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Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 1 UNIME 2021 Leishmaniose se refere as doenças causadas por protozoário do gênero Leishmania. TRANSMISSÃO: Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Flebótoomo. De acordo com região, vários animais e ate o homem pode atuar como reservatório. Patogênese: O agente etiológico é a Leishmania Chagasi (L. infnatum). De forma resumida, o cilco da vida da Leishmania é através da picada de um flebotomíneo infectado no ser humano ou em outro reservatório (mais comum por ex o cão), e assim infecta com promastigotas de Leishmania que apresentam a capacidade de invadir macrófagos e sobreviver dentro deles. Nos macrófagos, a promastigo passa para forma amastigota, se replicando e depois infectando outros macrófagos. O ciclo da vida da Leishmania: quando o flebotomíneo pica um reservatório infectado, ex: pica o cão ou homem infectado pela Leishmania, esse flebotomíneo ingere macrófagos infectados por amastigotas, que vão ser liberadas no intestino do flebotomíneo. As amastigotas passam então novamente para forma de promastigotas, e assim o ciclo da vida da Leishmania se reinicia. A LV apresenta um período de incubação bastante variável tanto para o homem como para o cão. No homem varia de dez dias a vinte e quatro meses No cão varia de três meses a vários anos. Em relação ao período de transmissibilidade, o vetor poderá se infectar enquanto o parasitismo persistir na pele ou no sangue circulante dos reservatórios. A leishmania causa doenças que podem se apresentar de formas muito distintas, sendo classificada como uma antropozoonose, que pode se apresentar na forma: 1. Cutânea localizada; 2. Cutânea disseminada; 3. Cutânea difusa; 4. Mucocutânea; 5. Leishmaniose visceral. Fisiopatologia: Leishmaniose Visceral: A infecção é adquirida quando uma femea de flebotomíneo inocula promastigotas em uma área exposta da pele que pode formar um nódulo cutâneo, úlcera ou não ter nada (maioria dos casos). Os parasitas se convertem em promastigotas e se multiplicam no interior de fagócitos mononucleares e se disseminam através dos vasos linfáticos e do sistema vascular para outros fagócitos ao longo de todo o sistema reticuloendotelial. A maioria das infecções serão assintomáticas e autolimitadas, e a menor parte evolui para leishmaniose visceral clássica ou chamada de calazar. A Leishmania reduz a ativação das células T CD4+, reduzindo a reação inflamatória contra a infecção. Além disso, para serem capazes de sobreviverem e se reproduzirem dentro dos macrófagos, as amastigotas impedem a produção de superóxido por parte do macrófago, bem como reduz a produção do óxido nítrico, importantes mecanismos de exposição à radicais livres para combate a microorganismos invasores. Leishmania Tegumentar: leishmaniose Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 2 UNIME 2021 O exame histopatológico revela inflamação crônica e aguda e também alterações granulomatosas. Células mononucleares do sangue periférico de pessoas com leishmaniose cutânea típica produzem interferon-y em respostas a antígenos de Leishmania in vitro, e vão apresentar reação de hipersensibilidade do tipo tardio. Na lesão você observa um equilíbrio entre a imunidade celular protetora e uma exacerbada da doença. No final, as células T com resposta Th1 (ação pró- inflamatória) predominam e corre a cura da lesão, deixando uma cicatriz atrófica (deixam uma espécie de buraco (relevo) na pele) no local. Aparentemente, pacientes com resposta imunológica inadequada (predominantemente Th2), apresentam maior risco de apresentar a forma cutânea disseminada da doença. Quadro clinico: Leishmaniose Visceral: Estudos indicam que cerca da maioria dos pacientes infectados pelo L. infantum são assintomáticos. Nos casos de pacientes sintomáticos, pode ser dividido de forma aguda e crônica, basicamente é de acordo com o tempo de evolução da doença. ❶ Na forma aguda, os sintomas mais comuns são; febre alta, calafrios, diarreia (pode ser do tipo disenteria) e esplenomegalia ate 5 cm do rebordo costal esquerdo. ❷ Na forma crônica, conhecida como Calazar clássico, é a mais comum. Suas manifestações podem ser: febre irregular e de longa duração, mal-estar, perda ponderal, aumento do volume abdominal - ascite, esplenomegalia, hepatomegalia (normalmente menos significativa que a esplenomegalia), epistaxe (sangramento ou hemorragia nasal), e edema e ascite (acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade peritoneal - um espaço entre os órgãos