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Imunohematologia - aula 2 Exames realizados em banco de sangue com o objetivo de viabilizar a transfusão de sangue, para que não haja incompatibilidade sanguínea entre o sangue do doador e do receptor. Imunohematologia Os testes imunohematológicos são um conjunto de exames laboratoriais que se prestam a dar segurança às transfusões sanguíneas, para que as pessoas quando recebem a bolsa de sangue não sofram nenhuma incompatibilidade sanguínea, porque às consequências pode levar até a morte. Às transfusões de sangue restabelecem a capacidade de transporte de oxigênio em pacientes com anemia ou perdas agudas de sangue (pessoas que sofrem acidentes , deficiência de fatores de coagulação, leva a hemorragias agudas) Sendo necessário a revitalização de órgãos e tecidos através do oxigênio. Paciente com hemoglobina abaixo de 4, é incompatível com a vida sendo necessário restabelecer essa hemoglobina no paciente. O processamento do sangue é o fracionamento dos hemocomponentes que são: concentrado de hemácias, plaquetas e plasma fresco ou congelado. Após o processamento a bolsa de sangue é liberada para o hospital ou para o próprio paciente desde que esteja com a requisição médica. Testes pré-transfusionais São aqueles exames realizados antes da transfusão de sangue para observar a compatibilidade sanguínea entre doador e receptor, pois o sangue do receptor tem algum anticorpo que destrói as hemácias do doador, quando essa hemólise ocorre no paciente após a transfusão geralmente são fatais, sendo importante a realização desses testes. Se assim estiver tudo certo, a transfusão sanguínea é realizada Principais testes imunohematológicos 1- Classificações sanguíneas (ABO e Rh) - existe 2 metodologias: direta e reversa. Em bancos de sangue, hemocentros e agências transfusionais é obrigatório a realização da prova direta e reversa 2- Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) - Logo após o nascimento já se tem anticorpos contra o sistema ABO, com anticorpos AntiA e AntiB, chamados de anticorpos naturais que surgem de 3 a 6 meses após o nascimento, todos os anticorpos que o indivíduo tem no sangue que não são do sistema ABO são chamados de anticorpos irregulares 3- Provas de compatibilidade sanguínea - é quando vai cruzar (prova cruzada) o sangue do doador e o sangue do receptor. São utilizadas várias metodologias para se classificar o sangue, sendo elas: Provas em tubo: Provas em gel: Provas em placas para aparelhos automatizados: Princípio dos testes imunohematológicos O princípio é a interação antígeno-anticorpo: Para evidenciar que o paciente tem anticorpos contra os antígenos das hemácias do doador, vai observar reações de aglutinação ou de hemólise 1- Aglutinação Na reação de aglutinação, às hemácias formam grumos a partir da ligação de anticorpos específicos e antígenos presentes na membrana da hemácia. Coloca-se vários tipos de anticorpos, coloca-se 3: AntiA, AntiB e AntiD (exemplo) e coloca o sangue do paciente receptor, observa-se que aglutinou no primeiro espaço, sendo isso uma reação antígeno-anticorpo, o anticorpo que comprou pronto e colocou aglutinou com as hemácias do paciente. Se colocou um anticorpo anti A no espaço 1, significa que o paciente tem o antígeno A por isso aglutinou. Aglutinação Anti A e A. É um tipo de aglutinação muito forte,. A aglutinação é uma das formas de visualização da reação, para que aconteça, é preciso que as hemácias e os anticorpos formem uma malha, onde a quantidade de anticorpos e hemácias sejam equivalentes para que a visualização seja viável. Se houver uma quantidade maior de anticorpos do que de antígeno acontecerá o efeito prozona. 