Buscar

AULA_UNIDADE II_COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

00% PROGRESSO 
UNIDADE 2. 
Comunicação escrita, expressão, 
diversidade linguística e coesão textual 
Prof.ª Elisabete Ana da Silva 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
• Demonstrar a importância da elaboração de respostas com 
características objetivas ou subjetivas, ressaltando a 
necessidade de adequação dessas quanto aos contextos e aos 
interlocutores envolvidos; 
• Apresentar os conceitos de denotação e conotação, 
evidenciando seus usos de acordo com as intenções dos 
falantes da língua; 
• Conceituar os diferentes níveis de linguagem, evidenciando 
as diferenças linguísticas existentes na língua; 
• Ressaltar a importância do planejamento para a elaboração 
de textos; 
• Demonstrar a importância da ampliação de repertório para 
composição de textos de características diversas, abordando 
temas diversos; 
• Conceituar coesão textual, evidenciando mecanismos de 
coesão e demonstrando recursos oferecidos pela língua para 
garantir a concatenação e a organização de ideias em textos 
escritos. 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Clique nos botões para saber mais 
Elaboração de respostas 
– 
// As conversações 
// Denotação e conotação 
// Comandos de questão e elaboração de respostas 
// Respostas subjetivas e objetivas 
Comunicação e expressão 
– 
// Texto e textualidade 
// Tipos de discurso e o contexto 
// Níveis de linguagem 
// Diversidade linguística 
// Variantes linguísticas e estilo 
Composição 
– 
// Planejamento e organização de textos 
// Tema 
Coesão textual 
– 
// Tipos de coesão textual 
// A referência textual – relações anafóricas e catafóricas 
// Recursos da coesão textual 
 
 
 
 Seção 2 - 
Elaboração de respostas 
Em nossos atos de comunicação, ocorram eles oralmente ou por escrito, em 
muitos momentos, somos levados à necessidade de elaborar uma resposta, 
aqui entendida como aquilo que se diz ou é escrito para responder a uma 
pergunta. 
Inicialmente, é preciso que se entenda que a elaboração de uma resposta 
compreende a organização de um texto e, como tal, deve seguir alguns 
princípios, e responder a algo não pode ocorrer de forma automática; como 
produção de texto, a resposta deve ter clareza e deve ser organizada, de modo 
que o interlocutor perceba que há um começo, um meio e um fim bem 
esboçados. 
Em qualquer ato de interlocução, trabalhamos com os chamados elementos da 
comunicação, são eles: a mensagem em si, ou seja, a informação transmitida; 
o emissor, aquele que emite uma mensagem; o receptor, aquele que recebe a 
mensagem; o canal, ou seja, o meio escolhido para o envio da mensagem; o 
código, que compreende o sistema de sinais empregados no envio da 
mensagem; o referente, objeto ou situação a que a mensagem se refere. 
Além da necessidade do conhecimento do código escolhido, da escolha de um 
canal adequado e que não possua interferências (chamadas de ruídos em 
comunicação), nossos interlocutores dependem da clareza, da organização e 
da expressão dos nossos pensamentos para a compreensão das mensagens 
enviadas. 
No momento em que elaboramos uma resposta, somos os emissores que 
querem conquistar a compreensão de nossa mensagem e, levando em conta 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/ddrKDfM4AEAocc_mafNhpDSfuwg1IhZf
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/ddrKDfM4AEAocc_mafNhpDSfuwg1IhZf
nossos receptores, o contexto em que nos encontramos, nosso domínio sobre o 
conteúdo a que se refere a pergunta feita e a forma como organizamos nossos 
pensamentos, haverá facilidade ou não para que o receptor compreenda o que 
desejamos com o envio da mensagem. 
Também, precisamos lembrar que “o destinatário da comunicação não é um 
receptor passivo, mas um intérprete que decodifica e compreende a mensagem 
de acordo com sua experiência humana e cultural” (ALVAREZ; BARRACA, 
2002, p. 47); isto quer dizer que, durante o processamento da mensagem 
enviada, pode ocorrer um afastamento entre a intenção do emissor e o 
entendimento da parte do receptor. Por isso, os indicadores enviados precisam 
ser claros para quem recebe a informação, no entanto, é preciso ressaltar que o 
repertório de conhecimentos também pode interferir no processo, pois os 
esquemas mentais e os conhecimentos adquiridos têm caráter bastante 
individualizados. 
Se a situação do ato comunicativo é direta, através do diálogo, o emissor pode 
contar com a comunicação não verbal, usando gestos e expressões, ou até 
mesmo reformulando a mensagem. 
 
