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Atos Processuais

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ATOS PROCESSUAIS 
 
Primariamente cumpre diferenciar ato jurídico de fato jurídico. 
Entende-se por fato jurídico o acontecimento do qual provém uma consequência 
jurídica, isto é, através do qual ocorre modificação em alguma situação de direito, podendo ser 
ou não efeito da vontade de uma pessoa. Quando proveniente da vontade humana, chama-se 
ato, quando não, chama-se fato stricto sensu. 
O ato jurídico é gênero do qual o ato processual é espécie, sendo aquele consistente 
na ação humana traduzida em uma declaração de vontade destinada a provocar uma 
consequência jurídica. 
O ato processual “é, portanto, toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por 
efeito a criação, modificação ou extinção de situações jurídicas processuais”. 
 São as condutas dos sujeitos do processo, que tenham por fim a criação, modificação 
ou extinção de situações jurídicas processuais. 
 
Como exemplo de atos processuais, tem-se o oferecimento de uma denúncia, um 
interrogatório, uma sentença, etc. 
Os atos processuais são voluntários, mas apenas no sentido de que sua 
realização depende da vontade – e não do conteúdo acrescido por um ato de vontade; 
o sujeito limita-se a escolher entre praticar ou não o ato, não lhe deixando a lei 
margem de liberdade para a escolha dos efeitos deste. 
Em linhas gerais, pode-se dizer que os atos processuais são aqueles atos praticados 
pelos sujeitos do processo que, de uma forma ou de outra, dão andamento ao processo, ou 
seja, auxiliam para a consecução de uma prestação jurisdicional eficiente. 
Uma vez que podem ser praticados pelos diversos sujeitos do processo, têm diferentes 
significados e efeitos no decorrer da relação jurídica processual; além de que, quanto ao modo 
mediante o qual são realizados, diferenciam-se também, haja vista que há atos que se exaurem 
numa só atividade e outros que se apresentam como a soma de atividades múltiplas. Por isso, 
classificam-se das maneiras seguintes: a) atos dos órgãos judiciários (juiz e auxiliares) e atos 
das partes; b) atos simples e atos complexos. 
Os atos processuais são condutas praticadas pelos juízes, auxiliares justiça e pelas partes 
para dar andamento ao processo (a este conjunto de atos processuais (ou ao somatório destes 
atos em determinada sequência) dá-se o nome de procedimento). 
 
 
 
 
 
 
1. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DAS PARTES, DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA: 
 
a. ATOS DAS PARTES: Costumam os autores distinguir nos atos das partes, os postulatórios, os 
instrutórios, dispositivos – constituindo estes declarações de vontade – e reais, que são 
condutas materiais e não verbais. 
 
 Postulatórios: são os que visam a obter do juiz um pronunciamento sobre o mérito da causa 
(quando referirem-se ao mérito) ou uma resolução de mero conteúdo processual (quando se 
postular um pronunciamento sobre o processo). 
 Materializam-se nas petições (denúncia ou queixa, defesa prévia) e nos requerimentos 
(solicitação de substituição de uma testemunha), etc.); 
 
 Instrutórios: são aqueles destinados a convencer o juiz, uma vez que, evidentemente, cada 
parte procura, através de atividades dessa espécie, trazer elementos para que o juiz se convença 
das razões que aduziu (atos probatórios e alegações). 
Os Atos Probatórios consistem na proposição e produção de provas, como por exemplo, a 
juntada de documentos, reperguntas às testemunhas, etc. Já as Alegações são exposições 
circunstanciadas, feitas pelas partes, visando à demonstração de suas pretensões procurando, 
assim, convencer o juiz quanto ao acerto da tese suscitada. 
 
 Reais: são aqueles que se apresentam pelo fato, pela coisa, pelo objeto, e não pela palavra 
(exibição de coisa apreendida, prestação de fiança, apresentação à prisão, etc). 
 
 Dispositivos: os atos dispositivos referem-se ao direito material em litígio, consistindo na 
declaração de vontade destinada a dispor da tutela jurisdicional, dando-lhe existência ou 
modificando-lhe as condições. São aqueles através dos quais se abre mão, em prejuízo próprio, 
de determinada posição jurídica processual ativa, ou mesmo da própria tutela jurisdicional. 
Exemplos: renúncia ao direito de queixa, arts. 49 e 50 CPP; a desistência; a transação, etc. 
 
 
b. ATOS DO JUIZ: Os atos praticados pelos órgãos jurisdicionais classificam-se em: decisórios, 
instrutórios e de documentação. De modo geral, os atos judiciais são pronunciamentos 
deliberativos do juiz no curso do processo se destinando à movimentação do processo ou a 
um julgamento. 
 Decisórios: apresentam a dicotomia decisões e despachos de expediente. As decisões decidem 
o mérito da causa. Já através dos despachos o juiz provê a respeito da marcha do processo. 
 
