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Patrícia Miranda- MEDICINA Problema 5 1. EXPLANAR O CICLO BIOLOGICO, FISIOPTOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLINICAS E DIAGNOSTICO DAS PRINCIPAIS ENTEROPARASITOSES O estudo sobre esse objetivo foi com base no NEVES de Parasitologia Protozoários AMEBÍASE Apesar de haver no intestino humano formas comensais de Etamoebas , existe também aquela que pode causar doenças infecciosas que atingem o trato gastrointestinal humano, pelo patógeno E. histolytica. No geral, todas as amebas apresentam uma semelhança morfologia, o que as difere são pequenas diferenças que devem ser notadas com atenção. A E. histolystica apresenta grandes semelhanças a E.dispar, o que dificulta a identificação no exame de fezes, assim, alguns autores defendem que devem ser tratadas, pelo simples fato de que ela é responsável por causar a forma mais branda da amebíase. • CICLO BIOLOGICO Seu ciclo é monoxênico e muito simples. Se inicia com a ingestão de água, alimentos contaminados com cistos maduros. Eles passam pelo esôfago, resistem a ação do suco gástrico e sais digestórios presentes no estômago, chegam ao final do intestino delgado ou ao final do grosso e ali da-se o inicio do desencistamento, com a saída do metacisto através de uma pequena fenda na parede cística. Esse metacisto posteriormente sofre sucessivas divisões citoplasmáticas e nucleares, dando origem a 4 e 8 trofozoítos. Assim, os trofozoítos migram para o intestino grosso e lá tomam rumos biológicos diferentes: - Eles podem viver de forma comensal aderidos a mucosa do intestino grosso, alimentando- se de dedritos e bactérias. E depois são liberados na fezes em sua forma cistos. - E de forma parasitaria, onde os trofozoítos rompem a barreira da submucosa com a liberação de enzimas proteolicas e citocinas assim, consegue invadir e se multiplicar através das ulceras e pode atingir outros órgão pela circulação porta, como fígado seguido de pulmão, rim, cérebro ou pele, causando amebíase extraintestinal. • FISIOPATOLOGIA Para que o E. histolytica tenha efeito letal sobre uma célula ela inicialmente precisa sofrer uma forte adesão que é mediada por lectinas contidas na superfície da ameba, logo seguida de fagocitose. Adesão: se dá por meio de lectinas contidas na superfícies das amebas, elas reconhecem células da mucosa intestinal por meio de resíduos de Galactose-N-acetil-galactosamina. Patrícia Miranda- MEDICINA Efeito citopático: É conhecida como a capacidade de destruição celular dos trofozoítos por meio da liberação de proteases que favorecem a destruição de tecidos. Invasão: Uma vez invadida a mucosa, os trofozoítos se multiplicam na submucosa e prosseguem penetrando nos tecidos sob forma de microulcerações. Raramente, os trofozoítos induzem uma resposta inflamatória com a formação de uma massa granulomatosa, chamada AMEBONA, caracterizada como um grade nódulo que pode causar obstrução intestinal. • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Assintomáticas: Engloba a maioria das infecções humanas e é detectada a infecção pelo encontro de cistos no exame de fezes. Sintomáticas: + Intestinal: - Colite desentérica: evacuações mucosanguínoletas; evacuações frequentes: 8-10 dias; cólicas; flatulência; febre; náuseas; pirose; vômitos; desconforto abdominal; tremores. Complicações= Amebona - Colite não-desenterica: evacuações diarreicas ou não; evacuações: 2-4 dias; fezes moles ou pastosas; raramente ocorre febre; quadro clínico com duração variável (2-3 dias), períodos normais até novo surto. + Extra-intestinal: hepatite amebiana aguda, abscesso hepático, o rompimento do abscesso hepático geralmente leva a disseminação do trofozoíto no pulmão e cérebro. • DIAGNÓSTICO Sua principal dificuldade é diferenciar as espécicas, principalmente de E. histolytica da E.dispar , devido tal fato, independente de qual seja a espécie, o paciente deve ser tratdo. Pesquisas de fezes: RITCHIE, Hoffman, Faust e cols. Para melhor visualização: Hematoxilina férrica. Testes imunológicos: hemaglutinação indireta, imunofluorescência indireta e ELISA. Pra identificar amebíase extra-intestinal. GIARDIASE • AGENTE ETIOLOGICO Giardia lamblia/ Giardia intestinalis/ Giardia duodenalis • MORFOLOGIA Trofozoito: formato de pera, com simetria bilateral. É