CITANDO 
Ora, quando falamos com alguém, não é só a palavra que está comunicando, e 
sim, a soma de gestos, a intensidade da voz, as expressões faciais etc. Além 
disso, uma conversa se constrói no momento que está ocorrendo. Tanto é que 
sentimos que nosso interlocutor não está entendendo bem. Sabemos que tanto 
os produtores de mensagens quanto os destinatários são, na verdade, 
intérpretes, ambos sujeitos ativos na comunicação, que realmente só ocorre 
quando se dá a troca entre eles, quando interagem efetivamente ao ato de 
comunicação (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47). 
Entretanto, se o ato comunicativo ocorre através da escrita, o emissor deve 
fazer todo o possível para que a mensagem não tenha a necessidade de ser 
refeita, pois nem sempre poderá contar com essa oportunidade. 
Ao se deparar com um raciocínio desorganizado e sem clareza, o receptor não 
conta com as pistas necessárias para o entendimento da informação enviada e, 
mesmo que compreenda o código escolhido, terá dificuldades para chegar à 
compreensão do enunciado pelo emissor, ou até mesmo não chegará a ela. 
Em situações de avaliação, comuns na esfera escolar, por exemplo, o 
professor depende da clareza e da organização da resposta elaborada pelo 
aluno para sua avaliação. Desse modo, o sucesso comunicativo de uma 
resposta está atrelado aos cuidados que envolvem sua elaboração, quanto à 
forma como é elaborada e quanto ao seu conteúdo. 
AS CONVERSAÇÕES 
As conversas costumam ter características mais ou menos informais, 
envolvendo nossas esferas de atividades, entre amigos, entre colegas de 
trabalho, nos ambientes de estudo e, sejam os falantes portadores de formação 
escolar ou não, a comunicação pode ocorrer observando a fala e algumas 
formas básicas de comunicação. 
Especificamente, as conversações envolvem acordos e negociações para as 
tocas de turnos de interlocução, isto é, unidades que compreendem a 
participação de cada um, auxiliando na formulação de textos dialogais, mas 
nem sempre um interlocutor toma a palavra ao término da enunciação do 
outro. Por vezes, ocorrem interrupções. 
Terra e Nicola (2008) ressaltam características particulares dos textos 
conversacionais como: 
• 1 
Emprego de linguagem verbal e de linguagem não verbal, 
com a utilização de entonações, expressões faciais, gestos, 
olhares, movimentos, e até as roupas, postura, penteados e 
adereços contribuem de alguma forma; 
• 2 
Emprego de expressões fáticas, ou seja, aquelas que enfocam 
o canal de comunicação, com uso de frases interjetivas, 
como “Certo?”, “Tudo bem?”, “Claro!”, entre outras; 
• 3 
Negociação constante para a troca de turnos de fala, muitas 
vezes naturalmente, outras de forma sutil e, às vezes, de 
modo grosseiro. 
Assim, em situação de comunicação oral, a elaboração de respostas está 
sujeita às características dos textos dialogais ora mencionados, cabendo aos 
interlocutores a sua observação. 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indivíduo 
não pode modificá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um 
“contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão. 
Apesar disso, ele também afirma que a fala é sempre individual e que a língua 
é necessária para que a fala produza seus efeitos. 
A utilização da fala e da linguagem dependem das competênciascomunicativas dos participantes do ato comunicativo, formulando enunciados 
(emissor/falante) ou atribuindo-lhes significados (receptor/ouvinte ou leitor). 
Além disso, a ideologia e a cultura dos interlocutores também se evidenciam 
na formulação e na leitura que fazem dos enunciados. Somam-se ao processo 
as influências de aspecto psicológico dos indivíduos no momento exato do ato 
comunicativo, tais como humor e capacidade de tolerância, que podem 
interferir tanto na enunciação quanto na interpretação, além da formulação dos 
enunciados, de modo que permitam ao interlocutor o reconhecimento de suas 
formas (TERRA; NICOLA, 2008). 
Desse modo, encontramos, no que se refere à fala em sua produção, seja oral 
ou escrita, dois mecanismos que participam do processo de escolha e seleção 
das palavras e que interferem na organização e na combinação das mesmas, 
conforme a determinação do falante e seus objetivos: a denotação e a 
conotação. A utilização desses recursos depende das competências 
comunicativas dos interlocutores. 
Entendemos por denotação a relação direta de significado que um nome 
estabelece com um objeto da realidade. O uso denotativo de uma palavra 
refere-se ao seu uso literal, restrito e objetivo, com o significado normalmente 
encontrado nos dicionários. 
Por outro lado, a conotação faz referência a algo que uma palavra ou coisa 
sugere, como se fosse uma ampliação do significado “comum”. O uso 
conotativo de um termo exige que o interlocutor faça associações com 
elementos de seu repertório, para que encontre sentido no enunciado. O uso 
conotativo de um termo indica que o falante tem intenção literária e subjetiva. 
 
Diagrama 1. Diferenciando denotação de conotação. 
Observe o trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987), 
poeta e contista brasileiro: 
A noite dissolve os homens 
A noite 
desceu. Que noite! 
Já não enxergo meus irmãos. 
E nem tão pouco os rumores que outrora me 
perturbavam. 
 
 A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se 
combate, 
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e 
a total incompreensão. 
A noite caiu. Tremenda, sem esperança... 
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os 
guerreiros. 
 
E o amor não abre caminho na noite. 
A noite é mortal, completa, sem reticências, 
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer, 
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes 
cintilantes! 
nas suas fardas. 
 
A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem 
remédio... 
Os suicidas tinham razão. 
 
Aurora, entretanto eu te diviso, 
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais 
ascender 
e dos bens que repartirás com todos os homens. 
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações, 
adivinho-te que sobes, 
vapor róseo, expulsando a treva noturna. 
 
O triste mundo fascista se decompõe ao contato de 
teus dedos, 
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas 
que avançam 
na escuridão 
como um sinal verde e peremptório. [...] 
Considerando o sentido denotativo da palavra “noite”, encontramos seu 
significado no dicionário como tempo que transcorre entre o poente e o nascer 
do sol. No entanto, o poeta faz uso do termo “noite” sob outros aspectos, 
abraçando o sentido conotativo, que ainda depende da contextualização 
quanto às preocupações apresentadas no momento de criação do poema. “A 
noite dissolve os homens” é uma metáfora sobre os horrores do avanço 
nazifascista, sobre o totalitarismo que trouxe perseguições políticas em nosso 
país e o medo e a solidão do eu-lírico. 
 
Também se evidencia o uso da palavra “aurora”, que o dicionário apresenta 
como a claridade que precede o nascer do sol e no texto pode ser entendida 
como a esperança diante dos problemas percebidos pelo eu-lírico. 
Verifica-se, então, que os recursos usados causam uma transformação nos 
significados das palavras, provocando alteração do pensamento, pois os 
elementos da linguagem são desviados de seu uso normal, criando uma 
linguagem nova (CAMPEDELI; SOUZA, 2003). 
Assim, percebemos que o sucesso na comunicação e o uso que o indivíduo faz 
da língua em seus processos comunicativos dependem não só do domínio do 
código estabelecido entre os falantes e dos elementos da comunicação, mas 
também da competência comunicativa dos interlocutores, da ideologia, da 
cultura, do aspecto psicológico, das intenções e da seleção das palavras 
durante o uso, trabalhando com os mecanismos de seleção e combinação de 
signos, que não são aleatórios, pois estão relacionados à intenção do falante. 
 
