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O que é o direito? A ordem jurídica que regula comportamentos humanos de determinada sociedade organizada sob a forma de estado. Direito é um fenómeno humano e social. Ordem que é tutelada (protegida) pelo poder desse mesmo estado, capaz de impor as suas próprias normas e de sancionar (castigar) quem incumpra essas regras/normas. Direito cai sobre um sistema normativo (Conjunto de normas e regras) e para a organização da sociedade e (o cumprir da) conduta social tem como objetivo a regulamentação dos comportamentos e situações de vida. Direito está historicamente situado e condicionado no tempo e espaço. A fonte de normas não será sempre o Estado pois há normas emanadas (que nascem) de fontes infra-estatais. As normas do direito são dotadas de coação (obrigar pela intimidação/pela força) se for necessário. A ordem jurídica pode sancionar quem viole/cumpra as normas. O direito é composto por normas (*muitas delas obrigatórias - imperativas), mas as normas são apenas alguns dos elementos da ordem jurídica. Alguns destes elementos são… Normas (previsão/regulamentação); Princípios (informam o sistema jurídico); Instituições (Ex: Assembleia da República, família, …); Este conjunto de elementos fornece a matriz civilizacional do Estado. A violação de *normas imperativas gera sanções. O que é a ordem jurídica? A ordem jurídica é um fenómeno social. Designa se por um sistema de normas que regula a conduta humana e que, diferentemente das demais *ordens sociais, contém o elemento da coação, isto é, exige determinado comportamento expresso por uma norma ligando o comportamento oposto a um ato de coerção (apoiado no uso da força). A coercibilidade será característica da ordem jurídica? O Jusnaturalistas (é o Direito natural, ou seja, todos os princípios, normas e direitos que se têm como ideia universal imutável de justiça e independente da vontade. Para eles o direito é algo natural e anterior ao ser humano, devendo seguir sempre aquilo que condiz aos valores da humanidade como o direito à vida, à liberdade, à dignidade, etc… e ao ideal de justiça.) discordam, pois, para eles as normas são desprovidas de sanções. Estatalidade: qualidade ou condição do que é estatal. O que é a ordem social? As normas sociais são violáveis. O elemento normativo não significa a inviolabilidade da norma: “dever ser” (carácter de obrigatoriedade destes modelos de conduta) não significa “ter de ser”. Ex: Não se deve copiar segundo as normas, mas nada impede-nos de o fazer (é fisicamente possível). As normas sociais são imperativas, o que significa que não são alternativas de que os indivíduos dispõem para evitar consequências desagradáveis. Tipos de normas sociais:0078 Normas Religiosas; Normas Sociais; Normas Morais (bem e mal); Normas Jurídicas. Características da Norma Jurídica Hipoteticidade; Imperatividade (/Coercibilidade); Generalidade; Abstração; As regras juridicas podem ser impostas pelo Estado, enquanto as outras (Ex: leis da matemática, leis da matereologia, …) se limitam a constatar fenómenos ou a impor procedimentos, mas, neste caso, sem os poder impor pela força organizada do Estado. Tipos de sanções Sanção Penal; Sanção ContraOrdenacional; Sanção Civil; Sanção Disciplinar. Estrutura da Norma Jurídica A normas jurídica é a expressão objetiva do direito. É uma regra de conduta dos indivíduos em sociedade. É imposta obrigatoriamente sob ameaça de coacção para os desobedientes. No módulo lógico de uma norma jurídica (completa) podemos distinguir: Um antecedente ou previsão (hipótese legal, tipo legal, Facti-species); Um consequente ou estatuição; Ex: art. 483 do CC (Principio Geral): Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios (antecedente ou previsão) fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação. (consequente ou estatuição) Silogismo Judiciário Lógica do silogismo judiciário: Premissa maior - Representada pela norma; Premissa menor - Representada pela situação concreta (previsão); Conclusão - Consequência jurídica prescrita na estatuição da norma. Em termos gerais, a decomposição das normas juridicas permite revelar a presença de dois elementos fundamentais: a previsão e a estatuição. Previsão (suposição): Do ponto de vista jurídico, a previsão de uma norma constitui o enunciado de um facto, cuja verificação determinará uma certa consequência jurídica. A previsão descreve a realidade já percepcionada e marcada pelo di Estatuição (deliberação): Ex: art. 483 do CC (Principio Geral): Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação. A causou danos a B; A acha-se constituído na obrigação de indemnizar os danos causados a B. Tipos de Normas Jurídicas Quanto ao conteúdo: Premissas, Perceptivas, Proibitivas, Remissivas. Quanto ao efeito sobre a Ordem Jurídica: Inovadoras e interpretativas; Quanto à força jurídica: Imperativas e supletivas (serve de suplemento/completa); Quanto ao âmbito geográfico: Universais, Regionais e Locais; Quanto às situações a que se aplicam (regime