciosas e se apresenta com quadro de cefaleia, febre 
e sintomas oculares como edema periorbital, proptose e paralisia de nervos oculares. A oclusão de seios sagitais, por 
sua vez tende a ocorrer com déficits motores por vezes bilaterais.
 Sintomas de Lesões Expansivas Cerebrais 
 - Os sintomas são bastante variáveis, porém de um modo geral são: cefaléia (preferencialmente pela manhã), 
vômitos em jato, perda de coordenação motora, tontura, perda de visão, perda de audição, dor no rosto, perda de força 
em um lado do corpo, perda de sensibilidade nos braços.
 Sintomas de Menigoencefalite (gerais)
 - Febre, cefaléia, vomitos, rigidez no pescoço, sensibilidade a luz e alterações de comportamento. O que diferencia 
uma e outra é o local onde ocorre a inflamação
 Sinal de Kernign
 - Decúbito dorsal, o profissional de saúde segura a coxa do paciente, fletindo-a sobre o quadril e depois esticando-a 
para cima, enquanto a outra se mantém esticada e depois faz o mesmo com a outra perna, se no movimento em que a 
perna é esticada para cima, ocorrer a flexão involuntária da cabeça ou a pessoa sentir dor ou limitações para executar 
este movimento, pode significar meningite.
 Sinal de Brudzinsk 
 - Decúbito dorsal, com os braços e pernas esticadas, o profissional de saúde deve 
colocar uma mão no peito e com a outra tentar fletir a cabeça da pessoa em direção ao
Peito, se ao realizar este movimento, ocorrer a flexão involuntária das pernas e, 
em alguns casos, dor, pode significar que a pessoa tem meningite, o que se deve 
à compressão nervosa causada pela doença.
 Sinal de Lasègue
 - Com a pessoa em decúbito dorsal e os braços e pernas esticadas, o 
profissional de saúde realiza a flexão da coxa sobre a bacia, o sinal é positivo 
se a pessoa sentir uma dor na face posterior do membro que está a ser examinado 
(atrás da perna).
 Manifestações Clínicas
 - Cefaléia: costuma ser o primeiro sintoma e o mais constante, podendo ser holocraniana, occipital ou frontal. 
Apresenta a característica de piorar pela manhã – quando a PIC atinge o seu valor máximo – e de se exacerbar com 
esforço físico, tosse, espirro, evacuação, ou qualquer manobra que acarrete a elevação da pressão intratorácica 
subitamente- Vômito: o vômito em jato, não precedido por náusea, costuma ser considerado como sinal patognomônico de HIC
 - Papiledema: ocorre devido à resistência imposta à drenagem venosa da retina por meio da veia central da retina 
em direção ao seio cavernoso, o que acarreta maior pressão nas veias retinianas. No exame de fundo de olho é possível 
notar aumento do diâmetro das veias retinianas, com desaparecimento do pulso venoso e borramento dos bordos da 
papila, evoluindo, posteriormente para edema, presença de focos hemorrágicos e, mais tardiamente, atrofia da papila, 
com possível perda definitiva da visão
 - Demais sinais e sintomas clínicos podem ser ocasionados por meio das herniações cerebrais, as quais acarretam 
manifestações clínicas focais.
 Herniações 
 Herniação cerebral é uma sequela catastrófica do 
aumento da pressão intracraniana (PIC) ou efeito de 
massa de lesões intracranianas. 
 Qualquer lesão, incluindo hemorragia, tumor, edema 
vasogênico ou citotóxico, trauma ou infecção, pode 
causar herniação.
 Herniação uncal é a herniação do úncus - Porção 
anterior do hipocampo que se curva em torno do sulco, 
que está relacionada com o comportamento emocional e
controle do SNA.
 - Compressão do III par craniano (oculomotor) - 
pupila fixa e dilatada. 
 - Coma 
 - Hemiparesia contrabateral
 Herniação tonsilar - fossa posterior, herniação das tonsilas cerebelares através do forame magno, causando 
compressão do tronco cerebral. 
 - Respiração irregular 
 - Bradicardia 
 - Hipertensão 
 Tratamento 
 - Remover a causa da Hipertensão intracraniana 
 - Tratamento cirúrgico em alguns casos 
 - Tratamento com antibióticos em quadros infecciosos 
 - Tratamento de prevenção de lesões cerebrais 
Papilodema Fundo de Olho Normal
TRÍADE DE CUSHING

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