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SÃO BERNARDO - Graciliano Ramos ● Região de Alagoas - coronéis, violência, pobreza, seca, exploração ● Conflito entre o mundo arcaico e o mundo moderno ● Interação: psicologia + meio (o meio vive na alma do personagem) ● Linguagem despojada (concisa): raras metáforas, poucos adjetivos, frases curtas - Paulo Honório ● 50 anos (velho) ● Solitário ● Violento, ignorante ● Fazendeiro ● Viúvo ● No início da vida era guia de um cego e vendia as cocadas da Mãe Margarida. ● Na adolescência era peão na São Bernardo ● Falava muitos ditados populares ● Linguagem mais simples pela alfabetização na cadeia ● Quer entender sua vida: “contar as passagens mais significativas de sua vida” ● Não é o típico representante da elite coronelista, surge de baixo, da pobreza ● Esfaqueia um desafeto: preso por 3 anos 9 meses 15 dias (aprende a escrever) - Padre Silvestre era liberal. Curiosidades: - Modernismo - Romance de 30 - Não apresenta nostalgia em relação a derrocada das grandes oligarquias nordestinas - Apresenta fortes e diferentes níveis de miséria humana - Extrapola o regionalismo, apresenta a complexidade dos problemas humanos universais - A partir da metáfora que animaliza o homem, narrador apresenta as personagens trabalhadoras do romance - Representação da luta de classes - Romance metalinguístico ou metanarrativo - Entrecruzamento das esferas subjetivas (individual) e sociais (classe social) - Síntese conflituosa de um Brasil da Revolução de 30, em que valores arcaicos de uma oligarquia rural se chocam e são atravessados com a força modernizadoras dos grandes centros urbanos - A derrocada dessa personagem é um paralelo entre o suicídio da mulher e os anos 30 no país, todas as esferas exigiam dele o olhar sensível da transformação, incapaz de tê-lo, ele será dilacerado pela complexidade humana que não compreende, fazendo que a ele nada mais faça sentido. Da explosão sentida e incompreendida, resta a escrita Estrutura: - 36 capítulos - Escrito em 1934 - Narrado em 1ª Pessoa. Paulo Honório ● ATENÇÃO: Mesmo processo de escrita de Bentinho, em Dom Casmurro - Passa-se em Viçosa, Alagoas. - É um romance de denúncia social. Personagens: - Tubarão ● Cachorro de Paulo Honório - Madalena ● Professora, recebe a proposta de casamento com Paulo Honório e aceita entendendo ser vantajosa. Generosa, tenciona a relação com o marido em função de sua consciência social. Ao longo da trama, passa a sofrer com o ciúme do marido - D. Glória ● Tia de Madalena, criou a sobrinha com muito zelo em empregos subalternos. Uma vez a sobrinha casada com Paulo Honório, passa a viver e São Bernardo, irritando-o cada vez mais - Mãe Margarida ● Mãe adotiva de Paulo Honório, com ela vendia doces na infância miserável. Já em São Bernardo, Paulo Honório manda buscá-la, alojando-a na fazenda - Seu Ribeiro ● Guarda-livros da fazenda São Bernardo, já no tempo de Paulo Honório. Foi um homem de posses, mas não soube acompanhar as mudanças do tempo, mantém valores e princípios em uma velhice empobrecida e solitária. Alinha-se com D. Glória e Madalena, quando essas passam a viver em São Bernardo - Marciano e Rosa ● Casal de trabalhadores de São Bernardo, humilhados por Paulo Honório, que tem um caso com Rosa - Casimiro Lopes ● Jagunço de Paulo Honório, fiel e frio na execução das tarefas. Apesar de bruto, é o único a demonstrar afetividade com o filho de Paulo Honório com Madalena - Luís Padilha ● Herdeiro da fazenda São Bernardo, sem nenhum traquejo a sua manutenção, perde-a para Paulo Honório. Acaba trabalhando na fazenda como professor, sempre humilhado pelo novo proprietário. Ao fim, adere à revolução, ao lado dos rebeldes de 1930 - Padre Silvestre ● Representante da Igreja com relações com os homens poderosos; ao fim, adere a revolução de 30, apoiando as causas sociais - Azevedo Gondim ● Jornalista, alinha-se aos interesses de Paulo Honório - João Nogueira ● Advogado de Paulo Honório, ambos vivem de trapaças quanto a inventários de terras, valendo-se da proximidade de Nogueira com o juiz CAPÍTULO 