Buscar

PAPÉIS AVULSOS - RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PAPÉIS AVULSOS
- Machado de Assis
● Ironia, humor, crítica, análise psicológica, niilismo, pessimismo, conversa com
o leitor, intertextualidade, aparência x essência
- 1822
- Fase realista
- 12 contos
Estrutura:
- Advertência
● Apesar de serem contos separados, há pontos comuns
- 1. O alienista
● Loucura
● Casa Verde
● Inconstância das teorias
● Cientificismo
- 2. Teoria do medalhão - Diálogo
● Diálogo entre pai e filho
● Aparência x Essência
- 3. A chinela turca
● Realidade e sonho
● Antirromantismo
● O fantástico
- 4. Na arca - 3 capítulos inéditos da Gênesis
● Comportamento humano
● Recriação da linguagem bíblica
● Versículos
- 5. D. Benedita - Um retrato
● Veleidade
● Volubilidade
● Inconstância da protagonista
- 6. O segredo do Bonzo - Capítulo Inédito de Fernão Mendes Pinto
● Charlatanismo
- 7. O anel de Polícrates
● Linguagem entre os personagens A e Z
● Intertextualidade
- 8. O empréstimo
● Anedota
- 9. A Sereníssima República (Conferência do Cônego Vargas)
● Alternativas Eleitorais
● Forma Alegórica
● Conferência
- 10. O espelho - Esboço de uma nova teoria da alma humana
● Aparência x Essência
● O fantástico
- 11. Uma visita de Alcibíades
● Estratégia epistolar
● O fantástico
- 12. Verba testamentária
● Comportamento patológico
● Inveja
ADVERTÊNCIA
Machado diz que “Papéis Avulsos” significa um amontoado de obras para que elas não se
percam no tempo, avisa que se olhar para os títulos parecem ser contos separados
(avulsos). Em parte está certo e, em parte, não, pois existem pontos comuns entre as
obras, ou seja, existe unidade temática Machadiana
Escrever faz bem para alma e é possível retirarmos sabedoria dos contos (ironia, pois ele
diz que talvez se possa tirar sabedoria, mas é óbvio que tiramos).
1. O ALIENISTA - 1881
- Machado de Assis
- Papéis Avulsos - 1882
- Sátira da loucura
- Inspirado no conto de Edgar Allan Poe “O sistema do doutor Alcatrão e do professor
Pena” , 1845
- 3ª pessoa: As crônicas da Vila de Itaguaí já diziam ...
- Maior crítica ao cientificismo: tudo que Simão Bacamarte quer, ele consegue
- Ironia crítica
● A ciência do século XIX
● Aos limites - loucura x lucidez
● Percebemos a ironia quando Machado conta que Simão Bacamarte escolheu
sua mulher pelas qualidades biológicas e era grato por ela ser feia para não
distraí-lo. Tentaram de tudo, mas ela acabou por não ter filhos. A
descendência Bacamarte não existiu (é atribuída a culpa na mulher)
- Itaguaí - RJ
- As crônicas … falam que ali viveu um grande alienista
- Simão Bacamarte S2 D. Evarista
● SB: a ciência é sua vida
● SB: constrói manicômio (Casa verde)
● Não conseguem ter filho
- Personagens
● DR. SIMÃO BACAMARTE
- Protagonista
- Vive para a ciência, não é ganancioso, ambicioso, político, todas suas
ações são genuinamente feitas pela ciência.
- Fez a classificação dos loucos (loucos de amor, loucos de
grandiosidade).
- Seu tempo é sempre direcionado para os seus estudos
- Prende Crispim (pela irracionalidade de mudar de lado), Porfírio
(prende por se rebelar e por não se rebelar, posteriormente),
D.Evarista (indecisão do colar), Mulher de Crispim, Padre Lopes.
● D. EVARISTA
- Esposa do Simão Bacamarte
- Não era bonita, nem simpática, foi escolhida por Simão Bacamarte por
parecer-lhe fértil
- Extremamente vaidosa (tinha orgulho de ser mulher do médico da
cidade)
- Era viúva antes de casar com Bacamarte.
- Sempre respeita o marido
- MESMO SENDO PRESA ELA NÃO GUARDA RANCOR DO MARIDO
E O AMA AINDA MAIS
● CRISPIM SOARES
- Boticário
- Amigo Simão Bacamarte
- Puxa saco
- Muito apegado à mulher: “não passara um dia fora do lado dela”
- Crispim Soares, com medo de ser preso, vai para o lado de Porfírio.
Mesmo sendo amigo íntimo de Bacamarte.
- MESMO PRESO A AMIZADE ENTRE OS DOIS SE FORTIFICA NA
SOLTURA
- MULHER DE SOARES É PRESA NA SEGUNDA TEORIA, QUE NEM
O PADRE LOPES.
- Crispim fica puto com Bacamarte, mas aceita a decisão de Bacamarte.
Bacamarte deixa Crispim ficar com a mulher até ela melhorar, mas ele,
com medo de ser preso de novo, recusa (egoísmo). O intermédio das
notícias ocorre por D.Evarista
● PADRE LOPES
- Vigário local
- É PRESO NA SEGUNDA TEORIA (POR SER PERFEITAMENTE
NORMAL) SUA PRISÃO SÓ FOI FEITA DEPOIS DE MUITA
PESQUISA
● JOÃO PINA
- Outro barbeiro
- Faz um novo golpe quando Porfírio não fecha a casa verde. Ele tira
Porfírio do governo e assume a presidência da Câmara
● PORFÍRIO, o barbeiro
- Revolta-se contra o Alienista
- Com o tempo, representa a ambição de poder
- Após a prisão de Coelho ele inicia a rebelião.
- Ganhou muito dinheiro com a casa verde, pois Bacamarte o
requisitava para fazer sessões de sanguessuga nos pacientes. “o
interesse particular deve ceder ao público”
- Rebelião é associada à queda da bastilha
- Sempre quis ser vereador, mas por sua origem humilde, não
conseguia. Viu, na rebelião, a possibilidade de conquistar a
presidência da câmara.
- Quando toma posse é o “Protetor da Vila Porfírio Caetano das Neves”.
● COSTA
- Recebe uma herança do seu tio Dom João IV. Essa herança era
suficiente para durar a vida inteira, mas ele foi distribuindo ela, dando
empréstimos e acabou o dinheiro. Quem devia para ele, não pagava.
Ele era explorado, mas ficava sempre risonho. Foi capturado por
Bacamarte e a sociedade fica surpresa.
● PRIMA
- Prima de Costa vai tentar ajudá-lo e conta para Bacamarte que não
era culpa dele emprestar e perder o dinheiro assim. O tio deles era
uma pessoa ruim e jogaram uma praga nele, que a herança seria
perdida. Bacamarte prende a prima por acreditar nessa história.
● MATEUS
- Tinha uma casa maravilhosa, um jardim maravilhoso e ele se
orgulhava muito da sua aquisição. Pela manhã ele se senta no jardim
e fica contemplando a casa. Ele deixava as janelas abertas e ficava na
varanda posando para que todos pudessem vê-lo. Esse homem
enriqueceu na fabricação de albardas (celas de cavalo)
● MARTIM BRITO
- É preso por realizar um discurso muito meloso feito à D.Evarista no
jantar de volta do RJ. Todo mundo acha que é por ciúmes a prisão,
MAS LEMBRE QUE BACAMARTE SÓ AGE PELA CIÊNCIA.
● COELHO
- Amigo do barbeiro Porfírio. Era um homem que adorava fazer
discursos longos, não parava de falar. Quando ele é preso é que
Porfírio começa a rebelião. Padre Lopes não gosta do Coelho por
causa dos discursos demorados.
● SEBASTIÃO FREITAS
- muda de opinião quando escuta “queda da bastilha”
● GALVÃO
- Vereador que é contra a não prisão dos vereadores.