abdominais e os tecidos que revestem o abdômen). Em estágios tardios, esses pacientes também podem apresentar complicações hemorrágicas (hemoptise, sangramento gengival) em virtude de plaquetopenia e redução dos fatores de coagulação. Cerca de 40% dos pacientes com LV apresentam algum grau de comprometimento renal, sendo o achado mais comum a presença de proteinúria aumentada. Pode haver Pancitopenia (redução de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas) por causa de anemia, infecçoes e hemorragias. Yan apresentou pancitopenia. Leishmaniose Tegumentar: O período de incubação da Leismania tegumentar é de 1-3 meses. A leishmaniose cutânea inclui diversas formas de variação, podendo ir desde cutânea difusa, que é caracterizada por lesões cutânea nodulares disseminadas, e possuem muitos macrófagos infectados com amastigotas. Essas lesões nodulares não evoluem para ulceras, porque a resposta Th1 protetora não se desenvolve de forma adequada e a síndrome persiste indefinidamente, e ai se manifesta na fomra de lesões destrutivas crônicas. Nas lesões típicas, que são úlceras indolores únicas, há evidência de uma resposta Th1 intensa, produção de IL-10 diminuída e baixa resposta exógena de IL-10. O mesmo paciente pode apresentar apenas uma ou múltiplas lesões cutâneas. LEISHMANIOSE VISCERAL – CLÍNICA: Febre, palidez cutâneo-mucosa Hepatoesplenomegalia Emagrecimento progressivo e queda do estado geral Pancitopenia EPIDEMIOLOGIA: Criança < 10 anos Sexo masculino Pobreza e baixo nível socioeconômico Por ser muito comum esplenomegalia nos pacientes com Leishmaniose Visceral, e então esse achado é um dos principais sintomas para guiar o médico no raciocínio diagnostico, pensando no dignostico diferencial das condições que causam esplenomegalia, como causas hematológicas (ex; leucemia), causas infecciosas (leishmaniose visceral), causas autoimunes (LES – lúpus) e miscelânea. Ou seja, a presença de esplenomegalia aumenta significativamente a probabilidade de diagnóstico de Leishmaniose Visceral. O diagnóstico diferencial é bastante extenso, por isso é muito importante buscar na história do paciente se ele mora em região endêmica da doença e questionar sobre como foi a evolução da lesão. Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 3 UNIME 2021 ff ❶ CUTÂNEA: Lesões únicas ou múltiplas indolores, que variam com a espécie e resposta imunológica. Começa como pápula eritematosa no local da picada dos flebótomos > nódulo > úlcera. Essa evolução costuma durar algumas semanas. As lesões podem ser úmidas ou secas (com crosta central). Essas lesões persistem por meses/anos e se curam espontaneamente. Alguns estudos sugerem que a L. braziliensis pode causar linfadenopatia regional, febre e esplenomegalia antes da lesão aparecer. ❷ CUTÂNEA DIFUSA: Mais rara. Começa com uma pápula que não ulcera, formando múltiplos nódulos na face e extremidade.Progride lentamente e pode persistir por décadas. ❸ MUCOSA: Pequena porcentagem dos infectados por L. braziliensis pode desenvolver essa forma. Atinge nariz, boca, faringe ou laringe. Geralmente aparece após meses/anos da cicatrização da primeira ulcera cutânea. As lesões se caracterizam por uma resposta granulomatosa crônica que pode destruir septo nasal ou palato. A leishmaniose mucosa pode desenvolver formas mais graves da doença, passando a apresentar acometimento da laringe, que é indicado pela presença de rouquidão, tosse, odinofagia e até mesmo distúrbios ventilatórios obstrutivos. Diagnostico: Leishmania visceral: Diagnostico clinico, sendo mais difícil na fase inicial e em pacientes com AIDS, que apresentam quadro clinico atípico. Ou seja, pensar sempre em calazar se: Febre associada a esplenomegalia. A confirmação do diagnostico é feita pela presença de amastigotas em tecidos ou em isolamento de promastigotas em cultura. O aspirado do tecido pode ser realizado no baço (padrão outro), medula óssea (menos sensível: 70%), fígado e linfonodos (se tiverem aumentados). Yan fez aspirado de medula óssea e detectou amastigotas. A pesquisa de parasitos no sangue periférico pode ser utilizada, sobretudo, em pacientes infectados com HIV. Os testes sorológicos são úteis para triagem e apesar de muito sensíveis, são pouco específicos, ou seja, sempre deve-se confirmar o resultado positivo com a pesquisa direta do parasita. Leishmania tegumentar: Deve sempre ser considerada como possibilidade diagnóstica em casos de lesões cutâneas localizadas e crônicas. A confirmação é por meio da identificação das amastigotas no tecido ou do crescimento em cultura