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FARMACO - ANTIINFLAMATÓRIOS PARTE 2

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TÂMARA MELO - MEDICINA 
 
 
FARMACO - ANTIINFLAMATÓRIOS 
PARTE 2: 
continuação 
RESPOSTAS CELULARES A INFLAMAÇÃO: 
Nosso vaso sanguíneo conduz células que através da força de cisalhamento mantém as células no centro 
do vaso. 
 Quando ocorre a vasodilatação provocada pela histamina há uma redução da pressão no vaso, 
permitindo que leucócitos migrem para a periferia – esse processo é chamado de estase. 
Processo de rolagem: 
 Com a vasodilatação também haverá uma Alteração do fluxo sanguíneo. 
 Quando esses leucócitos ou neutrófilos migram para a superfície há a ligação de proteínas de 
superfície endoteliais com proteínas de superfície dos leucócitos. 
➢ Essa ligação por ser fraca e se fazer e desfazer diversas vezes provoca a rolagem do leucócito 
pela parede do vaso até que ele chegue ao local de lesão 
➢ Essa proteína se chama de L-selectina (no leucócito) e E-seletina (no endotelio) 
 À medida que esse leucócito vai rolando ele se direciona para o foco da lesão, que possui inúmeros 
mediadores inflamatórios e outras proteínas celulares. 
Processo de Fixação: 
 Tanto os leucócitos quanto o endotélio irão produzir outras proteínas de superfície celular permitindo 
uma ligação mais fixada/forte. 
➢ São as chamadas integrinas 
➢ Quando ocorre essa fixação esses leucócitos mudam sua conformação juntamente com o 
endotélio, possibilitando a Diapedese: Processo de saída do leucócito/neutrófilo do vaso para o 
local de lesão. 
Resposta celular: 
Essas células possuem receptores 
 Esses receptores possuem compartimento intracelular e extracelular (proteína trimérica com 
subunidade alfa, beta e gama) 
 A subunidade alfa se associa ao receber fosfato proveniente do atp se separando do complexo 
alfagama e doando esse fosfato para uma enzima chamada de fosfolipase A2 
➢ Essa enzima uma vez ativa vai até a membrana plasmática e causa a clivagem da membrana 
plasmática levando a formação de um composto chamado de ac. Araquidônico 
 Ele então sofrer ação de uma enzima induzida chamada de ciclo oxigenase do tipo 2 ou COX2 
➢ Ela irá converter esse ac. Araquidônico em um composto chamado de PROSTAGLANDINA 
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➢ Essa PROSTAGLANDINA pode ser convertida dentro da plaqueta e no endotélio em outros 
compostos 
Obs: quando falamos da via inflamatória temos que falar no processo de coagulação, já que os dois 
processos ocorrem simultaneamente. 
CONVERSÃO DA PROSTAGLANDINA NA PLAQUETA 
 O AC. Araquidônico vai ser capturado pela PLAQUETA e convertido por uma enzima constitutiva (Já 
está presente independente do processo inflamatório) em prostaglandina 
➢ A PROSTAGLANDINA na PLAQUETA também será convertida em tromboxana (TXA2) pela 
tromboxana sintetase. 
➢ A TXA2 promove a agregação plaquetária. 
 
