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EMBARGOS A EXECUÇÃO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO RUY BARBOSA – UNIRUY
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
Processo Civil Execução
 
 
 
 
 
 
 
EMBARGOS Á EXECUÇÃO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
 
 
SALVADOR 
 2020 
CENTRO UNIVERSITÁRIO RUY BARBOSA – UNIRUY
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
Processo Civil Execução
 
 
 
 
 
EMBARGOS Á EXECUÇÃO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
 
 
 
Trabalho apresentado ao Centro Universitário Ruy Barbosa-Uniruy para a disciplina Processo Civil Execução ministrada pela Professora Juliana Costa, pelo Aluno Antônio Carlos Marinho. 
 
SALVADOR 
 2020
SUMÁRIO	
Embargos à Execução do Cumprimento de Sentença	4
Natureza 	4
Dos prazos	4
Das Peculiaridades	5
Procedimento dos Embargos do Executado	6
Efeitos	7
Objeto	7
Referências Bibliográficas 	8
Ementa Resp nº 1.455.908 - RS (2014/0122561-0	9
Acordão	10
								
EMBARGOS À EXECUÇÃO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
“Os embargos à execução constituem uma ação autônoma de conhecimento prevista no Novo CPC, que serve com opção de defesa para quem suporta um processo de execução forçada. 
Dessa forma, apesar de soar estranho em um primeiro momento, pode-se dizer que os embargos do executado têm forma de ação autônoma de conhecimento e natureza jurídica de defesa, conforme entendimento doutrinário de Fredie Didier Jr e Cassio Scarpinella Bueno, dois grandes processualistas brasileiros.”
Justifica-se a natureza de ação de conhecimento autônoma dos embargos à execução, pois, a estrutura do processo de execução foi montada sob a finalidade de satisfação do credor, de sorte que qualquer discussão fora dos atos de satisfação do credor deve ser feita por meio de uma ação autônoma, deve-se inaugurar uma nova relação jurídico-processual,estão previstos no Título III, nos art. 914 a 920 do Novo Código de Processo Civil.
NATUREZA 
Embora constitua uma espécie de defesa, é possível notar que sua natureza jurídica é tipicamente de ação, uma vez que a sua inauguração se opera por meio de distribuição por dependência à demanda executiva e seu trâmite ocorre em autos apartados.
 A natureza jurídica dos embargos à execução é de ação de conhecimento, sendo esta a forma legítima de resistência do devedor (defesa).
DOS PRAZOS
Uma vez citado, caso não satisfaça a obrigação de modo voluntário, o Executado disporá do prazo de 15 (quinze) dias para a apresentação dos embargos em tela.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do (art. 231, CPC c/c 219, Novo CPC). 
Além disso, considerando a natureza jurídica de ação que reveste este instrumento processual, a sua oposição deve obedecer a todas as regras formais inerentes à petição inicial, inclusive no tocante ao recolhimento da taxa judiciária quando o sujeito passivo da execução não for beneficiário da gratuidade judiciária.
O caso da fazenda pública diferentemente daquele posto à disposição do particular, é de 30 (trinta) dias, nos exatos termos do artigo 1º-B, da Lei n° 9.494/97, com a redação atribuída pela Medida Provisória n° 2.180-35 de 24 de agosto de 2001.
DAS PECULIARIDADES
Humberto Teodoro Junior.
“Não são os embargos uma simples resistência passiva como é a contestação no processo de conhecimento. Só aparentemente podem ser tidos como resposta do devedor ao pedido do credor. Na verdade, o embargante toma uma posição ativa ou de ataque, exercitando contra o credor o direito de ação à procura de uma sentença que possa extinguir o processo ou desconstituir a eficácia do título.
De conseguinte, os embargos têm o caráter de ação pela qual o devedor formula uma pretensão consistente na anulação da execução ou no desfazimento ou restrição da eficácia do titulo executivo. Trata-se, portanto, de uma ação constitutiva, visto destinar-se à desconstituição da relação processual da execução ou da eficácia do título executivo.”
Em regra geral, os embargos não acarretam a suspensão da execução. Assim, apesar de ajuizados os embargos, o processo de execução continuará a correr normalmente. Haverá assim dois processos tramitando concomitantemente, o que requer redobrada atenção dos advogados.
Art. 919 -  Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
§ 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
§ 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.
PROCEDIMENTO DOS EMBARGOS DO EXECUTADO
A inicial deverá ser instruída com cópias das peças processuais relevantes e dos documentos indispensáveis ao oferecimento dos embargos, é o que se determina os artigos 319 conjugado com o 914, § 1º ambos do código de processo civil.
O procedimento dos embargos do devedor segue o de uma ação do procedimento comum ordinário. Com suas peculiaridades legais, quais sejam:
(i) Possibilidades que ensejam rejeição liminar dos embargos.
As possibilidades em que o juiz poderá rejeitar liminarmente os embargos vêm expressos no artigo 918 do código de processo civil.
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
I - quando intempestivos;
II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido;
