Prévia do material em texto
APOSTILA FUTEBOL Por: Professor Flávio Sobreira 2 ÍNDICE −Histórico do futebol −Conceito de aquecimento −Metodologia do aquecimento −Principais articulações −Como aquecer −Tempo de duração −Fatores influenciadores −Conceito de alongamento −Finalidade do alongamento −Diferença entre flexibilidade e alongamento −Treinamento técnico −Preparação tática −Sistema de jogo −Evolução dos sistemas −Características dos sistemas −Tipos de jogadores −Qualidades do treinador −Conclusão −Recomendações −Referências bibliográficas HISTÓRICO DO FUTEBOL O Homem da pré-história, tinha as seguintes atividades físicas principais: correr, saltar, pular, trepar. Ao surgimento do futebol até o ano 2600 a.C., não temos nenhuma referência bibliográfica que cite a origem do futebol. No ano de 2600 A.C., surge na China com o nome de Kemari, o mais antigo dos esportes praticado com a bola. Criado por um nobre da época, Yang Tsé, o jogo tinha como finalidade principal, o treinamento militar. Inicialmente era praticado pela guarda do imperador, sendo depois praticado pelos nobres e bem mais tarde pelo povo chinês e a bola era de couro cheia de cabelo de crina. O Kemari praticado na China influenciou o Japão, sendo praticado por nobres japoneses, a bola era de fibra de bambu. 3 Com o nome de Epyskiros, surge o futebol na Grécia, que simbolizava a juventude. 800 anos depois do Epyskiros, surge o Harpastum, futebol jogado pelo povo romano, a bola era de bexiga de boi coberta com uma capa de couro, chamada de follis. Na Idade Média, o gosto pelo futebol na Europa surge na França e Inglaterra. O futebol era jogado pelos nobres franceses com o nome de Pela, sendo alguns anos mais tarde difundido entre os ingleses e teve sua origem no Harpastum romano. As referências bibliográficas contam em 1175 que o futebol começou a ser praticado na Inglaterra, durante um período cívico, onde se comemorava em várias cidades inglesas a expulsão dos dinamarqueses, no período de domínio anglo-saxão era jogado com uma bola que simbolizava a cabeça de um oficial invasor, o festejo tinha um aspecto cívico, e era praticado anualmente. Na Itália Medieval, surge o cálcio, a 17 de Fevereiro de 1529 em Florença. Do século XVI até XVIII, o futebol sofre várias críticas, devido sua violência. No início do ano de 1700, os jovens ricos deixam os esportes nobres e praticam o futebol que era praticado somente pelos operários e camponeses. O futebol começa a ser praticado na Universidades de Cambridge e Oxford, nas quais surge a primeira regra universitária, que era a proibição de colocar a mão na bola. Em 1º de Dezembro de 1863, são estabelecidas as novas regras do futebol. O futebol seria difundido pelas regras e por cartilhas. Após cinco anos da criação das nove regras em 1868, surge o árbitro como autoridade máxima no campo de futebol. Em 1878, o árbitro deixa de anunciar suas decisões por gestos e gritos, passando a usar o apito. Em 1822, a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda , fundam a “International Board” que tem como missão principal regular as leis do jogo em todo mundo. Em 1891, aparecem as redes nas balizas e o tiro livre da marca do pênalti e oficializado. Em 1907, leis do impedimento começam a sofrer estudos e alterações, definindo-se no ano de 1924. Em 1904 é fundada a FIFA, e quatro anos mais tarde, 1908, o futebol é admitido nos jogos olímpicos. A 08 de Junho de 1914 é criada a Confederação Brasileira de Desportos, (CBD), atual C.B.F. e em 1916 é fundada a Confederação Sul-Americana de Futebol. O surgimento do futebol no Brasil apresenta quatro correntes que são as seguintes: O futebol surgiu através de marinheiros ingleses ou holandeses que teriam jogado nas praias do nordeste; Os padres jesuítas o teriam trazido da Europa; Mister Hugh, teria ensinado futebol aos funcionários da São Paulo Railway em Jundiaí, no ano de 1882; Mister John, teria ensinado aos operários da Leopoldina Railway, no ano de 1875. As referências bibliográficas, citam com toda a certeza, que o futebol no Brasil surgiu através do paulista Charles Miller. Charles Miller, em 1884, trouxe da Inglaterra para São Paulo, duas bolas de couro, uma bomba de encher bola, camisas, calções e chuteiras. Através do seu entusiasmo e do seu grande senso de organização, fez com que todos os jovens praticassem o futebol, difundindo-o entusiasticamente. O futebol surge no Rio de Janeiro a partir do ano de 1901, por Oscar Cox, após sua chegada da Europa. 4 Conceito de aquecimento O aquecimento é a atividade que ir á tirar o organismo do repouso e deixá-lo em condições de realizar um esforço. Durante esta atividade ocorrem as seguintes modificações fisiológicas: - Aumento da temperatura corporal; - Aumento do metabolismo energético; - Aumento da irrigação sangüínea para os músculos; - Aumento da disponibilidade de oxigênio; - Aumento da contratibilidade muscular; - Aumento da flexibilidade; - Diminuição da viscosidade articular. Como conseqüências destas alterações, o aquecimento irá melhorar a coordenação dos movimentos e auxiliar na prevenção de danos que possam ocorrer aos tendões, músculos e articulações. O aquecimento visa preparar o organismo para o trabalho propriamente dito. Metodologia do aquecimento Dentro de um procedimento racional e coerente de trabalho sugere-se que inicie o aquecimento com uma corrida curta ou trote, cuja duração de 2 a 3 minutos. Esta atividade inicial tem por finalidade dilatar os vasos sangüíneos que proporcionarão uma maior e melhor irrigação dos tecidos, principalmente na musculatura posterior da perna (gastrocnêmios) que tem uma função no sistema cardiopulmonar, ajudando a impulsionar por pressão, o sangue em direção ao coração, funcionando como uma bomba, como um segundo coração. 2ª fase o atleta deve realizar exercícios de alongamentos e exercícios de efeitos localizados efetuados de forma individual ou em duplas, trabalhando todas as articulações. Principais articulações - Tíbio-társica (tornozelo), joelhos, coxo-femural (quadril) e Escápulo-umeral (ombro). Como aquecer: - Tíbio-társica (flexão e extensão, circundação para direita e para esquerda); - Joelhos (flexão e extensão); - Coxo-femural (rotação lateral e medial); - Escápulo-umeral (circundação). Deve-se evitar a execução de exercícios de flexibilidade de caráter ativo no aquecimento, por dois motivos: a) Os estiramentos sucessivos provocados por tais exercícios podem lesionar a musculatura que ainda não está devidamente aquecida; b) Os estiramentos irão provocar o “reflexo miotático” que tenderá a encurtar os músculos; Os exercícios de alongamento devem sempre preceder os exercícios de efeitos localizados. 3ª fase compreende a execução de exercícios que explorem as qualidades velocidade, coordenação e agilidade e deverão ser realizados em movimentos. Constituindo-se de corrida com calcanhares nas nádegas, corrida lateral picada, rotação dos braços, saltos grupados, intervalos com corrida curta e 5 piques de velocidades. No final desta fase deverão ser executadas tarefas específicas da modalidade esportiva, esta fase deverá compreender 6 a 9 minutos de atividade. Uma etapa de característica anaeróbica, contrastando com as duas anteriores, de tendência aeróbica. 