- Método de SB
● 1º momento: loucos = monomaníacos
- não encontra a cura
● 2º momento (1ª TEORIA): loucos = desvios de valor, caráter, comportamento,
ética
- ocorre a revolta dos canjicas
- liderada pelo barbeiro Porfírio
- prende 80% da cidade
● 3º momento (2ª TEORIA): loucos = sem desvios de moral, caráter,
comportamento, ética
- menos de 20 pessoas
● 4º momento: o único louco: ele mesmo
- 3 teorias sobre a loucura
● 1ª - qualquer desvio é loucura
● 2ª - perfeição é loucura
● 3ª - não existem loucos em Itaguaí
- Crítica ao cientificismo do final do século XIX
CAPÍTULO 1 - DE COMO ITAGUAÍ GANHOU UMA CASA DE
ORATES
- “As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um
certo médico, o Dr. Simão Bacamarte”
- Simão Bacamarte
● Formou-se em Portugal, mora em Itaguaí
● Aos 40 anos casou-se com D. Evarista (viúva): achava que ela tinha
condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem e por isso,
daria a ele filhos, mas não deu
● Dedicou-se a estudar o psíquico
● Convenceu a câmara dos vereadores a construir um hospício, a casa
verde, na Rua Nova, a mais bela rua da cidade
● “Corão que Maomé declara vulneráveis os dois, pela consideração
que Alá lhes tira os juízo para que não pequem”. Bacamarte coloca a
inscrição na frente da casa verde (Orates), mas atribui ao Benedito
VIII, por “medo” do vigário.
● Casa Verde foi por causa das janelas verdes
● Sete de festa para comemorar a abertura da casa de Orates.
CAPÍTULO 2 - TORRENTES DE LOUCOS
- No primeiro momento ele tá prendendo os loucos consagrados, ou seja,
aqueles que ninguém contestaque são loucos
- Casa Verde fica cheia e é necessário aumentá-la
- Inicialmente classificou os loucos em dois grupos: os agressivos e os
mansos. Mas, depois, ele vai aumentando as classificações.
- Tem uma conversa sobre o estudos dele com o puxa saco do Crispim
- O Bacamarte deixa a mulher esquecida
CAPÍTULO 3 - DEUS SABE O QUE FAZ !
- D. Evarista se sente sozinha, pois Bacamarte não dá atenção para ela: “quem
diria que meia dúzia de lunáticos”.
- Bacamarte propõe que ela vá para o RJ com uma grande comitiva (a tia, a
mulher de Crispim, a mulher do boticário, um padre amigo e mais umas
mucamas). Na despedida, D. Evarista chora pela despedida. Bacamarte
continua frio como sempre.
- Enquanto Crispim fica triste (nunca tinha passado um dia sequer longe de sua
amada) pela ida de sua mulher, Simão Bacamarte continua focado na ciência
CAPÍTULO 4 - UMA TEORIA NOVA
- Simão Bacamarte diz a Crispim que ele acha que existem muito mais loucos
do que ele imaginava, amplia o território da loucura
- Expansão da teoria da loucura: “achava que a loucura era uma ilha, mas
percebo que é um continente”.
- Para embasar essa sua nova tese, de que a loucura abrangia muitas
pessoas, ele usou como base a história, principalmente de Itaguaí, mas cita,
também, os casos mais célebres de loucura na história humana: Sócrates,
Calígula, Nero, Maomé...
- Bacamarte tem dois jeitos de espalhar sua descoberta: pregar cartazes ou
utilizar a MATRARCA. MATRARCA vai ser muito utilizada no conto para fazer
a transmissão das notícias importantes. Um dos vereadores (um que foi
contra a construção da casa verde) até acabou recebendo o título de
encantador de cobras pela população de tanto que ele utilizava a MATRARCA
para espalhar a notícia
- 1ª teoria: a razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí
insânia, insânia e só insânia (loucura)
- Padre Lopes contesta a teoria de Bacamarte. O vigário dizia que a divisão
entre loucura e sanidade era bem delimitada. Para quê tentar entrar em
minúcias?
- A partir da teoria, qualquer pessoa que não tivesse as plenas faculdades
mentais seria presa.
CAPÍTULO 5 - O TERROR
- Passa a ocorrer internações de pessoas conhecidas aparentemente sadias
- 1º foi o Costa porque desperdiçou a herança que recebera e não cobrava os
que lhe deviam; sua prima foi conversar com o Simão Bacamarte e explicar
que o primo não era louco, mas que haviam rogado uma praga, por isso o
dinheiro não durou, mas acabou internada também, já que o Simão
Bacamarte não acreditava em superstição
- Depois é internado o Mateus, que era o dono da casa mais bela de Itaguaí, a
tarde ele ficava na frente da janela se mostrando aos que passassem para
admirar a casa , Simão Bacamarte considera-o louco e o leva para a casa
verde
- Prisão de Costa (perdeu herança), da Prima de Costa (justificou a perda da
herança do irmão), Mateus (casa), Martim Brito (elogiou demais D.Evarista),
Coelho (discurso longo, amigo de Porfírio – vigário não gosta dele) e mais
pessoas importantes.
- Povo começa a dizer que Bacamarte era um ditador, que prendia as pessoas
por interesse. Mas lembrar que Bacamarte sempre age pela ciência.
- D.Evarista volta do RJ como uma salvadora da cidade, já que ela é
requisitada, pela população, para que ela convença Bacamarte a acabar com
aquelas prisões. D.Evarista sempre respeita o marido e não duvida dele.
- Jantar de boas vindas para D.Evarista. Martim Brito faz um discurso tão
melado para D.Evarista que Bacamarte prende ele. Todo mundo acha que ele
prende Martim Brito por ciúmes. MAS LEMBRE QUE BACAMARTE SÓ AGE
POR MOTIVOS RACIONAIS E CIENTÍFICOS.
- Coelho é preso e a raiva da população (condição de terror), nesse último ato,
faz que Porfírio inicia-se a rebelião.
CAPÍTULO 6 - A REBELIÃO
- Porfírio, conhecido como canjica, chama um levante, uma marcha contra o
alienista, o movimento fica conhecido como A revolta dos Canjicas
- Obs: a prefeitura e as famílias não pagavam para os seus familiares estarem
lá
- Revolta dos Canjicas. Vão para a Câmara pedir o fechamento da casa.
Vereadores recusam. Canjicas vão para a casa verde. Inicialmente são 30 e
passam a ser 300. Analogia com a queda da bastilha.
CAPÍTULO 7 - O INESPERADO
- Começa um confronto entre os revoltosos e os dragões (soldados) que
acabam aderindo ao movimento
- Rebeldes ganham (Porfírio toma o poder) e se encaminham para a câmara
de vereadores (onde ele vai fazer um discurso). Vereadores foram presos
- Dia vira feriado e o povo acha que a casa verde será fechada.
CAPÍTULO 8 - AS ANGÚSTIAS DO BOTICÁRIO
- Crispim Soares, o boticário, não sabe se fica do lado de Bacamarte (acha que
será preso de ficar do lado dele) ou de Porfírio. Com medo de ser preso, vai
para a Câmara, o lado do Porfírio.
CAPÍTULO 9 - DOIS LINDOS CASOS
- Porfírio vai para a casa verde para fazer um acordo
- Bacamarte acha que vai ser preso e que a casa vai ser fechada
- Surpreende-se quando Porfírio diz que ele não tinha intenção de fazer isso.
Ele só queria que ele liberasse os loucos quase curados para acalmar os
ânimos do povo.
- Simão Bacamarte libera as pessoas que estão mais ou menos bem
- E ele ainda acha que Porfírio é um belo caso para uma internação
CAPÍTULO 10 - A RESTAURAÇÃO
- Bacamarte prende várias pessoas do novo governo de Porfírio (+ de 50
pessoas), isso começa a desmobilizar o levante.
- João Pina, outro barbeiro, diz que Porfírio se vendeu ao ouro de Bacamarte e
começa uma nova rebelião. João Pina tira Porfírio e assume a presidência da
câmara.
- Bacamarte pede que entreguem o Porfírio e mais algumas outras pessoas da
primeira rebelião.
- Crispim, D.Evarista, Porfírio, Presidente da Câmara (João Pina) foram presos.
CAPÍTULO 11 - O ASSOMBRO DE ITAGUAÍ
- Manda uma carta, segmentada em parágrafos falando suas conclusões.
- 1º 4/5 da população está presa
- 2º Questiona sua teoria
- 3º Afirma que ele estava errado e que a definição da loucura é a contrária.
- Segunda concepção de loucura: as pessoas perfeitamente equilibradas
é que são loucas
- 4º Vai soltar todo mundo
CAPÍTULO 12 - O FINAL DO PARÁGRAFO 4º
- Pela soltura da população, todo mundo enxerga Bacamarte com bons olhos e
são feitos muitos jantares em sua homenagem.
- Câmara permite a prisão dos perfeitamente sãos, mas com algumas
restrições: só pode fazer isso por um ano. Dizem que os Vereadores não
poderiam ser presos (Galvão é o único vereador que é contra essa medida –
é preso)
- Padre Lopes e Mulher de Crispim são presos por serem perfeitamente sãos.