binucleado. Apresenta, face dorsal lisa e convexa, e ventral côncava com estrutura semelhante a uma ventosa conhecida como disco ventral/adesivo ou suctorial. Contém ainda, 4 pares de flagelos sendo distribuídos anteriormente, 1 par ventralmente, 1 par posterior e 1 par na região caudal. Patrícia Miranda- MEDICINA Cisto: Oval ou elipsoide, no seu interior encontram-se 2 a 4 nucleos. São resistentes a cloração da água, temperaturas de até 60 graus, desinfecção para luz ultravioleta, resistem até 2 meses no meio exterior. • CICLO BIOLÓGICO O parasita monóxeno. São necessários de no mínimo, 10 a 100 cistos para iniciar uma infecção. Após ingestão de cistos através de alimentos ou água contaminada, o desinsistamento tem inicio no estômago devido á ajuda do ácido estomacal e assim, é completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do intestino delgado pelos trofozoítos. Após a divisão dos trofozoítos por divisão binária, ele se aderem a mucosa intestinal através de mecanismos que ainda não foram 100% desvendados, uma das hipóteses que explica essa adesão da mucosa era de que os batimentos dos flagelos ventrais seriam responsáveis pela crianção de uma pressão negativa abaixo do disco provocando a sua adesão. Outra explicação seria a presença de proteínas contráteis no disco ventral, elas estariam envolvidas cm o processo de modulação do disco que em movimentos de contração e relaxamento, permitiria a adesão e o desprendimento dos trofozoítos da mucosa. • FISIOPATOLOGIA Observa-se que o individuo infectado pela giárdia pode apresentar mudanças na arquitetura da mucosa. Os trofoitos podem romper ou distorcer as microvilosidades no local onde o disco entra em contato com a membrana da célula. Além disso, estudos afirmam que o parasita, possivelmente libera substâncias na luz do intestino. Tal processo de alteração morfológica funcional do epitélio também é explicada pelos processos inflamatórios desencadeados pelo parasito. A resposta imunológica local leva a degranulação de mastócitos causando uma reação de hipersensibilidade, provocando edema, contração do musculo liso. • MANIFESTAÇÃO CLÍNICA O período de incubação varia de 7 a 10 dias A maioria dos indivíduos infectados é assintomática. A infecção sintomática pode apresentar-se de forma aguda ou crônica. O quadro clássico apresenta diarreia, dor abdominal, fezes amolecidas com aspecto gorduroso, fadiga, anorexia, flatulência e distensão abdominal. Quando em grande número, os trofozoítos podem apertar o duodeno, produzindo uma barreira mecânica impedindo a absorção de vitaminas lipossolúveis. A perda das bordas em escova do intestino delgado leva à intolerância a lactose • DIAGNOSTICO -Método de Faust: Para identificação de cistos ou trofozoítos Necessita-se de pelo menos 3 amostras de fezes para boa sensibilidade -Elisa Patrícia Miranda- MEDICINA - biópsia duodenal: raras ocasiões. Helmintos ANCILOSTOMOSE • AGENTE ETIOLOGICO Também chamada de amarelão. Necatur americanos e Ancylostoma duodenalis • MORFOLOGIA O A.duodenalis apresentam dois pares de dentes e o Necator, apresentar estrutura semelhantes a lâminas. Os ovos de todas Ancylostomas são iguais. As larvas são de vida livre • CICLO BIOLOGICO Podem ocorrer de duas formas: Penetração: Os ovos são depositados pela fêmea após a copula no intestino delgado e são eliminados através das fezes. Após eliminadas, essas larvas precisam de um ambiente propicio para a formação da primeira larva rabditoide (L1), como altaumidade e temperatura elevada. Após sua eclosão a L1 se desenvolve e perde sua cutícula externa para ganhar uma nova, formando a L2 (também rabditoide). Após a formação da nova cutícula interna (recoberta pela cutícula velha) L2 se transforma em L3 do tipo filaroide (denominada larva infectante). A L3 é responsável pela infecção humana, ela penetra ativamente, através da pele, conjuntiva e mucosas, ou passivamente, por via oral. Essa penetração é ajudada pelos efeitos térmicos e químicos que iniciam o processo de penetração, escapando da cutícula externa, e simultaneamente, ajudadas pelos movimentos de serpentinas com extensão e contração que além de produzir enzimas semelhantes ao colágeno facilitam o acesso através do tecido do hospedeiro. A penetração dura em torno de 30 min, e logo as larvas atingem