4ª fase é aquela destinada a especificidade da modalidade. Tempo de duração: Pelo exposto, o tempo de duração de aquecimento é variável, porém em qualquer circunstância, nunca deverá ser inferior a 15 minutos, duração mínima suficiente para que o metabolismo energético se processe convenientemente. Fatores influenciadores: A temperatura e a umidade relativa do ar são fatores que incidemsobre o tempo de duração do aquecimento. Quando a temperatura está elevada, a duração deverá ser menor. Para temperaturas frias ele poderá comportar um tempo de aproximadamente 40 minutos. Não devemos padronizar tempo de aquecimento. A temperatura ambiente é que determinará a sua duração. Conceito de alongamento: Não há aquecimento sem alongamento, como também a volta à calma ou recuperação ao final de uma atividade física não se completa, se o atleta não efetivar um estiramento muscular adequado dos músculos trabalhados. Finalidade de alongamento: a) Proporcionar uma melhor extensibilidade muscular; b) Promover relaxamento muscular; c) Melhorar o fluxo sangüíneo do músculo. Para haver alongamento o atleta deve permanecer na mesma posição por alguns segundos. Diferenças entre flexibilidade e alongamento: - Flexibilidade busca aumentar a amplitude articular. - Alongamento é uma forma de trabalho que procura utilizar toda amplitude do movimento articular. Conclusão: Antes de atividade física deve-se realizar exercícios preliminares os quais recebem o nome de aquecimento. Preparação técnica objetiva 6 Saber quantos são, quais são, como são treinados e a importância dos fundamentos técnicos para o desporto. Treinamento técnico Consiste na prática dos fundamentos e aprimoramentos dos treinamentos básicos, utilizando um ou vários atletas ao mesmo tempo. - Quantos são os fundamentos técnicos do futebol? - São 8 (oito) - Quais são? - O chute, o passe, o domínio, a pegada, a condução, o drible, o cabeceio e a tirada. O Chute definição: É a ação de colocar a bola em movimento com o uso dos pés. Quando o chute for direcionado para um jogador de sua própria equipe, chamaremos passe. Tipos de chutes: 1-Chute rasteiro; 2-Chute meia altura; 3-Chute de trajetória alta; 4-Chute de voleio; 5-Chute de puxada; 6-Chute de bicicleta; 7-Chute de calcanhar; 8-Chute de bico. 1 - Chute rasteiro Durante a execução deste tipo de chute, usamos as seguintes partes do pé de toque: a) interna b) dorso c) externa O chute rasteiro com a parte interna do pé de toque apresenta as seguintes características: - A parte interna do pé é quem faz contato com a bola; - Esta técnica é usada para que a bola percorra distâncias curtas e com exatidão; - O pé de apoio deverá estar ao lado da bola o suficiente para permitir que a perna de chute tenha um livre balanço; - Este tipo de chute é usado com freqüência pelos atletas que apresentam um excelente nível técnico. 7 O chute com a parte interna do pé de toque apresenta como vantagem, a precisão devido a grande área de contato com a bola, e como desvantagens: - Facilita a interceptação do passe pelo adversário; - Não é apropriado para quando se deseja chutar com força; - Dificulta a realização quando o atleta está se deslocando em velocidade. O Chute rasteiro com o dorso do pé de toque, apresenta as seguintes características: - Requer do atleta uma perfeita execução da técnica; - A ponta do pé de toque estará apontada para o solo, para que seu dorso faça contato com a bola; - Durante a execução desta técnica, o pé de apoio, estará ao longo da bola e a uma pequena distância da mesma. Vantagens: - Facilita o disfarce na execução , dificultando o defensor interceptar; - É uma técnica que executada corretamente, faz com que o chute tenha muita força; - Poderá ser realizado em velocidade, sem que haja quebra de ritmo da passada. Desvantagens: - Esta técnica é de difícil execução, devido a área do pé de toque e da bola ser pequena; - Esta técnica não apresenta exatidão. Chute rasteiro com a parte externa do pé de toque, com sua trajetória curva, apresenta as seguintes características: - É a técnica realizada por jogadores de alto nível técnico; - É utilizada para percorrer distâncias curtas e quando utilizadas para distância longas, a sua trajetória desvia a bola do adversário; - O pé de toque deve estar posicionado no lado interno da bola. O contato será feito sobre a linha horizontal que passa ao lado da bola; - O pé de apoio ficará posicionado um pouco atrás e ao lado da bola, facilitando o movimento do pé de contato. Vantagens: - Esta técnica é realizada com o mínimo movimento de adução com uma rotação interna do pé de toque, e com o máximo de disfarce; - Com a sua trajetória curva, desvia do oponente a bola, impedindo a sua interceptação. Desvantagens: - Usada com precisão, somente nas distâncias curtas; - Devido a sua rotação o controle da bola será dificultado. 2- Chute de trajetória alta: 8 Durante a execução deste tipo de chute, usamos as seguintes partes do pé de toque: a) Dorso; b) Interna; c) Externa. O chute de trajetória alta com o dorso do pé de toque em um pequeno ângulo de aproximação apresenta as seguintes características: - O pé de toque, quando tocar a bola, deverá estar com o tornozelo em extensão. - O contato com a bola será firme, na sua metade inferior, abaixo da linha horizontal. - O pé de apoio estará ao lado da bola e sua retaguarda. Vantagens: - A bola poderá ser jogada sobre distâncias maiores que 36 metros; - O seu domínio não será dificultado; - A sua trajetória será elevada. Desvantagens: - Esta técnica exige sensibilidade por parte do jogador, para que a bola seja jogada no espaço determinado. Chute de bate-pronto: Este tipo de chute apresenta as seguintes características: - O chute de bate-pronto será executado com o peito do pé de toque, imediatamente após a bola bater no solo; - Para que sua trajetória seja tensa, o tempo entre a bola tocar no solo e o pé de toque tocar na bola, será mínimo; - Para que sua trajetória seja alta, o tempo entre a bola tocar no solo e o pé de toque bater na bola, será maior; - Esta técnica é usada com freqüência pelos goleiros na reposição da bola em jogo; - O comprimento exato da distância que a bola irá percorrer, torna-se difícil a sua determinação. Chute de calcanhar: Este tipo de chute apresenta as seguintes características: - A execução desta técnica é realizada batendo-se na bola com o calcanhar do pé de toque; - Usado para iludir o adversário; - Usado com pouca freqüência dentro da dinâmica do jogo; - A sua execução requer do atleta, equilíbrio e coordenação; - É o chute da criatividade. 9 Chute de bico: Este tipo de chute apresenta as seguintes características: - A execução desta técnica é realizada batendo-se na bola com a ponta do pé de toque; - A sua trajetória não apresenta precisão; - É o chute do “desespero”; - É a técnica usada por jogadores de baixo nível técnico. O chute de bicicleta: Este tipo de chute apresenta as seguintes características: - É a combinação do chute de tesoura com o chute de puxada; - A sua execução requer qualidades físicas e morais como: velocidade, coordenação, equilíbrio, agilidade e coragem; - Surpreende os adversários nos chutes a gol; - Esta técnica é pouco usada dentro da dinâmica do jogo. O chute de puxada: Este tipo de chute apresenta as seguintes características: - Esta técnica é realizada batendo na bola com o peito do pé, lançando-a para a retaguarda e por cima do jogador que a executa; - A execução desta técnica requer elasticidade muscular e equilíbrio corporal; - Esta técnica é usada com freqüência dentro da dinâmica do jogo, sempre surpreende o adversário. Chute de tesoura: Este tipo de chute apresenta as seguintes características: - Na sua execução, o jogador lança a perna que não irá tocar na bola para o alto e em seguida bate na bola com o peito do pé de toque; - Requer coordenação por parte do atleta; - É uma técnica pouco usada.O Passe. É um fundamento técnico que o jogador utiliza dentro da dinâmica do jogo, para fazer com que a bola chegue a um jogador de sua própria equipe. O passe é a técnica mais importante no futebol. Em 80% das ocasiões, o jogador passa a bola, e nas demais ele chuta a gol ou dribla o adversário. O passe com comprimento de até 27 