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Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 1 UNIME 2021 Coinfecção Leishmania-HIV As leishmanioses podem modificar a progressão da doença pelo HIV, e a imunossupressão causada pelo HIV facilita a progressão da leishmaniose. A avaliação do conjunto de manifestações clinicas das leishmanioses em pacientes com HIV indica que não existe um perfil de manifestações que possa ser associado à coinfecção. Leishmaniose tegumentar: Nos pacientes com coinfecção Leishmania-HIV, o espectro clinico é variado. As lesões cutâneas podem ser pápulas ou ate úlceras, podendo haver lesões únicas ou múltiplas, sendo que as úlceras são as mais comuns. Mas também podem ser encontradas lesões atípicas caracterizadas por máculas ou pápulas disseminadas. Nos pacientes coinfectados com imunossupressão grave, as lesões podem ser encontradas tanto em áreas expostas como também em áreas não expostas, como região genital. Leishmaniose visceral: A doença é caracterizada pela síndrome de hepatoesplenomegalia febril, associada a citopenia, como ex: pancitopenia que foi demonstrada no exame de Yan. Em pacientes coinfectados vamos observar manifestação clínica semelhante com a de pacientes sem infecção pelo HIV, mas pode estar presentes algumas manifestações atípicas, com comprometimento de pleura pulmonar, esôfago e intestino. Essas manifestações clinicas da leishmaniose visceral são semelhantes ás de muitas doenças oportunistas e isso acaba dificultando o diagnóstico. Condições que sugerem comportamento oportunista de LV em PVHIV: ❶ Qualquer forma clinica no paciente que não tem historia de exposição recente (durante o ultimo ano) a uma área que tenha transmissão de leishmaniose, e isso acaba sugerindo então que o paciente esta tendo uma reativação de uma infecção latente; ❷ Forma clássica associada à ausência de anticorpos anti-Leishmani; ❸ Achado de formas amastigotas no sangue periférico; ❹ Envolvimento de órgãos raramente acometidos na leishmaniose visceral; lembrar que os principais órgãos acometidos são o fígado, baço e medula óssea. ❺ Falha terapêutica ou recidiva apos o uso de antimonial pentavalente; ❻ Desenvolvimento de infecções sugestivas de imunodeficiência durante ou apos o tratamento; ❼ Isolamento de espécies de Leishmania dermotropicas ou nao descritas como causadoras de acometimento visceral. Condições que indicam a necessidade de investigar LT e LV em PVHIV: ❶ Qualquer tipo de lesão cutânea ou mucosa com amis de 2 semanas de evolução; ❷ Hepatomegalia ou esplenomegalia associada ou não a febre e citopenias; que foi o caso de Yan. Condições que sugerem comportamento oportunista de LT em PVHIV: ❶ Qualquer forma clinica no paciente que não tem historia de exposição recente (durante o ultimo ano) a uma área que tenha transmissão de leishmaniose, e isso acaba sugerindo então que o paciente esta tendo uma reativação de uma infecção latente; ❷ Forma disseminada com ou sem acometimento mucoso concomitante; ❸ Forma mucosa com acometimento fora da cavidade nasal; Citopinias: é a redução do número de um determinado grupo de células sanguíneas, que pode compreender várias formas: Anemia, baixo número de glóbulos vermelhos. Tipos de Citopenia: Leucopenia – baixo nível de glóbulos brancos; Trombocitopenia – baixo nível de plaquetas; Pancitopenia – baixos níveis dos três tipos de células do sangue. Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 2 UNIME 2021 ❹ Forma cutânea ou mucosa com achado de parasitas em vísceras; ❺ Forma difusa; ❻ Qualquer forma clinica associada a reação de Montenegro negativa; ❼ Achado de amastigotas no exame direto de material obtido de lesões mucosas; ❽ Isolamento em material de pele ou mucosa de espécies de Leishmania viscerotropicas – L. (L.) chagasi – ou não, descritas como causadoras de lesoes tegumentares; ❾ Falha terapêutica apos uso de antimonial pentavalente; ❿ Recidiva tardia (>6 meses apos a cura clinica); ➀ Lesões cutâneas que aparecem apos o diagnostico de lesão mucosa em atividade. Definição diagnóstica: Para Leishmaniose Tegumentar, é utilizado o exame direto com pesquisa de parasito em material coletado por meio de procedimentos de escarificação, de punção aspirativa ou biopsia das lesões cutânea, de linfonodos (se amentados) ou de mucosas. O exame histopatológico convencional com hematoxilina-eosina (HE) também e útil na detecção das formas amastigotas nos tecidos e importante para descartar ou confirmar outras doenças que fazem parte do diagnostico diferencial. A reação de Montenegro pode auxiliar no diagnostico, principalmente da forma mucosa; mas, pode ser negativa por causa de imunossupressão grave. Na Leishmaniose visceral, é recomendado a pesquisa do parasito em amostras de aspirado de medula óssea e cultura do parasito, E também a realização de testes sorológicos, como: reação de imunoflurescência indireta e o teste rápido imunocromatográfico. Em casos com resultados parasitológicos e sorológicos negativos ou inconclusivos, e possível realizar em laboratórios de referencia o diagnostico molecular utilizando DNA extraído de fragmento de pele, mucosa, sangue periférico, medula óssea ou órgãos do sistema fagócito-mononuclear. Exame direto: O exame direto vai ser a visualização das formas amastigotas do parasito em material obtidos das lesões ou dos tecidos afetados. Ele constitui o exame de 1ª escolha, porque ele é mais rápido e de fácil execução, mesmo precisando de um examinador experiente para o diagnostico. COMO É FEITO: Com o material obtido, é feito esfregaço ou impressão sobre lâmina de vidro, sendo então fixado com metanol, por 3 minutos, e corado pela técnica de Giemsa, Leishman ou Wright, por 40 minutos, aproximadamente. As lâminas são examinadas em microscópio de fase, procurando amastigotas que podem estar dentro ou fora dos macrófagos; as amastigotas são formas arredondadas, com citoplasma azul pálido, núcleo excêntrico e cinetoplasto em forma de bastonete, de cor idêntica à do núcleo. Reação de Montenegro: É uma reação intradérmica de sensibilidade tardia. Você vai injetar 0,1ml de extrato solúvel de parasitos mortos na face interna do antebraço e faz a leitura após 48 – 72 horas. Uma área avermelhada intensa e rígida pode facilmente ser observada, bem como o início de uma erupção cutânea. Se o diâmetro for superior a 5 mm são consideradas positivas para Leishmaniose. Quando existe suspeita de Leishmaniose tegumentar, o teste deve ser realizado e o resultado positivo deve ser interpretado como indicador de exposição aos agentes do gênero Leishmania. Um resultado negativo NUNCA deve ser justificativa isolada para excluir o diagnostico. No caso de Leishmaniose visceral, NÃO deve ser realizado o teste de Montenegro para diagnostico, pois na doença ativa o resultado é sempre negativo. Tratamento Específico Da Coinfecção Leishmania-Hiv: Em pacientes coinfectados com Leishmania-HI, tanto na forma visceral quanto na forma tegumentar, o medicamento de primeira escolha é a anfotericina B. Os métodos de diagnósticos para pacientes com coinfecção leishamaniose-HIV são os mesmo que os métodos de diagnósticos para pacientes só com leishmaniose. Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 3 UNIME 2021 Na forma visceral recomenda o uso da formulação lipossomal. E na forma tegumentar, o uso desoxicolato de anfotericina B (tanto para forma cutânea como para a mucosa). Outras alternativas terapêuticas disponíveis são: ❶ antimoniato de N-metilglucamin ❷ isotionato de pentamidina.