1 - Ocorre a explicação da composição do livro: metalinguagem. O trabalho de composição do livro foi dividido entre vários integrantes. - Padre Silvestre: citações latinas; - João Nogueira: gramática; - Arquimedes: tipografia; - Lúcio Gomes de Azevedo Gondim: composição literária (era redator e diretor do cruzeiro). Paulo Honório imaginava o grande sucesso do livro, mas logo no início da composição, começam a ocorrer desavenças. João Nogueira quer escrever um livro com sintaxe complexa, Padre Silvestre teve de ser afastado do projeto. Paulo Honório coloca sua fé no bom trabalho de Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, visto que acreditava que ele escreveria exatamente o que fosse mandado. Após um tempo, Gondim entrega dois capítulos do livro datilografados. Estava um desastre, já que Paulo Honório queria uma escrita que se se assemelha à fala e Gondim escreveu de forma culta (escrita x fala). Desastre 3 tentativas falhas em um mês! Pio da coruja, lembrança da falecida Madalena. CAPÍTULO 2 - Metalinguagem novamente Abandona os amigos e vai escrever sozinho. Ele toma essa atitude, visto que “Existem fatos que eu não revelaria a ninguém. Vou narrá-los por meio de um pseudônimo”. Fala um pouco sobre Paulo Honório e os motivos de sua linguagem ser mais “simples”. Conta que ele se esforçou, durante a vida, em conseguir conquistar terras (São Bernardo) e obter a estabilidade. Não seria aos 50 anos que ele conseguiria aprender tudo que não aprendeu para escrever de forma culta. Ele demora para conseguir escrever alguma coisa, pois, como escritor, ele não tem prática. CAPÍTULO 3 Começa o capítulo contando um pouco sobre suas características físicas e sobre a sua história. Comenta que não sabe ao certo sua data de nascimento, que na meninice era cuidado por Margarida, que também o empregou (depois, após conquistar as terras em São Bernardo, Paulo Honório acolheu a velha Margarida – retribuição de favores). Primeiro fato marcante da sua vida é que ele começou a namorar uma Germânia. Essa mulher o traiu por um ladrão de cavalos, João Fagundes. Paulo Honório mata João Fagundes, apanha do policial, é preso por um pouco mais de três anos e, dentro da prisão, é alfabetizado por Joaquim Sapateiro. Após a sápida da cadeia Paulo Honório só quer uma coisa, conquistar terras, para isso ele consegue dinheiro emprestado do agiota Pereira. Sofre um calote, mas consegue pagar o agiota (futuramente é Paulo Honório que consegue tirar dinheiro do agiota). A partir daí ele segue sua vida tentando enriquecer e obter terras; faz diversas comprar e vendas (tudo muito difícil e arriscado) e possui, como fiel escudeiro, Casimiro Lopes. CAPÍTULO 4 Paulo Honório resolve se acomodar em Viçosa, Alagoas, e conquistar a propriedade São Bernardo, que já tinha, quando mais novo, trabalhado. A propriedade São Bernardo era de Salustiano Padilha. Quando morre, Luís Padilha, seu filho detém a posse das terras. Quando Paulo Honório percebe que Luís Padilha era boca aberta, ele faz amizade, empresta dinheiro para o homem para que se criasse uma dívida. Cria-se uma dívida gigantesca e Padilha começa a se esconder de Paulo Honório. Chegado o último dia para o pagamento da dívida, Paulo Honório vai até São Bernardo e encontra Luís Padilha. Luís pede uma prorrogação do tempo, pois não tem dinheiro. Paulo Honório não aceita a prorrogação e começam então a negociar vigorosamente pelo preço do terreno (ficam negociando a estilo de Trato feito hahaha). A negociação acaba com Paulo Honório sendo o novo proprietário da fazenda. CAPÍTULO 5 Neste capítulo, é tratada a primeira dificuldade da fazenda: os limites que o Velho Mendonça tinha ultrapassado. Conta o primeiro encontro entre Mendonça e Paulo Honório e que o clima ficou muito pesado. Casimiro Lopes já queria matar o Velho Mendonça, mas tudo se resolveu no diálogo num primeiro momento. Velho Mendonça é proprietário do Bom Sucesso CAPÍTULO 6 Passa um tempo, Paulo Honório tenta plantar Mamona e Algodão, mas a safrafoi ruim. Paulo Honório passa por dificuldades. Continuam os entraves