metros apresenta uma excelente exatidão, sendo que sua trajetória deverá ser sobre o solo. Tipos de passe: - Passe reto - Passe em diagonal - Passe lateral - Passe para a retaguarda 10 Trajetória da bola: - Sobre o solo - Alta Os fatores a serem considerados na seleção do passe são os seguintes: - O campo visual - A posição do jogador Devemos observar o jogador em melhor posição para que ele receba o passe. O passe terá como objetivo a penetração do jogador, colocando o adversário fora do jogo. Os fatores a serem considerados quando se faz o passe, são os seguintes: - O disfarce - Comprimento e força do passe - A posição do jogador adversário - A segurança e o risco do passe - O objetivo tático na seleção do passe - Conhecimento da técnica O disfarce, quando realizado, cria os espaços e os ângulos de passes necessários, enganando os adversários e dificultando a sua interceptação. Quando o tempo de soltura da bola é feito com rapidez, cria-se com facilidade um ângulo de passe, permitindo que a bola seja direcionada para a frente de quem recebe. Sendo o tempo de soltura da bola retardado, o passe não terá exatidão, e com isto os defensores ganham tempo para marcar os espaços e os ângulos de passes, facilitando a criação do impedimento. O passe deve ter comprimento exato, mas devendo ser realizado com muita força, porque facilitará a interceptação do adversário. O passe quando bem feito cria os espaços necessários, driblando o adversário. O jogador adversário estando bem posicionado e em condições de realizar uma interceptação , o passe deverá ser feito o quanto antes, em caso contrário, o passe deverá ser para frente dos jogadores que estiverem em posições de penetração. O ponto de ataque deverá ser trocado com rapidez e exatidão, para criar os espaços necessários à penetração dos atacantes. Nas proximidades da área de meta de sua equipe, o passe será feito com muita segurança e nas proximidades da área do adversário pode se arriscar diversos tipos de passes. Deve-se dar ênfase ao passe para a penetração do jogador, arriscando a perda da posse de bola. A manutenção da posse de bola, e a segurança quando passar, devem ser consideradas para aquela equipe que estiver ganhando o jogo. Os jogadores deverão ter conhecimento correto da técnica, para aplicá- lo no momento certo. Tirada 11 É um recurso que o jogador utiliza para tirar a bola do adversário, ou para evitar que este a receba. Tipos de tirada 1) Desarme 2) Interceptação 3) Tranco Os princípios do desarme são os seguintes: a) O Jogador que desarma, deve se mover para a frente do adversário de posse da bola, fechando o seu caminho. b) Durante o desarme, o marcador fará o contato com o lado interno do pé, mantendo a ponta do mesmo para fora e levantada. c) O joelho e o tornozelo da perna de desarme deverão estar firmes, para ganhar a posse de bola com determinação e agressividade. d) O jogador que desarma, deve procurar transferir todo o peso do seu corpo para frente, bloqueando o adversário. e) O jogador que desarma, deve se posicionar sempre entre a bola e a sua meta. f) possuir agressividade e determinação no desarme. Interceptação Os princípios da interceptação são os seguintes: a) O marcador que intercepta deve possuir: Percepção, Agilidade, Oportunismo e Determinação. b) O marcador deve usar a perna que mais facilita a interceptação da trajetória. c) A atuação é fundamental, durante a ação da interpectação Tranco Tranco ou carga é o encontro dado no adversário, tendo como objetivo o seu afastamento da bola, impedindo-lhe o domínio durante a disputa da posse de bola. Pegada As qualidades pessoais do goleiro são as seguintes: a) Agilidade b) Velocidade de reação c) Boa pegada d) Segurança e) Decisão f) Coragem g) Altura h) Flexibilidade 12 Os princípios básicos para a redução do ângulo de chute são os seguintes: a) O goleiro deve estar posicionado em cima da bissetriz do ângulo formado pelas duas traves e a bola. b) O goleiro deve ter atenção para não se posicionar muito a frente, nem muito atrás, restringindo os ângulos de chute para o gol. Os princípios básicos para desafiar o adversário de posse de bola são os seguintes: a) O goleiro deverá tentar pegar a bola do adversário, evitando o drible ou o chute. b) O goleiro para pegar a bola dos pés do adversário, deverá tomar uma posição bem próxima do chão, deslocando primeiramente as pernas e logo em seguida a parte superior do corpo, aumentando com isto a superfície. c) A coragem do goleiro, no desafio do adversário de posse da bola é de importância fundamental para o seu sucesso. Os princípios básicos para pegar as bolas altas são os seguintes: a) O goleiro deverá estar com a visão voltada para a direção de onde vem a bola. b) Dizer aos colegas que vai pegar a bola. c) Procurar realizar o salto com força, para ganhar uma altura máxima, objetivando pegar a bola no ponto mais alto, com os braços estendidos e as mãos espalmadas. d) Após pegar a bola, o goleiro deverá trazê-la junto ao seu corpo. Os princípios básicos para pegar as bolas a meia altura são os seguintes: a) O goleiro deverá estar atento à trajetória da bola. b) O seu corpo deverá estar posicionado na direção da bola. c) O impacto da bola será absorvido pelo peito ou estômago. d) Na pegada, os braços do goleiro estarão curvados e os seus dedos abertos em torno da bola. Os princípios básicos para pegar as bolas rasteiras são os seguintes: a) O goleiro deverá estar com a visão voltada para a direção da bola. b) O seu corpo deverá estar posicionado na direção da bola. c) Após a pegada da bola, o goleiro deverá trazê-la para junto do seu corpo. d) Quando o goleiro não for ao chão com todo o seu corpo, ele pegará a bola flexionando o tronco e devendo ter muito cuidado para que a mesma não passe por entre as suas pernas. e) No caso do goleiro ir ao chão com todo o seu corpo, ele deverá ter muita atenção para o posicionamento correto dos braços no momento da pegada. Os princípios básicos para o goleiro dar o “soco” na bola são os seguintes: a) Procurar realizar o soco com as duas mãos fechadas, devido uma maior segurança e exatidão. b) Quando usar somente uma das mãos, socar a bola com aquela que estiver mais afastada de sua trajetória. c) O goleiro deverá direcionar a bola para o lado oposto de sua trajetória. 13 Os princípios básicos para o goleiro desviar a bola são os seguintes: a) O goleiro deverá desviar a bola sobre o gol, não mudando o sentido de sua trajetória, aproveitando a velocidade da mesma utilizando o braço mais próximo de sua trajetória b) No ato do desvio, os dedos e a parte da palma da mão serão utilizados, dando um melhor sentido tátil. Preparação tática No ano de 1966, realizou-se na Inglaterra a Copa do Mundo de Futebol, sendo o marco inicial de uma nova era tática que preconizava “jogar e não deixar jogar”. Em 1974, a Holanda chega a perfeição com um futebol altamente rotativo, sem posições fixas valorizando o atleta polivalente. Em pesquisas recentes, comprovou-se que a maioria dos gols, nas competições nacionais e internacionais, ocorreu com a realização de zero a seis passes. Essas modificaçõesforam baseadas nos princípios táticos de defesa e nos princípios táticos de ataque. Princípios táticos de defesa Os princípios táticos de defesa tem como objetivo, tirar do oponente o tempo e o espaço, ganhar e manter a posse da bola e iniciar o ataque, sendo os seguintes princípios: a) Retardo b) Apoio e profundidade c) Concentração d) Equilíbrio e) Pressão f) Controle Retardo Quando uma equipe está atacando e perde a posse de bola. É preciso ganhar tempo para transformar o seu ataque em defesa, contendo o adversário, para isto, será necessário eliminar o passe do adversário para frente, forçando-o a passar a bola para os lados ou para a retaguarda, restringindo-lhe o espaço. Os defensores irão procurar conduzir o adversário para uma posição que ofereça vantagem para a defesa. Durante a marcação, o defensor que faz a cobertura deve ficar atento para a interceptação do passe de penetração. A pressão exercida sobre o adversário de posse da bola deve ser automatizada, sendo que, levaremos vantagens quando pressionarmos e ganharmos a bola no campo do adversário nas proximidades da área de pênalti adversária. Durante o treinamento, os jogadores devem ter uma disciplina mental e grande concentração, para que todos possam pensar em ganhar a posse de bola após tê- la perdido durante a realização de um ataque. Apoio e profundidade Este princípio está diretamente relacionado com a profundidade no sistema de cobertura. A marcação feita sem profundidade será batida com rapidez e com facilidade por um passe. 