diferente): (Normas gerais e normas especiais/excepcionais) As normas gerais constituem o regime regra para o setor da vida que regulam. Aplica-se apenas a situações que não caibam no regime especial. As normas especiais/excepcionais recortam uma parte daquele sector e estabelece para essa parte restritiva, por razões privativas dele, um regime oposto àquele regime regra. Regime mais adaptado a casos especiais. Ex: art. 219º do CC Estabelece o regime regra da consensualidade da declaração negocial, ou seja, a declaração negocial não está sujeita a formalidades especiais. art. 1143º CC Estipula que o contrato de mútuo superior a um certo valor só é válido se for celebrado por escritura pública. Quanto ao conteúdo Normas permissivas: Normas que autorizam/permitem um comportamento, “tu podes”; Normas perceptivas: Normas que consistem em ordens que impõe comportamentos positivos, “tu deves”; Normas proibitivas: Normas que interditam/proíbem determinado comportamento negativo, “tu não deves”; Normas remissivas: Normas que não facultam a todo o regime, apoiando-se noutras normas por si indicadas; Normas interpretativas: Clarifica o sentido de uma norma já existente (integra-se na lei interpretada); Normas Interpretativas: Clarifica o sentido de uma norma já existente. Integra-se na lei interpretada. Regula para o futuro e também retroactivamente (passado). Aplica-se a situações que já existem em virtude da lei anterior. Normas imperativas/injuntivas: Integram-se as normas preceptivas e as normas proibitivas, impondo ou proibindo determinadas condutas, nos termos já referidos. (Não podem ser afastadas pela vontade das partes) Normas supletivas/dispositivas: Integram-se as normas permissivas, também já assinaladas, a que agora se devem acrescentar as normas interpretativas e as normas supletivas. (Podem ser afastadas pela vontade das partes) Normas Inovadoras: Alteram a Ordem Jurídica. Rege apenas para o futuro. Normas determinadas: São de aplicação automática, são normas densas, que não exigem interpretação, preenchimento valorativa ou apreciação discricionária Normas indeterminadas: São vagas e exige, para a sua aplicação, um preenchimento valorativa, uma densificação. Ex: Normas permissivas: Art. 41º da Lei da Televisão; Normas perceptivas: Art. 11º do Código da Estrada; Normas proibitivas: Art. 131º do Código Penal; Normas remissivas: Art. 52º do Código Constituicional.(Não pretendem regular a matéria mas indicar norma aplicável ao caso concreto) Normas indeterminadas: Bons costumes, liberdade, boa fé. Proteção Coactiva Cumprimento coactivo (que constrange/obriga) da execução do processo civil. Afirmação normativa: Deve ser = normas Afirmação descritiva: Ser = factos Instituto Jurídico Realidades organizadas juridicamenteem torno de uma ideia central. Normas autónomas (completas): As normas autónomas são aquelas que apresentam um sentido completo, por esgotarem, em si mesmas, a previsão e a estatuição consequente. Ex: art. 66º, nº1 do Código Civil A personalidade se adquire no momento do nascimento completo e com vida. Normas não autónomas (incompletas): Falta uma eficácia plena, por só alcançarem a totalidade da previsão e da estatuirão através de remissões para outras normas. Ex: art. 876º, nº1 do Código Civil Determina que não podem ser compradores de dois ou direito litigioso, quer directamente, quer por interposta pessoa, aqueles a quem a lei não permite que seja feita a cessão de créditos ou direito litigiosos, conforme se dispõe no capitulo respetivo. Existem certas normas que impõe, vedam ou permitem certas condutas. Exemplo de imposição: art. 44º, nº1 RJUE (Regime Jurídico de Urbanização e Edificação); Exemplo de proibição: Quase todas as normas do Código Penal; Exemplo de permissão: art. 45º, nº1 RJUE Ramos e divisões do direito As principais divisões do direito são… Direito público Vs Direito privado Direito interno Vs Direito internacional Direito público Vs Direito internacional Direito Público: Conjunto de normas juridicas que visam a tutela de interesses coletivo (prossecução de um interesse coletivo); Direito Privado: Conjunto de normas que tutela os interesses individuais/particulares (Pode ou não proteger um interesse público); Exemplos: Direito público: direito constitucional; Direito privado: direito civil; Direito interno Vs Direito internacional Direito Internacional: É o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores (sujeito de direito internacional) que compõem a sociedade internacional. Sujeitos que pertencem ao direito internacional como por exemplo Estado-nação (que emerge com o principal sujeito do cenário internacional) e organizações internacionais (como as Nações Unidas, a União Europeia, UNESCO). O Direito internacional requer tratados, fontes e convenções que são necessários para o impôr de regras acordadas pelos sujeitos dessa organização. Direito Interno: Conjunto de normas que regulam as relações juridicas travadas no seio de um dado Estado.4.
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