 Instrutórios: são atos que se realizam ou se realizou no curso do processo, como a ouvir a 
vítima e as testemunhas, proceder a uma acareação, realizar um reconhecimento, etc. São 
verdadeiros atos processuais que, por não traduzirem-se por meio de despachos ou decisões, são 
chamados pela doutrina de instrutórios. 
 
 Atos de Documentação – às vezes a ação do juiz consiste, simplesmente, em participar da 
documentação dos autos (subscrever o termo de audiência, rubricar as folhas dos autos, etc). São 
atos de documentação. 
 
 
c. ATOS DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA: a atividade dos auxiliares da Justiça no trâmite processual 
se dá através de atos de movimentação, documentação, comunicação e execução. 
 
 Atos de movimentação: promover o desenvolvimento do processo (conclusão ao juiz, abertura 
de vista às partes, remessa ao contador, expedição de ofícios, etc.); 
 
 Atos de execução: cumprimento das determinações do juiz (citação do réu, notificação de 
testemunhas, intimação das partes, etc.); 
 
 Atos de documentação: em que dão fé dos atos que foram executados por determinação do 
juiz (certidão de intimação, lavratura de termos, lançamento de certidões, etc.). 
 
 Atos de comunicação: os atos de comunicação processual consistem em citações ou 
intimações, e é realizada pelo escrivão, com o auxílio dos Correios, ou pelo oficial de justiça, em 
cumprimento a mandados judiciais. Devido a importância do tema, citação e intimação serão 
tratados em tópicos específicos. 
 
Sintetizando, os atos de movimentação buscam o desenvolvimento do processo; os atos 
de execução, o cumprimento das determinações do juiz; os atos de documentação dão fé dos 
atos que foram executados por determinação do juiz; e os atos de comunicação, como o próprio 
nome sugere, visam dar conhecimento e informação. 
 
2. ESPÉCIES DE ATOS PROCESSUAIS 
 
 Atos simples: A grande maioria dos atos processuais é simples, ou seja, praticamente se 
resolvem em uma só conduta (denúncia, sentença, acórdão, etc.); 
 
 Atos complexos: são aqueles em que observa uma série de atos entrelaçados (audiências, 
sessões, etc.); 
 
1) Audiências – no processo penal, nada mais é senão o momento processual de determinados 
procedimentos. A audiência se consubstancia na reunião do juiz com os advogados das partes, 
Ministério Público, testemunhas, etc., na qual o primeiro deles toma contato direto com a parte 
viva da instrução da causa (ouvindo peritos, partes, testemunhas, tomando as alegações finais 
dos advogados). É onde se manifesta o princípio da oralidade em sua essência. 
 
2) Sessões – são as reuniões dos órgãos jurisdicionais colegiados (há sessões em todos os 
Tribunais, inclusive no tribunal do júri). Nas sessões dos órgãos colegiados de jurisdição superior 
(tribunais) não se realizam provas: apenas se ouvem os advogados e representantes do Ministério 
Público, passando-se à discussão e julgamento da causa pelos magistrados. Em princípio, essas 
sessões são ordinárias, ou seja, realizam-se em dias determinados da semana, sem destinação a 
um processo em particular (ao contrário das audiências, que são designadas para cada processo). 
A sessão do Tribunal do Júri é o encontro diário entre juiz, jurados, promotor, advogado, acusado, 
testemunhas,auxiliares da Justiça. 
 
 Atos compostos: - é o que resulta da manifestação de vontade de uma só pessoa, dependendo 
contudo, para ter eficácia, da verificação e aceitação feita por outro (perdão do ofendido, que 
depende da aceitação do querelado, etc). 
 
 
3. TERMO 
 
 Um termo é a documentação de um ato levado a efeito por funcionário ou serventuário da 
justiça no exercício de suas atribuições. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Termo de autuação: o escrivão atesta que foi iniciado o processo e que lhe foram apresentados 
a denúncia ou a queixa, e os autos do inquérito, ou peças de informação, que a instruíram; 
 Termo de juntada: Atesta foi anexado aos autos documento ou coisa; 
 Termo de conclusão: remetem os autos ao juiz; 
 Termo de vista: declara que os autos estão à disposição de uma das partes; 
 Termo de recebimento: o escrivão certifica que os autos retornam ao cartório, após sua saída 
regular; 
 Termo de apensamento: o escrivão afirma terem sido apensados outros autos, ou peças de 
informação, aos autos principais; 
 Termo de desentranhamento: o escrivão atesta que foi separado, por ordem do juiz, 
documento ou peça dos autos. 
 
