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PITIOSE EM EQUINOS

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@lilianferrarivet 
PITIOSE 
A pitiose consiste em ser uma doença granulomatosa caracterizada pela formação 
de granulomas eosinofilicos e massas necróticas (kunkers), que ocorre em regiões 
com altas temperaturas. Esta afecção acomete diversas espécies de animais, 
inclusive o humano, no entanto, a espécie equina é a mais acometida. 
Esta afecção é causada pelo Pythium insidiosum, que é um pseudo-fungo com 
capacidade de produção de esporos biflagelados, possui reprodução sexuada 
oogâmica, talo diplóide, mitocôndria com crista tubular, parede celular composta 
de B- glucanos, celulose e hidroxi-polina, características moleculares e 
bioquímicas próprias, como forma alternativa para produção de lisina. 
O seu gênero possui mais de 120 espécies, sendo a maioria habitantes do solo e 
patógenos de plantas, causando prejuízos a agricultura. No entanto, somente o P. 
insidiosum é patógeno de mamíferos e de plantas. 
Esta doença não tem predisposição por sexo, raça ou idade, sendo a fonte de 
infecção os zoósporos que estão no ambiente, e a transmissão ocorre de forma 
direta. Estes zoósporos são produzidos no ambiente em temperaturas entre 30 a 
40 graus, em regiões alagadiças, sendo assim, nota-se que os casos ocorrem mais 
durante a estação chuvosa (entre fevereiro e maio), ou após a estação chuvosa (de 
julho a outubro). 
O ciclo deste organismo se inicia com sua colonização em plantas aquáticas, onde 
ele encontra substrato para se desenvolver e se reproduzir, assim formam 
esporângios que dão origem a zoósporos que se movimentam até chegarem em 
outra planta ou animal, se encistam e emitem seu tubo germinativo dando origem 
a um micélio, completando desta forma seu ciclo. Vale ressaltar que uma 
substância amorfa é liberada pelo zoósporo após seu encistamento (adesivo para 
fixar zoósporo no hospedeiro e haver formação do tubo germinativo). 
Sabendo disto, os equinos em contato com as águas podem atrair zoósporos, que 
germinam através de uma lesão cutânea ou folículos pilosos. Estas lesões cutâneas 
causadas por este microrganismo atingem mais estas áreas que entraram em 
contato com as águas contaminadas, como extremidades distais de membros e 
porção ventral da parede toraco-abdominal. 
As lesões que se formam são ulcerativas granulomatosas que formam grandes 
massas teciduais com bordas irregulares e hifas cobertas por células necróticas 
que são chamadas de “kunkers” por se assemelharem a corais. O tamanho da lesão 
pode variar de acordo com a localização e a duração da infecção, e podem causar 
intenso prurido, onde o animal ao tentar aliviar esta coceira acabam por se 
mutilando. 
 @lilianferrarivet 
Além disso, nos equinos existe a pitiose intestinal, onde os animais apresentam 
cólicas, devido a presença de massas teciduais que podem diminuir o lúmen 
intestinal ou obstrui-lo. E que também outros tecidos podem ser atingidos 
secundariamente a lesões cutâneas, como os ossos, podendo haver metástase por 
via linfática para os linfonodos regionais e pulmões. 
Os cães são a segunda espécie mais acometida por esta afecção, sendo comuns na 
forma cutânea e gastrointestinal. A forma gastrointestinal se apresenta como 
distúrbios digestivos e a cutânea como dermatite granulomatosa. 
Em gatos estes casos são raros, havendo poucos relatos, e os que foram descritos 
mostraram infecção nasal e retrobulbar. Assim, como nos bovinos é pouco 
frequente, onde houve relatos de lesões cutâneas em membros com cura 
espontânea. 
Em humanos a pitiose pode se apresentar de três formas, sendo como lesões 
granulomatosas ou forma sistêmica em pacientes talassêmicos ou ceratite, 
podendo ou não estar associada a talassemia. 
Houve a tentativa de reproduzir a pitiose experimentalmente em coelhos, e 
notaram que as lesões foram similares a equinos. 
Desta forma, o diagnóstico correto deve ser feito através de métodos como imuno-
histoquímica e técnicas sorológicas. Sendo o tratamento feito com drogas como a 
Anfotericina B, cetoconazole, miconazole, fluconazole, itraconazole e iodeto de 
potássio e sódio, visto que, as drogas antifúngicas tradicionais são ineficientes. Já 
em equinos o tratamento é a excisão cirúrgica da área afetada, mas apenas 
apresenta bons resultados em lesões pequenas e superficiais. 
Hoje em dia, sabe-se que a imunoterapia é uma alternativa de tratamento, feita 
através de um imunobiológico a partir de culturas do próprio agente, onde notou 
uma eficiência de 53% e de 75% quando associado a cirurgia. 
Portanto, conclui-se que uma das grandes dificuldades é em relação aos aspectos 
imunológicos e uso de imunoterápicos, pois são pouco explorados no tratamento 
destas micoses, além de ser desconhecido os mecanismos envolvidos nesta 
patogenia e resposta imunológica do hospedeiro. No entanto, a imunoterapia vem 
sendo uma proposta bastante promissora no tratamento desta doença, sendo 
necessário aprofundamento dos estudos e confirmação da sua eficácia e potencial.

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