III - manifestamente protelatórios (Brasil, lei n.º 13.105, de 16 de Março de 2015).
Tal decisão, conforme o artigo 1.012 do código de processo civil é sentença, e, portanto o remédio cabível, segundo a correlação típica, é o recurso de apelação.
(ii) Do chamamento dos Exequentes Embargados.
Conforme já ventilado os exeqüentes embargados serão apenas intimados para oferecer resposta no prazo legal. Não será necessário neste caso manejar a maquina judiaria quanto à citação.
(iii) Recebimento do recurso de apelação.
Contra a sentença dos embargos de declaração caberá apelação, entretanto, os efeitos do recurso será condicionada a procedência ou não do recurso. Se procedente o recurso será recebido nos efeitos devolutivos e suspensivos, se improcedente o recurso será recebido apenas no efeito devolutivo, conforme o artigo 1.012 do código de processo civil.
No mais aplicar-se-á as regras do procedimento comum.
Luiz Antonio Silva Costa, acadêmico da Universidade Presbiteriana Mackenzie
EFEITOS
Devemos nos atentar as ressalvas contidas nos §§ 3º e 4º do artigo 919, vez que estes tratam da extensão dos efeitos suspensivos, quando estes são deferidos.
§ 3.º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. (Brasil, lei n.º 13.105, de 16 de Março de 2015).
§ 4.º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
OBJETO
Nas palavras de Vicente Greco Filho
"Os embargos do devedor são o meio de defesa deste, com a natureza jurídica de uma ação incidente que tem por objeto desconstituir o título executivo ou declarar a sua nulidade ou inexistência".
Referências Bibliograficas:
 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O novo Processo Civil Brasileiro: Exposição Sistemática do Procedimento. 28ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2010. Pág. 296
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, Volume II: Processo de Execução eCumprimento da Sentença Processo Cautelar e Tutela de Urgência. 46ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2011. Pág. 410
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil: Tutela Jurisdicional executiva. 6ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. Pág. 485
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Volume III. 25ª edição. Editora Saraiva, 2011. Pág. 439
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.455.908 - RS (2014/0122561-0)
RELATORA :		 MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE :	 AURELIO ALVARO GRUTZMACHER
RECORRENTE : 	ROGÉRIO GILSON GRUTZMACHER
ADVOGADOS : 	ARI ALVES DA ANUNCIACAO FILHO E OUTRO(S) - RS034752
ACELIO JACOB ROEHRS - DF026753
RECORRIDO : 		CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
ADVOGADO :		 ITELMAR BOHMER - RS034206
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO EM FASE DE CUMPRIMENTODE SENTENÇA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. SUSPENSÃO CAUTELAR DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. JUÍZO DE 1º GRAU. POSSIBILIDADE. ANÁLISE DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. SÚM. 07/STJ. DEPÓSITO PARA GARANTIA DO JUÍZO. IMPUGNAÇÃO. MULTA DO ART. 475-J DO CPC/73. INCIDÊNCIA. JULGAMENTO: CPC/73.
1. Embargos à execução, em fase de cumprimento definitivo de sentença, ajuizados em 2001, de que foi extraído o presente recurso especial, interposto em 23/10/2013 e redistribuído ao gabinete em 07/06/2017. 
2. O propósito recursal é dizer se o poder geral de cautela autoriza o Juízo de 1º grau a indeferir o levantamento de quantia pelos credores e sobrestar o cumprimento de sentença objeto de ação rescisória ajuizada pela devedora, na qual foi indeferido o pedido de antecipação dos efeitos da tutela. 
3. Devidamente analisadas e discutidas as questões de mérito, e suficientemente fundamentado o acórdão recorrido, de modo a esgotar a prestação jurisdicional, não há falar em violação dos arts. 535, II, e 458, II, ambos do CPC/73.
 4. É admissível, excepcionalmente, a suspensão do cumprimento de sentença pelo Juízo de 1º grau, desde que a sua liberdade de atuação, no exercício do poder cautelar geral, esteja circunscrita aos limites da lei, que autorizam os provimentos de urgência, tendo como parâmetro o juízo de proporcionalidade à luz das circunstâncias concretas. 
5. Quanto à análise do preenchimento dos pressupostos para a concessão da medida cautelar, a jurisprudência do STJ orienta serem eles insuscetíveis de reapreciação em sede de recurso especial, porque sua verificação decorre da análise das circunstâncias fáticas da causa. 
6. O depósito do valor da condenação, a fim de garantir o Juízo e viabilizar o oferecimento de impugnação ao cumprimento de sentença, não tem o condão de ilidir a incidência da multa do art. 475-J do CPC/73. Precedentes. 
7. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.
Superior Tribunal de Justiça
ACÓRDÃO
 	 Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso especial nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro votaram com a Sra. Ministra Relatora.
 Brasília (DF), 28 de agosto de 2018(Data do Julgamento)
 MINISTRA NANCY ANDRIGHI
 Relatora

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