entre Mendonça e Honório. Ambos dialogam, trocam farpas, espionam um ao outro. Teve um caso que um moleque de São Bernardo mexeu com a filha do mestre de açúcar de Mendonça. Mendonça, mais uma vez tenta invadir as terras de São Bernardo, mas nada ocorre. Paulo Honório vê que o Mendonça vai ser problema para o futuro. Planeja, com Casimiro Lopes, o assassinato do homem. Num sábado, que antecedia uma eleição, Paulo Honório estava conversando com seu Álibi, o Padre Silvestre, enquanto Casimiro Matou Mendonça com um tiro na costela mindinha. CAPÍTULO 7 - Reproduz a história de Ribeiro com a utilização da terceira pessoa com as palavras de Ribeiro. Paulo Honório encontra um homem chamado Ribeiro, que estava passando por dificuldades (leva para São Bernardo). Descobrimos que esse homem era culto, respeitado, conhecido como Major, conhecedor e a personificação da Lei. Ele era tudo isso no passado, quando a sua terra natal era pequena. Passado um tempo, com a modernização, começam a aparecer juízes, advogados, e consequentemente, Ribeiro foi perdendo respeito e poder. Sua mulher morre, seus filhos o abandonam. Ribeiro vai para a capital. A modernidade passou por cima de Ribeiro o deixando obsoleto. CAPÍTULO 8 Ficamos sabendo que Casimiro mata o caboclo mal-encarado do antigo Mendonça. Paulo Honório consegue terminar de construir sua casa Salto temporal de 5 anos Paulo Honório avança suas terras sobre as terras de Mendonça; de Fidélis, que tinha apenas um braço; de Gama, que estava estudando Direito; Respeitou a propriedade do juiz Dr. Magalhães. Pagava João Nogueira para vencer as disputas no Foro. Paulo Honório iniciou a Policultura e a Avicultura. Começou também uma estrada de rodagem para levar seus produtos ao mercado. Continua invadindo a terra alheia e quase morreu por levar um tiro. Azevedo Gondim publica uma nota chamando Paulo de Patriota. Isso o ajuda a conhecer o governador de Alagoas. O governador pergunta sobre a Escola. Paulo Honório não tá nem aí com a educação dos trabalhadores, mas imagina que conseguirá benefícios do governador essa construção. CAPÍTULO 9 Nesse capítulo Paulo Honório está em busca de um professor. Ele conhece a Madalena, professora loira de uns 30 anos, mas quem é contratado como professor é o Luis Padilha. É descoberta a localização da antiga Margarida e Paulo Honório manda buscar ela. CAPÍTULO 10 Sem importância. Apenas conta que a velha Margarida chegou (está mal da vista, fazia doces e pede um tacho, que era de fazer doces, para Paulo Honório). Luís Padilha e Casimiro conversam. CAPÍTULO 11 Paulo Honório está com uma vontade de casar. Essa vontade não é amor, visto que ele tem um preconceito sobre mulheres, visto as experiências ruins do passado, como a Germânia, por exemplo. Ele quer se casar para ter um herdeiro. Neste capítulo, Marciano (funcionário de Paulo Honório – sua mulher já tinha o traído com o Paulo Honório) e Luís Padilha ficam refletindo sobre como era errado um homem ser dono de tanta riqueza (Casemiro também tá na discussão mas discorda deles e diz que desde o início tudo sempre tem um dono). Paulo Honório fica pistola com Marciano e Luís Padilha. CAPÍTULO 12 Paulo Honório vai para a cidade visitar o Dr. Magalhães, objetivando sua filha para casamento. Lá, na casa do doutor está a Dona Glória (tia de Madalena) e Madalena. Ocorre uma comparação entre Marcela, filha de Magalhães, que tinha um corpo voluptuoso, e entre a Madalena, que era mais miudinha. Paulo sai da casa de Magalhães não pensando na Marcela, mas sim na Madalena. CAPÍTULO 13 A gazeta começa a difamar a imagem de Paulo Honório, mais precisamente é Brito que faz isso, pois não conseguiu um empréstimo com Honório. Honório vai até a gazeta, bate em Brito e acaba tendo que ir para a polícia, contratar um advogado para se livrar da situação. Na volta da cidade para São Bernardo, Paulo pega um trem e vê a Dona Glória. Existe uma conversa entre os dois. Existe neste capítulo, uma forte marca de metalinguagem. Paulo Honório, como narrador afirma que a conversa não foi exatamente como está