2. Reação de Hemólise É uma das formas de visualizar que houve uma reação antígeno-anticorpo. Na reação de hemólise, a hemácia do doador vai reagir com o anticorpo do receptor e a aglutinação ocorre, mas também pode ocorrer que o sistema complemento,às proteínas do sistema complemento, se liguem a porção Fc do anticorpo e quando forma o conjunto complemento-anticorpo-antígeno, o antígeno será destruído. O anticorpo sozinho dificilmente destroem o antígeno (que é a hemácia). Quando o sistema complemento se liga a porção Fc do anticorpo, vai se ver a hemólise, o complemento-anticorpo destroem a hemácia e a hemoglobina que está no interior da hemácia é liberada para o meio externo, ocorrendo vários grau de hemólise. TUBO 1 : Tubo de um soro sem hemólise TUBO 2: Tubo com hemólise grau 1 , tem um pouco de hemoglobina TUBO 3: Hemólise grau 2 TUBO 4: Hemólise grau 3 Mesmo com cores de intensidades diferentes, tem a transparência em comum que indica reação de hemólise, onde não se viu o grumo (ou no tubo ou na placa ou na lâmina que caracteriza aglutinação). Mas a reação foi tão intensa que em vez disso ocorreu uma hemólise e em vez de ficar no fundo do tubo a bolinha caracterizando aglutinação antígeno-anticorpo, se vê uma reação transparente, indicando que ocorreu hemólise, por causa da ação do complemento. Observação das reações dos exames imunohematológicos: Aglutinação ou Hemólise que caracteriza um anticorpo capaz de destruir a hemácia. Na etapa 1 da aglutinação: Anticorpos se ligam aos antígenos “sensibilizando” às hemácias O anticorpo só se ligou na superfície das hemácias. Na etapa 2 da aglutinação: Ocorre a formação da malha, onde se consegue visualizar a reação de aglutinação por causa da malha de antígenos-anticorpos ligados entre si Reação de hemólise Quando os anticorpos se ligam aos antígenos ativam o sistema complemento que rompe a membrana das hemácias e a hemoglobina vem para o meio indicando que ocorreu hemólise. Técnicas utilizadas nos testes imunohematológicos Em tubo, em lâmina, em coluna de aglutinação ou gel, em placa de microtitulação (microplaca). Técnica em lâmina : Não é recomendada para hemocentros ou banco de sangue, uma vez que um paciente RH - será necessário fazer váriostestes para confirmar se é realmente negativo ou se tem um antígeno fraco do sistema RH. Na lâmina não vai poder incubar, centrifugar, sendo um teste de triagem muito grosseiro. Técnica em tubo : É recomendado e efetivo (demora 40 minutos) Técnica em gel: em cada local há um antígeno fixado, ao colocar o soro do paciente, haverá aglutinação na parte de cima.É uma técnica mais rápida que a técnica em tubo. (demora 15 a 20 minutos) Mais rápido e muito mais caro. Técnica de microtitulação em placa: Leitura e pipetagem são realizados pela automação. A bolsa de sangue não pode ser liberada sem os testes de compatibilidade. Testes 1- Classificações sanguíneas (ABO e Rh) ou Fenotipagem ABO Fenotipagem: Expressão do gene na superfície das hemácias para antígeno A e B ou a não expressão de nenhum antígeno que é o O . O sistema ABO é considerado o mais importante na medicina transfusional devido a gravidade das reações transfusionais hemolíticas dada à presença regular no plasma do indivíduo de anticorpos ‘naturais” contra os antígenos A e B. Às reações transfusionais que levam o paciente a morte, em 99% dos casos é por causa da incompatibilidade ABO. Exemplos: Grupo sanguíneo A e recebe uma bolsa de sangue B, acontecerá reação hemolítica grave transfusional - Os anticorpos naturais se expressam contra os grupos sanguíneos A e B que causa hemólise intravascular dentro dos vasos sanguíneos, levando o receptor a morte. Anticorpos Naturais São detectados no soro ou plasma do paciente sem que tenha havido contato prévio do organismo com o antígeno (sem contato com substância que tenha estimulado o desenvolvimento desse anticorpo, assim chamado de