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Thainá Oliveira de Melo – Psicologia Tudo aquilo que transgrida o enquadre deve ser considerado como sendo um parâmetro O psicanalista poder se afastar parcialmente das recomendações técnicas preconizadas pela psicanálise clássica e, assim, introduzir alguns outros aspectos, desde que nada disso interfira na evolução normal de uma análise O emprego de parâmetros deve atender três condições básicas: 1. Que o psicanalista tenha uma absoluta segurança e domínio sobre aquilo que ele está fazendo e introduzindo no setting e de que essa alteração não vai danificar a essência da análise 2. Caso uma proposta de alterações mais profundas do enquadre seja feita por parte do analisando, elas somente devem ser atendidas após uma exaustiva análise delas, tendo em vista estabelecer uma clara distinção entre aquilo que se deve à pressão de uma justificada realidade, e o que pode estar a serviço de um acting. 3. O par analítico precisa ter condições de retornar, se for necessário e possível, às condições prévias. Consiste no fato de que, em determinados casos, a análise com o candidato decorra com a realização de duas sessões em um mesmo dia, embora perfazendo o total de quatro semanais O processo analítico caracteriza-se pelo estabelecimento de uma “neurose de transferência”, ou, melhor, pela escuta da relação transferencial-contratransferência O número de sessões semanais, por si só, não basta para definir o processo analítico Está estabilizado na maioria dos lugares em quatro Porém atualmente alguns centros importantes estão permitindo e adotando três sessões por semana, inclusive para as análises didáticas O número 3 seria comprovadamente o mínimo necessário para uma adequada promoção do processo analítico O tempo de duração de cada sessão hoje em dia está na média de 45 minutos O número de sessões é um fator que conta, mas não é o único A qualidade da regressão também deve ser levada em conta É recomendável que haja uma flexibilidade, de modo que seja instituído um setting “suficientemente bom” que considere as condições e peculiaridades do analisando, e as do analista. Thainá Oliveira de Melo – Psicologia No caso de alguns pacientes que se sentem invadidos pela presença do analista, pode haver uma indicação mais firme de uma frequência mais reduzida Outros pacientes frágeis podem requerer uma maior frequência de sessões. Aspectos que dizem respeito diretamente ao vínculo analítico, e que, devem ser rigorosamente cumpridos pelo analista Simetria Um inconformismo pelo fato de que a relação entre cada um deles, analista e analisando não é, e não pode ser, simétrica O lugar que cada um ocupa no setting; os papéis que respectivamente desempenham no campo analítico não são os mesmos Isomorfia Uma das funções do setting é a de propiciar uma isomorfia entre o que o paciente, no presente, busca na transferência com o analista, e aquilo que no passado, ele tentou encontrar com a mãe Adquire uma importância especial quando se trata de analisandos muito regressivos, nos quais houve uma grave falha na função materna Similaridade Na situação analítica, não há uma similaridade entre o paciente e o terapeuta, isto é, eles não são pessoas iguais naquilo que diz respeito aos valores, crenças, forma de pensar, trabalhar, resolver problemas etc. Essa situação ocorre mais comumente com pacientes que ainda não atingiram uma condição mental que possibilite estabelecer diferenciação, separação e individuação. Admite três tipos: Fusional Há uma completa indiferenciação com o analista e, por isso, paciente acredita que a similaridade dele com o terapeuta, não só é óbvia, como também é uma obrigação desse último ter que aceitar essa condição. Gemelar Embora o paciente admita, em parte, que o analista é uma pessoa autônoma dele, persiste uma convicção de que eles são como que gêmeos univitelinos, na forma de pensar e de agir Thainá Oliveira de Melo – Psicologia Especular O paciente concede uma autonomia bem maior ao analista e reconhece muitas diferenças entre eles, porém não dispensa a sua certeza de que cada um deve mirar-se no espelho do outro Referência: Zimerman, David E. Fundamentos psicanalíticos recurso eletrônico: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática. David E. Zimerman. Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2007.
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