escrito no livro. Ele disse que colocou, apenas, o que acho de mais interessante. CAPÍTULO 14 Dona Glória apresenta sua SOBRINHA. Ocorre um diálogo entre os três. Paulo Honório reforça o convite de conhecer a sua propriedade. Paulo volta para a fazenda e encontra seus amigos. Ele quer saber um pouco mais sobre a família da Madalena. Pede para que Gondim convença Madalena de trabalhar na sua escola. CAPÍTULO 15 Paulo Honório foi visitar Dona Glória e Madalena para saber a resposta de Madalena. Madalena diz que recusa a oferta. Paulo Honório aceita a resposta, mas daí ele admite que essa história de professora é só enrolação e que ele realmente queria se casar com Madalena. Proposta bem simples e direta. CAPÍTULO 16 O povo já sabe do casamento antes mesmo que a proposta fosse aceita. Nesse capítulo, Paulo está na casa de Dona Glória e de Madalena. Gondim está junto, os três conversam. Madalena diz que aceita a proposta, mas que ela não o ama. Ele diz que não tem problema, ela quer marcar o casamento para daqui um ano, mas Paulo a interrompe e diz que o casamento ocorrerá em uma semana. CAPÍTULO 17 O casamento ocorre em São Bernardo e foi o Padre Silvestre que realizou a cerimônia. Passado uma semana, Paulo Honório quer melhorar para a sua mulher e tenta melhorar seu vocabulário. Não consegue, mas a sua mulher são se importava com requinte. Paulo já dá as primeiras orientações na vida do campo, isto é, não falar com os caboclos e se ela quisesse trabalhar, que trabalhasse com Maria das Dores. Dona Glória vai viver junto com o casal CAPÍTULO 18 Aqui começam a ocorrer os primeiros problemas conjugais, pois Madalena começa a se meter na administração da fazenda. Dizia que Ribeiro ganhava muito pouco e isso já desencadeou a primeira briga. CAPÍTULO 19 Esse é outro capítulo metalinguístico, que o Paulo está escrevendo o livro e contando que Madalena era boa demais, que ele sente muita a sua saudade. Paulo afirma que não foi capaz de aproveitar tudo de bom que a sua mulher tinha para dar. CAPÍTULO 20 Aqui ocorrem as desculpas pela briga. Paulo diz que sente muito pela discussão, diz que sente muito pela sua atitude. Madalena faz o mesmo. CAPÍTULO 21 Capítulo que fala de brigas novamente. Madalena pede materiais escolares, Paulo aceita, mas sem dar muita atenção. Quando chega a fatura dos materiais ele fica possesso. Vendo que o gado estava sem comida ele resolve descontar em Marciano por não ter alimentado o gado (bate nele que nem cachorro). Madalena chega, diz que aquela atitude não era certa e eles começam a discutir. CAPÍTULO 22 Aqui ficamos sabendo que surge uma amizade entre Glória e Ribeiro. Paulo ficava cada vez mais irritado com as atitudes de Glória (ficar cochichando, não devolver as coisas nos seus devidos lugares). Descobrimos que Madalena estava grávida e que Paulo muda o seu comportamento por causa disso. Ele aceita as reclamações da mulher. CAPÍTULO 23 As atitudes de Madalena são as mesmas. Ela é extremamente querida, dá vestido de seda para Rosa, mulher de Marciano, faz diversos paparicos para todo mundo de São Bernardo. Como sempre, Paulo Honório fica puto da cara. O filho de Madalena nasce, é um menino. CAPÍTULO 24 Paulo Honório começa a sentir ciúmes. Ele acha que a Madalena está se assanhando para os outros (acha que ela é comunista), já estavam casados a 2 anos. Gondim no jantar elogia a vida no campo, Padre Silvestre elogia Paulo Honório, o padre diz que as finanças do estado estão indo mal e que qualquer dia teria uma revolução, Paulo Honório fica puta e Madalena concorda com o padre CAPÍTULO 25 Esse sentimento de ciúmes cresce. Ele começa a achar que a sua mulher o tinha traído. Fica divagando se os outros sabiam de uma traição e se eles ficavam cochichando isso O filho está jogado. Ninguém dá atenção. Casimiro é o único amigo de Paulo. Obs: o ciúmes pode ser comparado com Otelode Shakespeare e com Dom Casmurro CAPÍTULO 26 A cada capítulo o ciúmes e a desconfiança aumentava. Paulo Honório começa a invadir a privacidade da sua mulher. Uma vez Madalena estava escrevendo uma carta. Paulo