14 A cobertura bem posicionada permite a um marcador pressionar o adversário de posse da bola. O jogador que está no apoio, na cobertura do marcador, se posiciona tomando por base os seguintes fatores: a) A habilidade e velocidade do atacante. b) A posição do campo onde encontra-se. c) A colocação dos outros defensores. A cobertura deverá estar a aproximadamente (4,5m) do marcador e em um ângulo de 45º graus. Concentração O funil de concentração é o espaço mais importante para os jogadores de uma equipe se concentrarem, após terem perdido a posse de bola em seu campo, tendo em vista ser uma área vital, na qual os atacantes adversários se posicionam para realizar os chutes na direção do gol. A concentração no funil evita o ângulo de chute, aumentando-se a chance de ganhar a bola à frente da área. A concentração dos defensores da área da bola, limita a oportunidade dos atacantes adversários de passar a bola, restringindo-lhes a área do campo e aumentando as probabilidades dos defensores ganharem a posse da bola. Equilíbrio A equipe deve cobrir todos os espaços existentes, fazendo a concentração defensiva nas áreas de risco, tirando do adversário o espaço suficiente para sua mobilidade. A equipe como um todo poderá marcar a partir da 1ª, 2ª ou 3ª linha, posicionando-se de forma equilibrada, exercendo uma marcação do tipo combinada. Obs.: Este princípio é de fundamental importância à marcação dos adversários vindos de trás da linha da bola que procuram justamente desequilibrar o sistema defensivo. Pressão Este princípio defensivo tem por objetivo pressionar o adversário de posse da bola, forçando-o a cometer alguns erros, diminuindo a sua opção de passes, obrigando-o a se preocupar pela ameaça latente da perda da posse de bola. Os fatores mais importantes quando da realização de uma pressão são os seguintes: a) O posicionamento do defensor, que deverá estar sempre entre a bola e a sua meta. b) O defensor deve marcar o atacante a uma distância bem próxima, quase encostado, tirando-lhe a visão ampla do campo de jogo e reduzindo assim as suas opções. c) O defensor deve marcar o atacante sem a posse de bola, a uma distância tal que permita executar uma pressão adequada no momento que o mesmo atacante voltar a receber o passe. Em média esta distância não será inferior a 1,8 metros. d) O defensor quando pressiona, deve ter um jogador de apoio na sua cobertura. Durante a realização da pressão na disputa pela posse de bola, o defensor deve procurar interceptar o passe, ou conduzindo o atacante para fora dos limites do campo ou para áreas de concentração. 15 Controle O princípio da comunicação é de vital importância para o sucesso do futebol. Quando a equipe perde a posse de bola, todos deverão pensar defensivamente, negando e restringindo o espaço para a mobilidade do adversário. Deverá existir entre os atletas uma disciplina mental e um controle nas comunicações, para que não se perca tempo na seqüência das ações ofensivas e defensivas. Princípios táticos de ataque Os princípios táticos de ataque tem por objetivos, ganhar tempo e espaço, fazendo com que a bola chegue ao campo do adversário o mais rápido possível, tendo uma equipe compacta entre a defesa, meio-campo e ataque. Os princípios táticos de ataque são os seguintes: a) Apoio e profundidade b) Abertura c) Penetração d) Mobilidade e) Improvisação f) Finalização Apoio e profundidade Quando um atacante receber a bola, deverá ser apoiado de imediato pelos companheiros de sua equipe, para que possa ter uma opção quando da realização do passe. O apoio ao atacante de posse de bola exige um posicionamento angular, de modo que se evite o passe para os lados e o passe sobre o marcador. O passe lateral deverá ser evitado, tendo em vista ser mais susceptíveis as interceptações. As condições do campo influenciam na distância do apoio. A situação de três atacantes contra um defensor, tendo uma formação triangular é a ideal. Abertura Quando uma equipe ganha a posse de bola, todos deverão pensar em atacar com objetividade e rapidez, para isto deverão procurar usar toda a extensão do campo, para que os espaços sejam explorados através de uma movimentação coordenada. Penetração Este princípio tático de ataque, exclui do comportamento do jogador, os passes laterais e os passes para a retaguarda, no qual facilitam a marcação pelos defensores. A penetração exige que os passes devam ser a frente do atacante que recebe a bola, no espaço criado e existente. A penetração exige a exploração constante da retaguarda dos defensores. Mobilidade 16 A equipe quando estiver atacando, os seus jogadores, deverão estar conscientes de que a movimentação cria espaços necessários para que possam receber a bola sem a marcação do adversário. Este princípio exige do jogador as seguintes movimentações: a) ultrapassagens b) Corridas em diagonal c) Rotações Improvisação A improvisação requer uma equipe com jogadores inteligentes e adaptáveis. Uma finta e um drible realizados no exato momento e no local certo, aumenta as probabilidades de êxito da equipe. O drible deverá ser executado de preferência no campo do adversário, evitando-se de realizá-lo nas proximidades de nossa área. Finalização O gol é o objetivo de uma equipe quando estiver de posse de bola. O jogador deve ser conscientizado de que tem que realizar o chute para tentar fazer o gol. As oportunidades de chute, surgem devido aos erros dos defensores e da criação de diversas situações pelos atacantes da equipe. A proporção ideal é de 1 gol para cada 9 chutes a gol. Os princípios táticos de Defesa e Ataque, bem conhecidos e bem treinados, irão proporcionar a uma equipe a aquisição de um equilíbrio adequado entre a ação de defender e a ação de atacar. Marcação Existem no futebol dois tipos de marcação: a) Marcação por zona b) Marcação homem a homem A marcação por zona apresenta as seguintes características: a) A marcação é bem definida, para o defensor que marca o atacante que penetra em sua zona. b) Maior facilidade em interceptar os passes longos. c) Facilita a coordenação no sistema de cobertura, e no equilíbrio da equipe. d) Facilita a rápida retomadapara o ataque. e) Concentra alguns jogadores a frente do gol. f) Diminui a possibilidade de cometer faltas. A marcação por zona apresenta as seguintes desvantagens: a) O atacante adversário tem espaço para a sua mobilidade. b) Exige uma grande comunicação entre os jogadores do sistema defensivo. c) Impossibilidade de marcação especial sobre determinado jogador. d) As zonas dos defensores não são bem definidas, exigindo maior treinamento em conjunto. e) O defensor apresenta uma atitude passiva, tendo em vista realizar a marcação somente quando o atacante adversário penetrar em sua zona de defesa, exigindo neste momento uma concentração maior. 