Diagrama 2. Fatores que interferem no sucesso da comunicação. 
COMANDOS DE QUESTÃO E ELABORAÇÃO DE 
RESPOSTAS 
Muitas vezes, em processos de avaliação, principalmente nos ambientes 
escolares, o indivíduo não alcança êxito por não conseguir elaborar respostas 
que correspondam às questões que lhe são propostas, mesmo tendo se 
preparado para elas. 
Uma resposta deve ser completa, como uma produção que deve fazer sentido 
para o interlocutor, além de apresentar início, meio e fim bem delineados. 
O comando de uma questão corresponde ao verbo ao redor do qual a 
pergunta se concentra, aparecendo geralmente no modo imperativo, como 
uma ordem, mas também pode estar subentendido, não aparecendo 
explicitamente. Desse modo, é relevante que se compreenda bem os comandos 
de questão e se obedeça a eles. 
Observando que, quando se menciona discurso próprio, isso quer dizer que se 
deve utilizar suas palavras, sem cópias de trechos motivadores ou outros, 
obedecendo aos padrões da norma culta, principalmente em situações de 
avaliação. 
 
 
 
 
Tabela 1. Comandos de questão 
Inúmeros são os comandos de questão utilizados em sala de aula, cabendo aos 
indivíduos que se encontram nas situações em que são apresentados buscar o 
conhecimento de seus conceitos, a fim de que resultados satisfatórios 
correspondam aos seus esforços, fazendo-se entender por seus avaliadores. 
RESPOSTAS SUBJETIVAS E OBJETIVAS 
 
De acordo com Houaiss (2004), o que é subjetivo está sujeito ao pessoal, não 
havendo imparcialidade, e é tendencioso, não sendo concreto, exato ou 
objetivo. Entendemos, então, que algo subjetivo é tudo o que é próprio do 
sujeito ou relativo a ele, pertencendo ao comando de sua consciência e 
baseado na sua interpretação individual e, sendo assim, pode não ser válido 
para os demais. Além disso, o uso conotativo dos termos contribui para a 
presença da subjetividade nos textos. 
Desse modo, entende-se que uma resposta subjetiva pode apresentar 
elementos que podem interferir num processo comunicativo, comprometendo 
situações de avaliação, por exemplo, pois possibilitam interpretações que 
dependem do repertório individual de emissor e receptor, ou pode apresentar 
um juízo de valor que não é compartilhado pelo receptor. 
Desejando fazer uso de uma resposta subjetiva, precisamos verificar se há 
condições de entendimento, dentro do contexto, de acordo com o canal e o 
código escolhidos, além das características de nosso interlocutor; ainda, se há 
oportunidade para esse uso, o que nem sempre ocorre em situações de 
avaliações na esfera escolar. 
Observando a possibilidade, precisamos garantir que ocorram pistas em nosso 
texto, oral ou escrito, que permitam a recuperação do sentido desejado e se há 
organização entre as partes que o compõem, para que o interlocutor 
compreenda as opiniões e interpretações que nele apresentamos. 
Quanto à objetividade, de modo contrário à subjetividade, compreende a 
qualidade daquilo que dá, ou pretender dar, uma representação fiel de um 
objeto ou fato (HOUAISS, 2004), sendo assim, trazendo o uso dos termos que 
exploram a denotação. 
Quando desejamos fazer uso de respostas objetivas, buscamos 
a verossimilhança com base na realidade para a apresentação de nossos 
conteúdos, de forma isenta e impessoal, ou seja, sem a presença de nossas 
opiniões ou sentimentos. 
Nesse caso, a organizaçãoe a concatenação das informações apresentadas, 
além de sua veracidade, são elementos relevantes que devem ser preservados 
e, para que não haja comprometimento quanto ao que é apresentado, a coesão 
entre as partes da resposta, considerando início, meio e fim bem marcados, 
formulados com clareza, forma e conteúdo, devem levar o interlocutor à 
apropriação do sentido do texto elaborado. 
 
EXPLICANDO 
O conceito de verossimilhança prende-se à característica do que 
é verossímil, ou seja, que aparenta ser ou é considerado 
verdadeiro. 
 
 
 
 
Seção 3 - 
Comunicação e expressão 
 
 
Comunicar é partilhar informações, pensamentos, sentimentos e opiniões, 
tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo 
comunicativo. 
Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por 
gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações, 
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e 
pela escrita (BERLO, 2003). 
 
Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso 
em: 16/08/2019. 
A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a 
comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma 
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários 
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os 
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/oRau_UhFkdpmf4ZjibTTAAWpiOj4aKyo
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/oRau_UhFkdpmf4ZjibTTAAWpiOj4aKyo
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/oRau_UhFkdpmf4ZjibTTAAWpiOj4aKyo
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/oRau_UhFkdpmf4ZjibTTAAWpiOj4aKyo
A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa 
sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação 
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de 
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior 
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam 
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 
A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados 
também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam 
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha 
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem 
apropriados para os diferentes meios de expressão. 
TEXTO E TEXTUALIDADE 
 
Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de 
interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases 
não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado 
juntas. Só podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes 
estiverem ligadas e organizadas de tal modo que apresentem sentido. 
Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade 
linguística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa 
comunidade, ou seja, partilhamos uma mesma língua e seus códigos de 
expressão, fazendo uso deles para nossas atividades de interação. 
A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que 
é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O 
uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas 
de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa 
(SARMENTO, 2012). 
Quando nos deparamos com um conjunto de palavras ou frases soltas que não 
obedecem aos padrões de organização da língua, dizemos que não há 
textualidade ou textura, por isso não apresenta sentido, pois não observa os 
elementos de textualização necessários, não ocorrendo coesão, coerência, 
informatividade e intertextualidade. 
Portanto, para que tenhamos um texto, a coesão é estabelecida com a ligação 
entre as palavras, as frases, as orações e os períodos do texto. A coerência 
contribui para o sentido não apresentando elementos em contradição entre 
suas partes ou ideias; a informatividade apresenta a relevância das 
informações fornecidas e a intertextualidade fornece a relação com outros 
textos. Além disso, devemos considerar o a situação em que o texto está 
inserido. 
 