Células estomacais: 
 As células estomacais possuem COX1 fazendo com que ocorra o aumento de PROSTAGLANDINA do 
tipo E 
 Ela por sua vez irá aumentar a produção de muco produzido no estômago 
No endotélio: 
 A PROSTAGLANDINA irá ser convertida em prostaciclina pela COX2. A prostaciclina inibe a 
agregação plaquetaria 
 A medida q esse processo inflamatório continua (processo de cronificação) esse ac. Araquidônico irá 
sofrer ação de outra enzima leucocitaria, a 5- lipoxigenase (5-LO) que vai converte-lo em leucotrieno 
 Tem como ação aumento do muco das vias aéreas e está muito relacionado a respostas asmáticas 
CLASSES FARMACOLÓGICAS AINES - ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS: 
 Indicados para inflamação moderada e severa. São subdivididos em 
 1. AINES NAO SELETIVOS : 
 Mecanismo de ação: Inibem tanto a COX1 quanto a COX2 
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➢ Resultando na não produção de PROSTAGLANDINA no leucócitos, na PLAQUETA(não permitindo 
a produção de tromboxana) e no estômago 
 Indicações: analgesia (leve a moderada), antitérmico, anti-inflamatório e anti-agregante plaquetário 
 Efeitos colaterais: formação de úlceras gastrointestinais pela redução da produção de muco e 
sangramentos provocados pela não formação da tromboxana impedindo a agregação plaquetarária. 
Toxidade hepática, inibição da função renal (pela redução da produção de prostaglandinas) e reações 
de hipersensibilidade. 
 Ex. Aspirina, ibuprofeno(mais seletivo pela cox2), diclofenaco ... 
 2. AINES SELETIVOS - COXIBS 
 Mecanismo de ação: atuam na ciclogenase, inibindo especificamente a COX2, porém também inibe um 
pouco a COX1 
➢ Ao inibir a COX 2 não haverá a produção de PROSTAGLANDINA no endotélio, inibindo a dor 
➢ Contudo, como a COX1 não será inibida haverá a conversão aumentada de PROSTAGLANDINA 
na PLAQUETA em tromboxana, aumentando a agregação plaquetária 
➢ Além disso, Como a prostaciclina depende de COX2 para ser formado ela não será produzida 
reduzindo a ação de antiagregação plaquetária. 
▪ Sendo efeitos colaterais: formação de trombos e IAM 
 Indicações: dor aguda, dor crônica, osteoartrite, dismenorreia primária 
➢ São muito utilizados para dores de moderadas a intensas 
Ex. Nimezulina, coxibes (Como o celebra/celecoxib e a arcoxia/eterocoxib e eritrocoxib) 
Esse processo interfere apenas na produção de PROSTAGLANDINA, contudo ainda haverá a produção 
de leucotrieno. Assim em uma resposta mais crônica (Como lúpus, asma...) o uso de aines não será 
efetivo, pois nesse tipo de inflamação a questão é a produção de leucotrieno e para isso usamos outro tipo 
de fármaco. 
ESTEROIDAIS – CORTICOIDES INIBEM A LIPOOXIGENASE A2: 
Também conhecidos como glicocorticoides, eles são hormônios produzidos pela supra-renal. 
 Mecanismo de ação: atuam diretamente inibindo a fosfolipase A2, quebrando toda a cascata de 
inflamação. 
➢ Inibindo tanto a via ciclooxigenase quanto a via lipooxigenase ou 5-LO (produção de leucotrieno) 
➢ Ao impedir a formação do ac. Araquidônico ele inibirá por completo a reação inflamatória. 
 Ação farmacológica: anti-inflamatórios e imunossupressores 
Podem ser divididos de acordo com o tempo de duração: 
 Ação curta 
➢ Hidrocortisona (cortisol) e a cortisona (não é tão utilizado) 
 Ação prolongada: 
➢ Dexametasona (decadron) e betametasona (diprospan/celetone) 
Indicações: 
Doenças alérgicas (urticaria, dermatite, edema), choque (hemorrágico, veneno de cobra, traumatismo, 
anafilaxia), artrite reumatoide, lúpus eritematoso, asma brônquica, AVC, doenças infecciosas (tuberculose, 
meningite...), transplante renal, psoríase, eczema e outros. 
 O uso por um tempo maior de 7 - 10 dias faz necessário um desmame de 2,5 em 2,5 mg. Isso ocorre 
devido o corticoide mimetizar o cortisol e inibir a SUPRARRENAL, não havendo produção de acth. 
 Se esse desmame não ocorrer à pessoa pode ir ao óbito em situação de estresse. 
 O corticoide tem uma fórmula muito parecida com a aldosterona levando a uma retenção de líquido e 
sais, o q vai provocar aumento da pressão arterial e inchaço. 
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Efeitos colaterais: 
 Leva um acúmulo de lipídeos na região central, desmineralização óssea, hipotireoidismo 
 Além disso, Seu uso pode causar síndrome de cushing por ingestão de corticoide. 
➢ Necessitando de um devido acompanhamento médico.

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