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A IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS MONITORADOS 
EM PACIENTES CHAGÁSICOS 
 
PUGAS, J. A. S.1; SILVA, S. R. L²; SMANIOTO, M.3; NUNES, C. O.4; GONÇALVES, L. F.5 
1Acadêmica do curso de Fisioterapia no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. E-mail: julia.a.s.p.fisio@gmail.com. 
2,3,4Acadêmicas do curso de Fisioterapia no Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. 
5Fisioterapeuta. Mestre em Saúde Coletiva. Professora no Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Luterano de Palmas – 
CEULP/ULBRA. 
 
RESUMO: A doença de chagas é considerada uma das principais causadoras de insuficiência cardíaca 
(IC) no Brasil. A IC revela-se como um importante problema de saúde conferindo significativa morbi-
mortalidade nos pacientes acometidos. O tratamento precoce da Doença de Chagas bem como em 
outras patologias cardíacas é fundamental para uma reabilitação e obtenção de um prognóstico 
positivo nos primeiros estágios da doença. Este estudo trata-se de um revisão teórico conceitual que 
teve por objetivo de identificar a importância dos exercícios fisioterapêuticos monitorados em 
pacientes chagásicos. Foi possível analisar com este estudo que a progressão patológica da doença de 
Chagas pode ser minimizada pela segurança cardiovascular proposta pelos exercícios físicos 
orientados e monitorados por fisioterapeutas, garantindo controle da sobrecarga do coração por 
diminuição da pressão arterial, e melhora da aptidão funcional tão importante na qualidade de vida dos 
pacientes com a doença de Chagas. 
 
PALAVRAS CHAVE: chagas; Fisioterapia; exercícios físicos. 
 
INTRODUÇÃO: A Doença de Chagas chamada de Tripanossomíase Americana, é uma infecção 
causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, sendo transmitida por insetos, conhecidos no Brasil 
como barbeiros, pertencentes aos gêneros Triatoma Rhodnius e Panstrongylus. A transmissão dessa 
patologia ocorre pelas fezes do barbeiro, na amamentação, via placentária, transfusões sanguíneas, 
acidentes com instrumentos de punção em laboratórios, ingestão de carnes de animais silvestres (sem a 
devida preparação) e na polpa do açaí mal higienizado. Os sintomas da doença de Chagas podem 
variar durante o curso da infecção. À medida que a patologia progride, durante até vinte anos, os 
sintomas se cronificam e agravam em sua forma digestiva, nervosa e cardiovascular. Com um quadro 
clínico de disritmias, insuficiência cardíaca congestiva, síndrome tromboembólica e cardiopatia 
silenciosa. A Doença de chagas é considerada umas das principais causadoras da insuficiência 
cardíaca no Brasil. A reabilitação cardíaca está sendo utilizada como um tratamento não 
farmacológico, com embasamento em exercícios físicos monitorados (frequência cardíaca, pressão 
arterial, saturação de oxigênio e avaliação do esforço percebido) antes, durante e após a intervenção 
fisioterapêutica. 
 
MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo teórico conceitual realizado no mês de agosto de 
2018 em consulta à referências publicadas na língua portuguesa entre os anos de 2008 a 2018 em 
consulta aos bancos Scientific Eletronic Library Online – SCIELO, Google Acadêmico e Literatura 
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS utilizando palavras chaves e 
descritores da saúde relacionados ao tema. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os sintomas da doença de Chagas podem variar durante o curso da 
infecção. No início dos anos, na fase aguda, os sintomas são geralmente ligeiros, não mais do que 
inchaço nos locais da infecção. À medida que a patologia progride, durante até vinte anos, os sintomas 
se agravam. Os pacientes acometidos podem ter limitações importantes na reserva pulmonar e 
cardiovascular que limitam gravemente suas atividades cotidianas. As implicações das mudanças de 
hábitos de vida levam um tempo para serem absorvidas pelo organismo sendo necessário uma 
monitorização contínua (KISNER, 2005). A intervenção fisioterapêutica tem sido descrita como 
benéfica inclusive em pacientes sedentários que se dispuseram a realizar atividades leves no seu dia a 
dia obtiveram resultados significativos em sua pressão arterial sistólica e diastólica, com uma melhora 
no funcionamento do miocárdio, o qual relata também que o treinamento físico melhora parcialmente 
a função cardiovascular pelo aumento da atividade vagal (diminuindo a frequência cardíaca), melhora 
do volume sistólico, da perfusão muscular, o aumento do metabolismo oxidativo, melhora na resposta 
neuro-humoral e principalmente redução da atividade simpática, que é o mecanismo que desencadeia 
todo um processo de sobrecarga do miocárdio. A intensidade do exercício adequada ao quadro clínico 
do paciente reduz a fadiga e da dispneia ao exercício, que é comum nos pacientes com insuficiência 
cardíaca chagásica (OLIVEIRA, 2011). Foi realizado um estudo comparativo de mulheres com a 
Doença de Chagas na Universidade Federal de Maringá, onde as 14 voluntárias foram divididas em 
dois grupo, na qual 7 delas participaram da intervenção fisioterapêutica e monitoração e as outras 7 
apenas foram monitoradas. Foram avaliados os sinais vitais: pressão arterial, frequência cardíaca e 
respiratória e níveis de capacidades expiratórias e inspiratórias. A intervenção fisioterápica consistiu-
se em exercícios aeróbicos e de alongamento com duração de 30 a 60 minutos duas vezes na semana 
num período de 6 semanas. Foi observado diminuição da Pressão Arterial demonstrando melhorar a 
independência funcional pelo aumento da aptidão física e pela redução dos sinais e sintomas de 
intolerância ao exercício que é um dos sintomas existentes em pacientes em estágios mais graves da 
doença (MENDES, 2011). Segundo Oliveira (2011) “Programas de reabilitação cardíaca reduzem a 
mortalidade relacionada a todas as causas em 27% e a mortalidade cardíaca em 31%.” Dessa forma a 
eficácia dessa importante modalidade terapêutica indica sua maior aplicabilidade no tratamento 
reabilitativo. Durante o estudo elaborado por ROCHA (2008) foram iniciados uma pesquisa com 3 
voluntários onde dois deles faleceram, algo esperado devido a alta taxa de mortalidade que acompanha 
a doença. A voluntária que restou participou em todos os procedimentos da pesquisa, desde a 
avaliação até as sessões de reabilitação cardíaca. Este estudo envolveu a participação de uma 
voluntária com 58 anos de idade, com Insuficiência Cardíaca Congênita classe IV de etiologia 
chagásica. Foi assinado um ou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que lhe conscientizou 
sobre todos os procedimentos aos quais seria submetida. Primeiramente foi realizado o teste 
Ergoespirométrico, teve a utilização da esteira rolante elétrico-magnética, analisador de gases, 
cardiofreqüencímetro e Eletrocardiograma com 12 derivações simultâneas. Esta avaliação ocorreu 
durante os períodos pré e pós-treinamento. A voluntária foi orientada a realizar o máximo de esforço 
durante o teste. O programa de treinamento consistiu em sessões de reabilitação cardíaca, antes do 
início de cada sessão foram analisadas as auscultas cardíacas e pulmonar em pé, e a paciente foi 
questionada quanto ao seu bem-estar. O treinamento ocorreu em 3 vezes semanais com 50 minutos 
cada sessão. O tratamento consistiu em alongamento inicial, aquecimento, fase aeróbica, 
desaquecimento, alongamento final e relaxamento, em todas as fases do tratamento a voluntária estava 
sendo monitorada. Os parâmetros de segurança utilizados foram PA, Frequência Cardíaca de 
Treinamento (FCT) e Escala de Borg. O tratamento ocorreu em 16 semanas com índice de presença da 
paciente de 75% sendo que as faltas foram justificadas por problemas de saúde tais como bronquite, 
dores no peito e inchaços nos membros inferiores e superiores. O Teste Ergoespirométrico indicou 
melhoras acentuadas quanto à sua duração e VO2 pico. A duração do teste variou de 9 minutos, 28 
seg. para 15 minutos 50seg, o que aponta uma melhora de 67,33% de um teste para o outro. (Figura 1) 
Figura 1: Valores de duração do testeErgoespirométrico 
A avaliação da qualidade de vida apresentou melhora referente ao questionário que corresponde a 
93,33%. Os pontos obtidos através do questionário em momentos pré e pós-treinamento 
corresponderam, respectivamente, a 58 e 30. Essa melhora pode ser observada no cotidiano da 
voluntária. Os resultados podem ser observados facilmente no gráfico. (Figura 2) 
 Figura 2: Comparação dos resultados do pré e do pós treinamento 
Segundo Souza (2008), uma prescrição de exercícios bem elaborada deve utilizar de forma harmônica 
as seguintes variáveis: tipo de atividade, frequência, duração e intensidade de treinamento, sempre 
considerando os objetivos pessoais de cada indivíduo. O teste de esforço é considerado o melhor 
método de avaliação da capacidade funcional em pacientes com insuficiência cardíaca congênita 
(OLIVEIRA, GUIMARÃES, BARRETTO, 1996), pois o exercício, por si só, produz importantes 
variações do desempenho cardíaco, como o aumento da frequência cardíaca e da força de 
contratilidade miocárdica e a diminuição da resistência periférica (OLIVEIRA, GUIMARÃES, 
BARRETTO, 1996). Como observamos nos gráficos anteriores, os resultados foram gratificantes pois 
podemos notar melhora na qualidade de vida da paciente. Dessa forma, fica aparente que o 
treinamento físico utilizado contribuiu de forma efetiva para a melhora da capacidade funcional da 
voluntária avaliada. 
 