Diagrama 3. Textualidade ou textura. 
TIPOS DE DISCURSO E CONTEXTO 
O contexto em que um texto está inserido precisa ser observado, visto que 
uma mesma frase pode apresentar significados diferentes em situações 
distintas e para interlocutores distintos. Por isso, muitas vezes, observamos 
alguém reclamar que não foi compreendido em suas intenções, pois sua frase 
foi descontextualizada, ou seja, não foram observadas as condições em que 
foram proferidas, acarretando interpretações indesejadas. 
Além disso, temos que considerar o discurso escolhido, entendendo o termo 
discurso como o uso da língua em uma determinada situação de comunicação 
entre interlocutores, constituindo o conjunto de enunciados de um emissor e 
seu interlocutor, em um determinado momento em que se faz o uso da língua 
(SARMENTO, 2012). 
O texto dá origem ao discurso e o discurso materializa a produção textual. 
Cabe ao emissor do texto escolher a forma de apresentação de suas ideias 
sobre temas diversos e a forma de manifestação de seu discurso. 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
Um fato que deve ser considerado universal é que toda língua apresenta 
variações, isto é, dependendo da situação de comunicação, naturalmente, o seu 
uso acontece de forma variada devido ao seu caráter social. 
Geralmente, o usuário de uma língua reconhece a necessidade de adequação 
às condições de uso em determinadas situações de interação comunicativa, 
além de reconhecer quais os modelos mais prestigiados e a necessidade de 
empregá-los em textos escritos. 
 
São denominados como níveis de linguagem, também chamados de níveis de 
fala, os diferentes registros que o falante pode escolher em seus atos 
comunicativos, fazendo uso da linguagem de acordo com os contextos em que 
se encontra, seus interlocutores e suas intenções comunicativas. 
Entretanto, a formação do emissor da mensagem e seu grau de escolaridade 
podem interferir em suas escolhas, visto que os principais níveis de linguagem 
compreendem o registro culto e o registro coloquial, sendo que o primeiro 
exige aprendizagem nos bancos escolares. 
O registro culto costuma ser observado em situações formais, predominando 
na linguagem escrita, seguindo as normas estabelecidas pela gramática. Por 
outro lado, o registro coloquial predomina em situações informais do nosso 
cotidiano, quando a interlocução tem características descontraídas entre os 
familiares, amigos e conhecidos. 
No entanto, é possível que o registro culto seja exigido em situações de 
interlocução oral, como em palestras, por exemplo, e o registro coloquial 
encontre espaço em textos escritos, como forma de aproximação com o 
interlocutor, como percebemos em campanhas publicitárias. 
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA 
A língua, como um produto de interação social, apresenta mudanças 
contínuas, recebendo novos termos em seu léxico, apropriando-se de palavras 
de outras línguas, ocorrendo criações do falante (neologismos) que passam a 
ser aceitas pela comunidade linguística como um todo, por isso essa 
comunidade precisa garantir a manutenção de seu idioma. Para isso, em geral, 
as escolas são encarregadas de apresentar as regras de seu uso em sociedade, 
considerando o padrão de registro de maior prestígio, no caso, a norma 
padrão. 
Assim, fica estabelecida uma forma de manutenção da normapadrão, 
correspondendo àquilo que o falante utiliza com maior frequência, valorizada 
socialmente e mais utilizada na esfera pública por imprensa, comércio, 
indústria, universidade, governo etc. 
Entretanto, não podem ser desconsideradas as variações linguísticas, pois não 
existe apenas uma norma totalmente correta ou melhor que outra, mas 
diferentes variantes cujo emprego deve se adequar às condições de 
comunicação, para que ocorra a interatividade entre os interlocutores 
(SARMENTO, 2012). 
 
EXPLICANDO 
Neologismo corresponde a uma palavra criada na própria língua 
ou adaptada de outra, ou a uma palavra antiga sendo utilizada 
com sentido novo (MICHAELLIS, 2009). 
VARIANTES LINGUÍSTICAS E ESTILO 
Variações linguísticas são as diferentes variações regionais, sociais e 
históricas dentro de uma mesma língua. Entre elas, encontramos os dialetos e 
os registros. 
 
Os dialetos são resultantes de fatores regionais, com palavras e construções 
que caracterizam os falantes de determinados espaços geográficos; de fatores 
sociais, com a expressão de linguagem própria de grupos com interesses 
comuns, caracterizando jargões profissionais, por exemplo, e formas de 
expressão características de grupos de falantes de diferentes condições sociais, 
econômicas ou culturais; de fatores relacionados às diferentes faixas etárias; e 
de fatores relacionados ao sexo do falante, que escolhe palavras diferentes, 
conduzindo conversas de modo distinto (SARMENTO, 2012). 
Em geral, essas diferenças acontecem no campo lexical, pela escolha do 
vocabulário, e no campo fonético, pois há mudanças na pronúncia e na 
entonação usadas pelos falantes, ou seja, há os sotaques, facilmente 
observados nos falantes de diferentes regiões. 
 
Além disso, escolhas individuais resultam em estilos próprios, bastante 
observados em textos literários, e estilos de época, observados pelo uso de 
palavras e referências a determinados contextos, nos quais são verificados 
recortes temporais, considerando épocas específicas e fatores históricos. 
A variação histórica permite que percebamos a mudança que a língua sofre no 
decorrer do tempo, ocorrendo quanto à grafia (escrita), à pronúncia, à 
semântica (significado), ao léxico (vocabulário) e à sintaxe da língua 
(organização dos termos nas frases). 
 
