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Constestação Trabalhista - Atividade 03

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Nome: Hugo Medeiros Santos Periodo do NPJ: Noturno
Matricula: 201512518573 Horário: 18:30
Professora: Audrey Atividade: 03
 
CONTESTAÇÃO TRABALHISTA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS – PARÁ.
Autos nº (...)
PIZZARIA GOURMET LTDA. pessoa juridica de direito privado, inscrita no CNPJ n°..., endereço eletrônico ..., com sede no endereço..., cep: ..., vem, por seu advogado abaixo assinado, procuração anexa, endereço eletrônico..., com escritório no endereço..., cep:..., onde recebe intimações e notificações, com fundamento no art. 847 da CLT, apresentar
CONTESTAÇÃO
à reclamação trabalhista que lhe move TITO, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e direito a seguir expostas.
.
1. DOS FATOS
O reclamante aduz em sua inicial que foi contratado a partir do dia 15/12/18 pela reclamada para trabalhar como motoboy, e cumpria jornada das 18h as 3h30, por seis dias semanais, com intervalo de 40 minutos para refeição, onde sua carteira de trabalho estava devidamente assinada, com o valor de 1 salario minimo mensal.
Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais.
No mês de agosto de 2019, Tito a entrega de uma pizza para um cliente equivocadamente, pois, o cozinheiro da pizzaria se confundiu ao preparar uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a este produto.
Ao ver a pizza errada, o cliente tomado por raiva começou a xingar e ameaçar Tito, e logo após soltou seus cachorros, dando ordem para atacar o requerente que foi lesionado gravemente.
Por conta do ocorrido e das lesões causadas pelos animais, Tito precisou afastar-se por 30 dias da sua função e também necessitou comprar vacina antirrábica, que lhe custou R$ 30,00.
Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias.
Nos contra cheques de Tito, constam, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31 ,80 a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto.
Tito foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho.
	 2. DO DIREITO
2.1.PRELIMINARMENTE
A) DA IMPUGNAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA
No âmbito do processo do trabalho, este benefício somente pode ser concedido quando presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo Art. 14 da lei 5.584/70, motivo pelo qual, não estando presentes esses requisitos, deve ser indeferida a concessão desde benefício à reclamante.
Com efeito, o reclamante passou a receber o benefício previdenciário, bem como seus valores rescisórios. Não possui quaisquer encargos que possam impedir sua contribuição processual. Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária, visto que destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família, não sendo este o caso do demandante.
A simples declaração de pobreza não tem, no processo do trabalho, a mesma força que possui na justiça comum. Isto é, não basta a simples declaração para o requerente ser considerado impossibilitado de sustento próprio, deve haver comprovação, mediante atestado da autoridade local do ministério do trabalho (artigo 14, parágrafo 2º da lei 5.584/70) da situação econômica peculiar.
Na espécie, o reclamante, contrariando dispositivo constitucional, não comprovou a condição alegada. Assim, em sede preliminar, requer-se o indeferimento do pedido de justiça gratuita.
B) DA INÉPCIA DA INICIAL
Considerando os princípios da informalidade e da simplicidade que orientam o processo do trabalho, deve o reclamante, de forma sucinta, indicar na petição inicial a causa de pedir, formada pelos fatos essenciais de causa e pelos fundamentos jurídicos do pedido conforme artigo 840, parágrafo 1º da CLT, uma vez que o reclamante não traz elementos que possibilitem o julgamento de determinado pedido.
3. DO MÉRITO
A) DO NÃO CABIMENTO DA PERICULOSIDADE
O reclamante postulou periculosidade porque afirma que trabalhava com risco (utilizando motocicleta). Fazendo em média 10 entregas em seu turno de trabalho.
Entretanto, conforme súmula 364, I do Tribunal Superior do Trabalho, será indevido o adicional de periculosidade quando o contato se dá de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido, como no caso em reclamação.
Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de periculosidade.
B) DO NÃO CABIMENTO DA INTEGRAÇÃO DE GORJETAS E RETIFICAÇÃO DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Observa-se que as gorjetas oferecidas espontaneamente pelos clientes ao reclamante eram disponibilizadas para o mesmo, as mesma integram a remuneração do empregado mensalmente, não servindo de base de cálculos para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras, e repouso semanal remunerado, nesse cenário, não cabendo também a anotação/ retificação da Carteira trabalho e previdência social. Súmula 354 do Tribunal Superior do Trabalho.
C) DO NÃO CABIMENTO DE DEVOLUÇAO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL.
De acordo com o artigo 578, da Consolidação das Leis Trabalhistas, a contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional. Portanto, compete ao empregador recolher a contribuição sindical no valor citado na inicial, regido pelo artigo 7, inciso IV, da Constituição Federal. RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA. COBRANÇA. NATUREZA JURÍDICA TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE. RENÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos termos dos artigos 578 e 5 79 da CLT, a contribuição sindico al é obrigatória, tem natureza jurídica tributária e alcança todos os membros da categoria profissional ou econômica. Sua exigibilidade não viola o direito de livre associação e sindicalização, na medida em referido tributo foi recepcionado pela Constituição Federal, estando previsto na parte final de seu art. 8.º, IV. Pôr o outro lado, não pode o sindicado renunciar ao