anticorpo natural) , em transfusões sanguíneas ou gestações. - Quando ocorre em transfusão de sangue incompatível ou numa gestação, entra em contato com esses antígenos o anticorpo deixa de ser natural. - Anticorpos naturais (Anti A e B) geralmente são da classe IgM, ou seja, não atravessam a placenta. Anticorpos ABO são da classe IgM. - Anticorpos RH são IgG, podem atravessar a placenta. - Anticorpo IgM é grande e pesado, pentâmero, não tem receptor para a placenta. - De modo geral, não existe em uma gestação a incompatibilidade do sangue do bebê com o da mãe por ABO, tendo em vista que IgM não atravessa a placenta, quando existe são exceções, porque algumas pessoas os anticorpos ABO são IgG, e nesse caso atravessa a placenta . Pessoa do tipo sanguíneo A: Tem na superfície da hemácia (triângulo) antígeno A Pessoa do tipo sanguíneo B: Possui outro tipo de antígeno (a galactose) que possui morfologia diferente Pessoa do tipo sanguíneo AB: terá antígeno AeB Pessoa do tipo sanguíneo O: Não tem nenhum antígeno Em relação aos antígenos nas superfícies das hemácias Pessoa com antígeno A na superfície das hemácias: Não tem anticorpo anti A na superfície das hemácias, pois o próprio anticorpo, irá destruir suas hemácias, tendo uma reação hemolítica. O sistema imunológico não forma um anticorpo natural antiA nesse caso, formará um antiB. Pessoa do grupo sanguíneo A; tem em seu plasma anticorpos Anti B Pessoa do grupo sanguíneo B: Não pode ter anticorpos Anti B, tem que ter anticorpos anti A Pessoa do grupo sanguíneo AB : Não se pode ter nenhum anticorpo, se tiver antiA destruirá antígenos A da hemácia, se tiver anticorpo Anti B destruirá antígenos B que fazem parte da hemácia AB, dessa forma grupo sanguíneo AB não tem nenhum anticorpo natural na hemácia. Pessoa do grupo sanguíneo O: Tem hemácia careca, sem nenhum antígeno, nesse caso o indivíduo pode ter anticorpo anti A e anti B que não vai destruir a hemácia. Importante: Na superfície das hemácias não só tem antígenos A e B, nem antígenos RH (antígenos D). Existe outros antígenos. A nível de hemocentro não há doador e receptor universal para transfusão de sangue. Anti D - RH, não é anticorpo natural O anti D (RH) não é um anticorpo desenvolvido naturalmente no organismo,só é desenvolvido o anti D, quando entrar em contato com um sangue que tenha o antígeno D. 1. Fenotipagem ABO Na transfusão de sangue ABO é incompatível quando: O plasma do receptor tem anticorpos “naturais” que reagem com os antígenos presentes nas hemácias do doador . Exemplo: Doador A, receptor têm anticorpo Anti A : incompativel Se tem anticorpos Anti A, a pessoa é do grupo sanguíneo B O plasma do doador tem anticorpos ‘naturais” que reagem com as hemácias do receptor. Tem que se atentar a compatibilidade tanto na transfusão de hemácias como de plasma, o plasma que o receptor irá receber pode ter um anticorpo contra às hemácias que se tem. Os antígenos do sistema ABO já estão presentes no feto na sexta semana de gestação, no entanto, somente depois de 2 anos de idade é que estão totalmente desenvolvidos e com sua expressão máxima nas hemácias do indivíduo. O bebe na sexta semana de gestação já tem antígenos ABO, porém não estão totalmente expressos que pode influenciar mais adiante numa classificação sanguínea Grupos sanguíneos A, AB e B apresentam subgrupos Grupo sanguíneo A - subgrupos: A2 (A fraco): Possui poucos receptores na superfície da suas hemácias A1 (A forte): Possui mais antígenos na superfície das hemácias, com 2 tipos de antígenos na superfície das hemácias 80% dos indivíduos do grupo A, pertencem ao subgrupo A1, e 19% ao subgrupo A2 e apenas 1% dos indivíduos pertencem aos demais grupos (A3, AX, A1B, A2B e etc) - Uma pessoa do grupo sanguíneo A2 forma anticorpos contra o antígeno do A1 formando anticorpo