 
4. LIMITES DE LUGAR, FORMA E TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
 LIMITES DE LUGAR: Os atos processuais, as audiências e as sessões devem ser realizados em 
lugar estabelecido como adequado e próprio para tal fim, e esse lugar é o edifício onde o órgão 
jurisdicional tenha sua sede (FÓRUM/JUSTIÇA FEDERAL). (art. 792, CPP) 
 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se 
realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, 
do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente 
designados. 
 
EXCEÇÕES: Existem exceções à regra acima descrita, à saber: 
a. ato processual realizado fora do território jurisdicional onde a causa está tramitando. P. Ex: 
Testemunha que reside fora da comarca do juízo processante e que será ouvida por precatória 
(art. 222 CPP). 
 
b. em caso de necessidade, os atos processuais poderão ser realizados na residência do Juiz, ou 
em outra casa por ele especialmente designada (art. 792, § 2º, CPP). 
 
 
 
 
 LIMITES DE FORMA: é pela forma que o ato processual se manifesta, é a exteriorização do ato, 
é o aspecto que os atos devem apresentar. O processo tem que seguir uma forma preestabelecida 
na lei, ou seja, deve ser conduzido dentro da moldura da lei. Tem-se que esta é regida pelos 
princípios gerais orientadores: idioma, escrito, publicidade e documentação. 
 
a) idioma: os atos processuais devem ser efetuados em língua portuguesa; 
b) escrito: os atos processuais devem ser exteriorizados de forma escrita; 
c) publicidade: serão públicos todos os atos processuais, na forma estabelecida no art. 792, caput 
e § 1º, CPP. 
 d) documentação: em regra, os atos processuais devem ser assinados e rubricados. 
 
 LIMITES DE TEMPO: No que diz respeito ao prazo, entende-se ser este o tempo concedido a 
alguém para o cumprimento de determinado ato processual. O prazo também é regido por 
princípios, sendo os seguintes: 
a) igualdade de tratamento: segundo o qual as partes não podem ser tratadas de forma desigual 
– para atos idênticos, tratamentos idênticos; 
b) brevidade: levando em consideração sua importância, os atos processuais devem ser realizados 
dentro de prazo razoável. 
 
PRAZOS PROCESSUAIS: 
 
 É o intervalo de tempo a partir do qual e até o qual um ato processual deve, pode ou não 
deve ser praticado. 
 
 Pode haver prazos legais (determinados pela lei). Exemplos: 
- art. 46 CPP: oferecimento da denúncia, 5 dias preso ou 15 dias solto; 
- art. 396 CPP: resposta a acusação em 10 dias. 
 
E pode haver prazos judiciais (fixado pelo juiz), como exemplo o art. 10, § 3º do CPP, que 
dispõe quando o IP for de difícil elucidação, o juiz fixa prazo diverso, dos 10 dias preso e 30 dias 
solto. 
 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos (não se interrompem) e 
peremptórios (definitivo, sem dilação), não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado 
findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a 
correr. 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil 
imediato. 
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial 
oposto pela parte contrária. 
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho. 
 
 
Quanto ao prazo processual penal, ver ainda a Súmula nº. 310 do STF: 
 
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for 
feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver 
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir. 
 
E Súmula nº 710 do STF: 
 
No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos 
do mandado ou da carta precatória ou de ordem. 
 
Lembre-se ainda que no processo penal, o prazo é em dias corridos. 
 
 
DAS COMUNICAÇÕES PROCESSUAIS 
1. CITAÇÃO 
É o ato processual no qual o réu toma conhecimento da existência de uma ação penal em 
seu desfavor e, além disso, é a forma usada para chamá-lo ao processo para oferecer resposta à 
acusação, nos termos do art. 396, CPP. 
 