Seção 4 - 
Composição 
 
 
A composição de textos depende das intenções do emissor, que faz escolhas 
que precisam se adequar aos diferentes contextos e aos interlocutores 
envolvidos ou previstos, e dos objetivos que pretende alcançar com sua 
produção. 
De modo geral, nossas enunciações têm o objetivo de narrar fatos, realizar 
descrições, argumentar em favor de nossas opiniões, ou dissertar, quando 
explanamos nossas ideias e interpretações. 
A partir da determinação dos objetivos de nossos enunciados, buscamos 
esquemas de produções textuais que as caracterizam e definimos as funções 
que pretendemos com elas, considerando funções estéticas ou funções 
utilitárias. 
A função estética ocorre quando exploramos as diversas potencialidades de 
significado que as palavras carregam, utilizando a função poética e a 
conotação, dando ênfase ao modo de dizer algo, de forma significativa e 
diferente da usual, tentando impressionar nossos interlocutores. 
A função utilitária está presente em textos cujo maior significado encontra-se 
no que é dito, utilizando a função referencial e a denotação, quando buscamos 
a exatidão e as palavras designam os elementos aos quais tradicionalmente 
estão associadas. 
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE TEXTOS 
A elaboração de um texto não corresponde a um trabalho fácil. É necessário 
planejamento do que será colocado no papel, para que sejam garantidos os 
elementos que tragam a textualidade que levará nossos pensamentos de modo 
concatenado, com clareza, organização e sentido que permitam que o 
interlocutor o recrie em si, confirmando o alcance de nossos objetivos com a 
produção textual. 
 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/rIEr5r9NmhxtxDsXvhaj47sTLRRd8KoA
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/rIEr5r9NmhxtxDsXvhaj47sTLRRd8KoA
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/rIEr5r9NmhxtxDsXvhaj47sTLRRd8KoA
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/rIEr5r9NmhxtxDsXvhaj47sTLRRd8KoA
A leitura e a retomada constantes de cada frase, oração, período ou parágrafo, 
exigindo trabalho perseverante e atencioso, devem acompanhar o processo de 
elaboração do texto a todo momento. É importante ressaltar que o hábito de 
leitura de textos diversos contribui para que assimilemos formas de 
composição que atendam a objetivos diferentes. 
Por fim, a revisão com a confirmação de que o planejamento foi seguido ou se 
houve necessidade de reformulação de objetivos deve ser um momento de 
igual importância, o qual retomamos nossas ideias e verificamos se 
oferecemos ao interlocutor as condições para a compreensão do registro que 
fizemos de nossos pensamentos. 
Além disso, a revisão sobre as regras que caracterizam o padrão culto e de 
prestígio da língua deve ser alvo de especial estudo e atenção, pois o desvio de 
determinadas regras leva abaixo o trabalho de produção e ao descrédito o 
produtor do texto. 
TEMA 
O tema é o assunto que é desenvolvido no texto, seu desenvolvimento 
depende dos conhecimentos adquiridos pelo emissor e do repertório que este 
adquiriu até o momento da produção. 
É certo que, dependendo da etapa de escolarização de um indivíduo, da sua 
falta de contato com um ensino formal ou da sua experiência de vida, há 
fatores que podem acarretar limitações quando ao desenrolar de determinados 
temas e subtemas, isto é, assuntos a eles relacionados. 
Entretanto, também é certo que podemos discorrer sobre os mais diversos 
assuntos, de modo superficial ou específico, dependendo do contato que 
tivemos com as informações em pauta, encontrando maior ou menor 
facilidade para a elaboração de textos sobre eles. 
O ideal é que o emissor tente ampliar seu repertório constantemente, não se 
limitando aos bancos escolares, mas buscando conhecimentos que ampliem 
constantemente sua bagagem cultural através de leituras e pesquisas, tentando 
conhecer diferentes linguagens e produções culturais, sempre que possível, 
tomando contato com produções teatrais, musicais ou filmes e buscando livros 
e revistas de conteúdos diversos para que possa com segurança escrever sobre 
os mais diversos temas. 
 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/8C0aV9_nBQyW60zo9R9_R1OYryb9XLiu
Seção 5 - 
Coesão textual 
 
 
Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas 
partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma 
sequência lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações 
que auxiliam o entendimento do texto. 
A coesão textual permite que as ideias de um texto apresentem uma amarração 
entre si, admitindo maior eficiência na produção de textos quanto à 
comunicação, pois apresentam sentido para o interlocutor. 
Vários são os elementos linguísticos que se colocam a serviço da coesão 
textual, cabendo ao enunciador sua melhor utilização, pois sua ruptura 
provoca falta de sentido e consequente falta de entendimento por parte dos 
interlocutores que recebem as mensagens. 
Esses elementos linguísticos referem-se ao uso de pronomes, sinônimos, 
regências, concordâncias, inadequações e ambiguidades, entre vários outros. 
O seu uso incorreto acarreta graves problemas no ato comunicativo. Observe 
um exemplo que demonstra falta de coesão textual: 
 
“Eu sou um jogador onde que sempre sei que vou fazer muito. 
Fazem cincoanos que estou na seleção brasileira. 
Eu sou um jogador e aí é o problema, todos os jogos que joguei lutei muito 
para marcar. 
Numa copa do mundo falta pouquíssimo tempo. Acho que estou dentro desse 
grupo, não sei se vou entrar lá, essa copa é para o meu pai. Eu sou uma pessoa 
que desde cedo, eu sabia que eu ia lá estar jogando, defendendo o meu país, 
onde que se nós todos quiséssemos nenhuma vez a copa estaria perdida" 
(CAMPEDELI; SOUZA, 2003, p. 41). 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/8C0aV9_nBQyW60zo9R9_R1OYryb9XLiu
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2249.38860/content/_3309321_1/scormcontent/index.html#/lessons/8C0aV9_nBQyW60zo9R9_R1OYryb9XLiu
Facilmente percebemos que os problemas apresentados pela falta de ligação 
adequada entre as ideias desse texto, evidenciando problemas em sua 
construção, comprometem não só o sentido do mesmo para o interlocutor, mas 
também a imagem e o prestígio atribuído ao seu enunciador como falante da 
língua. 
Aquele que escreve deve ter em mente que precisa fazer escolhas a cada passo 
dado no texto, mantendo o raciocínio encadeado para que o outro o 
compreenda. Não havendo coesão textual, esse trabalho fica perdido e, 
havendo o domínio dos mecanismos linguísticos disponíveis na língua, o que 
ocorre aos poucos, com maior fluidez, pode-se externar com sucesso seus 
pensamentos no papel. 
 