de promastigotas. Para isto, a análise é feita através de realização de biopsia e aspirado da margem da lesão. Sorologias costumam ser negativas. É utilizado o exame direto com pesquisa de parasito em material coletado por meio de procedimentos de escarificação, de punção aspirativa ou biopsia das lesões cutânea, de linfonodos (se amentados) ou de mucosas. Exame direto: O exame direto vai ser a visualização das formas amastigotas do parasito em material obtidos das lesões ou dos tecidos afetados. Ele constitui o exame de 1ª escolha, porque ele é mais rápido e de fácil execução, mesmo precisando de um examinador experiente para o diagnostico. COMO É FEITO: Com o material obtido, é feito esfregaço ou impressão sobre lâmina de vidro, sendo então fixado com metanol, por 3 minutos, e corado pela técnica de Giemsa, Leishman ou Wright, por 40 minutos, aproximadamente. As lâminas são examinadas em microscópio de fase, procurando amastigotas que podem estar dentro ou fora O que define a manifestação cutânea da leishmaniose é a relação entre a resposta imunológica do paciente e o grau de replicação da Leishmania. Pacientes com doença localizada apresentam ↓ replicação do protozoário, mas possuem uma intensa resposta pró- inflamatorio Th1 que vai ativar os macrófagos e reduzir a proliferação da Leishmania. Pacientes com lesões cutâneas difusas, normalmente não apresentam lesões ulcerativas, e sim nódulos nos quais há grande replicação dos protozoários, por cuasa do predomínio de resposta Th2 e liberação de citoninas, ex; IL4 E IL10. Pacientes com imundeficiencias (ex; coinfecção pelo hiv, que é o problema do caso de yan) costumam apresentar resposta imunológica inadequada e tem riscos maiores de desenvolver a forma disseminada da doença. Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 4 UNIME 2021 dos macrófagos; as amastigotas são formas arredondadas, com citoplasma azul pálido, núcleo excêntrico e cinetoplasto em forma de bastonete, de cor idêntica à do núcleo. Reação de Montenegro: É uma reação intradérmica de sensibilidade tardia. Você vai injetar 0,1ml de extrato solúvel de parasitos mortos na face interna do antebraço e faz a leitura após 48 – 72 horas. Uma área avermelhada intensa e rígida pode facilmente ser observada, bem como o início de uma erupção cutânea. Se o diâmetro for superior a 5 mm são consideradas positivas para Leishmaniose. Quando existe suspeita de Leishmaniose tegumentar, o teste deve ser realizado e o resultado positivo deve ser interpretado como indicador de exposição aos agentes do gênero Leishmania. Um resultado negativo NUNCA deve ser justificativa isolada para excluir o diagnostico. No caso de Leishmaniose visceral, NÃO deve ser realizado o teste de Montenegro para diagnostico, pois na doença ativa o resultado é sempre negativo. Tratamento: O tratamento da leishmaniose com alta eficácia é pela anfotericina B. Na leishmaniose visceral recomenda o antimoniato de N-metil glucamina como fármaco de primeira escolha para o tratamento da LV, exceto em algumas situações, no qual recomenda uso de Anfotericina B lipossomal. Indicações para utilização da anfotericina B lipossomal ❶ idade menor que 1 ano; ❷ idade maior que 50 anos; ❸ escore de gravidade: clínico >4 ou clínico- laboratorial >6; ❹ insuficiência renal; ❺ insuficiência hepática; ❻ insuficiência cardíaca; ❼ hipersensibilidade ao antimonial pentavalente ou a outros medicamentos utilizados para o tratamento da LV; ❽ infecção pelo HIV; ❾ comorbidades que comprometem a imunidade; ❿ uso de medicação imunossupressora; ➀ gestantes; ➁ falha terapêutica ao antimonial pentavalente ou a outros medicamentos utilizados para o tratamento da LV; Na leishmaniose Tegumentar recomenda uso de desoxicolato de anfotericina B (tanto para forma cutânea como para forma mucosa). Drogas pentavalentes antimoniais, como ex: glucantime e pentoston já foram usadas como primeira linha de tratamento para leishmaniose. Mas por causa da menor toxicidade da anfotericina B, o papel dessas outras dorgas como primeira escolha vem caindo. Outras alternativas terapêuticas disponíveis são: ❶ antimoniato de N-metilglucamin; ❷ isotionato de pentamidina. Estudos indicam que a anfotericina B apresenta capacidade de inibir a respiração celular dependente de oxigênio da forma amastigota, e assim aumenta a permeabilidade da membrana celular da leishmania e causa perda de moléculas importantes para seu metabolismo. Fechamento – Problema 4 Módulo Febre, Infamação e Infecção Hyana M. 5 UNIME 2021
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