Segundo Fernando Capez, citação: 
 
“É o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se 
movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. 
Compõe-se a citação de dois elementos básicos: a cientificação do inteiro teor da acusação 
e o chamamento do acusado a vir apresentar a sua defesa. Toda vez que uma destas 
finalidades não for atingida, haverá vício no ato citatório. Assim, a citação que apenas 
chamar o réu sem inteirar-lhe previamente do conteúdo da denúncia ou queixa será 
irremediavelmente nula, por ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa (CF, art. 
5º, LV). No Processo Penal, a citação é feita apenas uma vez, pois o processo de execução 
configura simples prosseguimento da relação processual já instaurada” (Curso de Processo 
Penal, 2012, p. 569). 
 
O ato processual citatório está disciplinado nos arts. 351 a 369, CPP. 
 
- não existe no inquérito policial; 
 
- é ato essencial no processo (ausência gera nulidade absoluta) art. 564, III, e, CPP; 
 
- comparecimento espontâneo do réu em juízo supre a falta ou defeito da citação (art. 570, CPP); 
 
- não existe no Processo Penal a citação por carta com AR (Correios) ou por telefone. A Lei 
11.719/2008 alterou o CPP (art. 362) e passou a admitir a citação por hora certa na forma do CPC 
quando o réu se oculta para não ser citado. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
 REAL (pessoal ou in facie): realizada na pessoa do próprio acusado. 
 
 FICTA (presumida): realizada por editais (art. 361 e seguintes do CPP) e citação por hora certa 
(art. 252 do CPC; art. 362 do CPP). 
 
 
EFEITOS: 
 
 Completar a relação jurídica processual (art. 363 com a redação estabelecida pela Lei nº 
11.719/2008); 
 
 Pode causar revelia (art. 367 do CPP); 
 
Quanto aos EFEITOS da revelia, há que se destacar que no âmbito do direito processual civil, estes 
serão de duas ordens: 
 
--> Efeitos materiais – Corresponde à presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor na 
exordial, que gera a consequente possibilidade de julgamento antecipado da lide. 
--> Efeitos formais – Desnecessidade de intimação do réu para os demais atos processuais.No que tange à sistemática processual PENAL, há que se destacar a sua total incompatibilidade 
com o efeito material da revelia, não havendo que se falar, em nenhuma hipótese, na presunção 
de veracidade dos fatos narrados pela acusação em caso de réu revel. Numa demanda criminal o 
acusado JAMAIS ficará sem defesa, cabendo ao juiz o dever de NORMAR-LHE DEFENSOR DATIVO 
para que a apresente, sendo inexistente qualquer tipo de presunção desfavorável ao réu em 
virtude de sua condição de revel. 
Em conclusão, podemos afirmar que, no processo penal a revelia gera APENAS o seu efeito formal, 
ou seja, a desnecessidade de intimação pessoal do acusado dos atos processuais em geral (salvo 
na hipótese de sentença condenatória, quando a intimação se fará sempre necessária). 
Vale lembrar que, no caso de citação por hora certa, se o acusado não comparece para apresentar 
defesa no prazo legal ou constituir advogado, será nomeado defensor para oferecer defesa escrita 
e o processo seguirá à sua REVELIA. 
 
 
FORMAS DE CITAÇÃO: 
 
 POR MANDADO (é regra - art. 351 CPP): é a citação pessoal, quando o réu reside na Comarca, 
realizada por Oficial de Justiça. 
- Exceções: 
* citação de militar (art. 358 CPP); 
* legação estrangeira – representação diplomática permanente de um Governo junto com outro, 
de categoria inferior à de embaixada e dirigida por um ministro (art. 369 CPP). 
 
Requisitos intrínsecos (obrigatórios) da citação por mandado: O mandado deve conter os 
requisitos do art. 352 do CPP. 
 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; 
IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. 
 
 
Requisitos extrínsecos (art. 357 do CPP - dizem respeito à função do oficial de justiça ao citar o 
réu):- leitura do mandado; - entrega da contrafé (dia, hora e lugar). 
 
 
 POR PRECATÓRIA (arts. 353 a 356 do CPP): 
* usada para réu residente fora da jurisdição do juiz processante (art. 353), que preencherá os 
requisitos estabelecidos no art. 354 do CPP; 
 
* precatória itinerante: quando o juiz deprecado inicialmente constata que o réu se encontra em 
outra jurisdição, quando então remeterá os autos para efetivação das diligências (art. 355, § 1º, 
CPP); 
 
* cabe precatória por carta telegráfica, com firma reconhecida e mencionada pela expedição (art. 
356). 
 
 
 CITAÇÃO DE MILITAR (art. 358, CPP): feita através do chefe do serviço (o juiz oficia com as 
indicações indispensáveis ao mandado). 
 