- Porfírio é preso novamente por não tentar se rebelar novamente.
- Acabou o prazo de 1 ano, mas a câmara estende por mais 6 meses para
testar a terapêutica.
CAPÍTULO 13 - PLUS ULTRA!
- Fala sobre o tratamento. Tratamento era corromper a pessoa perfeitamente
equilibrada. Se a pessoa era modesta, ele a transformava numa gananciosa.
- Todas as pessoas boas foram curadas ao se corromperem
- Terceira teoria da loucura: não existiam loucos em Itaguaí
- Simão Bacamarte percebe que não tinha nenhum desvio então ele era louco,
internou-se e morreu só, 17 meses depois.
2. TEORIA DO MEDALHÃO - DIÁLOGO
- Estrutura: diálogo
- Trama: aparência x essência
- Ironia: aceitação e reconhecimento social
- É aniversário de Janjão 21 anos (ano da maioridade no século XIX)
- Ocorre uma conversa entre o pai (domina a conversa) e Janjão (escuta e questiona)
Diálogo inicia quando sai o último convidado do jantar do aniversário do Janjão e o pai diz
que vai lhe dar conselhos sobre o futuro
Diz que pode escolher sua profissão, mas que seu desejo é que seja notável
Comenta que o sonho da mocidade dele fora o de ter o ofício de medalhão (aquele de
ascensão social) que se tivesse recebido os conselhos que estava dando seria outra
pessoa.
Orienta, então, o filho sobre como ser um medalhão e sobre o momento do “fenômeno”
medalhão despertar, atingir o reconhecimento, que era entre 45 e 50 anos
Pai aconselha o filho e ensina a teoria do medalhão
- Não pode: pensar, ter ideias, questionar, discutir, opinar, andar sozinho
- Pode fazer:ser visto com pessoas em público (se não tiver com quem se misturar,
uma opção são as livrarias, lá fala-se trivialidades), estar sempre cortejando os
outros, anedotas e falar trivialidades
O pai diz que acredita que o filho pode se tornar um medalhão e que quando isso acontecer
todo mundo vai querer ter ele por perto, ou seja todos vão querer ele e ele não vai precisar
gastar mais nada, porque vão querer pagar tudo para ele
Orienta sobre a importância da
- Publicidade: nunca desperdiçar uma nota, sem que seja necessário ele mesmo
fazê-la
- Política: não importa o partido, desde que não fira a ideia principal de não
expressar-se com nenhuma ideia especial
- Tribuna: ele pode discursar na tribuna para chamar atenção mas apenas sobre os
negócios miúdos e metafísica política
- Filosofia: é possível usar a locução “Filosofia da História”, mas o pai o proíbe de
chegar em outras conclusões e originalidades
Janjão questiona sobre o riso e o pai responde que “Medalhão não quer dizer melancólico,
mas somente não deves empregar a ironia”, dando a opção “ use antes a chalaça (graça
direta), a nossa boa chalaça amiga, gorducha, redonda, franca, sem blocos, nem véus”.
Janjão não entende e pergunta “ Que isso?; Meia noite; Meia noite?”
O pai despede-se, entra os 22 anos de Janjão e o pai diz para que ele rumine as ideias e
guarde a conversa que valera ao Príncipe de Maquiavel (ou seja, referência a como
conquistar e manter o poder)
OBSERVAÇÕES:
- Não há um narrador, apenas o diálogo
- A pergunta de Janjão ao fim, sobre o que é ironia é justamente respondida pela
quebra de expectativa, já que a narrativa toda se estrutura nesse efeito de sentido
(irônico) nas falas do pai
- A simbologia do conto é, assim como em O Espelho e O segredo do Bonzo, o
aniquilamento do indivíduo
3. A CHINELA TURCA
- 3ª pessoa, onisciente
- Tema: real x sonho
- Crítica ao romantismo: fugir da realidade através da imaginação
- Técnica de composição
- Bacharel Duarte
● Vai sair: baile de Cecília
● Recebe uma visita: Major Lopo (amigo da família, parente de Cecília) que
“lerá um drama”
- Real:
● Lopo lê o drama
● Duarte dorme
● Duarte acorda (logo termina a leitura)
- Sonho
● Lopo vai embora
● Acusado de roubar chinela turca
● Levado a uma casa
● Obrigado a casar, testamento, suicídio
● Foge, perseguido, entra numa sala
- Personagens
● Bacharel Duarte: protagonista
● Major Lopo Alves: amigo da família
● Cecília: moça a quem Duarte gostaria de encontrar no baile
● Velho, “padre”, João Rufino: homens da história de dentro da história
Enquanto o bacharel terminava de se vestir para ir a um baile, chega em sua casa o Major
Lopes Alves, era 1950. O motivo do baile era Cecília, bela moça de olhos azuis e cabelos
louros. Precisava ser educado com o Major para caso alguém precisa-se aprovar o
casamento com Cecília poderia dar um voto seguro
Durante a conversa o Major diz que ,desde criança, tem “ataques literários”, então bacharel
tenta enrolar dizendo que indica um amigo do correio mercantil para ele mas não funcionou,
ele queria a opinião dele sobre o drama escrito (180 folhas de manuscrito, dividido em 7
quadros) e já eram 21:30
Especulou possíveis histórias para o drama e percebe que já não dará mais para
comparecer ao baile em Rio Comprido.
Bacharel começa a adormecer pensando em Cecília e ele acha que o Major está enrolando
o manuscrito e indo embora (ENTRADA DO SONHO)
Chega na sua casa a polícia, por causa do furto de uma chinela turca (que traz um precioso
diamante e fora trazida do Egito por um nobre patrícia) e o acusam de ter roubado.
Prendem- o, levando-o a uma casa, dizem que não se pode roubar uma chinela, namorar
moças louras, casar com elas talvez e rir do gênero humano, daí o bacharel passa a crer
que a chinela fosse uma metáfora para o amor de Cecília
Os homens não eram da polícia, tudo era um grande golpe. Na casa tinha um padre e um
homem velho que daria as instruções, mandando um tal de João Rufino buscar a chinela
que nunca fora roubada. A chinela era de uma mulher loira e de olhos azuis, como os de
Cecília. A moça adentra a sala e Duarte a corteja, o velho presente diz que ela era a noiva e
que iriam se casar, Duarte diz que não quer se casar.
O velho ordena que ele faça 3 coisas, casar, escrever o testamento e engolir certa droga do
levante. As opções dele eram ou a morte pela droga ou assassinato. Então entra o padre
que avisa ele que não é padre, e sim tenente do exército, diz que é para Duarte correr e se
jogar pela janela porque embaixo tinha um jardim.
O bacharel pula e é perseguido por um homem, corre até não perceber mais o perseguidor,
entra em uma casa onde estava um homem lendo o Jornal do Comércio, Duarte cai na
poltrona e percebe que o homem é o Major
Então, o Major olha para o bacharel e pergunta o que ele achou
B: Ah excelente
M: Paixões fortes, não?
B: Fortíssimas
São 2h e o bacharel leva o Major até a porta. Depois, ao fim, o bacharel diz pra si “Ninfa,
doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho
original, substituíste o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma
grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no
palco”
OBSERVAÇÃO:
- O bacharel enquanto lê, passa a sonhar, e o seu sonho/ pesadelo assume a narrativa
sem ser anunciado enquanto sonho ao leitor. Ao fim, ele reflete o fazer da literatura,
numa tomada irônica que as aventuras sonhadas em muito superam o drama
romântico do major que ele lera só a 1ª quadra
- Narrativa dentro da narrativa: narrativa breve do drama do Major e a narrativa do
sonho (imaginário) do bacharel
- 3 esferas de análise: realidade ficcional x imaginário do protagonista x imaginário do
leitor
- A simbologia da Ninfa evoca o fazer literário, elas simbolizam seres fantásticos com
poderes divinos que podem atuar ou interferir na produção ou fruição literário
4. NA ARCA - 3 CAPÍTULOS INÉDITOS DA GÊNESIS
- Narrado como se fosse uma escritura na forma de versículos
- 3ª pessoa, na forma de uma escritura: capítulos (A,B,C) e versículos (28)
- Imitação do gênesis
- Ganância humana, egoísmo
- Critica a sociedade a partir da metáfora bíblica
- Confronto ficcional e histórico, a arca e noé tem a simbologia da garantia do
desenvolvimento da espécie humana, da aliança entre Deus com os homens
- Releitura irônica do texto bíblico
- Representações nas guerras dos Impérios Turco e Otomano
- Briga de 2 dos 3 filhos de noé por partilha de bens
- Filhos: Jafé, Sem, Cam
- Briga: Sem, Jafé
CAPÍTULO A
- Noé diz que eles vão sair da arca no topo de uma montanha.