17 Para treinarmos este tipo de marcação, teremos os seguintes exercícios em campo reduzido: a) Dois atacantes X dois defensores. b) Três atacantes X três defensores c) Cinco atacantes X quatro defensores. A marcação homem a homem apresenta as seguintes vantagens: a) O jogador defensor terá suas responsabilidades bem definidas. b) Facilita ao treinador a avaliação do rendimento de cada defensor. c) Fácil de ensinar e de aprender. d) Adapta-se a qualquer tipo de ofensiva do adversário. e) Facilita a interceptação do passe. f) Facilidade em reorganizar a marcação. A marcação homem a homem apresenta as seguintes desvantagens: a) Desgaste físico e moral. b) Retarda o poder de ataque da equipe que realiza este tipo de marcação. c) Facilita ao ataque adversário utilizar as ultrapassagens. d) Aumenta a probabilidade de cometer faltas. Para treinarmos este tipo de marcação, faremos os seguintes exercícios em campo reduzido: a) Um atacante X um defensor b) Dois atacantes X dois defensores c) Três atacantes X três defensores Obs.: No transcorrer de uma partida de futebol, a equipe pode empregar uma marcação combinada, utilizando a marcação homem a homem nas proximidades da área de pênalti e uma marcação por zona no campo de ataque. A falta de pressão no jogador de posse de bola é uma das principais razões para que os gols sejam realizados. A marcação por pressão, de tirar do adversário tempo e espaço para o passe e para o drible. A figura abaixo, mostra o posicionamento certo e errado do marcador durante a pressão. ⚫ → ⚫ Certo Errado Generalidades O treinador para obter o máximo de rendimento dos seus atletas durante uma sessão de treino técnico ou tático, deve ter conhecimento das características dos exercícios de introdução, avançados e de competição. Deverão ser considerados quatro aspectos importantes na montagem dos exercícios técnicos e táticos: a) O objetivo do treinamento. b) O atleta e suas qualidades. c) As condições meteorológicas. d) Material a ser utilizado. Os exercícios de introdução apresentam as seguintes características: 18 a) Os exercícios serão explicados pelo treinador, de forma clara e exata. b) O treinador realizará uma demonstração adequada, antes da execução dos movimentos pelos jogadores. c) O treinador irá observar todos os movimentos, detalhadamente, corrigindo-os quando for necessário. d) O jogador escuta e observa as orientações, para depois executar os movimentos lentamente e aumentar a execução gradativamente. e) Os exercícios serão em áreas reduzidas. f) Os exercícios serão individualizados. g) O tempo de duração do exercício será pequena. Os exercícios avançados apresentam as seguintes características: a) Os exercícios irão apresentar situações reais de jogo. b) O treinador irá interromper para corrigir e melhorar os detalhes. c) O atleta deve apresentar uma vontade de aprender o correto. d) Os exercícios terão uma maior movimentação. e) Os exercícios serão em áreas maiores. f) Os exercícios serão com pequenos grupos de jogadores. g) os tempo de duração do exercício será intenso. Os exercícios de competição apresentam as seguintes características: a) Os princípios táticos de defesa e ataque serão treinados. b) Os exercícios serão em áreas com as dimensões do campo de jogo. c) Durante os exercícios, os jogadores irão corrigir e avaliar o seu rendimento. d) Os exercícios serão constituídos por várias situações de jogo. e) O tempo de duração será intenso. f) Todos os jogadores participam dos exercícios. Nos exercícios de treinamento Técnico e Tático, as atividades poderão ser: a) Individual b) Em dupla c) Em grupo d) Em equipe Domínio É a habilidade que o jogador deve ter para manter a bola sob seu controle. A) Tipos de domínio 1 - Com o pé a) Dorso b) Sola c) Parte interna d) Parte externa 2- Com a coxa 3- Com o tronco a) Parte superior b) Parte inferior 4- Com a cabeça 19 Os princípios básicos para o domínio da bola são os seguintes: a) O jogador deverá decidir antecipadamente qual a parte do seu corpo que será usada para controlar a bola. b) Posicionar-se, colocando o corpo na direção da bola. c) Relaxar a superfície de contato com a bola. O domínio da bola com o dorso do pé apresenta as seguintes características: a) O jogador deverá se posicionar à frente da bola e mantê-la sob sua visão. b) A perna de domínio estará flexionada e a ponta do pé direcionada para a bola. c) A perna de apoio sustentará o peso do corpo. d) O jogador fará um movimento de amortecimento, reduzindo a velocidade de queda da bola. O domínio de bola com a parte interna e externa do pé apresenta as seguintes características: a)O jogador deverá estar posicionado à frente do deslocamento da bola , mantendo-a sob sua visão. b) o jogador deverá retrair ligeiramente o pé, após o contato com a bola, mantendo-a sob o seu domínio. c) O corpo deverá estar equilibrado. d) A perna estará flexionada com a ponta do pé para fora. e) O jogador bem treinado, domina e passa a bola com um único movimento. O domínio com a coxa apresenta as seguintes características. a) Apresenta maior vantagem em relação ao domínio com o tronco, devido a rapidez com que a bola chega aos pés, ganhando tempo de jogo. b) O jogador deve retrair a coxa no momento do contato com a bola. c) Há necessidade de treinamento para realizar esta técnica. O domínio da bola com a parte superior do tronco apresenta as seguintes características: a) O jogador deve estar posicionado na direção da bola. b) O tamanho da área de contato facilita o controle da bola. c) O jogador deverá amortecer a bola no momento do seu contato, esvaziando a caixa torácica. d) Os braços deverão estar afastados do tronco para dar maior equilíbrio ao corpo no momento do seu contato. O domínio da bola com a parte inferior do tronco apresenta as seguintes características: a) A bola chegará aos pés com maior rapidez, economizando tempo. b) O jogador deverá amortecer a bola no momento do seu contato. c) o jogador deverá estar posicionado na direção da bola. O domínio da bola com a cabeça apresenta as seguintes características: 20 a) Na realização desta técnica, o jogador deverá usar a testa, mantendo os olhos abertos e o pescoço relaxado. b) O jogador utilizando esta técnica de domínio, ganhará tempo para controlar e conduzir a bola. B) Aspectos Gerais a) Devemos ter habilidade e tranqüilidade no controle da bola. b) No controle da bola, a velocidade de pensamento e a sua ação serão vitais para que possamos criar espaços e explorá-los. c) O controle realizado com muitos toques, faz com que perca velocidade e iniciativa para prosseguimento da jogada. Condução da bola: As maneiras de conduzir a bola são as seguintes: a) Parte externa do pé. b) Parte interna do pé. c) Dorso do pé. d) Ponta do pé. A condução com a parte externa do pé apresenta as seguintes características: 1) Facilita o jogador mudar a sua direção. 2) Permite proteger a bola do desarme do adversário. 3) Facilita driblar o adversário. A condução com a parte interna do pé apresenta as seguintes características: 1) O jogador tocará na bola várias vezes, reduzindo a sua velocidade de deslocamento. 2) Facilita driblar o adversário. 3) Permite a mudança de direção A condução com o dorso do pé apresenta as seguintes características: 1) Permite o jogador deslocar-se em alta velocidade. 2) Permite o jogador percorrer distâncias maiores. 3) Facilita a interceptação pelo adversário. A condução com a ponta do pé é utilizada com pouca freqüência. Observações: “O jogador quando se desloca em alta velocidade, o seu domínio torna- se vulnerável, porque a bola fica afastada do seu raio de ação, devido aos toques fortes e o seu rápido deslocamento.” O jogador quando se desloca em baixa velocidade, o seu domínio fica vulnerável devido a aproximação da bola do seu raio de ação. O Drible: É uma habilidade individual, “não é um estilo de jogo.” O drible apresenta os seguintes princípios básicos: a) Preceder o drible com um movimento de finta. 