as vênulas e os vasos linfáticos, chegam ao coração, e vão para os pulmões através das artérias pulmonares. Assim, a larva continua a sua migração da seguinte forma alvéolos -> bronquíolos-> traqueia-> faringe-> laringe, nesse processo de migração no pulmão a larva perde a sua cutícula formando a larva no estágio 4, assim são ingeridos alcançando o intestino delgado. No intestino ela começa a exercer um papel de parasitismo hematófago, fixando-se a parede do epitélio pela cápsula bucal. Após 15 dias de infecção a L4 passa para L5. No estágio adulto que exercem o hematofagismo, iniciam-se a cópula seguindo da postura. Ingestão: Após a ingestão de L3, ela perde sua cutícula no estômago (pela ação do pH), depois de três dias migra para o intestino delgado. No duodeno penetram na mucosa alcançando as células de Lieberkuhn, transformando-se em L4. Em seguida as larvas voltam para para o intestino e se fixam na mucosa iniciando o repasto sanguíneo, mudando depois de 15 dias para L5. Patrícia Miranda- MEDICINA • FISIOPATOLOGIA As lesões podem ocorrer de três formas: cutâneas, pulmonares e intestinais. Sua intensidade vai depender da sensibilidade do hospedeiro e da carga parasitária. Ao entrar na pele do hospedeiro as larvas podem causar lesões, seguidos de fenômenos vasculares. As alterações pulmonares resultantes das passagem das larvas acontecem muito pouco, porem podem causar tosse de longa duração. As maiores lesões características pelos ancilostoma são as lesões intestinares, causadas pelos vermes adultos no momento da fixação, resultando em pontos hemorrágicos. Alguns sintomas são observados quando se tem a chegada do parasita ao intestino, como: diminuição do apetite cólica, indisposição, náuseas, vômitos, flatulências, diarreias sanguinolentas. A anemia também é outro sinal característico da ancilostomose, o grau da anemia é diretamente proporcional a quantidade de vermes resistentes no intestino. O livro traz dois tipos de distintos de ancilostomíase: A fase aguda: que é determinada pela migração das larvas para o tecido cutâneo e pulmonar e pela instalação dos vermes adultos no intestino delgado E a fase crônica, que é caracterizada pela presença do verme adulto que associada a má nutrição e expoliação sanguínea irá caracterizar a anemia. Com as persistência da baixas taxas de hemoglobina , persistência de anemia, leucocitose e eosinofilia, varias mudanças fisiologias e bioquímicas agravam o estado orgânico do hospedeiro. Há uma baixa reserva de Fe em conjunto com uma baixa reserva de Fe são insuficientes para suprir as perdas pelo autofagismo. Um quadro característico da ancilostomose é o habito de coisas não nutritivas como terra (geofagismo) e cabelo no intuito de obter nutrientes para o corpo. • DIAGNOSTICO É realizado pelo achado de ovos no exame de parasitológico de fezes, através dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, realizando-se também, a contagem de ovos pelo Kato-Katz. Exames histológicos: processo inflamatório com eosinófilos íntegros e desgranulados, além de neutrófilos e macrófagos. ASCARIDÍASE • AGENTE ETIOLOGICO Ascaris lumbricoides, conhecido popularmente como lombriga. • MORFOLOGIA Os machos medem cerca de 20 a 30cm de comprimento e presentam cor leitosa. As fêmeas medem cerca de 30 a 40 com, quando adultas, sendo mais robustas que os exemplares de machos. A cor, a boca e o aparelho digestivo são similares em ambos os sexos. Patrícia Miranda- MEDICINA Ovos: originalmente são brancos e adquirem cor castanha devido ao contato com as fezes. Medem em torno de 50 micrometros de diâmetro são ovais e possuem uma cápsula espessa. Frequentemente, podem ser encontrado em fezes ovos inférteis, eles possuem forma mais alongada com membrana mamilosa mais delgada e citoplasma granuloso. As fêmeas podem por em média 200 mil ovos por dia, e eles podem ser classificados da seguinte forma: ovo fértil com casca, ovo fértil sem casca e ovo infértil. • CICLO BIOLOGICO Inicialmente dentro do ovo se forma uma larva dentro do ovo do tipo rabdtoide (L1), ou seja, o seu esôfago possui duas dilatações, uma em casa extremidade e uma constricção no meio. Após uma semana essa larga sofre mudanças para L2 e posteriormente para L3 tipicamente filaroide (com esôfago retilineo). Em ambiente favorável, essas larvas