* por edital: somente quando o superior do acusado declarar estar o mesmo em lugar ignorado. 
 
 
 CITAÇÃO DE PRESO: havia divergência nos tribunais e na doutrina quanto à dispensa da citação 
por mandado (o STJ entendia que bastava a requisição do preso ao chefe do estabelecimento), 
porém a Lei 10.792/03 alterou o art. 360 do CPP determinando a citação pessoal do réu preso. 
 
 
 FUNCIONÁRIO PÚBLICO: por mandado, porém, é notificado também o chefe da repartição 
pública (art. 359, CPP). 
 
 
 CITAÇÃO POR HORA CERTA: Com o advento da Lei 11.719/08 que alterou o art. 362 do CPP, 
agora existe a citação por hora certa no processo penal quando o réu se oculta para não ser citado, 
devendo ser aplicado as regras dos arts. 252 e 253 do CPC. Se o réu não comparece o juiz deve 
nomear defensor dativo. 
 
 
 CITAÇÃO POR EDITAL (FICTA): Terá cabimento quando o réu não for encontrado (art. 361 CPP) 
ou quando esgotados todos os esforços para o chamamento pessoal do réu. 
 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem 
como sua residência e profissão, se constarem do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se 
houver, ou da sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o 
juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser 
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar 
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a 
data da publicação. 
 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, 
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas 
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto 
no art. 312. 
 
Por quanto tempo o processo ficará suspenso? 
 
Conforme Súmula 415, do STJ, editada em 16/12/2009, “o período de suspensão do prazo 
prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”. 
 
 
 CITAÇÃO POR CARTA ROGATÓRIA: 
 
* Se o réu estiver no estrangeiro em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, 
suspendendo o curso da prescrição até o seu cumprimento segundo previsões contidas nos 
artigos art. 368. 
 
* O artigo 369 do CPP, traz a figura da citação em legações estrangeiras, que na linguagem 
diplomática, serve para designar a sede (edifício ou repartição) em que está instalada a embaixada 
ou a missão diplomática e onde o legado (enviado diplomático) ou o embaixador exerce suas 
atividades representativas, bem como o conjunto de pessoas encarregadas de exercer a missão 
ou representação diplomática. 
 
* em lugar não sabido, adotam-se as regras da citação por edital (art. 366, alterado pela Lei 
9.271/96). 
 
2. INTIMAÇÃO 
Já a intimação no processo penal é entendida como dar conhecimento à parte, no 
processo, da prática de um ato, despacho ou sentença, referindo-se sempre a um ato já 
praticado. 
Disciplinada nos arts. 370 a 372, a intimação das partes se dá nos mesmos moldes que a 
citação e prevê as formas dos mesmos atos para os profissionais que as apresentam. 
DAS INTIMAÇÕES 
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que 
devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for 
aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do 
assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos 
judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação 
far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante 
de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude 
o § 1o. 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. 
 
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for 
requerida, observado o disposto no art. 357. 
 
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde 
logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, 
do que se lavrará termo nos autos. (todos ficam intimados da nova data no ato) 
 
 
Certos sujeitos processuais somente podem ser intimados pessoalmente: Ministério Público 
(art. 370, § 4º), o membro da Advocacia-Geral da União (Lei 9028/95), o defensor público (Lei nº. 
1060/50) e o defensor nomeado ou dativo (art. 370, § 4º). 
 
3. NOTIFICAÇÃO 
O termo notificação, no processo penal, diz respeito geralmente ao lugar, dia e hora de 
um ato processual a que uma pessoa deverá comparecer. A comunicação, nesse caso, é feita à 
parte ou a qualquer outra pessoa que possa vir a participar do processo. 
Distinção entre intimação e notificação: 
 
* Intimação: seria a comunicação da ocorrência de ato processualdo passado. Por exemplo, 
intimação da sentença; 
 
* Notificação: seria a comunicação de ato processual do futuro, a que a pessoa deve comparecer 
ou pratica, p. ex., uma audiência. O termo notificação é pouco usual, ex., no art. 329, § único, art. 
359, art. 600, § 4º, do CPP. 
 
 Assim como as citações, as intimações, aí compreendidas as notificações, podem ser feitas 
pessoalmente ou por edital. Podem também ser feitas pelo escrivão ou por termo nos autos pelo 
juiz. Consideram-se supridas se a parte comparece para o ato, entretanto, se este representar 
prejuízo, poderá ser adiado, ou o prazo poderá ser devolvido à parte.