CITANDO 
A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical e o 
semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos, 
observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e coerentes 
dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos linguísticos que 
fazem referência a um determinado campo semântico (NICOLA; TERRA, p. 
98). 
O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta 
quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos 
diversos sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019), 
lembrando que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em 
uma língua. 
Desse modo, uma mesma palavra, dependendo da forma como é utilizada e do 
contexto em que ocorre essa utilização, pode adquirir diferentes significados. 
Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico, 
podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”, 
“quebrar”, “espatifar” etc. (PACHECO, 2019). 
Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos 
lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao 
conjunto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua. 
Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos, 
observando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de 
conhecimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser 
formado por palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”, 
“sindicato”, “profissional”, “operário”, entre outros (PACHECO, 2019). 
O conhecimento e a ampliação de nosso repertório quanto ao uso de campos 
lexicais e de campos semânticos permitem que exploremos melhor os recursos 
de coesão textual, evitando repetições de palavras, ocorrência que prejudica a 
progressão textual e incomoda o interlocutor. 
Observe o problema de coesão apresentado devido à repetição dos termos no 
exemplo a seguir: 
Mariana tentou desvendar as emoções da irmã e 
fazer a irmã confessar seus sentimentos por Edward. 
- É uma pena que Edward não aprecie muito as 
aquarelas – disse ela, pois sabia da paixão de Elinor 
por pintura e quanto gostava de desenhar e, para 
Marianne, pessoas enamoradas devem apreciar as 
mesmas coisas na vida. 
- Como disse isso, Marianne? Edward não pinta ou 
desenha, mas sabe bem avaliar o que os outros 
produzem (CAMPEDELLI; SOUZA, 2002, p. 42). 
Percebe-se que a sensação que temos é a de que o texto não sai do mesmo 
ponto, não apresentando ideias novas, ou seja, não apresentando progressão 
textual. Os interlocutores esperam que ocorra um processo de articulação 
entre os termos, que provoque retomadas entre as informações lançadas e, ao 
mesmo tempo, traga novas informações, ocorrendo, então, coesão e 
progressão textuais. 
TIPOS DE COESÃO TEXTUAL 
A maioria dos falantes de um idioma consegue produzir oralmente textos com 
razoável construção da textualidade, entretanto, nem sempre isso ocorre 
durante a elaboração de textos escritos. 
 
CITANDO 
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo 
encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que 
damos o nome de textualidade. O encadeamento que produz a textualidade 
chama-se coesão. Podemos definir coesão, mais especificamente, dizendo que 
se trata de uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente 
em uma sentença A (ABREU, 2004, p. 13). 
Durante as produções orais, as retomadas sem o devido processo de coesão 
textual são mais toleradas e, facilmente, nós nos deparamos com construções 
do tipo a seguir: 
 
“Vá à feira e compre laranjas. Coloque as laranjas na sacola e, quando estiver 
em casa, não se esqueça de colocar as laranjas sobre a mesa da cozinha, para 
que as crianças, quando quiserem laranjas, possam pegar as laranjas”. 
Evidentemente, o termo A, ou seja, “laranjas”, não é recuperado de outra 
maneira nas demais sentenças do texto, ocorrendo sério problema de falta de 
coesão textual. 
Na escrita, esse tipo de ocorrência não é tolerado e, em geral, os mecanismos 
de coesão gramatical ocorrem por substituição, por conexão e por omissão. Já 
os mecanismos de coesão semântica podem ocorrer por repetição lexical, uso 
de sinonímia, de hiperônimos ou hipônimos, nesse caso, trabalhando com 
campos semânticos e campos lexicais. 
Conhecer os recursos de coesão oferecidos pela língua faz parte da 
preocupação de quem deseja apresentar textos cuja coesão trabalhe a favor de 
uma elaboração que possibilite um texto com sentido para o interlocutor. 
A REFERÊNCIA TEXTUAL - RELAÇÕES 
ANAFÓRICAS E CATAFÓRICAS 
Inicialmente, precisamos conhecer a base das referências que ocorrem em um 
texto, chamadas de relações anafóricas e relações catafóricas, pois são muito 
importantes para a coesão do texto, articulando e relacionando as informações 
nele presentes (NICOLA, 2010). 
As relações baseadas na anáfora apresentam a retomada de referentes que 
aparecem antes delas. Observe o exemplo: 
“Maria pedira aos pais um cãozinho. Em poucos dias, eles perceberam que o 
pequeno animal seria um problema para a arrumação da casa.” 
O termo “pais” aparece antes da retomada feita pelo pronome “eles". O 
mesmo ocorre como termo “cãozinho”, que também aparece antes da 
retomada feita com a palavra “animal”. Por outro lado, as relações baseadas 
em uso de catáfora têm o referente apresentado depois, como no exemplo: 
“Finalmente, elas chegaram. Minhas velhas amigas vieram para meu 
aniversário.” 
Observe que o pronome “elas” vem explicitado posteriormente, ou seja, o seu 
referente é “minhas velhas amigas”. 
Considerando as referências feitas, o uso de anáforas e catáforas é observado 
quando ocorrem dentro do texto, tratando-se de referências endofóricas. Mas 
também é possível a referenciação extratextual, ou seja, aquelas que fazem 
referência a elementos que estão fora dele e que preenchem os significados, 
remetendo-nos a situações do processo comunicacional, ou seja, as referências 
são encontradas fora do texto e são chamadas de referências exofóricas. 
Observe o exemplo: 
“Esse livro está sem identificação, mas é meu.” 
Fazemos uso dos pronomes demonstrativos “este(s)”, “esta(s)” e “isto” 
quando nos referimos a algo que está próximo do falante, mas fazemos uso 
dos pronomes “esse(s)”, “essa(s)” e “isso” quando nos referimos a algo que 
está próximo do nosso interlocutor.Nesse caso, é possível entender que o 
livro em questão se encontra próximo do interlocutor do emissor da 
mensagem. Essa informação não se encontra no texto, mas no contexto, ou 
seja, na situação e, conhecendo o uso desses pronomes, é possível 
compreender a mensagem que ele apresenta. 
 