podem permanecer infectante por muito tempo, até serem ingeridas. Após ingerida pelo hospedeiro os ovos em forma de L3 eclodem no intestino delgado pela presença do pH, sais , temperatura e a concentração de CO2. As larvas liberadas invadem a parede intestinal, preferencialmente a altura do ceco e caem nos vasos linfáticos e nas veias, chegando assim ao fígado após 18 a 14 horas após a infecção. Em três dias de infecção cheia ao coração na porção direita através da veia cava inferior ou superior e após 4 dias é encontrada no pulmão, realizando o ciclo de Loss. Cerca de 8 dias as larvas sofrem mudança para L4, rompe os capilares e caem nos alvéolos onde mudam para L5. Sobem por toda a arvore brônquica até chegar a traqueia, chegando a faringe. Assim, elas podem ser expelidas através da tosse ou deglutidas fixando-se posteriormente intestino delgado. Transformando-se em adultos jovens 20 a 30 dias após a infecção. Após 60 dias alcançam a maturidade sexual realizando a cópula seguindo de ovipostura. • FISIOPATOLOGIA Deve ser estudado e acompanhado o seu ciclo, tanto da larva quanto dos adultos. - Larva: As infecções de baixa intensidade não contém nenhuma alteração, contudo em infecções maciças podem ser encontradas lesões hepáticas e pulmonares. Nos pulmões podemos encontrar diversos pontos hemorrágicos na passagem das larvas para os avéolos, dependendo do numero de larvas pode gerar quadro pneumônico com febre, tosse, dispneia e eosinofilia. E no fígado podem ser encontrados focos hemorrágicos e de necrose que futuramente tornam-se fibrosados. - Vermes adultos: Em infecções de baixa intensidade não são apresentados manifestações clinicas. Já em infeções médias, pode-se encontrar alterações como: ação espoliadora, onde os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, levando os pacientes a subnutrição. Pode ainda causar ações tóxicas como edema, urticária, convulsões, epileptiformes, etc. - Como ação mecânica, pode causar irritação na parede e podem enovelar-se na luz causando a obstrução intestinal. - Ela ainda pode se encontrar em outras regiões além do intestino delgado, levando a característica de áscaris errático, podendo estar localizado no apêndice cecal (causando Patrícia Miranda- MEDICINA apendicite), canal colédoco (causando obstrução), canal de Wirsung (causando pancreatite aguda), além da eliminação do verme pela boca e narinas. • DIAGNOSTICO Feito através da identificação dos ovos de áscaris nas fezes. Métodos de sedimentação de Lutz u de Hoffman (para ovos inferteis) ou métodos de suspensão, como o de Faust (para ovos ferteis) Os exames radiológicos, do tipo baritados, podem revelar imagens de “falhade enchimento” patognomônicas de ascaridíase- o “bolo de áscaris” é um exemplo. ENTEROBÍASE • AGENTE ETIOLOGICO Enterobius vermicularis, também chamado de oxiúro. • MORFOLOGIA Apresenta dimorfismo sexual, contudo, algumas características são comuns aos dois sexos: cor e a característica filiforme. • CICLO BIOLOGICO São parasitas do tipo monoxênico. Os machos e as fêmeas vivem na região do ceco e apêndice no hospedeiro. Após a cópula os machos são eliminados juntos com as fezes e morrem, já as fêmeas realizam a ovopostura na região perinal e causam um prurido característico da parasitose. Seus ovos são postos principalmente a noite e podem ser eliminados pelo rompimento da fêmea, devido algum traumatismo. Os ovos eliminados tornam-se infectantes em poucas horas e são ingeridas pelo hospedeiro. No intestino delgado as larvas rabditoides eclodem e sofrem duas modificações até o ceco, por fim tornam-se adultos. Nesse momento se não haver reinfecção o parasitismo extingue-se. A reinfecção pode-se dar por diversas formas como: Heteroinfecção: ingestão de ovos através de alimentos. Indireta: Quando a ingestão de alimentos com ovos do próprio paciente. Autoinfecção externa ou direta: Quando o paciente leva a mão a região ao ânus e em seguida a boca. Autoinfecção interna: Processo em que as larvas eclodiam ainda no reto e migram para a região do ceco. Retroinfecção: Processo em que as larvas eclodiam na região perianal e migram para o ceco. • FISIOPATOLOGIA Em sua grande maioria a infecção passa por despercebido aos pacientes. Só percebendo quando sente ligeiro prurido anal ou quando vê o verme. Em infecções sintomáticas