CONCLUSÃO: A reabilitação cardíaca composta por exercícios fisioterapêuticos monitorados 
configura-se importante no tratamento ao paciente com Chagas pois sem uma avaliação adequada da 
intensidade, e o monitoramento garantindo a execução e progressão seguras podem agravar o quadro 
delicado de insuficiência cardíaca presente na evolução da doença. A intervenção reduz sinais e 
sintomas de intolerância aos esforços, diminui a sobrecarga cardíaca por controle da pressão arterial, e 
melhora da independência funcional tão importante na garantia de qualidade de vida do paciente. 
 
REFERÊNCIAS: 
COSTA, Lucimery Macedo, et al, Efeito do exercício físico regular sobre o período bioquímico e a 
capacidade aeróbica máxima na doença de Chagas: estudo de caso: Revista Científica da 
Universidade Franca, São Paulo, 2007 (acesso Online, 31/07/2018 às 22:11 horas). 
MENDES, Marcela de Fatima Arnoni, et al, Exercício físico aeróbico em mulheres com doença de 
Chagas, Revista Fisioterapia em Movimento, Curitiba, 2011 (acesso Online, 31/07/2018 às 22:11 
horas). 
OLIVEIRA JR, M. T.; GUIMARÃES, G. V.; BARRETTO, A. C. P. Teste de 6 minutos em 
insuficiência cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 67, n. 6, p. 373- 374, 1996. 
OLIVEIRA, Cláudia Rosa. Avaliação da Pressão Arterial em pacientes Hipertensos com 
cardiopatia Chagásica crônica, antes e após o programa de exercícios. Rio de Janeiro, 2011 
(acesso online, 28/08/2018 às 13:56) 
PEREIRA, José Borges, et al, Evolução da Cardiopatia Chagásica Crônica Humana no Sertão do 
Estado do Paraíba, Brasil, no período de 4,5 anos: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina 
Tropical, Paraíba, 1990 (acesso Online, 31/07/2018 às 19:54 horas). 
SOUZA, Ana Carolina Rocha Fiori. Reabilitação Cardíaca em Chagásicos com influência Cardíaca 
Congestiva Classe IV: Revisão da Literatura e Relatório de Acompanhamento Individual, 
Campinas, 2008 (acesso Online, 31/07/2018 às 19:41 horas).

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