21 b) Manter a bola dentro do raio de domínio, para poder trocar de passada e de direção sem perder o controle de bola. c) Não realizar o drible cegamente, procurar outras opções. As qualidades que o jogador deve possuir para driblar são as seguintes: a) Balanço (Twist) b) Controle de bola c) Aceleração d) Usar muito bem os dois lados do pé de drible, de preferência usar os dois pés. Observação: 1) O drible é um recurso que o jogador tem para ultrapassar um adversário, sem perder o controle da bola. 2) O drible deve ser realizado para ganhar o espaço atrás do adversário. Tipos de drible: 1) Jogar a bola por um lado do adversário e correr pelo outro lado, para alcançar a bola na retaguarda do adversário. 2) Fazer a finta para um lado e passar com a bola dominada pelo outro lado do adversário. 3) Passar a bola por entre as pernas do adversário. 4) Jogar a bola por cima do adversário. Quanto ao emprego do drible, devemos observar o seguinte: a) Empregar o drible no campo do adversário, de preferência no interior, nas laterais e a frente da área de pênalti. b) Não empregar o drible no interior, nas laterais e a frente da área de pênalti de sua equipe. c) Evitar empregar o drible na faixa central do campo. O Cabeceio Tipos de cabeceio: a) Para frente b) Para o solo c) Para lateral d) Para retaguarda e) Mergulho Finalidade do cabeceio a) Passar a bola b) Cabecear para o gol Serão considerados os seguintes fatores, para a realização do cabeceio: a) A posição do jogador será uma relação ao seu marcador e a trajetória da bola. b) O ângulo de aproximação e a velocidade de corrida deverão ser sincronizados para que o cabeceio seja realizado no exato momento. 22 Na técnica de execução do cabeceio em pé, o jogador deverá manter o seu corpo em boa base, tendo o seu peso distribuído de tal maneira, que seja equilibrado. Com a aproximação da bola, o jogador deve mudar o peso do seu corpo para a perna de trás curvando a parte superior do tronco para a retaguarda, mantendo os olhos bem abertos e olhando para a bola até o momento do contato. O jogador deverá curvar o queixo para o chão e contrair os músculos do pescoço antes do contato com a bola. Com a aproximação da mesma, mude o peso do corpo para a perna da frente, sendo que a cabeça e a parte superior do tronco, irão projetar-se com a força para a frente, fazendo o contato com a bola. Ao braços darão o equilíbrio necessário ao movimento do cabeceio. Na técnica de execução do cabeceio no ar, o jogador realizará uma corrida curta para o salto, auxiliando a sua impulsão com o movimento dos braços. No pequeno instante que o corpo do jogador estiver no ar, ele irá curvar a parte superior do corpo, o tronco, posicionando a sua cabeça um pouco para trás, antes da batida da bola. Com a aproximação da bola, projetar simultaneamente a cabeça e a parte superior do tronco para frente, fazendo o contato com a bola, no ponto mais alto do salto. O tempo de salto correto, irá proporcionar ao jogador, exatidão e força no movimento do cabeceio. Os braços irão auxiliar no seu equilíbrio. Erros freqüentes do cabeceio no ar: a) A bola é quem bate na cabeça do jogador no momento do cabeceio. b) Manter os olhos fechados antes e durante o contato com a bola. c) O tempo de salto errado, reduzirá a sua força e a sua exatidão. Observações importantes para a realização do cabeceio: 1)A superfície de contato no cabeceio é a testa. 2) No cabeceio defensivo a bola deve ter uma trajetória alta e um alcance longo 3) O cabeceio, na posição em pé é utilizado quando se precisa retomar com rapidez a vantagem de uma situação. 4) Para realizar o cabeceio, o atleta deve se posicionar entre a bola e o adversário. 5) O contato com a bola será determinado pelo ângulo de cruzamento e a altura da trajetória da bola. 6) O cabeceio para o gol terá mais força quando for realizado no meio do gol e no 2º poste. 7) O cabeceio para o gol no 1º poste, exigirá coordenação e entendimento entre os jogadores. O cruzamento será feito para o espaço, devendo o jogador chegar depois do lançamento. Sistema de jogo Definição - É a colocação dos jogadores dentro do campo de jogo, seguindo as regras estabelecidas, possibilitando o emprego de várias ações táticas de defesa e de ataque. Evolução dos sistemas O primeiro sistema de jogo surge no ano de 1860, adotando a formação com 1 goleiro, 2 defensores e 8 atacantes. O excesso de individualismo e o jogo ofensivo, são as características marcantes deste sistema. 23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Em 1863, o sistema adotado apresenta a formação com 1 goleiro, 1 defensor, 1 meio-campo e 8 atacantes. Era um jogo totalmente ofensivo, com excesso de individualismo, no qual os jogadores aplicavam vários dribles em seus adversários. As corridas eram realizadas na direção do gol adversário, quando o atacante tinha a posse de bola, sendo seguido pelos demais companheiros. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 No ano de 1870, surgem dois sistemas. O primeiro apresentava a formação com 1 goleiro, 1 defensor, 2 meio-campistas e 7 atacantes, caracterizando uma distribuição de profundidade pelos defensores, devido á experiência adquirida pelos atacantes. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 O segundo sistema de jogo, apresentava a formação com 1 goleiro, 2 defensores, 2 meio-campistase 6 atacantes. 0 0 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 As características deste sistema, eram as seguintes: Foi primeiramente utilizado pela equipe escocesa “Queen’s Park”, que introduziu a troca de passes entre os seus jogadores: - O sistema apresentava uma profundidade; - Adotavam dois atacantes como jogadores de ligação, entre a defesa, o meio- campo e o ataque. - A sua criação foi baseada na tese de que um chute realizado pelo adversário, a frente da área de pênalti, seria dificultado devido a aglomeração dos jogadores naquele setor. O sistema 2-3-5, que apresentava a formação com 1 goleiro, 2 defensores, 3 meio-campistas, 5 atacantes, surgiu no ano de 1884, na Inglaterra. Apresentava as seguintes características: - Havia um equilíbrio numérico entre a defesa e o ataque - O terceiro jogador de meio-campo originou-se do ataque; - Os Argentinos chamavam este sistema de “El Abanico” ofensivo; - As equipes Inglesas adotavam o sistema; - O ataque não tinha profundidade; - O jogador de meio-campo do lado esquerdo marcava o ponta direita da equipe adversária; - Quando a equipe atacava, o jogador de meio-campo pelo lado direito cobria o espaço da subida do ponta direita, e o jogador de meio-campo pelo lado esquerdo cobria o espaço da subida do ponta esquerda 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 A regra do impedimento da época, exigia que tivesse 3 adversários entre o atacante e a linha de fundo, para habilitar o jogador que estava a frente da linha da bola no momento do passe. Para evitar os constantes impedimentos, o centroavante, o meia-direita e o meia-esquerda, deslocavam-se trocando passes e logo em seguida faziam um lançamento para uma das pontas, o ponta se deslocava para a linha de fundo e realizava o cruzamento para que o centroavante, o meia-direita e o outro ponta entrassem na área de pênalti para finalizar. No sistema 2-3-5, os dois defensores cobriam e marcavam no meio- campo. Os demais jogadores se posicionavam no meio-campo, e com isto os atacantes adversários ficavam constantemente impedidos, reduzindo a quantidade de gol. 25 Baseando-se na redução de gols, a FIFA altera a lei do impedimento, no ano de 1925, que passa a