o paciente pode apresentar enterite catarral por ação mecânica e irritativa, perca de sono, nervosismo e devido a proximidade dos órgão genitais pode levar a masturbação e erotismo. O ceco também pode apresentar-se inflamado e as vezes, o apêndice também é atingido. A alteração mais intensa é o aparecimento do prurido anal. O ato de coçar pode lesar o local possibilitando uma infecção bacteriana secundária. Patrícia Miranda- MEDICINA • DIAGNOSTICO Método da fita adesiva transparente ou método de Graham. Platelminto TENIASE • AGENTE ETIOLOGICO Taenia solium e Taenia Saginata • MORFOLOGIA A T. solium, apresenta 2-3m, e no caso da T.saginata, cerca de 4-6 m, podendo atingir até 10 metros. A proglotide é a unidade reprodutora do verme. • CICLO BIOLOGICO Os humanos parasitados eliminam as proglotides nas fezes, contudo, pode ocorrem de no momento de liberação das proglotides a formação de uma hérnia, o que facilita a expulsão dos ovos para a luz intestinal e liberação nas fezes. No ambiente úmido e protegido da luz solar os ovos têm grande longevidade mantendo-se infectantes por meses. Assim, um hospedeiro intermediário, ingere os ovos e os embrióforos que sofrem a ação da pepsina, que atua como sobre uma substância cementante dos blocos de quitina. No intestino a ação do suco gástrico promove a ativação das oncosferas que uma vez ativadas liberam-se do embrióforo e movimentam-se no sentido das vilosidades, onde penetrm com auxílio dos acúleos. Assim, permanecem até se adaptarem as condições do novo ambiente, posteriormente, penetram nas vênulas e atingem as veias e os linfáticos mesentéricos. Assim, através dos vasos sanguíneos são transportados para todos os órgão e tecidos do organismo até atingirem um locam de implantação. Subsequentemente atravessam a parede do vaso, instalando-se nos tecidos vizinhos. ATENÇÃO: As oncosferas desenvolvem-se para cisticercos em qualquer tecido mole, mas preferencialmente com maior oxigenação. A infecção humana ocorre pela ingestão de carne crua ou malcozida de porco ou de boi infectado. O cisticerco ingerido sofre ação do suco gástrico, evaginando-se e fixando-se, através do escólex, na mucosa do intestino delgado, transformando-se em uma tênia adulta, que pode atingir até oito metros em alguns meses. Após três meses de ingestão do cisticerco, inicia-se a eliminação de proglotides grávidas. ATENÇÃO: Um individuo que possua T. solium em seu organismos pode estar susceptível à desenvolver neurocisticercose por meio de uma autoinfecção externa, em que ao liberar ovos da T.solium nas fezes, caso não haja uma boa higiene pessoal e com seus alimentos, esses mesmos ovos podem retornar ao TGI do individuo, gerando, dessa vez, cisticercose. -Uma autoinfecção pode se dar de forma interna, que está geralmente associada a movimentos retroperistálticos, em que ovos retornam por meio do vômito, chegam ao estômago e retornam ao intestino, ocorrendo de maneira interna sem a exteriorização dos ovos. Patrícia Miranda- MEDICINA • FISIOPATOLOGIA Pode gerar fenômenos tóxicos alérgicos, através de substâncias excretadas, distruir o epitélio, provocar hemorragias, produzir inflamação. Tonturas, asternia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dores de vários graus de intensidade em diferentes regiões do abdômen e perda de peso são alguns sintomas decorrentes da infecção. • CICTICERCOSE HUMANA Ao contrário do que se pensa, a ingestao dos cisticercos na carne crua ou malpassada de porco causa teniase (infestacao pelo adulto da T. so- lium), mas nao cisticercose (infestacao pela larva Cysticercus cellulosae). Ocorre quando o homem ingere os ovos da T. solium, tal como aconteceria com o suíno. Podendo ocorrer por heteroinfecção (ingestão de água ou alimentos contaminados), autoinfecção externa ( ingestão de ovos através das mãos sujas), autoinfecção interna (como já citado anteriormente). Os cisticercos são múltiplos e podem causar problemas, especialmente aqueles que se alojam no parênquima cerebral- neurocisticercose. • FISIOPATOLOGIA A maioria dos indivíduos são assintomáticos. Porem alguns pacientes apresentam sintomas decorrentes da inflamação da mucosa (relativo a fixação do escolex), hipo ou hipersecreção de muco, alterações da motilidade intestinal, requerimento nutricional do verme e fenômenos