para destruir a hemácia do tipo A1. Os subgrupos de B raramente aparecem na população,sem importância clínica (A1B). Os recém nascidos não produzem os anticorpos naturais do sistema ABO, mas podem apresentar no plasma os anticorpos da mãe, transferidos através da placenta durante a gestação. Na sexta semana de gestaçãoo bebe já tem antígenos, mas os anticorpos só vão serem totalmente desenvolvidos no sexto mês de vida. Prova de compatibilidade sanguínea: Se o bebe precisar de umas transfusão, a compatibilidade sanguínea, a pesquisa de anticorpos vai ser realizado com o sangue da mãe até os 6 meses de idade por eles não terem anticorpos desenvolvidos. Os anticorpos do sistema ABO começam a se desenvolver entre 3 e 6 meses de idade, e sua produção atinge um nível máximo (nível ótimo) entre 5 e 10 anos depois declina de forma progressiva de acordo com a idade devido a memória imunológica, porque os linfócitos T com um tempo perdem a capacidade de gerar memória imunológica. Indivíduos idosos podem ter os anticorpos do sistema ABO em níveis não detectáveis ou ausentes no soro ou no plasma . Triângulo -antígeno A Bola - antígeno B Que são açúcares na superfície das hemácias. Imagem 1: toda hemácia tem esse precursor formado de vários carboidratos (açúcares) que vai sustentar o antígeno H A maioria das hemácias das pessoas tem o antígeno H (bola verde) Grupos sanguíneos: O, B e A tem o antígeno H Antígeno H: Apresenta uma enzima chamada transferase que transfere para a cadeia de polissacarídeo 1 açúcar. Se geneticamente a pessoa é do grupo sanguíneo A, a transferase vai transferir uma galactosamina para a superfície da hemácia - Grupo sanguíneo A : (H) tem o precursor, têm o antígeno H, e tem a acetil-galactosamina que o antígeno H transferiu para a superfície da hemácia. - Grupo sanguíneo B: (H) tem o precursor, têm o antígeno H, e tem a glicosamina que o antígeno H transferiu para a superfície da hemácia - Grupo sanguíneo O: (h) tem o precursor, têm o antígeno H, mas a transferase não transfere nenhum açúcar para a superfície da hemácia A pessoa que só tem o precursor, não tem o antígeno H é chamado de (hh ou bombei) que é raro, não tem nenhum açúcar transferido para a sua superfície Sem antígeno H: Quando faz a classificação sanguínea normal, classifica-se como se fosse do grupo sanguíneo O, porque não detecta nenhum antígeno na superfície da hemácia, mas ele terá anticorpos contra todos os outros grupos sanguíneos, pois todos os outros têm o antígeno H. Não pode transfundir nem mesmo o O, pois o O, tem antígeno H e é formado um anticorpo contra o antígeno H, na hora da transfusão é gerado uma reação imune contra o O,devido a presença do antígeno H. 1 a cada 1 milhão de pessoas no mundo tem os genes HH (bombay - chamado de falso O) Provas realizadas para definir a fenotipagem ABO: Prova direta e Prova reversa 1º teste: Classificação sanguínea, é simples. Prova direta: Pesquisa-se os antígenos do sistema ABO nas hemácias do indivíduo Pode ser técnica em tubo ou em lâmina: Após identificar os tubos, Quando fala em soro - é anticorpos TUBO A ; pega o anti-soro, anticorpo anti A e coloca dentro das hemácias A (cor azul) TUBO B: Pega uma gota do soro Anti B e coloca no tubo B (cor amarela) TUBO AB: Uma gota do soro anti AB e coloca no tubo AB (cor branca) Preparação da suspensão de hemácias a 3% Como tem muito antígeno nas hemácias, dilui o sangue pois é um sangue muito espesso, a diluição é feita a 3%, em 100ml de solução salina 3 ml é de hemácia. Também pode pegar 1o microlitros de sangue em 200 microlitros de solução salina e faz-se a suspensão de hemácias Também pode ser 19 gotas de salina e 1 gota de hemácia. Em cada tubo preparado coloca-se uma gota da suspensão de hemácias (antigenos) do paciente. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos e faz a leitura dos resultados Se no tubo que colocou o anticorpo Anti A, houve aglutinação é porque o paciente é do tipo A,no tubo que colocou anti AB também aglutina, pois o paciente tem antígeno A nas hemácias, do mesmo modo se o paciente for do tipo B, também aglutina no Anti AB . Se o paciente for O, não aglutina em nenhum. Se o paciente for AB vai aglutinar no A,no B e no AB Existem vários grau de aglutinação que é caracterizado em cruzes. A hemólise também indica positividade, fica transparente, verificar quadro. Positividade: ocorre aglutinação ou hemólise Técnica de prova reversa Nomeia 1 tubo com A e outro tubo com B. Após ter coletado o sangue do paciente, centrifugado, separado o plasma das hemácias, separa o plasma em outro tubo. Pega o soro ou o plasma do paciente coloca duas gotas em cada tubo, coloca hemácias revercel A1 no tubo A1 se tiver anticorpos anti A1 entrará no tubo. Se o plasma do paciente tiver anticorpos contra a hemácia A, ocorre a reação antígeno-anticorpo dentro do tubo. Se o paciente tem anticorpos Anti A ele é do grupo sanguíneo B, aglutinou no tubo A porque usou hemácias A, mas o anticorpo que aglutinou foi o anti A, e quem tem anticorpo Anti A é do grupo sanguíneo B. No segundo tubo coloca hemácia B, o paciente acima não tem anticorpo anti B, pois se ele tivesse anticorpo anti B teria reagido com o Revercel da hemácia B que foi adicionada. como não aglutinou, nem formou grumo, nem teve hemólise, diz que ele não tem anticorpo AntiB. No tubo 1, o paciente tem um anticorpo Anti A significa que ele é B No tubo B, o paciente não tem anticorpo Anti B confirmando que é do grupo sanguíneo B A prova reversa objetiva identificar se o paciente tem o anticorpo, enquanto na prova direta a hemácia é do paciente e o anticorpo que é comprado, pesquisa-se o antígeno. Soro - contém anticorpos Hemacias/revercell - antigenos Interpretação dos resultados prova reversa 1- No TUBO A: Não aglutinou No TUBO B: Aglutinou: paciente com anticorpo anti b, então o paciente é do grupo sanguíneo A 2- No TUBO A: Aglutinou e no TUBO B não aglutinou: paciente com anticorpo Anti-A, não aglutinou na hemácia B, então o paciente é dogrupo sanguíneo B 3- Não aglutinou em nenhum tubo, não houve hemólise, nem tem anticorpo nem anti-A e nem Anti-B, então o paciente é do grupo sanguíneo AB, 4- Aglutinou no tubo A e B, paciente tem anticorpo A, B e AB, paciente é do grupo sanguíneo O, não tem hemácias Anti-A e Anti-B Tem que dar o mesmo resultado na prova direta e na prova reversa. Discrepância ABO é algum erro do pessoal Fenotipagem RhD (Antígeno D) 85% das pessoas apresentam o antígeno D na superfície das hemácias e são consideradas Rh positivo (RhD+) 15% não apresentam antígenos na superfície das hemácias, sendo consideradas Rh negativas (RhD-) RhD + (85%) RhD - (15%) O antígeno D não é natural, o anticorpo que se forma não é natural. Paciente A- receptor pode receber A+ do doador, pois não se tem anticorpo pronto contra ele. Rh - não tem anticorpo pronto quando recebe a bolsa de sangue + terá apenas uma sensibilização, isso é, a formação de anticorpos Se o paciente for Rh+ não pode receber doação de Rh- Paciente do grupo sanguíneo A não pode receber sangue do grupo B, pois o antiB da hemácia A irá destruir a hemácia B Os principais antígenos do sistema Rh são: D,C, c, E, e. O antígeno D é o mais importante do ponto de vista clínico devido ao seu alto grau de imunogenicidade, pode causa reação de hemólise ou alérgica forte no receptor A+ transfundido no paciente A- : Se é a primeira vez que o paciente entra em contato com Rh+ não terá reação nenhuma, irá apenas formar o anticorpo anti D, já na próxima vez se ele receber um sangue com Rh+ terá reação imediata pois ja formou anticorpo Imunohematologia - aula 3 O