ser a seguinte: Um jogador estará em posição de impedimento se estiver mais próximo da linha de fundo da equipe adversária do que a bola, salvo se estiver na sua própria metade do campo ou tiver entre ele e a linha de fundo da equipe adversária, no mínimo dois jogadores adversários. Na Inglaterra, Herbert Chapman, maneger do arsenal, cria para sua equipe o sistema de jogo chamado WM. Este sistema surge diante do posicionamento do centroavante adversário que se colocava ofensivamente entre os dois jogadores de defesa. Baseando-se nisto, Herbert Chapman alterou o dispositivo de sua defesa colocando 3 defensores, sendo que dois marcavam os pontas adversários e o defensor do centro marcava o centroavante. As características deste sistema eram as seguintes: a) O WM foi o primeiro sistema que na teoria apresentava um balanço numérico entre a defesa e o ataque (5 defensores e 5 atacantes); b) O sistema permitia atacar com 7 jogadores e defender com 7 jogadores; c) Os quatro jogadores do meio-campo são responsáveis pela ligação entre a defesa e o ataque; d) O sistema era compacto e apresentava uma superioridade numérica no meio- campo; e) Não havia cobertura entre os jogadores; f) O sistema permitia que as equipes jogassem em contra-ataques, com investidas rápidas pelas pontas, dando muita ênfase na força e na velocidade. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 No ano de 1930, o austríaco Karl Raffan, cria o sistema de jogo chamado ferrolho. Este sistema de jogo apresentava as seguintes características: a) O center-back, cobria os defensores em sua frente; b) A defesa era fisicamente muito forte; c) Durante a dinâmica do jogo, a equipe atacava com 7 jogadores e os 3 defensores permaneciam na metade do campo; d) Durante a dinâmica do jogo, a equipe defendia com 6 jogadores e os atacantes recuavam posicionando-se a frente da área de pênalti; e) O center-half, poderia ser ofensivo ou defensivo, dependendo de suas características. 26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Em 1950, o Uruguai ganha a Copa do Mundo utilizando o sistema ferrolho com a mesma numeração do sistema 2-3-5. x 0 x 0 x 0 0 x 0 x x 0 0 0 x x 0 x 0 x 0 O sistema 4-2-4, oriundo do sistema WM, é consagrado por várias equipes na década de 1950. Este sistema apresentava as seguintes características: a) É um sistema para jogadores técnicos e habilidosos; b) O sistema sobrecarrega os jogadores do meio-campo dificultando a passagem da bola da defesa para o ataque, devido a existência de somente 2 jogadores no meio-campo; c) É um sistema fluídico e versátil permitindo algumas variações na sua formação. 0 x 0 X M.E x 0 X 0 0 0 x X x0 0 x M.D X 0 0 x 0 X 27 O sistema de jogo 4-3-3 foi utilizado pela equipe do Brasil na Copa do Mundo de 1962, uma variante do sistema 4-2-4. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Durante a Copa do Mundo na Inglaterra, no ano de 1966, o sistema de jogo utilizado pela equipe vencedora foi o 4-4-2, que apresentava as seguintes características: a) É um sistema defensivo; b) É desequilibrado entre a defesa e o ataque; c) A equipe encontra facilidade em passar da defesa para o ataque, devido a existência de quatro jogadores no meio-campo; d) Neste sistema, os dois atacantes poderão tornar-se seis ou sete atacantes se o sistema trabalhar corretamente; e) A qualidade física principal dos dois atacantes é a velocidade; f) O sistema facilita as ultrapassagens pelas faixas laterais e centrais do campo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Em 1970, as equipes em sua totalidade jogavam utilizando os sistemas 4-3-3 e 4-4-2. No campeonato do mesmo ano, na cidade do México, a equipe do Brasil conquista o campeonato utilizando os dois sistemas de jogo, sendo chamado em referências bibliográficas de “La Mezcla detonante”. Na Copa do Mundo de 1974 na Alemanha, a equipe da Holanda cria o sistema de jogo 1-3-3-3, revolucionando os princípios táticos de defesa e ataque. Este sistema apresenta as seguintes características: a) A equipe é compacta entre a defesa, meio-campo e o ataque; b) A tática do impedimento era utilizada com precisão e freqüência. 28 c) A troca de passes é feita com velocidade; d) O deslocamento dos jogadores são realizados em forma de arco; e) A troca de passe realizada à frente da área de pênalti, tinha como objetivo a criação dos espaços; f) Os jogadores do ataque pressionavam o adversário no seu campo defensivo para se ter a posse da bola; g) A valorização do jogador polivalente; h) A bola era jogada em um espaço livre para a chegada de um jogador veloz. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Em 1978, durante a Copa do Mundo, o sistema de jogo utilizado pela equipe campeã, a Argentina, foi o 4-1-2-3, apresentava as seguintes características: a) Os jogadores laterais não eram especialistas. Os pontas não marcavam; b) Os atacantes realizavam uma rotação constante; c) A saída de bola era com virada de jogo antes de chegar ao meio-campo; d) O sistema seguiu basicamente as tradições do futebol Argentino “Retorno a las Fuentes”; e) Os pontas perseguiam os laterais até o meio-campo; f) Participação ativa do cabeça de área na saída da bola; g) Respeito ao estilo de jogo. Não davam chutões ; h) Os jogadores de costas para o adversário tocavam a bola de primeira; i) Ultrapassagens centrais e laterais; j) Ultrapassagem do meio para a lateral; l) Contínua troca de posição dos três atacantes e o meio-campo ofensivo; l) Realizavam a jogada de empedimento nas bolas paradas; m)Em algumas situações o atleta corria fora da bola; n) Habilidade individual dos jogadores eram marcantes; o) Utilizavam a marcação por zona; p) Meio-campo de contenção com Gallego; q) Meio-campo de equilíbrio com Ardilles; r) Meio-campo ofensivo, com Kempes. 0 → 0 0 0 → 0 0 0 0 29 0→ 0 → 0 Em 1982, durante a Copa do Mundo, o sistema de jogo utilizado pela equipe campeã, a Itália, foi o 1-3-3-3, que apresentava as seguintes características: a) A equipe jogava com compactação, blocos de 2 a 8 jogadores; b) Utilizavam a marcação homem a homem na defesa e marcação por zona no meio-campo; c) Grande participação dos laterais; d) Mudanças constantes do ponto de ataque; e) O sistema era ofensivo, com muita mobilidade e criatividade. 0 → 0 0 0 → 0 → 0 0 → 0 → 0 → 0→ 0 → Na Copa do Mundo de 1986, a Argentina conquistou o título de campeã, utilizando o sistema 3-5-2. As características do sistema são as seguintes: a) Utilizavam a marcação homem a homem; b) A defesa foi montada na imagem do futebol Italiano, introduzindo um líbero e dois zagueiros, utilizando a marcação homem a homem. Dois laterais variando a marcação de acordo com o adversário; c) O lateral esquerdo tinha um papel ofensivo; d) A lateral direita era ocupada por um jogador de meio-campo; e) No meio-campo foi dado preferência aos jogadores polivalentes, capazes de atuar tanto no ataque quanto na defesa; f) No ataque, renunciou-se dos “Extremas Natos”, preferindo os atacantes capazes de realizar as mais diversas tarefas táticas; g) O técnico argentino introduz em sua equipe um sistema de jogo completamente desconhecido em seu país. 30 0 → 0 → 0 → 0 → 0 → 0 0 → 0 → 0 → 0 → 0 → Na Copa do Mundo de 1990, a Alemanha conquistou o título de campeã, utilizando o sistema de 5-3-2. As características deste sistema são as seguintes: a) Laterais ofensivos; b) Meio-campo ofensivo; c) Grande mobilidade da equipe; d) Formação do bloco de 5 defensores; e) Marcação homem a homem; f) 1 líbero definido e 2 stoppers; g) Contra-ataque com muita rapidez; h) Mudança constante do ponto de ataque; i) Ultrapassagem pela faixa lateral; j) Grande rapidez na troca de passes. 