toxico-alergicos a distância. - suas manifestações podem ser: tontura, fraqueza, insônia, cefaleia, irritabilidade, anorexia ou bulimia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor abdominal etc. Neurocisticercose deve ser sempre desconfiada nos pacientes que apresentam início de quadro de epilepsia na idade adulta, pois o cisticerco funciona como o foco irritativo, especialmente quando degenera e ativa a reação imune local. • DIAGNOSTICO Raramente é dado pelos exames de fezes pois os ovos da tênia não costumam ser visualizados neste exame. Portanto, quase sempre vem do encontro das proglotes. No caso da T. solium, que elimina suas proglotides com as fezes, a tamização é a melhor método. Método de Graham ou de Hall, contudo não consegue diferenciar os ovos de T.solium e T.saginata. Neurocisticercose: detecção de anticorpos específicos contra o cisticerco. 2. DESCREVER O TRATAMENTO PROFILAXIA E EFEITOS COLATERAIS DOS MEDICAMENTOS CONTRA AS ENTEROPARASITOSES. Objetivo estudado pelo livro de farmacologia básica e clinica Anti-protozooses • Metronidazol Possui a melhor atividade antibactericida de todas as drogas contra bactérias anaeróbicas. Patrícia Miranda- MEDICINA Seu mecanismo de ação abrange 4 etapas: 1. Penetração da droga na célula bacteriana 2. Ativação redutora 3. Efeito tóxico do derivado reduzido e 4. Liberação de produtos finais inativos. A atividade redutora consiste na redução do grupo nitro da droga. Ele atua como aceptor final para os elétrons, sendo reduzido por proteínas transportadoras de elétrons de baixo potêncial. A redução da droga reduz a concentração intracelular da droga inalterada, o que mantém um gradiente que impede a captação e gera compostos que são tóxicos para a célula bacteriana. - A ação de toxidade é exercida por compostos intermediários, de vida curta ou de radicaislivres que produzem lesões devido a interação com o DNA e possivelmente com outras macromoléculas. Contraindicações: de modo geral, o metronidazol é bem tolerado. Reações adversas: Perturbações gastrintestinais leves, neutropenia, reversível, sabor metálico, urina escura ou vermelho-marrom, urticaria, raramente erupção postular, queima vaginal, convulsões... • Tinidazol Seu mecanismo de ação envolve a penetração do fármaco no interior da célula do microorganismo com subsequente destruição da cadeia de DNA ou inibição da sua síntese. Ação contra: Entamoeba histolytica e Giardia Lamblia Contraindicações: Mulheres durante o primeiro trimestre de gravidez, lactantes e pacientes portadores de distúrbios neurológicos. Reações adversas: Rubor, câimbras abdominais, vômito e taquicardia. Anti-helmínticos • Albendazol Tem um eficaz efeito contra ascaridíase, enterobíose e ancilostomíase, sendo recentemente o medicamento utilizado como droga preferida no tratamento da cisticercose. Ele atua inibindo a captação de glicose associada a uma depleção de glicogênio e diminuição de ATP, que é essencial para a sobrevivência dos parasitas. Quando absorvido, distribui-se por vários tecidos, inclusive cistos hidáticos e o sistema nervoso central, o que explica a sua ação terapêutica na cisticercose. Ele pode ser absorvido irregularmente pelo TGI após a adm por via oral, sendo então metabolizada pelo fígado. Efeitos colaterais: São poucos, quando utilizado como tratamento contra helmintos intestinais. Em tratamentos prolongados pode observar a elevação das transaminases e icterícia, retornando a normalidade após o tratamento. Patrícia Miranda- MEDICINA • Mebendazol É pouco absorvido pelo TGI, recuperado cerca de 10% na urina. Seu mecanismo de ação é semelhante ao albendazol. Não produz efeitos tóxicos sistêmicos, e é uma droga de excelente tolerabilidade. Contraindicações: Não usar durante a gestação. • Pomoato de pirantel Muito absorvido pelo TGI e carca de 70% do medicamento ingerido é eliminado nas fezes. Seu mecanismo de ação acarreta bloqueio neuromuscular induzido por persistente ativação nicotínica, que resulta na paralisia do verme. Ele também inibe a colinesterase. Efeitos colaterais: cefaleia, tontura passageira, distúrbios gastrointestinais leves. Contraindicações: gestantes. • Praziquantel Tem mostrado efeitos positivos cotra infecções por T.solium e T.saginata. Além de apresentar também eficácia contra a fase larvar dos