- Sem diz que cada um tem sua família e que seria bom cada um viver em tendas
separadas.
- Sem e Jafé começam a fazer a divisão do território entre eles antes mesmo de
descerem.
- Jafé diz que podem dividir a terra sendo que um lado do rio seria de um e o outro
lado do rio o de outro
- Sem já retruca falando sobre quem teria posse do rio e diz que vai ficar com tudo
então e o Jafé que construa um muro 10 ou 12 côvados para lá da margem antiga
dele, Jafé já fica puto dizendo que ele não pode tirar a margem dele, diz que ele é
que vai ficar com as duas margens e com o rio agora e que se ele se meter a entrar
no território vai matá-lo assim como Caim matou o irmão.
- Ironia Machadiana: eles são os escolhidos para perpetuar a paz e a concórdia e já
estão brigando por individualismo e ego, vaidade, disputa de poder inerente ao ser
humano.
- Termina com a frase: A arca, porém, boiava sobre as águas do abismo
CAPÍTULO B
- Cam quer conciliar chamando as mulheres dos irmãos, eles negam falando que é
uma questão de direito.
- Continuam brigando, Sam propõe que Jafé fique nos fundos da terra dele para
compensar a terra perdida, Jafé não aceita e diz que vai lutar pelo que é dele “E que,
se é preciso correr sangue, o sangue há de correr já e já”
- Sam vai para cima do Jafé para brigar e o Cam tenta separar os dois
- Aparece a figura do lobo e do cordeiro já começando a retornar aos seus instintos
animaiscomeçando a se bicar, assim como os irmãos com sua ação animalesca de
briga
- Cam tem uma ideia, diz que vai partilhar com seus irmãos parte da terra dada pelo
seu pai para ele
- Sem e Jafé não aceitam e são sarcásticos com ele
- Cam vai chamar o Noé e a mulher dos dois irmãos
- Jafé ameaça Sem para eles decidirem agora que estão sozinhos sobre a decisão ser
te língua ou de punho (na conversa ou no soco), “ou tu me cedes as duas margens,
ou eu te quebro uma costela”
- Começaram a brigar, Jafé tinha braço rijo e adestrado e Sem era forte na resistência.
Na luta caíram e rolaram
- As vozes da briga chegaram a Noé junto quando Caim chega para chamar o pai por
causa da briga: “Meu pai, meu pai, se de Caim se tomará vingança 7 vezes, e de
Lamech 70 x 7, o que será de Jafé e de Sem?”
- Expõe os vícios e o egoísmo de figuras conhecidas da bíblia
- Termina com a frase: A arca, porém, boiava sobre as águas do abismo
CAPÍTULO C
- Noé chega aos filhos enquanto ainda brigavam
- As mulheres também chegam a briga: “ O que será de nós? A maldição caiu sobre
nós e nossos maridos.”
- Noé manda elas se calarem e diz que ele vai resolver “Cessai a briga. Eu, Noé,
vosso pai, o ordeno e mando”. Os filhos obedeceram e o pai queria saber o motivo
da briga
- Jafé fala primeiro: diz que Sem invadiu a terra que ele escolheu para quando
descessem à terra, diz que Sem queria as duas margens do rio
- Sem fala que o irmão mente porque ele só tomou 10 côvados de terra depois que
Jafé recusou dividir o rio em 2 partes
- Depois de muito custo Noé, Cam e as mulheres de Sem e Jafé conseguem conter a
briga
- Noé diz que quem não obedecer ele será maldito 700 x 70
- Noé diz: “ Eles ainda não possuem a terra e já estão brigando por causa dos limites
(frase que sintetiza o conto). O que será quando vierem A Turquia e a Rússia?
(porque na época de Machado eram esses dois países que disputavam por essas
fronteiras territoriais e políticas)”
- Termina com a frase: A arca, porém, boiava sobre as águas do abismo
5. D. BENEDITA - UM RETRATO
- Narrado em 3ª pessoa, onisciente,conversa com o leitor
- Dividido em 4 capítulos
- Tema: aparência x essência ( Benedita é fútil, superficial, falsa, egoísta)
- Personagens
● D. Benedita: 42 anos, casada com o desembargador Proença
● D. Maria dos Anjos: mãe do bacharel Leandrinho
● Eulália: filha de D. benedita
● Mascarenhas: jovem oficial da marinha
- O conto vai acabar construindo o significado de uma palavra que aparece no final
que é a questão da VELEIDADE: que é a questão da volubilidade da inconstância
da protagonista, vista devido a análise psicológica dela
CAPÍTULO I
- Mais difícil que governar seria saber a idade de D Benedita
- Um corretor acha que ela tem 29
- Benedita era um padrão de bons costumes e fez 42 anos no domingo
19/setembro/1869. É feito um jantar de aniversário dela e nesse jantar há o
comentário de que sua filha Eulália tem 18 mas parece ter 21 por causa da
severidade dos modos e das feições. Fala sobre a janta ser íntima e feliz e fala sobre
tem um cônego Roxo resolvendo questões matrimoniais nessa janta
- D. Benedita tá botando toda os olhares em uma senhora simpática e gorda que é a
D. Maria dos Anjos, ela é a mãe de um advogado, Leandrinho.
- Leandrinho começa os brindes e quer agradar a casa e brinda ao desembargador
Proença que é o marido da D Benedita que não está ali, muitos não brindaram
porque veem a D Benedita com o rosto triste por causa disso.
- D Maria dos Anjos acompanha ela e Eulália diz a todos que continuassem que a mãe
voltava já, Leandrinho pede desculpa por causar a emoção na mãe de Eulália.
- O cônego diz que ele foi ser desembargador a dois anos e meio no Pará pelo
ministério Zacarias, porque não conseguiu em SP nem na Bahia, desde então não
voltou mais
- Falam que o desembargador era um homem muito distinto, ainda moço, alto,
barbado, bonito e que não tinha mais de 45 anos, deu a entender que ele poderia ter
uma amante por lá, uma viúva
- Contam que isso foi dito para a D Benedita e ela disse que iria ver o marido mas
depois de 3 dias desfez a viagem, inconstância da personagem
- Depois desse papo D Bendita volta com a D Maria dos Anjos e pede desculpas pela
interrupção.
- O cônego pergunta qual o melhor doce e o Leandrinho dizia que o melhor doce eram
as faces de Eulália, mostra que ele tá afim da filha da D Benedita
CAPÍTULO II
- No outro dia D. Benedita acorda com a intenção de escrever uma carta para o
marido, falando da festa e da amiga Maria dos Anjos. Pretende escrever e mandar
um escravo enviar nos correios porque o dia estava feio e por causa disso ninguém
ia chegar para atrapalhar ela
- Narrador em terceira pessoa, mantendo a proximidade com o autor
- D Benedita reclama com raiva da chinela que está roída, mas era muito galante e foi
dada por uma amiga do ano passado.
- Começa uma carta (Meu ingrato marido .. Você lembrou de mim ontem?) quando sua
filha chama dizendo que é hora de almoçar
- Almoça com a filha e o filho, o narrador diz que o filho não importa, pirralho de 12
anos que parece ter 8, tão mofino é ele
- D Benedita manda a filha estudar piano enquanto escreveria a carta para o marido
- D Maria dos Anjos vai visitar, Benedita fica babando o ovo dela e convida para jantar,
ela diz que não pode naquele dia
- D Benedita diz que na carta fala da amiga, caracteriza Maria (tem ternura, confiança,
entusiasmo, simplicidade, uma familiaridade cordial e pronta)
- Fala para o marido na carta sobre o cônego Roxo ter dito em casar Eulália com
Leandrinho e fica elogiando o advogado, fala sobre parecer que Eulália não quer
muito e de estar interessada possivelmente por outra pessoa, um rapaz que esteve
com elas nas Laranjeiras e pergunta para o marido se é para aconselhar ela ou
impor a vontade dela como , pede para que ele venha visitar para ajudar a resolver
CAPÍTULO III
- D. Benedita acha 3 livros, 3 romances que ela lia ao mesmo tempo, mostra a
inconstância de novo, começa várias atividades ao mesmo tempo mas não termina,
como a atividade de ler.