0 → 0 → 0 → 0 → 0 → 0 0 → 0 → 0 0 → 0 → Características dos sistemas O sistema de jogo não deve ser modificado a cada partida, deve permitir a introdução de novas táticas específicas. Após uma análise dos objetivos a serem atingidos e do nível técnico de seus jogadores, o técnico escolhe o sistema por si mesmo, não soluciona os problemas durante os jogos, devendo ser resolvidos pelo emprego de uma tática adequada. Todo sistema de jogo, para ser considerado como um bom sistema deve possuir as seguintes características: 31 a) Ser simples, de fácil execução e compreensão pelos jogadores. A preocupação excessiva em executar tarefas complicadas age negativamente no rendimento técnico do jogador; b) Ser equilibrado; - O futebol em síntese, consiste em fazer gols e em não sofrer gols. Logo, a defesa e o ataque devem guardar uma mesma proporção. c) Ser elástico, aplicável contra todos os adversários, podendo em determinados jogos sofrer pequenas modificações sem alterar suas bases principais. d) Permitir a transição defesa-meio-campo-ataque e vice-versa, sem dificuldades, evitando espaços entre os setores. e) Ocupar adequadamente o campo de jogo, os jogadores devem ser posicionado em função de suas possibilidades para que as forças sejam racionalmente distribuídas; f) Ter humor; g) Ter capacidade de ensinar; h) Utilizar adequadamente o material para treinamento; i) Ter uma personalidade firme; j) Saber se comunicar; l) Ser motivador e disciplinador; m)Ter flexibilidade para organizar o treinamento; n) Ter conhecimento do funcionamento do corpo humano. As providências que o treinador deverá tomar antes do início da temporada de treinamento, deverão ser as seguintes: a) Conhecer a estrutura e a organização do esporte que irá treinar; b) Estabelecer a sua filosofia e o seu estilo de treinador; c) Fazer o plano de treinamento e os planos de aula; d) Preparar as fichas de informações dos atletas; e) Preparar registros dos planos de treinamento; f) Verificar as necessidades de transporte para os locais de treinamentos e jogos; g) Planejar o selecionamento do capitão da equipe; h) Estabelecer as regras e as recompensas da equipe; i) Preparar o material a ser utilizado nos treinamentos; j) Fazer o quadro de trabalho semanal; k) Formar um todo, cada jogador recebe tarefas de trabalho, que deve executar em proveito do conjunto. A responsabilidade do conjunto deve estar baseada no somatório das responsabilidades individuais. Tipos de jogadores Existem dois tipos de jogadores no futebol: a) O primeiro tipo é o jogador de grande capacidade física (resistência, força e velocidade) e de pouca técnica; b) o segundo tipo é o jogador extremamente técnico e inteligente. Obs.: O jogador ideal é a combinação destes dois tipos para a formação de um grande jogador. Qualidades do treinador O treinador de futebol, para ser considerado um bom treinador, deverá observar os seguintes aspectos: a) Ser dedicado à sua função; b) Possuir entusiasmo; 32 c) Ser educado; d) Ter a ética profissional; e) Ser justo; f) Conhecer os métodos de treinamento; g) Dirigir os treinamentos com eficácia; h) Acompanhar a evolução técnica dos atletas; i) Ser estrategista; j) Fazer o quadro de atividades para o dia do jogo; l) Providenciar os locais para treinamento; m)Preparar treinamento para os dias de chuva; n) Proteger o material e os objetos utilizados nos treinamentos; o) Planejar reuniões periódicas com os responsáveis dos atletas, visando o apoio ao trabalho que está sendo desenvolvido; p) Selecionar o seu auxiliar, planejando juntos o plano de treinamento; q) Planejar a evolução do treinamento após o período de competição; r) Planejaros exames médicos a que os atletas serão submetidos; s) Planejar os procedimentos em caso de acidente com os atletas; t) Planejar a segurança nos treinamentos; u) Observar as leis trabalhistas. O treinador deve ter atenção para os fatores que influenciam aprendizado da técnica pelo jogador. Estes fatores são os seguintes: a) O tempo disponível para a sessão prática; b) A proporção entre treinador e atleta (para cada 10 atletas, teremos a assistência de 1 treinador); c) O nível de prontidão dos atletas (maturação e experiências anteriores); d) A razão de ensinar para os seus atletas; e) O material e local disponível. Para a preparação da sessão prática, o treinador deverá: a) Estabelecer os objetivos da sessão a serem atingidos; b) Selecionar o assunto que o atleta deverá aprender; c) Confeccionar o plano de aula; Os princípios a serem observados pelo treinador, durante a realização de uma sessão prática, são os seguintes: a) Realizar a sessão prática sob condições de competição tão logo os atletas estejam habilitados. b) A sessão prática para o aprendizado de uma nova técnica deverá ser freqüente, com um tempo de pequena duração; c) Treinar os grupos musculares que não foram utilizados, através de exercícios técnicos; d) Dividir os jogadores em pequenos grupos, para que a nova técnica tenha um excelente resultado; e) Nenhum atleta poderá ficar parado, sem estar treinando ou corrigindo a sua técnica; f) Na sessão prática, deve-se utilizar todo o material disponível necessário aos objetivos a serem atingidos; g) O jogador deve ser encorajado durante a sessão prática, a realizar as técnicas de difícil execução; h) Durante a sessão, o jogador deverá retornar à prática da técnica que não foi aprendida; i) Criar uma atmosfera para que o atleta alcance o melhor rendimento; j) Permitir que os atletas opinem no planejamento da sessão prática; l) Enfatizar freqüentemente que o treinamento está melhorando; m)Distribuir o tempo de forma que se possa melhorar as técnicas deficientes; n) Utilizar diferentes tipos de exercícios; o) Realizar a sessão prática, procurando manter os jogadores motivados; O treinador deverá dividir a sessão prática em quatro fases, são as seguintes: 33 I) Introduzir a técnica a ser treinada; II) Demonstrar e explicar a técnica; III) Praticar a técnica; IV) Providenciar o “Feedback” para corrigir os erros. Conclusão: Ao término desse estudo, verificamos a importância da preparação física, técnica, tática e psicológica, pois através das mesmas se desenvolve o atleta para a prática do desporto e o homem como um todo. Verificamos também que é importante seguir uma progressão pedagógica pois facilita a aprendizagem. Essa progressão deve ser feita de maneira parcial. Recomendações: De acordo com a pesquisa e os resultados obtidos, recomenda-se aos profissionais que atuam no futebol de base que: I) Para realizar um trabalho de qualidade o profissional deve ter o conhecimento dos fundamentos, das táticas, da preparação física e psicológica; II) Os fundamentos técnicos e as táticas devem ser ensinados aos atletas, obedecendo à progressão pedagógica, ou seja, partindo do mais simples para o mais complexo; III) Nas categorias de base, os profissionais não devem esquecer, de se preocupar com a formação integral dos atletas; 34 Referências Bibliográficas: Futebol - Paixão de um povo = Gilberto Cardoso e Ivan Godói - Caxias do Sul - Educs,1989. Futebol; Ciência, Arte ou Sorte! = José Luís Fernandes - São Paulo - E.P.U. 1994. Curso de Atualização em Futebol = Eduardo Augusto Viana da silva - Aureliano Beltrão - Rio de Janeiro - Livraria e Editora Cátedra em convênio com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, 1987. Araújo, Sebastião = A Arte e a Técnica do Futebol - São Paulo - Câmara Brasileira de Livro, 1982 - 182 pág. Weirieck, Jurgen = Manual de Treinamento Esportivo - São Paulo - 2ª Ed., (Manole), 1 p. 1986. Harharov, Andrei = Ciência do Treinamento Esportivo - Rio de janeiro - Palestra, 1993. Apostilas de Futebol e Treinamento Desportivo da Escola de Educação Física do Exército e Fortaleza de São João. Apostilas de Futebol I e II da U.C.B, Jorge Bortilho Bentes.