- Tratamento e acompanhamento da leishmaniose visceral em pacientes com a confecção Leishmania-HIV – Tratamento e acompanhamento da forma cutânea localizada ou disseminada da leishmaniose tegumentar em pacientes com coinfecção Leishmania- HIV Tratamento e acompanhamento da leishmaniose mucosa ou cutâneo-mucosa em pacientes com coinfecção Leishmania-HIV Por causa da toxicidade das drogas utilizadas, é recomendado a avaliação eletrtrocardiográfica, hepática, pancreática e renal antes de passar terapia. primeira escolha para tratamento da coinfecção leishmaniose visceral - HIV, administrada por via endovenosa. Para os pacientes com LEISHMANIOSE TEGUMENTAR com idade a partir de 50 anos, com insuficiência renal, cardíaca ou hepática; transplantados renais, cardiados e hepáticos e gestantes – a anfotericina B lipossomal devera ser utilizada como medicamento de primeira escolha. COINFECÇÃO LS + HIV ANTIFOTERICINA B VISCERAL TEGUMENTAR ANFOTERICINA B LIPOSSOMAL DESOXICOLATO DE ANFOTERICINA B Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 4 UNIME 2021 É indicado dose total de até 40mg/kg, utilizando o esquema de 10 aplicações, nos dias: 1º a 5º, 10º, 17º, 24º, 31º e 38º. primeira escolha para tratamento da coinfecção da leishmaniose tegumentar – HIV. Seguimento pós-tratamento: Após o término da terapêutica, os pacientes devem ter acompanhamento clinico e laboratorial para avaliação da resposta e também para detectar de possível recidiva após a terapia inicial bem sucedida. O acompanhamento desses pacientes com coinfecção Leishmania-HIV, tanto tegumentar quanto visceral, deve ser por tempo prolongado. Se o paciente tem uma boa resposta ao tratamento antirretroviral, com boa elevação de linfócitos T CD4+ acima de 350 cel/uL, o acompanhamento do quadro sintomático de leishmaniose deve seguir na mesma periodicidade sugerida para o paciente sem a coinfecção, Mas a frequência do acompanhamento costuma ser maior por causa da necessidade do monitoramento da toxicidade causada pelas drogas e detectar se esta tendo adesão ou não ao tratamento ou se teve aparecimento de recidivas. O reaparecimento ou piora de um ou mais parâmetros clínicos (febre, citopenias e hepatomegalia) pode sugerir a ocorrência de recidiva, e o critério de confirmação mais aceito é o exame parasitológico isso para leishmaniose visceral. São fatores possivelmente relacionados à recidiva: na leishmaniose visceral: ❶ Contagem de T CD4+ inferior a 100 células/mm³ por ocasião do diagnostico de LV; ❷ Passado de LV; ❸ Recuperação insuficiente de T CD4 após o tratamento de LV; ❹ Ausência de profilaxia secundária para LV. Profilaxia primária e secundária: Não há indicação de profilaxia primária pela leishmaniose, mas há medidas preventivas para evitar a exposição à picada do inseto vetor, principalmente para aquelas pessoas que viagem para áreas de transmissão da leishmaniose. Profilaxia segundaria: para todos os pacientes com menos de 350 Linfócitos TCD4+/mm³ com diagnostico de Leishmaniose Visceral. A profilaxia secundária segue um desses esquemas: ❶ Anfotericina B lipossomal: 3 a 5mg/kg; ❷ Antimoniato de N-metil glucamina: 20mg de Sbv/kg (no maximo, tres ampolas); ❸ Isotionato de pentamidina: 4mg/kg do sal; ❹ Desoxicolato de anfotericina B: 1mg/kg (maximo de 50mg). O intervalo deve ser a cada 2 semanas ou a cada 4 semanas. Na leishmaniose visceral o acompanhamento pós-traumático é baseado na avaliação clinica. ATENÇÃO: não se observa a normalização de todos os sinais e sintomas somente ao fim do tratamento. Espera-se que tenha o desaparecimento da febre e melhora do estado geral dentro da primeira semana de tratamento. E a partir da segunda semana, observa-se melhora progressiva das citopenias (ex: plaquetopinia) e regressão da esplenomegalia, que pode demorar meses ate o total da regressão. Paciente deve ser acompanhado por tempo indeterminado, por causa grande possibilidade de recidiva. A Profilaxia secundária ou terapia de manutenção é importante depois da terapia inicial, porque a recaída é inevitável caso a contagem de linfócitos TCD4+ se mantenha baixa.
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