- Recebem a visita do cônego Roxo, ele viu a Eulália crescer e por isso tem uma
afeição paternal por ela, ele diz que quer casá-la com o leandrinho, ela diz que não
quer casar com ele mesmo depois do cônego falar todas as boas características
dele, Eulália diferente da mãe era extremamente confiante e decidida
- D Benedita fica puta quando o cônego conta e então ela fala que não vai esperar a
resposta da carta e que filha vai casar sim
- D Benedita vai jantar com a Maria dos Anjos, só que ela estava com os modos frios e
secos, por causa da inconstância e também porque ela estava com dor de cabeça
- Eulália quando vai dormir tira um retrato da gaveta de um oficial da marinha, o qual já
havia beijado 3x
- D Benedita cogita ver o marido e a filha diz ok, Benedita desiste da viagem de novo
- Frase dita por Eulália várias vezes: Isto acaba
- D Benedita vista Maria dos Anjos para avisar que vai viajar e se despedir, mas ela já
sabia pelo cônego
CAPÍTULO IV
- A viagem não aconteceu por motivo supersticioso, Benedita não quis pegar o
paquete de sexta feira a noite porque achou que o dia era mau, iam pegar o próximo,
mas não pegaram, de novo a inconstância dela
- Eulália faz amizade com nova família, era a de D Petronilha, esposa do Conselheiro
Beltrão, e de uma irmã dela, D. Maricota, que ia casar com um oficial da marinha,
irmão de outro oficial que era o da foto de Eulália
- Benedita convida Mascarenhas para jantar e ele pede Eulália em casamento, ele era
um galhardo rapaz, forte, elegante e simpático, Benedita já esqueceu MAria dos
Anjos e Leandrinho
- Mascarenhas é um noivo que não incomoda só jantava com elas nos domingo e diz
que o casamento será marcado 24h depois da resposta do desembargador
- D Benedita mostra seu lado superficial
- O Desembargador responde favorável ao casamento e diz que sente não poder ir
porque está adoentado, mas que abençoava os filhos de longe, e pedia um retrato do
genro
- O cônego Roxo faz o casamento, convidam D Mariados Anjos e Leandrinho mas ele
não confirmam presença
- 15 dias depois do casamento o desembargador morre, D Benedita sofre bastante,
após a missa de sétimo dia fala com a filha e o genro que quer ir ao Pará, erigir um
túmulo ao marido, e beijar a terra em que ele repousava
- Mascarenhas diz que só irá depois de um mês e pede para ela esperar, ela esperou
e nunca foi, mas o túmulo foi feito
- D Benedita foi construir uma casa e Mascarenhas pediu para terminar ela deixou
mas fala sobre como ele era insuportável com sua excessiva disciplina, já que ela
era inconstante não gostava disso nele
- Governo manda Mascarenhas para o Sul e Eulália fica com a mãe, já que está
grávida
- Por esse tempo D Benedita passa a ser cortejada por um viúvo, um ano depois da
morte do marido
- Ela não se casa (inconstante), genro volta do Sul, filha tem o filho, que foi a paixão
da avó durante os primeiros meses. Depois a filha com o marido e o neto vão para o
norte e ela fica sozinha e triste
- Aparece um advogado viúvo para ela se casar mas fica se perguntando se casa ou
não (inconstância)
- Enquanto ela pensava nisso olhava pela janela da sua casa em Botafogo, para a
qual havia se mudado a alguns meses, foi quando viu um espetáculo. Primeiramente
uma claridade opaca, espécie de luz coada por um vidro fosco, vestia o espaço da
enseada, fronteiro à janela. A figura veio até o peitoril da janela de D Benedita; e de
um gesto sonolento, com uma voz de criança, disse-lhe estas palavras sem sentido:
“Casa … não casarás … se casas … casarás … não casarás … e casas … casando
… “
- Depois respondeu que era a fada que presidira ao nascimento de D Benedita. meu
nome é Veleidade, concluiu; e, como um suspiro, dispersou-se na noite e no silência
- Presença do fantástico nos contos de Machado
6. O SEGREDO DO BONZO - CAPÍTULO INÉDITO DE
FERNÃO MENDES PINTO
- Narrado em 1ª pessoa, na forma de um relato de viagem, por Fernão Mendes Pinto
(pessoa real, foi um explorador português do séc XVI)
- Local: Reino de Bongo (Ásia), 1552
- Tema:
● oratória x ciência
● aparência x essência
● verdade x crença
- Personagens
● Fernão Mendes Pinto: desbravador, aventureiro Português do século XVI
● Diogo meirelles: tradutor e companheiro
● Discípulo do bonzo: Patimau e Languru
● Titané: homem local
● Bonzo Pomada: 108 anos, homem sábio, que criou uma nova doutrina,
Pomada significa superficialidade “por cima”
- Relato de experiências vividas por ele, Fernão, na cidade Fuchéu, capital do reino de
Bungo, com o Padre-mestre Francisco
● Vai falar sobre uma doutrina que ele acha que deve ser divulgada a todas as
repúblicas da cristandade
● Ele tá andando com Diogo Meireles em 1552 e encontra um ajuntamento de
uns 100 homens embasbacados ouvindo um orador. Meireles entendia a
língua da terra e traduzia para o Fernão o que o orador falava: contava sobre
a origem dos grilos, os quais procediam do ar das folhas de coqueiro, na
conjunção da lua nova. Essa conclusão era o resultado de vários anos de
estudos, já que esse orador era um matemático, físico e filósofo. As pessoas
que ouvem ele começam a gritar Patimau, viva Patimau, que descobriu a
origem dos grilos.
● Continuam a andar e encontram outro orador, o Languru, este descobriu o
princípio da vida futura, quando a terra houvesse de ser inteiramente
destruída, e era nada menos que uma certa gota de sangue de vaca; daí
provinha a excelência da vaca para habitação das almas humanas, e o ardor
com que esse distinto animal era procurado por muitos homens à hora de
morrer. Fala que é o resultado de muitas experiências repetidas
● Então os dois vão até a casa do Titané que é um alparqueiro (vende
sandálias) os dois contam para ele o que viram e o Titané diz que que eles
estão cumprindo uma nova doutrina inventada por um bonzo de muito saber
que morava em uma das casas do Monte Coral
● Titané leva os dois na casa do bonzo, mas como ele só confia nos que
querem se filiar a ele, eles simulam que querem praticar também e vão lá
● Chegam na casa do Bonzo Pomada, um ancião de 108 anos, muito lido e
sabido nas letras divinas e humanas. Ele começa a iniciar eles na doutrina
com várias cerimônias e bugiarias. Diz que a virtude e o saber têm duas
existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que
o ouvem ou contemplam. Ou seja, precisa ter espectador, não pode ser
solitário. Diz que o que deu a ideia da doutrina foi a pedra da lua, já que é tão
luminosa que dá claridade a uma campina inteira, ou seja se uma coisa pode
existir na opinião sem existir na realidade, a única existência necessária é a
da opinião. Então conta que Languru e Patimau não falam verdades, mas que
foram tão astutos, que souberam meter essa ideia na cabeça da multidão e
que por causa disso desfrutam a nomeada de grandes físicos e maiores
filósofos, e têm consigo pessoas capazes de dar a vida por eles. Mostra a
ideia de que pode-se atingir o sucesso sem grande trabalho. Bonzo
incentivou eles a praticar a doutrina
● Os dois se organizam para começar a praticar e Titané já diz que quer
conseguir vender suas alparcas em cima da ideia. Eles colocam nas folhas
(espécie de jornalzinho) que as alparcas do Titané estavam famosas na costa
de Malabar e na China, que eram chamadas as primeiras do mundo e que
inclusive havia ganhado o título honorífico de alparca do Estado. Quando
leem a notícia ele começa a receber muitos pedidos de alparcas.
● Fernão pega uma charamela, instrumento de sopro e pede para as principais
pessoas de Fuchéu ouvirem ele tocar e saíram dizendo que nunca antes
haviam ouvido algo tão extraordinário, foi considerado um músico brilhante.