Diagrama 4. Relações por referenciação'. 
Desse modo, com o uso de anáforas ou catáforas, quando utilizamos ideias de 
espaço e tempo, sem definição, explorando pronomes demonstrativos ou 
advérbios, tendo como objetivo fazer a localização de um fato em um 
determinado espaço ou em um determinado tempo, usamos dêiticos. Alguns 
deles são “lá”, “aqui”, “onde”, entre outros. 
RECURSOS DA COESÃO TEXTUAL 
Conhecer os recursos de coesão textual oferecidos pela língua é importante 
para o falante em usos de textos verbais realizados oralmente, mas, 
primordialmente, em textos verbais escritos. Desse modo, chamaremos a 
atenção quanto a alguns desses recursos com base em Viana (2011), Terra e 
Nicola (2010). Assim, temos: 
• Uso de pronomes do caso reto (eu, tu, ele/ela, nós, vós, 
eles/elas) e do caso oblíquo (átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, 
vos, os, as, lhes, se; tônicos: mim, comigo, ti, contigo, si, 
consigo, ele, ela, nós, conosco, vós, convosco, si, consigo, 
eles, elas). Os pronomes pessoais retos podem exercer a 
função de sujeito de uma oração, isso quer dizer que são os 
elementos sobre os quais se faz uma declaração. Os 
pronomes pessoais oblíquos, na maior parte das ocorrências, 
completam os sentidos de verbos. 
Os pronomes pessoais têm carga significativa plena quando relacionados a 
substantivos, por exemplo: 
“Maria é nossa prima, ela viajará conosco para a Europa na semana que 
vem.” 
“Gostei do aspecto daquele doce. Comprei-o para o nosso lanche.” 
• Uso de pronomes possessivos: aqueles que associam a ideia 
de posse às pessoas do discurso, relacionando a coisa 
possuída com a pessoa do possuidor, por exemplo: 
“João presentou suas ideias à gerência do banco.” 
• Uso de pronomes relativos: aqueles que retomam um termo 
antecedente, introduzindo orações, veja: 
“Comprei os livros de que precisava para meus estudos.” 
• Uso de pronomes demonstrativos: aqueles que, no contexto 
textual, relacionam-se a uma pessoa do discurso e indicam a 
posição do substantivo em relação ao que se declara dele: 
“Preciso que esta caneta esteja sempre comigo.” 
O uso de “esta” indica que a caneta está próxima do falante. 
• Uso de pronomes indefinidos: são aqueles que se referem à 
terceira pessoa do discurso de modo impreciso, 
indeterminado e genérico, conforme o exemplo: 
“Choro, lamentação, reclamação, nada o fará mudar de ideia.” 
É importante ressaltar que, no caso de uso de palavras fóricas, isto é, de 
palavras que preenchem seu significado pela associação a um referente, como 
é o caso dos pronomes, o distanciamento entre a palavra fórica e seu referente 
pode provocar ambiguidade, ou seja, duplo sentido, ou até mesmo a ruptura da 
sustentação coesiva (TERRA; NICOLA, 2010), portanto a leitura e a releitura 
constantes devem tentar evitar problemas desse tipo. 
• Exploração de elipse: a elipse é a omissão do termo que fica 
subentendido, mas cuja recuperação é fácil dentro do texto, 
como ocorre em: 
“Comprei muitas frutas ontem.” 
A desinência verbal de “comprei”, demonstrando a flexão do verbo na 
primeira pessoa do singular, indica que o agente da ação corresponde ao 
emissor da mensagem: “eu”, mas isso não está escrito no texto, ocorrendo um 
apagamento de um termo. 
• Uso de advérbios: termos que dão as coordenadas sobre 
localização no espaço e no tempo dos elementos a que se 
referem e que podem aparecer no contexto textual, como no 
exemplo: 
“As crianças brincaram muito no parque; elas sempre se divertem muito lá.” 
Observando a coesão por conexão, temos o uso de conectivos, ou seja, 
conjunções e preposições, responsáveis pela ligação de elementos linguísticos 
como palavras, frases, orações e períodos, não desempenhando funções 
sintáticas, mas estabelecendo ligações e carregando noções semânticas (de 
sentido). O uso indevido de conectivos pode trazer ao texto problemas sérios 
de sentido. 
Temos ainda expressões que funcionam como ordenadoras dentro dos textos, 
tais como “em resumo”, “por um lado”, “por outro lado”, “então” etc. Elas se 
encarregam da organização das informações no texto. 
Os principais mecanismos da coesão semântica, ou seja, relacionadas ao 
sentido, correspondem a: 
• Repetição de um mesmo item lexical: consiste na reiteração 
de um termo ou de termos pertencentes a uma mesma família 
lexical. É bom ressaltar que essa exploração é comum em 
textos literários e pouco recomendável em textos de caráter 
objetivo. 
• Uso de sinonímia: baseia-se na substituição de um termo por 
outro ou por uma expressão que possua equivalência de 
significado. 
• Uso de hiperonímia: a exploração de hiperônimos consiste 
no emprego de uma palavra de sentido genérico que designa 
toda uma classe ou todo um conjunto. 
• Uso de hiponímia: a exploração de uma palavra que que 
designa elemento pertencente a uma classe ou a um 
conjunto. 
A exploração da coesão semântica é resultante do conhecimento de diferentes 
campos lexicais e de diferentes campos semânticos, já que se baseia no 
emprego de termos pertencentes a um repertório associado a uma determinada 
realidade, ciência ou estudo (TERRA; NICOLA, 2010). 
Podemos "elencar" ainda outros recursos usados para a coesão, tais como o 
uso de uma parte de um nome ou só o sobrenome para evitar repetições, uso 
de perífrases, ou seja, expressões formadas por várias palavras que ficam em 
lugar de outra, termos genéricos, associações, paráfrases, entre outros. 
Cabe ao falante da língua procurar conhecer seu idioma e os mecanismos que 
regem sua utilização, para que tire melhor proveito da língua como 
instrumento de produção e retomada de sentidos. 
 