antígeno D é o Antígeno do Rh, pode apresentar algumas variações em consequência de alterações provocadas por uma mutação genética: D fraco e D parcial. D fraco: na superfície da hemácia, ele não tem todos os epitopos D presente, tem poucos antígenos D (que é uma proteína) e alé disso pode ter a sequência de aminoácido defeituoso. Se pegar uma bolsa de sangue de um paciente D+ com todos os antígenos completos e transfundir em um paciente D- (D fraco) que não tem todos os antígenos completos pode formar anticorpos contra algum antígeno do D+ que o D- não tem. O D- não consegue detectar fazendo uma classificação sanguínea,colocando o reagente anti D, ele pode não conseguir formar a positividade. No caso de transfundir de um D fraco em um D forte não tem problema, porque o D+ tem todos os epitopos, então nada é estranho e não forma anticorpos contra nenhum antígeno do D. Técnicas para testar RhD Pega-se 2 tubos, escreve em 1: D e em outro escreve: C Rh, compra pronto o soro anti D (que tem anticorpos). A diferença do tubo D e do controle Anti D No tubo D, anti D, tem-se dentro dele anticorpos anti D No tubo do controle, tem todos os componentes do anti D, menos o anticorpo anti D Nos 2 tubos coloca o anti soro, e depois coloca a suspensão de hemácias do paciente e centrífuga. Se o paciente tiver o antígeno D ele é Rh+, então ele vai aglutinar com o anticorpo Anti D que foi colocado no tubo com o soro do paciente. No controle Rh, mesmo a hemácia do paciente tendo antígenos D, o controle não tem anticorpo anti D, então não vai aglutinar, isso é: formar grumos. Assim sendo, o teste foi validado. o controle Rh nunca pode aglutinar. O controle Rh é feito para validar o teste. Indica acondicionamento correto, prazo de validade correto. Explicação da técnica do Rh Resultados e interpretação da fenotipagem RhD Teste de D fraco: joga um soro chamado de soro de coombs O teste de antiglobulina humana (Coombs) pode ser Coombs direto e coombs indireto : Coombs direto: Permite detectar hemácias sensibilizadas in vivo por anticorpos, usando o soro de coombs que contém anti-anticorpos. O soro de coombs é um anti-anticorpo Paciente com hemácias sensibilizadas com anticorpos, às hemácias já estão fixadas com anticorpos, a fixação ocorre devido a sensibilização. Situações que fazem com que a hemácia esteja fixada com o anticorpo: - Eritroblastose fetal: Onde o bebê que a mão está gerando é rh+ e a mãe é rh-,isso é: o bebê tem antígeno D na superfície das hemácias e a mãe não tem, o antígeno D para mãe é estranho. O primeiro bebê é gerado sem nenhum problema e na hora do parto pode ocorrer uma mistura do sangue da mãe que é - com do bebê que é +, a mãe por não ter hemácias positivas reconhecerá às hemácias do bebe como estranhas e irá formar anticorpos contra as hemácias do bebê, em uma segunda gestação os anticorpos da mãe que se formaram, que são IgG (capazes de atravessar a placenta) conseguirão atravessar a placenta e destruir as hemácias do segundo bebê, ocasionando aborto. - Como saber que o bebê foi sensibilizado: Caso o segundo bebê nascer, é possível saber se as hemácias foram sensibilizadas, isso é, se os anticorpos da mãe se fixaram nas hemácias do filho, através do testes de coombs direto é possível saber se houve essa sensibilização: Teste de antiglobulina humana (Coombs) que pode ser direto ou indireto. Coombs direto Coleta o sangue do bebê, e em um tubo coloca o sangue e o soro de coombs que é um anti-anticorpo, o anti-anticorpo se liga no anticorpo da mãe que está ligado na superfície da hemácia do bebê. Assim, coombs direto permite saber se as hemácias de uma pessoa estão fixadas com anticorpos. Pessoas com anemia hemolítica: Paciente que desenvolve anticorpo contra às próprias hemácias, essa anemia também é feita através do soro de