● Fernão diz que a ideia mais elaborada foi a de Diogo Meireles, ele diz que
havia na cidade uma doença que fazia inchar o nariz e que ela tomava parte
da cara do paciente e que fica muito pesado, então ele diz que é necessário
extrair os narizes mas ninguém quer tirar. Diogo Meireles, que desde algum
tempo praticava medicina, estudou a moléstia e reconheceu que não havia
perigo em desnarigar os doentes, antes era vantajoso para lhes levar o mal,
sem trazer fealdade, pois tanto valia um nariz disforme e pesado como
nenhum. Mesmo assim ele não consegue convencer ninguém, então ele
reúne muitas pessoas reconhecidas e diz que vai substituir o nariz cortado
por um de natureza metafísica, isto é, inacessível aos sentidos humanos, e
contudo tão verdadeiro ou ainda mais do que o cortado. Alguns filósofos
juram ao povo que o efeito é o mesmo. Quando as pessoas cortavam o nariz
ele estendia delicadamente os dedos a uma caixa onde fingia ter os narizes
metafísicos substitutos e aplicava no lugar vazio. Nenhuma outra prova quero
da eficácia da doutrina e do fruto dessa experiência senão o fato de que
todos os desnarigados de Diogo Meireles continuaram a prover-se dos
mesmo lenços de assoar. O que tudo deixo relatado para glória do bonzo e
benefício do mundo
Nota de Machado de Assis
- Diz que a imitação foi feita com o fim de provar forças
- Para dar realidade precisou botar a história muito no passado
- Para tornar ela sincera atribuiu ao viajante e escritor de tantas maravilhas Fernão
- A frase “Atrás deixei narrado o que se passou nesta cidade Fuchéu” forma escritas
com o fim de supor o capítulo intercalado nas Peregrinações (diário de viagens),
entre os capítulos CCXIII e CCXIV
- O bonzo se chama Pomada (referência ao nome local do charlatão) e os sectários,
pomadistas (charlatanismo).
7. O ANEL DE POLÍCRATES
- Diálogo entre os personagens A e Z
- A conta a trajetória de decadência e falência de xavier, o qual esvaiu a fortuna
metendo-se em vários empreendimentos de forma imprudente
- Tema: oportunismo e ingratidão
- Última ideia de Xavier, já falido é a de repassar a ideia da frase do cavalo esperando
que um dia ele tenha os créditos.
- Estão falando sobre o Xavier
● A diz que Xavier é rico e Z fica espantado
● A diz que ele perdeu tudo
● Z diz que ele tá enganado, diz que deve ser outro, que esse que passa nunca
teve mais de 200 mil réis mensais, époupado, sóbrio, diz que nem namorada
ele tem
● A (conhece ele desde que ele estreou na rua do Ouvidor, em pleno Marquês
de Paraná) tá falando do Xavier interior enquanto o Z (conhece ele a uns 15
anos) está falando do exterior
● A diz que quem conversa com ele sente vertigem de tanta cachoeira de ideias
e imagens que ele tem. B pergunta se ele era doido e o A responde que era
apenas originalão
● A diz que Xavier gosta da sociedade mas não dos sócios, usando para isso a
metáfora da cuia d’água (sócio) e a banheira (sociedade). Não posso
lavar-me em cuias d’água só em banheiras
● Um amigo do Xavier gostou desse apólogo e botou em um texto de teatro que
o Xavier foi ver, ele aplaudiu mas esqueceu que quem tinha criado era ele, ou
seja explica a miséria dele, de acordo com o A, ele inventava as coisas,
cheio de ideias, mas não tinha nunca o merecimento delas, então o Z
concorda
● A explica que o Xavier espalhava ideias por aí e vários usufruiam delas, mas
ele diz que, agora, ele perdeu a capacidade de criar elas
● A e Z começam a caminhar enquanto o A conta histórias do Xavier que de
acordo com ele foi o próprio Xavier que contou pro A.
● Xavier diz que estava com o cérebro gasto, ele estava na janela triste e
passou um homem a cavalo quase caindo -porque o cavalo estava fora de
controle-, mas aí o cavaleiro conseguiu tomar o cavalo. O Xavier então
pensou que ele conseguiu não por ser corajoso, mas porque não quis cair
diante de gente. Ele compara a vida a um cavalo xucro ou manhoso: “Quem
não for cavaleiro, que o pareça”. Ele começou a repetir muito essa frase e
de noite sonhou estar montado em um cavalo que o levou a um brejo e então
Xavier disse que se lembrou do ANEL DE POLÍCRATES
● Z não conhece a história do anel de polícrates, então o A conta: Polícrates
governava a ilha de Samos. Era o rei mais feliz da terra; tão feliz que
começou a recear alguma viravolta da Fortuna, e, por aplacá-la
antecipadamente, determinou fazer um grande sacrifício: deitar ao mar o anel
precioso que, segundo alguns, lhe servia de sinete. Assim fez; mas a Fortuna
andava tão apostada em cumulá-lo de obséquios, que o anel foi engolido por
um peixe, o peixe pescado e mandado para a cozinha do rei, que assim
voltou à posse do anel. Ou seja, nada tira a sorte dele. O mito de polícrates é
contado com detalhes, com referência a Mero, Plínio e a Péricles.
● A diz pro Z o plano de Xavier que é lançar as ideias dele e esperar para ver
se ela vai voltar ao poder dele, como o anel de Polícrates, ou será que ele vai
ser azarado a ponto de nunca mais voltar a ele.
● Xavier conta pro A que disse uma frase na conversa com um amigo e umas
semanas depois em um almoço ouve ela em outra mesa, então diz “meu
pobre anel, eis-te enfim no peixe de Polícrates”, ou seja, tá no peixe, ainda
não voltou para ele.
● Xavier conta pro A que foi em um baile e alguém compara o barão a frase do
cavalo e ele pensa a mesma coisa da janta, o anel já está no peixe mas ainda
não voltou a ele
● Depois disso o A diz que vai contar mais 3 histórias do Xavier
● 1ª O Xavier abre o jornal e tem uma referência ao ministério com a frase do
cavalo
● 2ª O Xavier foi a um teatro e um dos atores repete a frase do cavalo
● 3ª O último foi o primeiro, depois dele ter contado a ideia pela primeira vez
para o amigo esse amigo caiu doente uma semana depois e morreu dizendo
sua última frase com referência ao cavalo
● Então termina mostrando que enquanto o Polícrates tem a sorte do anel
voltar a ele o Xavier não tem, ele tem caiporismo, azar, nunca a máxima volta
para ele, volta para as outras pessoas, mas não para ele.
Nota do Machado
- Diz que se baseia no amigo Artur de Oliveira para escrever esse conto
- Diz que antes de morrer esse amigo estava lendo um de seus livros, o das memórias
póstumas de brás cubas e dizia que agora entendia melhor algumas passagens.
- “O público, em geral, nada tem com um homem que passou pela terra sem o
convidar para coisa nenhuma”
8. O EMPRÉSTIMO
- 1ª pessoa, o narrador afirma contar uma anedota, história verdadeira, mas ampliada
pelo vulgo
- A anedota é contada em 3ª pessoa
- Tema: a mania de riqueza
- Personagens:
● Tabelião Vaz Nunes: homem perspicaz, viúvo e sem filhos
● Custódio: homem que gostava da vida boa
- Narrador diz que vai narrar um caso de empréstimo que ele conseguiu decifrar
● Mostra o tabelião Vaz Nunes que tá no cartório, tá na rua do Rosário, todo
mundo já foi embora e ele está só. “Era muito honesto, está morto, então
podemos elogiar à vontade”. Ele era muito esperto e conseguia adivinhar o
caráter das pessoas que buscavam fazer os testamentos. Um cara com 50
anos, viúvo, sem filho
● Conta um relato de quando está vivo: chega um homem que ele não
conhecia, o homo diz que estiveram juntos na Tijuca, se apresenta como
Custódio (roupa mais pobre, ar de pedinte, nasceu com a vocação da
riqueza, mas não do trabalho, quando ia se meter em um negócio, sempre
escolhia o que não dava certo), ele diz que não se lembra dele.
● Custódio leu um anúncio de alguém que queria um sócio e precisava de 5
contos de réis para entrar, era uma fábrica de agulhas com imenso futuro.
Então ele pede o dinheiro para os amigos que dizem não ter ou não apoiam a
ideia. Vai pedir dinheiro para o Vaz Nunes que diz não ter, se fosse um valor
menor poderia ajudar. Custódio então percebe que pode pedir uma quantia
menor que Vaz daria, ele pede então 500 mil réis, Vaz diz que não tem mas
que pode conseguir um emprego para ele, mas Custódio não quer trabalhar.