Agora é a hora de sintetizar tudo 
o que aprendemos nessa 
unidade. Vamos lá?! 
SINTETIZANDO 
Mesmo como usuários de uma língua, dominando os diversos mecanismos de 
divulgação de nossas ideias e fazendo diariamente a utilização dos diferentes 
códigos utilizados pela comunidade linguística, é comum encontrarmos 
dificuldades no momento de elaboração de registros escritos de nossos 
pensamentos. 
Desde a elaboração de respostas em situações dialogais ou por escrito, temos 
que lidar com fatores de uso que dependem do repertório adquirido através 
das experiências vividas pelos interlocutores, quando utilizam comandos de 
questões ou respostas baseadas em denotação (uso literal dos termos da 
língua) ou conotação (uso das palavras com sentido figurado). 
No momento de elaboração de textos, precisamos garantir que eles 
apresentem textualidade, observando a organização das ideias, a clareza, a 
coesão, a coerência, a informatividade e a intertextualidade, respeitando a 
verossimilhança interna ou externa, de modo que os interlocutores consigam 
recuperar os sentidos propostos. 
Considerando os diferentes níveis de linguagem, precisamos ter a capacidade 
de fazer a adequação de nossos enunciados de acordo com os contextos e os 
interlocutores pretendidos, fazendo uso das variações que observem a norma 
padrão, considerada culta e de prestígio social, ou as linguagens coloquiais, 
respeitando as diversidades e variantes linguísticas, resultantes de fatores 
regionais, sociais e históricos. 
Quanto aos conteúdos de nossos textos, é preciso que façamos o planejamento 
e a organização de ideias, preparando-nos quanto às possibilidades de 
exploração de diferentes temas, ampliando nossas experiências e nosso 
repertório de conhecimentos, para que a informatividade se faça presente em 
nossas produções e, observando as formas de elaboração dos textos, 
precisamos fazer opções conscientes de acordo com nossos interesses. 
Por fim, precisamos conhecer e exploraros diferentes recursos de coesão 
textual oferecidos pela língua, explorando relações referenciais, baseadas em 
substituições, pelo uso de conectivos e estabelecendo relações semânticas que, 
por sua vez, dependem de conhecimentos de diferentes campos lexicais e 
semânticos. 
Dessa forma, o domínio quanto à elaboração de textos depende de prática de 
leitura e de composição de textos escritos. Precisamos conhecê-las para que 
nossas produções atuem em favor da conquista de nossos interesses em 
sociedade. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS 
ABREU, A. S. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2004. 
ALVAREZ, D.; BARRACA, R. Introdução à comunicação e artes. Rio de 
Janeiro: Editora Senac Nacional, 1997. 
BARDARI, S. A função dos dêiticos na organização do texto. Disponível 
em: <http://sersibardari.com.br/wp-content/uploads/2011/08/A-
http://sersibardari.com.br/wp-content/uploads/2011/08/A-fun%C3%A7%C3%A3o-dos-d%C3%AAiticos-na-organiza%C3%A7%C3%A3o-do-texto.pdf
fun%C3%A7%C3%A3o-dos-d%C3%AAiticos-na-
organiza%C3%A7%C3%A3o-do-texto.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2019. 
BERLO, D. K. O processo da comunicação: introdução da teoria à prática. 
10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
CAMPEDELLI, S. Y.; SOUZA, J. B. Literaturas Brasileira e Portuguesa – 
Teoria e texto. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Minidicionário Houaiss da Língua 
Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. 
NICOLA, J. Língua, literatura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 
2010. 
PACHECO, M. C. O que é campo semântico? Brasil Escola. Disponível em: 
<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-campo-
semantico.htm>. Acesso em: 17 ago. 2019. 
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix, 2012. 
TERRA, E.; NICOLA, J. Práticas de linguagem – leitura e produção de 
textos. São Paulo: Scipione, 2010. 
VIANA, A. C. Guia de redação – escreva melhor. São Paulo: Scipione, 
2011. 
SANTOS, L. W.; RICHE, R. C.; TEIXEIRA, C. S. Análise e produção de 
textos. São Paulo: Contexto, 2012. 
SARMENTO, L. L. Gramática em textos: volume único. 3. ed. São Paulo: 
Moderna, 2012. 
PASSEIWEB. A noite dissolve os homens (Poema da obra Sentimento do 
mundo), de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: 
<https://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_noite_dissolve_os_homens_po
ema_drummond> Acesso em: 17 ago. 2019. 
 
http://sersibardari.com.br/wp-content/uploads/2011/08/A-fun%C3%A7%C3%A3o-dos-d%C3%AAiticos-na-organiza%C3%A7%C3%A3o-do-texto.pdf
http://sersibardari.com.br/wp-content/uploads/2011/08/A-fun%C3%A7%C3%A3o-dos-d%C3%AAiticos-na-organiza%C3%A7%C3%A3o-do-texto.pdf
https://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_noite_dissolve_os_homens_poema_drummond
https://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_noite_dissolve_os_homens_poema_drummond

Outros materiais