coombs. Hemácia do bebê - coloca o soro de coombs: soro se liga ao anticorpo da mãe na superfície da hemácia do bebe. Antígeno ligado ao anticorpo - o mais preto é o anti-anticorpo que une às hemácias sendo capaz de seobservar a aglutinação. O D Fraco: Quando um anticorpo se liga em um braço, mas o outro braço não consegue se ligar a outra hemácia, não é possível observar a malha de aglutinação, então ao adicionar o soro de coombs ele irá ligar hemácias que estão separadas, causando a aglutinação. Pode fazer o teste de coombs para detectar se o paciente é RH - Classificação sanguínea, onde não aglutina no O, não pode liberar dizendo que o paciente é O-, pois ele pode não ser O-, ele pode ser um D fraco, e um D fraco não é um Rh -, D fraco é Rh +, porém às hemácias estão expressas fracamente na superfície, isso é, o antígeno está expresso fracamente na superfície das hemácias. No laboratório é capaz de saber se o paciente é D fraco através do teste de coombs e observando a formação da aglutinação - Resultado liberado em lâmina com rh - pode ser um resultado errado pois o paciente pode ser um D fraco - Paciente D fraco, aglutina na etapa de coombs sendo então RH+ D FRACO - Paciente D fraco, não pode receber sangue de um paciente D normal - Paciente D fraco, pode doar sangue para um D normal: Pois ele tem poucos antígenos na superfície das hemácias e não terá anticorpo nenhum contra nenhum antígeno do D fraco. Todo RH - precisa ter a confirmação se realmente é RH - através do soro de coombs Coombs direto: Baseia-se na aglutinação de hemácias sensibilizadas previamente com anticorpos humanos através de anti-soro antiglobulina (soro de coombs) -Indica esse exame nos seguintes casos: - Anemias auto-imunes - Hemácias de recém nascidos com icterícia - Reações transfusionais Coombs indireto Pesquisa-se anticorpos livres, isso é, se trabalha com plasma e não com hemácias Pesquisa de anticorpos irregulares (PAI): É um exemplo de coombs indireto. Acontece da seguinte forma: Na superfície das hemácias tem os antígeno ABO além de outro antígenos como o L, B, Q, DAF e etc.. Na superfície das hemácias tem mais de 300 antígenos , além do ABO, e Rh, porém os demais antígenos não são tão imunogênicos, mas também podem levar a uma reação transfusional de incompatibilidade. Na prova de PAI, quer saber se o receptor de sangue tem algum anticorpo (além do ABO e D) irregular na superfície da hemácia que possa aglutinar contra um antígeno da hemácia do doador, esses outros anticorpos podem ser adquiridos por transfusão de sangue anterior e até mesmo por ingestão de vegetais, e o paciente formará anticorpos contra esses antígenos. O paciente vai receber o sangue, então antes se faz a classificação sanguínea ABO e Rh, depois faz o PAI - pesquisa algum anticorpo irregular ou algum anticorpo que não seja o ABO e o Rh, pois se a hemácia do doador tiver algum antígeno contra o anticorpo do receptor, haverá uma reação transfusional, sendo necessário a PAI Pode ser que o receptor tenha algum anticorpo irregular na sua hemácia, e se o doador tiver algum anticorpo, haverá reação transfusional. Anticorpo irregular é contra outros antígenos que estão na superfície das hemácias que não seja ABO e Rh Prova cruzada Através do plasma ou soro do paciente receptor, que possui anticorpos, e cruza (mistura) com a hemácia do doador. Cruza plasma do receptor para saber se tem anticorpos contra hemácias do doador, caso tenha algum anticorpo contra a hemácia, haverá hemólise transfusional Execução da prova cruzada (coombs indireto porque trabalha com anticorpo do paciente - anticorpo livre) 1 FASE (Fase salina) Em um tubo, coloca soro ou plasma do paciente (duas gotas) acrescenta ao tubo hemácias da bolsa de sangue do doador (faz suspensão das hemácias com solução salina) e