● Ele pede se não pode lhe dar nem 10 mil réis, o tabelião desabotoou o paletó,
tirou a carteira, abriu-a, e mostrou duas notas de cinco mil réis, então
repartem cada um fica com uma nota de cinco, Custódio aceita e diz “Era o
jantar certo”, agradece e sai
● Ele sai feliz por ter conseguido ganhar algo com o seu pedido, sem trabalhar
9. A SERENÍSSIMA REPÚBLICA - CONFERÊNCIA DO
CÔNEGO VARGAS
- Machado vai falar sobre as alternativas eleitorais, vai fazer isso de forma alegórica, já
que vai fazer representar elas de maneira corrupta
- No título ele recupera a ideia da Sereníssima República de Veneza, como era
chamado nos séculos passados a Veneza
- Alegoria da república, o problema não é a forma de governo, é o ser-humano
- Gênero: Conferência
- Enredo: o narrador em 1876, descobriu em sua casa de campo algumas aranhas,
notando que elas utilizavam um idioma para se comunicarem. Devido ao crescimento
do número de aranhas, resolveu organizá-las em uma república (“Sereníssima
República”). Fraude nas eleições
- 1ª pessoa narrado por Cônego Vargas que está em um cenário acadêmico
● Cônego diz que fez uma descoberta e que não é recente, data do fim do ano
de 1876, conta que o Globo noticiou um inglês que descobriu a linguagem
fônica dos insetos, e cita o estudo feito com as moscas, escreveu para a
Europa e espera respostas, ele quer dizer que a descoberta dele veio antes
● Ele não quer ficar para trás e deixar o inglês ficar com a glória da descoberta
se ele fez isso antes
● Ele planejou uma organização social para as aranhas (cita que Aristóteles
disse que não poderia se realizar um regime social para animais). Elogia as
aranhas enquanto os outros animais são uns vadios, fala como o Plínio e o
Darwin mostraram os talentos delas.
● Ele diz que apareceu uma espécie de aranha em dezembro e conta sobre
serem, vastas, coloridas, de dorso rubro, listras azuis, transversais, rápidas e
às vezes alegres, no dia seguinte vieram mais algumas e tomaram o canto da
chácara dele, então começou a estudá-las
● Ele descobre uma língua (araneida) dessas aranhas, ela é rica e variada, com
estrutura sintática, verbos, conjugações, declinações e bla bla bla e que ele tá
gramaticando a língua para uso das academias.
● Fala que ele quer que o mundo reconheça que a descoberta veio do Brasil, a
obra dele
● Ele começa a usar a língua delas e elas passam a acreditar que ele era o
deus das aranhas, e desde então adoraram-o. Ele começa a fazer anotações
das aranhas e elas acham que ele estáanotando os pecados delas, então
começam a fortalecer a prática da virtude
● Ele decide implementar um sistema de governo idôneo para elas, ele explica
os tipos de governo para elas, ele decidiu restaurar uma forma de governo
abandonada porque achou que nenhum usado no momento era bom. Quando
esse conto foi publicado o Brasil ainda era Império
● Decide pela República e o modo eleitoral do saco e bolas, o filho da nobreza
sorteado naquele ano estaria apto a exercer as carreiras públicas. As aranhas
aceitaram a proposta.
● Fala da perseverança e da paciência de Penélope (referência a mitologia)
dessas aranhas.
● As aranhas que teceram o saco são chamadas de as 10 damas, mães da
república e já ganharam privilégios por isso
● Mas logo aparece a corrupção encontram duas bolas com o nome do mesmo
candidato, tem gente manipulando. Diminuem o saco para diminuir a chance
de fraude, mas aí na segunda vez deixam de por o nome de um candidato,
esse oficial acaba não punido, consideram que foi um descuido. Aumentaram
o saco de novo
● Um magistrado morre e aparecem 3 candidatos para o cargo, 2 importantes
Hazeroth (chefe do partido retilíneo- aranhas devem ser feitas retas) e Magog
(chefe do partido curvilíneo- teias devem ser feitas curvas). Há ainda um
terceiro partido, misto e central, as teias poderiam ser retas e curvas, e um
partido anti-reto-curvilíneo quer teias urdidas de ar, obra transparente e leve
● Linha reta acha que o reto é que exprime bons sentimento e que os curvos
são ruins e inferiores, enquanto os curvos pensam o contrário. o Terceiro
combina os contrastes, diz que é a cópia do mundo físico e moral, já o quarto
limita-se a negar tudo
● Nem Hazeroth (faltava a primeira letra do nome na bola) nem Magog (falta a
última letra do nome na bola) foram eleitos. Não concordam com a aranha
que vence, rica e ambiciosa, queriam uma devassa, o que mostrou que o
oficial havia intencionalmente viciado a ortografia dos nomes, confessa o
delito e a intenção, mas diz que se tratava de uma simples elipse, que se isso
fosse um delito, seria apenas literário.
● Decretaram que o saco seria feito de malha e que as bolas poderiam ser lidas
pelo público, de novo a ideia de que o problema não está no fraudador, mas
no saco. Na outra retirada de bolas então o oficial ficou olhando pro cúmplice
que só parou de abanar negativamente quando a bola pega era a sua, ou
seja, de novo a culpa era do saco. Restauraram o tecido espesso
● Nova eleição era entre Nebraska e Caneca, Nebraska venceu mas tinha um
erro ortográfico no nome, então caneca chama um grande filólogo para provar
que o nome ali era o dele, se tá escrito Nebrask, olha pra última sílaba K e
volta pra primeira Ne, fica Kne de Caneca. Por causa disso Caneca vence
● Mudam o saco de novo para a forma triangular e depois para ampulheta e
ficam trocando o tempo todo
● Erasmus, uma das pessoas mais bem quistas da república, conta às 10
damas a fábula de Penélope, à espera do esposo Ulisses. Diz que elas são
as Penélopes porque tem paciência e talento para refazer o saco, até que
Ulisses, cansado de dar às pernas, venha tomar entre nós o lugar que lhe
cabe, ele é a sapiência
Nota de Machado de Assis
- Este escrito, publicado primeiro na Gazeta de Notícias, como outras do livro, é o
único em que há um sentido restrito: - as nossas alternativas eleitorais. Creio que
terão entendido isso mesmo, através da forma alegórica
10. O ESPELHO - ESBOÇO DE UMA NOVA TEORIA
DA ALMA HUMANA
- Narrado em 3ª pessoa no início e em 1ª pessoa a parte de Jacobina
- Tema: aparência x Essência
● 4 ou 5 cavalheiros debatendo questões de alta transcendência (produtos
metafísicos) em uma casinha no morro santa tereza onde estavam a luz de
velas
● 4 discutindo e um meio de lado calado (Jacobina- nunca discute pois acha
que a discussão é a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem,
como uma herança bestial)
● Chega uma hora da noite que o Jacobina pega a palavra para ele, onde vai
falar sem interrupções por uns 30 ou 40 minutos sobre a natureza da alma,
conta um fato da família dele
● Diz que cada humano traz 2 almas, uma que olha de dentro para fora, outra
que olha de fora para dentro. A exterior (pode ser um espírito, um fluido, um
homem, muitos homens, um objeto, uma operação) seu ofício é de transmitir
a vida, como a primeira. Juntas completam o homem (metafisicamente
falando uma laranja, cada uma é uma metade dela)
● Cita como exemplo o Chiloque (mercador de Veneza, agiota, do
Shakespeare): às vezes as pessoas são mais conhecidas por algum objeto
ou coisa exterior e não pelo que realmente são, a sua essência.
● Conta que a alma exterior pode mudar de acordo com a vida da pessoa
● Começa a contar um episódio da vida dele: Quando tinha 25 anos foi
nomeado alferes da Guarda Nacional, os amigos se reúnem e dão o uniforme
de alferes para o amigo.
● Uma tia dele, D Marcolina, viúva do Capitão Peçanha, morava num sítio longe
da vila e chama ele para ir visitá-la e é para levar a farda, a tia só babava o
ovo chamando de alferes
● A tia comprou um espelho para botar no quarto dele que antes estava na
sala, ele veio em 1808 com a corte de D João VI, ele já tava meio velho mas
dava para ver que era luxuoso
● Então ele diz que o alferes eliminou o homem, no início as duas naturezas
estavam equilibradas, mas logo a alma exterior mudou de natureza, antes era
sol, ar, campo, olhos das moças, agora era cortesia, tudo que falavam do
posto. Com isso ele só virou alferes, era a única coisa que valia
● A tia precisou ir embora ver uma família que estava mal e deixou ele lá
sozinho com os escravos, então as pessoas param de ficar babando ele e a
alma exterior foi diminuindo.