cestoides. Sua atuação principal tem efeito sobre o metabolismo dos carboidratos determinando a dimunição da captação de glicose e aumento da excreção de lactato, indicando que o lactato formou a partir dos carboidratos endógenos, provavelmente glicogênio. Como efeito adicional, o praziquantel determina permeabilidade maior do tergumento do verme a glicose. Assim, a perda de glicose do parasito para o meio constitui um efeito especifico do praziquantel. Efeitos colaterais: dores abdominais, anorexia náuseas, tonturas, cefaleia febre, artralgia, prurido, tremores dos membros. Costumam ocorrer em torno de 2 horas após a ingestão do medicamento, desaparecendo espontaneamente. 3. ABORDAR AS PRINCIPAIS DIFICULDADES ESCOLARES E SUAS CONSEQUÊNCIAS Esse objetivo teve como referência o livro NELSON Os distúrbios da aprendizagem são problemas que prejudicam a capacidade das crianças de receber, analisar ou armazenar informações. Podem dificultar a aquisição da criança, de habilidade de leitura, escrita, soletração e resolução de problemas matemáticos. • DISCALCULIA Nada mais é que um comprometimento funcional especifico do sistema nervoso central que resulta em um distúrbio de aprendizagem especifico relacionada às habilidades matemáticas. Sua etiologia é considerada multifatorial, que possivelmente envolve alterações genéticas que interagem de forma complexa com o ambiente. Elas podem estar ligadas a prejuízos emocionais, atencionais ou de desenvolvimento da linguagem. Patrícia Miranda- MEDICINA Inicialmente para iniciar-se o tratamento da discalculia é necessário que o professor, como profissional mais próximo as crianças, seja capaz de identificar de forma precoce. O quanto antes identificado, melhor o futuro desempenho da criança, seu acompanhamento será fornecido por uma equipe interdisciplinar, pautando em características peculiares do individuo, a fim de reabilitar comprometimentos aritméticos e potencializando suas habilidades. Como métodos de auxiliar no aprendizado das crianças pode-se citar a autoinstrução e o automonitoriamento. A autoinstrução, consiste em no professor primeiro utilizar da rotina verbal enquanto executa a tarefa, depois, depois observar os alunos utilizando a rotina verbal na execução da tarefa e por fim a execução da tarefa sozinhos. O automonitoriamento por sua vez nada mais é que o estudante mantendo o controle sobre o seu próprio aprendizado, como por exemplo: depois de resolver alguns problemas matemáticos o aluno observa suas respostas e depois as adiciona em um gráfico a quantidade de respostas que havia acertado. Desta forma, o aluno pode monitorar o seu desenvolvimento acadêmico e seu comportamento dentro e fora da tarefa. Outra maneira de trazer mais benefícios ao aprendizado é o uso de materiais como organizadores gráficos de memória. São dispositivos visuais que utilizam linhas , círculos, e caixas para organizar a informação, hierarquizar e utiliza-los para comparação. • DISLEXIA Consiste em uma dificuldade inesperada de ler. De acordo com a literatura, existem dois tipos de dislexia: (1) dislexia do desenvolvimento, (2) dislexia adquirida. A dislexia de desenvolvimento tem origem neurobiológica, sendo que os fatores genéticos são considerados um forte fator de risco. Além disso, também podem ser relacionada com o baixo peso ao nascer e prematuridade. Já a adquirida é a perca da capacidade de ler e escrever, após o individuo sofrer dano cerebral que pode atingir áreas cerebrais responsáveis pela leitura e ortografia. Existe ainda a dislexia central e periférica. Na central ocorre o comprometimento do processamento linguístico e estímulos. As dislexias centrais mais comuns são a dislexia fonológica, dislexia de superfície e dislexia semântica. Na periférica, ocorre o comprometimento da ánalise visuo-receptivo para a leitura, havendo prejuízo na compreensão do material lido. As crianças de 0-6 anos de idade com dislexia geralmente apresentam lentidão no desenvolvimento das habilidades da fala e da linguagem expressiva, dificuldade para conhecer as letas e evocar palavras. No seu período escolar apresenta desempenho inferior nas habilidades fonologicas e quando adulto há tendência de leitura lenta, dificuldade com a ortografia e a produção textual. • DISGRAFIA Dificuldade no ato motor da escrita, tornando