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automedicação

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Conforme a Constituição brasileira de 88 – documento hierárquico mais importante do Brasil - a saúde é direito de todos e dever do estado. Embora o trecho discuta, a saúde pública, fora dele, a realidade brasileira demonstra sua face mais alienada e imprudente no que tange a automedicação, especialmente em tempos de pandemia. Nessa perspectiva, percebe que o temor ao vírus elevou o uso incorreto dos medicamentos, em virtude de Fake News e da ineficiência estatal.
Tendo em vista a realidade supracitada, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater as Fake News. Nesse viés, as Fake News tem se mostrado um obstáculo, mediante a criação de remédios caseiros sem comprovação cientifica apontados no período de pandemia, como exemplo a hidroxicloroquina sendo apontada e consumida para prevenção da covid-19, podendo causar inúmeras consequências ainda maiores. Ademais, o governo mostra-se omisso para o estado de calamidade que encontra o país. Essa conjuntura, segundo John Locke, configura-se como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre com sua função de garantir que os cidadãos desfrutem desse direito, o que infelizmente é evidente no país.
Em segundo plano, é preciso apontar a ineficiência estatal como impulsionado pela Fake News. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), atendimento precário mata 3 vezes mais que a falta de atendimento. Análogo a isso, é licito citar a carência de atendimentos para as pessoas enfermas no Brasil, e por essa falta de atendimento se encontram obrigados a recorrer a automedicação, os quais há grande facilidade em conseguir remédios perigosos nas farmácias sem receita médica, pois a fiscalização estatal é muito pequena. Constata-se, assim, que a persistência dessa problemática é um obstáculo para o Estado democrático de direito.
Levando em consideração esses aspectos, é possível concluir que o pânico ao Vírus Covid-19 tornou a automedicação um problema de saúde pública, que pode causar sérios danos na vida do indivíduo, medidas devem ser tomadas a fim de reverter a situação. Depreende-se, portanto, que o Estado por meio do Ministério da Saúde, propaguem nas redes socais a importância de repelir as noticiais falsas, por meio de anúncios, a fim de colaborar para universalização desse direito. Além disso, os mesmos devem agir em parceria para garantir atendimento adequado para pessoas enfermas e principalmente aos portadores de covid 19, por meio de implementação de investimentos para estrutura adequadas das UPAs, UTIs e demais hospitais, com intuito de fazer valer o Art. 6° da Constituição, onde afirma que todos tem direitos a saúde. Só assim, se consolidara uma sociedade cujo Estado desempenha corretamente seu “contrato social”.

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