acrescenta albumina bovina, se o paciente receptor tiver algum anticorpo contra algum antígeno que estiver na superfície da hemácia do doador, ocorrerá hemólise ou reação de aglutinação no tubo, sendo incompatível Adiciona a albumina bovina porque hemácias tem carga e ficam se repelindo, a albumina bovina dificulta que algum anticorpo presente faça a reação de aglutinação (a malha). A albumina vai neutralizar a carga das hemácias Se não tiver anticorpos contra essas hemácias, é compatível 2 FASE (Fase 37C) Incuba o tubo a 37ºC no banho maria, deixando por 15 a 20 minutos e depois centrífuga e observa o tubo se houve aglutinação ou não. O aquecimento favorece a reação 3 FASE (Fase de coombs) Se não aglutinar na segunda fase, irá para a 3 fase, que é onde adiciona o soro de coombs, pois se às hemácias possuem antígenos bem distantes, o soro de coombs irá juntar às hemácias e permitir a visualização da aglutinação caso haja incompatibilidade Antes de colocar o soro de coombs lava as hemácias 3 vezes: coloca solução salina, centrífuga, tira o excesso de salina e lavar três vezes através desse processo, pois com a lavagem retira alguma proteína que possa reagir inespecificamente. Adiciona o soro de coombs após a lavagem. Bolsa de sangue compatível: não ocorre aglutinação nenhuma em nenhuma etapa , às 3 etapas demora uns 40 minutos Resultado de prova cruzada É do mesmo jeito que uma classificação sanguínea, pode ser mais ou menos intensa Prova cruzada positiva, significa incompatibilidade da bolsa de sangue como receptor, pois a hemácia do receptor tem algum anticorpo. Se a prova cruzada deu negativo, em urgência pode transfundir, mesmo que tenha sido positivo a presença de anticorpos irregulares, se na prova cruzada deu negativo pode transfundir, pois significa que o anticorpo que o receptor tem não é contra nenhum antígeno que o doador tem, pois se assim fosse na prova cruzada haveria reação de aglutinação e ou hemólise, O doador não tem nenhum antígeno para o qual o receptor tem o anticorpo, o anticorpo do receptor não se encaixa em nenhum antígeno na superfície da hemácia do doador . Técnica para pesquisa de anticorpos irregulares Coloca uma hemácia conhecida: Diacell 1 e Diacell 2 + soro ouplasma do paciente Esses antígenos vão gerar anticorpos irregulares, mistura o soro do paciente com esses antígenos - hemácia 1 e depois hemácia 2: colocar 2 gotas do soro e misturar com 2 gotas da hemácia, se aglutinar, o paciente tem anticorpo contra algum desses antígenos presentes no diacell (hemácia). Para saber para qual antígeno o paciente tem anticorpo, precisa testar cada hemácia separada Não é obrigatório esclarecer qual anticorpo irregular a pessoa tem, só é preciso saber exatamente qual o anticorpo irregular par pacientes que tomam bolsa de sangue constantemente:com leucemia, anemias, talassemias, hemofílicos. Painel de hemacias Classificação direta: hemácias Classificação reversa: plasma Reações Transfusionais Dentro da hemácia tem hemoglobina, que se transforma em bilirrubina que se liga a albumina formando o complexo albumina-bilirrubina que no fígado se liga ao ácido glicurônico e forma a bilirrubina direta. Quando tem uma hemólise intensa, com formação grande de bilirrubina que excede a capacidade da albumina de se ligar a bilirrubina e leva-la para o fígado, fica muita bilirrubina livre que impregna na pele do paciente (amarelado), olhos (amarelados) a bilirrubina livre pode ir para o cérebro afetar os neurônios causando a doença KERNICTERUS. Doença hemolítica do recém nascido (DHRN) A vacina RhoGam é injetada na mãe que tem Rh -, injetando anticorpos - anti D prontos, driblando o organismo de produzir anticorpos anti D já que estão na corrente circulatória que foi injetado.
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