quer ver, mas ela não deixa. Começam a discutir fervorosamente e um começa a xingar o outro. Madalena chama Paulo de assassino e isso fere muito ele. CAPÍTULO 27 Neste capítulo Luís Padilha vai ser demitido. Padilha quer saber o motivo da demissão e fala que a causa só pode ser Madalena. Luís Padilha disse que dava conselhos para Madalena, que não era para ela te irritar, que as histórias do assassinato do senhor Mendonça era mentira. Papagaio come o milho, periquito leva a fama. CAPÍTULO 28 Essa conversa o deixa em dúvida. Ele gostaria de ter alguma prova da inocência ou da culpa de Madalena. Se fosse inocente, ele daria uma vida espetacular, se fosse culpada, mataria a mulher. A dúvida o matava por dentro. CAPÍTULO 29 Continua a desconfiança CAPÍTULO 30 Esse capítulo mostra que o ciúme virou quase esquizofrenia. Ele e Madalena estavam dormindo quando acordou achando que os caboclos estavam indo ver Madalena. CAPÍTULO 31 O vento leva uma carta que tinha a letra de Madalena. Paulo achava que era uma carta escrita para um homem. Vai tirar satisfação com a mulher, que estava saindo da igreja, e ela diz que é um pedaço de uma carta, o resto estava na sua bancada e que o marido poderia ir ver, se quisesse saber o destinatário – tom de despedida. Madalena começa a falar o que aconteceria caso ela morresse de repente. Ela pede para que Paulo seja amigo de Glória, que alguns trabalhadores eram bons, outros ruins. Madalena começa a falar frases desconexas. Paulo vai dormir depois daquela conversa. Na manhã seguinte ele vai tomar um banho no açude e quando está voltando para casa ele escuta um grito. Paulo entra na casa, várias pessoas estavam lá e no meio estava Madalena morta (suicídio com veneno) com a boca espumando e cacos de vidro no chão. Paulo tenta reanimar a mulher, mas não consegue. Honório corre para a bancada da mulher, que ela disse que estava o resto da carta, ele lê e descobre que aquilo era uma carta de despedida. CAPÍTULO 32 Mostra a tristeza de Paulo Honório. A lembrança forte de sua mulher e a sua tristeza preenchiam seus dias. Dona Glória fala para Paulo que vai ir embora naquele mesmo dia e que não queria nada de Paulo. Paulo não queria que ela fosse, disse que poderia ficar o tempo que quisesse, mas Glória estava determinada a ir embora. Paulo mentiu e disse que devia a Madalena um dinheiro à Glória. Glória aceitou. Ribeiro pediu demissão, pois o ambiente lhe trazia péssimas recordações. CAPÍTULO 33 O mês que Honório tinha dado a Padilha para ir embora passou voando. Nisso explodiu a revolução de 1930, Padilha entrou na rebelião e foi embora. CAPÍTULO 34 A revolução fica mais forte, o partido de Honório cai. Ele sabe que vai sofrer as consequências disso. Seus funcionários começam pedir demissão. CAPÍTULO 35 Ficamos sabendo que as coisas estão indo mal para Honório. Sua produção não dava certo, seus clientes faliram, os seus vizinhos iriam comer suas terras. Mostra a imensa tristeza. Pelo hábito Honório ia dar alguma ordem para Ribeiro, mas lá ele não estava. Imaginava Dona Glória nos pomares e Paulo se dirigia até o quarto na procura de alguém. CAPÍTULO 36 O último capítulo tem mais uma marca de metalinguagem. Conta que passados 2 anos da morte da mulher ele resolveu escrever o livro. Conta que desperdiçou sua vida, que vai tentar acumular dinheiro para seu filho e para seus netos, caso tenha. Ele diz que não conquistou nada. A fazenda de São Bernardo está apodrecendo, seus vizinhos estão roubando a sua terra e mesmo se tudo voltasse ao normal, não teria Madalena. Pensa que sua vida seria diferente se não tivesse feito as coisas que fez. Diz que está isolado em São Bernardo, que está sofrendo com a lembrança de sua mulher e ele sofre muito. Diz que se pudesse voltar no tempo as coisas iriam acontecer da mesma forma. Ele diz que a causa da sua desgraça foi se transformar de trabalhador em capitalista, proprietário. Ele culpa a sua profissão. Termina: “E eu vou ficar aqui, às escuras, até não sei que hora, até que, morto de fadiga, encoste a cabeça à mesa e descanse uns minutos”