recebimento da referida contribuição, por não ser o seu único destinatário. (TST - RR: 3823120125150001, Relator: Delapide Miranda Arantes, Data de Julgamento: 17/10/2017, 2ª Turma, Data de P publicação: DEJT 27/10/2017)
D) DAS HORAS EXTRAS E INTERVALOS INTRAJORNADAS.
O reclamado alega que trabalhava 06 dias na semana, oito horas e cinquenta minutos por dia, requerendo indenização de horas extras trabalhadas. Em que pese o pleito de horas extras, e reflexos, a conta de intervalo intrajornada legal mínimo alegadamente desrespeitado, no entanto tendo descrito nos autos no sentido de que o próprio reclamante apenas fazia 10 entregas por período trabalhado, bem como a permissão para fazer refeição no local e de sua escolha, demonstra que havia a fruição de tal repouso, levando em consideração que para concluir as entregas não levaria todo o tempo contestado pelo empregado, resta fulminada a pretensão au toral, improcedendo referido pedido.
E) ADICIONAL NOTURNO E REFLEXOS.
O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. Segundo o artigo 73 da consolidação das leis trabalhistas, a jornada de trabalho noturna é aquela realizada integralmente entre às 22 horas de um dia e às 5 horas da manhã do dia seguinte em áreas urbanas. No caso do reclamante, não compreendia os horários exigidos em lei. Em consonância com a súmula 60, inciso II do Tribunal Superior do Trabalho.
Súmula nº 60, II do Tribunal Superior do Trabalho Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Deste modo, nenhum valor é devido de adicional noturno, muito menos de reflexos.
Ambos os pedidos devem ser impugnados.
F) DO NÃO CABIMENTO DO DANO MORAL
Para que haja o dever de reparar há que estar presente a conduta culposa do agente pela prática de um ato ilícito, o dano suportado pela vítima a e o nexo causal.
No caso concreto, inexiste qualquer ato culposo da Reclamada, haja vista que o Reclamante não citou atraso ou não pagamento do salário, subentende-se que havia o pagamento em dia.
Desta forma, é descabida a pretensão de auferir danos morais, restando assim, evidente que sua intenção era perquirir enriquecimento ilícito em detrimento de outrem.
Para ensejar o Dano Moral, é imprescindível sua comprovação, o nexo causal entre o ato ilícito do reclamado em desfavor do reclamante, colacionando neste sentido
jurisprudência majoritária em que, inexistindo um dos fatores referido, descaracterizado resta o Dano Moral, senão vejamos:
DANO MORAL.
Para averiguação do dano moral, é preciso observar que deve estar fundamentado na firme comprovação de danos aos direitos relacionados à intimidade, à vida privada, a honra e a imagem da obreira, ser irrefutável a relação de causalidade entre o eventus damni e a conduta do empregador, que agiu de maneira intencional, ou que, agindo com negligência ou imprudência, deu causa ao dano suportado pelo empregado.
Assim, descabido o dano moral ante a insuficiência de comprovação de sua ocorrência, qual seja demonstrar devidamente o nexo causal e o dano efetivamente sofrido.
(TRT-16 7 14200900716001 MA 00714 -2009-007-16- 00-1, Relator: JAMES MAGNO
ARAÚJO FARIAS, Data de Julgamento: 18/05/2010, Data de Publicação: 31/05/2010).
Assim resta demonstrado que a indenização pretendida não é devida, haja vista a reclamada não ter dado causa a nenhum constrangimento, humilhações entre outras Situações que poderiam ensejar a indenização.
G) DO NÃO CABIMENTO DA INDENIZAÇÃO PELOS GASTOS.
Conforme artigo 927 do código civil, é claro no que diz respeito a obrigação de
indenizar. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Resta demonstrado que a indenização pretendida não é devida, haja vista a reclamada não ter dado causa a conduta que teve como consequência a necessidade de compra da vacina antirrábica.
H) DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS
Tratando-se de litígio decorrente da relação de emprego, nos termos da instrução normativa de número 27/2005 do Tribunal Superior do Trabalho, nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são disciplinados na lei 5.584/70.
Não preenchidos os requisitos do artigo 14 da referida lei, uma vez que não consta nos autos, credencial sindical, não faz jus ao reclamante ao pagamento de honorários advocatícios. Aplicação ao caso do entendimento consubstanciado nas súmulas 219 e 329 do Tribunal Superior do Trabalho.
Assim, requer que seja indeferida a condenação de honorários advocatícios.
4.DOS PEDIDOS
Caso ocorra uma condenação da Reclamada que sejam compensados o s valores já pagos ao Reclamante.
Requer que seja a pretensão do reclamante julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE no mérito em relação a todos os pedidos constantes da inicial, principais, sucessivos e sucessórios, pelos fatos e fundamentos jurídicos sustentados no decorrer da presente peça processual.
O reclamado impugna na totalidade documentação juntada ao s autos pelo reclamante, haja vista que imprestável para fazer prova da pretensão contida na presente reclamado ria.
Nestes Termos, 
Pede deferimento. 
Parauapebas/Pará 
Data
Advogado OAB n° xxx

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