a grafia praticamente indecifrável. Relaciona-se às dificuldades motoras espaciais. Um de suas prováveis causas é o distúrbio da motricidade fina e da motricidade ampla, distúrbios de coordenação visomotora, deficiência da organização têmporo-espacial, os problemas de lateralidade e de direcionalidade e, por fim, erro pedagógico. O distúrbio da motricidade fina compreende a disfunções psiconeurologicas ou anomalias na maturação do sistema nervoso central, o que resulta na falta de coordenação da criança no momento da escrita. Para a realização da escrita é necessário que os membros superiores sofra um estimulo visal, chamado de coordenação visomotora, quando a criança possui um comprometimento nessa Patrícia Miranda- MEDICINA correspondência ela passa a apresentar dificuldades para traçar linhas com trajetórias predeterminadas, visto que a mão não obedece ao trajeto estabelecido. Além disso, a criança também pode apresentar uma deficiência têmporo-espacial, que faz com que escrevam invertendo as letras e combinações silábicas,desobedecendo o sentido correto da execução das letas e escrevendo fora das linhas por não terem orientação sobre como utilizar o papel. • DEFICIT DE ATENÇÃO É o transtorno neurocomportamental mais comum da infância. É caracterizado como a desatenção, incluindo aumento da distraibilidade e dificuldade de sustentar a atenção; controle pobre do impulso e diminuição da capacidade autoinibitória e inquietação motora. Sua etiologia tem diversos fatores como o uso de drogas maternas durante a gestação, tabagismo, álcool, exposição pré-natal ou pós-natal a chumbo são comumente ligados a dificuldade de atenção. Estruturas cerebrais anormais também são ligadas ao risco de TDAH. Segundo o Dignostic and Statistical Manual of mental Disorders, o comportamento de uma criança com TDAH deve ser inapropriado de acordo com o desenvolvimento. O DSM-IV identifica três subtipos de TDAH: 1. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade- predominantemente desatento incluindo comprometimento cognitivo, mas comum em meninas 2. Atenção/hiperatividade, predominantemente hiperativo-impulsivo 3. Atenção/hiperatividade do tipo combinado, os dois últimos mais comum em meninos. Diagnostico: não há testes laboratoriais para identificar o TDAH. Contudo alguns sinais podem ser observados como, presença de hipertensão, movimento motor fino prejudicado e má coordenação, problemas na visão e na audição, e também deve ser considerar testes para detecção de noveis elevados de chumbo. 4. CORRELACIONAR FATORES SOCIOECONOMICOS E CULTURAIS QUE INFLUENCIAM NA PREVALÊNCIA DAS ENTEROPARASITOSES. Esse obj teve como referência: Prevalência de enteroparasitoses em comunidades da periferia de Belo Horizonte. A prevalência de infecções por parasitas intestinais é um dos melhores indicadores de Status socioeconômicos e está relacionada com diversos fatores como instalações sanitárias inadequadas, poluição fecal da água e alimentos consumidos, fatores socioculturais, contato com animais, ausência de saneamento básicos, dentre outros. Metropoles e áreas de urbanização que crescem de forma desorganizada, contribuem para a evolução de problemas ambientais, formando assim, locais de crescente áreas de risco para a população. Ao serem observados a prevalência de doenças relacionadas falta de saneamento básico ou a insuficiente hábito de higiene temos como população de maior risco as regiões mais pobres, afetadas principalmente por enteroparasitoses. Isso se afirma nos levantamentos realizados pelo IBGE de 2010 que revelam “o esgotamento sanitário é o serviço de saneamento básico de menor cobertura nos municípios brasileiros, alcançando apenas55,2% das sedes municipais”. A dissertação traz ainda que, além das questões econômicas as regionais também são fatores de extrema importância de estudo, visto que as infecções são mais presentes em zonas rurais e nas periferias de grandes cidades. Tal reflexo é fatos da falta de aporte educacional, baixa renda familiar, baixa condição de higiene, ausência de instalações sanitárias de canalização adequada, nutrição deficiente e conhecimento insuficiente sobre profilaxia de protozoários e helmintos e coleta de lixo inadequada.. Patrícia Miranda- MEDICINA
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