● Os escravos fogem e ele fica lá sozinho, até os cachorros foram levados
pelos escravos. Diz que ficou triste pelos danos causados a tia, não sabia se
tinha que ficar lá, tomando conta da casa ou ir atrás dela para contar. Conta
que começou a sentir a solidão, com o sono, eliminando a necessidade da
alma exterior, ficava só a interior e, ele se sentia melhor do que quando
estava acordado.
● Desde que tinha ficado só não tinha se olhado no espelho, no fim dos 8 dias
quis se olhar no espelho sem a roupa de alferes, ele não vê a imagem nítida,
era como se fosse um borrão, então decide por a farda e depois disso a figura
aparece nítida no espelho, porque só a alma exterior continuava existindo.
● Após isso, todos os dias passou a vestir a farda por um tempo do dia para se
sentir melhor e isso fez com que ele aguentasse mais 6 dias de solidão.
● Quando ele termina de contar a história ele sai, quando os outros voltaram a
si, o narrador tinha descido as escadas
11. UMA VISITA DE ALCEBÍADES
- Narrado em 1ª pessoa
- Carta: do desembargador X ao chefe de polícia da corte
- Conta o assombro que ele teve ao ter presenciado a visita de Alcebíades
- Tema: a dificuldade de alguns indivíduos se ajustarem as convenções da sociedade
- Corte RJ, 20 setembro de 1875
● Após jantar foi ler um livro de Plutarco, conta que quando ele lê alguma coisa
ele se imagina na cena, estava em uma via romana, ele para então na vida
de Alcebíades
● Então chega um moleque e ele perde linha da imaginação, se pergunta o que
os antigos achariam das roupas atuais. Conta que é espírita a alguns meses (
PRIMEIRO PERSONAGEM ESPÍRITA DA LITERATURA)
● Ele diz que o espiritismo vai resolver vários problemas da história porque vai
se poder chamar o espírito que fez e tirar a dúvida
● Decide chamar Alcebíades e ele surge, em carne e osso, trajado a antiga, até
esfregou os olhos para ver se era real
● Alcebíades (fala grego) pergunta porque ele chamou e o que deseja, antes
disso conta que os espíritos se agrupam de acordo com costume e profissão
e não por nacionalidade, por causa disso pede notícias atuais de Atenas, o
desembargador conta do parlamento helênico e mais umas coisas
● Alcebíades era esperto, malandro, gamenho, conta que olhava de soslaio
para o espelho se vendo e se exibindo
● Desembargador quer fugir dali então dizque vai ir a um baile, Alcebíades
pergunta o que é isso e ele explica, mostra como o paganismo ficou para trás
com a chegada da ciência
● Alcebíades diz que vai ao baile junto, desembargador fala que não acha boa
ideia por causa da roupa dele, Alcebíades troca de roupa para ir junto
● Alcebíades ficou espantado com as calças brancas do comendador,
perguntou o que era e ele explicou, então para ir ao baile trocou por uma
preta o que o deixou ainda mais espantado por ter escolhido uma cor tão feia,
o desembargador explica que é uma cor séria
● Quando foi botar a gravata o Alcebíades achou que ele iria se enforcar então
interceptou, mas aí o desembargador explicou para o que servia e seguiram
● Perguntou o que faltava e ele disse que ainda tinha que botar o chapéu, foi
até o cabide pegar e quando o Alcebíades olhou para ele cambaleou e caiu
(morreu pela segunda vez). Não conseguiu suportar a perda dos costumes,
decadência da cultura grega e a ascensão do contemporâneo
● Termina com: Rogo a V. Exa. se digne de expedir suas respeitáveis ordens
para que o cadáver seja transportado ao necrotério, e se proceda ao corpo de
delito, relevando de não ir pessoalmente à casa de V. Exa. agora mesmo
(22h) em atenção ao profundo abalo por que acabo de passar, o que aliás
farei amanhã de manhã, antes das oito
- Apresenta reflexão crítica dos costumes e seu modo estético
- Elemento fantástico do defunto que é morto pela segunda vez
Nota de Machado
- Este escrito teve um primeiro texto, que reformei totalmente mais tarde, não
aproveitando mais do que a ideia. O primeiro foi dado com um pseudônimo e passou
despercebido
12. VERBA TESTAMENTÁRIA
- Narrado em 3ª pessoa
- Personagens: Nicolau B. C.
- Tema: a inveja
● Começa com a transcrição de uma cláusula do testamento de Nicolau B. de
C. (morre ao 68 anos), contando que a última vontade do narrador é o de ser
enterrado em um caixão feito pelo Joaquim Soares, à Rua da Alfândega (faz
vários elogios ao Joaquim, inclusive não cobrou para fazer só queria uma
cópia do testamento por ele ter elogiado muito o Joaquim)
● O personagem tinha uma patologia (1855), machado se aproxima do leitor ao
escrever o conto
● Desde criança Nicolau tinha uma falha orgânica, quando vê outros meninos
brincando destrói os brinquedos mas só de meninos maiores que ele, sofre
de complexo de inferioridade.
● Não é culpa do pai porque o pai repreende a maldade do filho, conseguiu o
título de capitão por ter realizado uma doação, o adversário do pai também
consegue o título e ainda consegue um para o próprio filho para se sentir na
frente
● O Nicolau vai ver essa cena e rasga a farda de alferes do filho do adversário,
o pai repreende. Os meninos da vizinhança só saem com roupas simples
porque sair com roupa mais bonita Nicolau destrói tudo
● Pai do Nicolau resolve prender ele em casa una 4 meses, quando soltou
voltou tudo. Na escola começou a agredir quem era mais inteligente e mais
avançado que ele e o professor repreende com a palmatória. A família não
entende pelo que ele passa
● O pai e a mãe morrem e a irmã se casa e Nicolau fica sozinho. Quando
enxerga alguém superior a ele morde os beiços até sangrar de raiva, se torna
muito ríspido, bate nos escravos e nos cachorros. Quando dormia aliviava e
tratava bem os escravos
● Machado mostra a crítica da elite que descontava seus problemas nos mais
fracos como os escravos e os animais
● O cunhado é o único que vê o sofrimento do Nicolau como se fosse uma
verdadeira doença, acha que se ele conseguir um emprego e mudar de
conduta, vai se restabelecer. Ele tinha aceitado a ideia da diplomacia mas
quando vivencia que estará rodeado de pessoas as quais precisa reverenciar,
muda de ideia
● Nicolau diz que vai ficar com a irmã e seu amigos (mas só amigos feios e
vulgares). Passa a ter uma vida mais tranquila
● Quando o Brasil se torna independente ele entra para a política (1823), mas
ele não suporta debate, sabia conter-se e pôr a ideia da pátria acima do alívio
próprio.
● A irmã diz para ele casar, ideia do cunhado, acha que isso pode curar ele, se
ele sempre se sentir superior a todos. Casa ele com uma mulher bonita,
afasta do povoado e leva com ele só os amigos mais da ralé e os melhores
objetos. O cunhado manda fazer um jornal mentiroso que vai apresentar
notícias sempre boas do Nicolau para manter o ego dele no alto. Nos primeiro
3 meses deu muito certo. Depois começa a ficar irritado quando elogiam
demais a mulher dele (ela morre em algum momento)
● O tempo passou, a cura foi interrompida porque Nicolau foi ao RJ, viver entre
os revolucionários de 1831. Com a maioridade a vida pública dele terminou.
● “Era tão melindroso o estado dos seus órgãos auditivos, que o ruído dos
aplausos causava-lhe dores atrozes”
● Começou a viver todo desajeitado. O cunhado deu a ideia de ele começar a
fazer jantares toda semana para aliviar a cabeça. Começou a fazer mas
elogiavam muito o cozinheiro dele e ele acaba despedindo o cozinheiro.
● No final o narrador mostra o diagnóstico do cunhado de forma irônica (baço,
representa a tristeza e a depressão)
● Ele morre, e aparece a frustração do cunhado quando descobre que ele pede
o caixão do cara que é um bostinha, a irmã diz que a palavra dele vai se
cumprir
● Ele pede o caixão desse cara para evitar elogios ao caixão quando ele morrer
porque isso poderia incomodar ele até depois de morto
● É uma crítica ao cientificismo do século XIX que justificava a violência ao
escravos.

Continue navegando

Outros materiais