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Exames laboratoriais em pediatria

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AULA 2 – EXAMES LABORATORIAIS EM PEDIATRIA
“A crianças não é um adulto em miniatura”. A criança e o adolescente estão em franco processo de crescimento e desenvolvimento, bem como de maturação de suas funções fisiológicas, daí a necessidade de se estabelecer seus próprios valores de referências. (1) Diferentes opções de sítios de punções; (2) Tubos de coleta; (3) Volume de sangue; (4) Valores de referência.
TESTE DO PEZINHO
Deve ser realizado após 48h de vida (ideal do 3º até o 5º dia de vida). Triagem!! Possíveis achados nesse teste:
· Hipotireoidismo congênito: aumento do TSH.
· Fenilcetonúria: aumento de fenilalanina (deficiência de fenilalanina hidroxilase).
· Fibrose cística: aumento de tripsina imunorreativa.
· Hemoglobinopatias.
· Hiperplasia adrenal congênita: aumento de 17 hidroxi-progesterona.
· Deficiência de biotinidade: menor atividade enzimática biotinidade (deficiência da biotina).
· Teste do pezinho ampliado: deficiência de G-6PD, galactosemia, sífilis congênita e toxoplasmose congênita.
VALORES DE REFERÊNCIA
· Glicemia: (1) Ao nascimento: 40-100 mg/dL. (2) Crianças: 60-99 mg/dL. (3) Adultos: 70-99 mg/dL. Para crianças com menos de três anos é necessário um jejum de 3 horas, para crianças de 3 a 9 anos um jejum de 4 horas e para crianças acima de 9 anos, um jejum de 8 horas.
· Creatinina: (1) RN e Lactentes: 0,3-0,7 mg/dL. Adultos: 0,6-1,2 mg/dl (caso sexo feminino) ou 0,8-1,4 mg/dL (caso sexo masculino).
COLETA PERFIL LIPÍDICO
Necessário um jejum, no caso do colesterol é aceitável até 4 horas de jejum. No caso dos triglicérides vai variar conforme a idade – (1) Menores de 1 ano: 3 horas de jejum. (2) 1 a 6 anos: 6 horas de jejum. (3) > 6 anos: 12 horas de jejum (no máximo 14 horas). Necessário um estado metabólico estável. Dieta habitual e peso mantidos por pelo menos 2 semanas. Intervalo mínimo de 8 semanas entre procedimentos cirúrgicos e a coleta. Nenhuma atividade física vigorosa nas 24 horas que antecedem o exame. Realizar se possível as dosagens seriadas sempre no mesmo laboratório.
· CT: (1) < 150 mg/dL – Desejável. (2) 150 a 169 mg/dL – Limítrofe. (3) ≥ 170 mg/dL – Elevado.
· LDL-C: (1) < 100 mg/dL – Desejável. (2) 100 a 129 mg/dL – Limítrofe. (3) ≥ 130 mg/dL – Elevado.
· TG: (1) < 100 mg/dL – Desejável. (2) 100 a 129 mg/dL – Limítrofe. (3) ≥ 130 mg/dl – Elevado.
· HDL-C: > 45 mg/dl.
HEMOGRAMA COMPLETO
É um exame simples e de baixo custo. Auxilia no diagnóstico de patologias tanto hematológicos como sistêmicas. Analisar os componentes celulares sempre.
· Anemia: (1) Para crianças até 5 anos: Hb < 11 g/dL. (2) Crianças de 5 a 11 anos: Hb < 11,5 g/dL. (3) Crianças maiores de 12 anos: Hb < 12 g/dl. Mulheres < 12 g/dl. Homens < 13 g/dL.
· Leucograma: número total de glóbulos brancos e sua contagem diferencial no sangue periférico. É necessária uma interpretação criteriosa, possui baixa sensibilidade e especificidade. Sempre considerar o contexto clínico e as possíveis variações (idade, sexo, raça, temperatura, doenças subjacentes, uso de medicamentos). Algumas peculiaridades: (1) RN até 1 mês de vida possuem um predomínio de neutrófilos; (2) À partir do primeiro mês de vida ocorre inversão da
relação, com predomínio de linfócitos (60%) até 4 anos. (3) Afrodescendentes possui uma redução de 20% dos leucócitos totais em relação aos caucasianos.
 Leucocitose: resposta da fase aguda de várias doenças. Ex.: processos infecciosos e inflamatórios, leucemias e desvio maturativo.
 Leucopenia: associada a variada de infecções, em geral virais. Resulta de maior consumo, menor produção ou menor sobrevida intravascular.
 Eosinofilia: importante função na mediação de processos inflamatórios associados a alergia. Defesa contra parasitas metazoários helmítincos, certos distúrbios cutâneos alérgicos e neoplasias.
 Linfocitose: infecções causas por vírus.
 Linfócitos atípicos: alteração da morfologia dos linfócitos com aumento de tamanho e basofilia citoplasmática em decorrência a infecção viral e outros estímulos imunológicos.
 Plaquetas: menor componente celular, pois são fragmentos citoplasmáticos sem núcleo. O valor normal varia de 150.000-400.000/mm3. Trombocitopenia refere a valores inferiores a 150.000/mm3. Trombocitose refere a calores superiores a 600.000/mm3.
EXAME DE URINA
Principal recurso laboratorial simples e não invasivo ao alcance do médico. A qualidade do exame depende da precisão nos diferentes passos de sua realização (coleta, preparação, análise físico-química e microscopia). Assepsia. Coleta de urina de jato intermediário nas crianças com controle esfincteriano. Coleta por saco coletor, sondagem ou punção suprapúbica em crianças sem controle esfincteriano.
· Análise macroscópica: O aspecto geralmente é claro e límpido. A cor é amarelo citrino, mas pode variar do amarelo claro ao âmbar, dependendo do estado de hidratação. A densidade é analisada conforme o índice da concentração de solutos na urina. Varia de 1003 a 1030. Avalia a capacidade de concentração renal e o estado de hidratação. O odor é suis generis.
· Avaliação química: realiza com fitas reagentes (dipstick). pH: indicador da função tubula renal, varia de 4.5-8,5 (média de 5,5-6,5). Glicose: normalmente negativa. Cetona: normalmente negativo. Bilirrubinas: normalmente negativo. Nitrito: normalmente negativo, específico mas pouco sensível. Leucócitos: normalmente negativo. Leucócito esterase: normalmente negativo. Proteinúria: normalmente negativo.
· Sedimento urinário: exame feito ao microscópio após centrifugação da urina.
 Hematúria: Hematúria é classificada com ≥ 5 hemácias por campo de 400x em dois exames de urina ou ≥ 10.000 hemácias por ml de urina. Hematúria de origem glomerular possui padrão dismórfico. Hematúria de origem pós- glomerular possui padrão isomórfico. Causas: lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas.
 Leucócitos: ≥ 5 leucócitos por campo de 400x ou > 10.000 leucócitos por ml de urina. Causas: infecção ou inflamação.
 Cristais: frequentes no exame normal, podem ter significado clínico e têm relação com a dieta. Cristais anormais: fosfato amoníaco magnesiano, cistina, tirosina e leucina. Comuns: oxalato de cálcio, fosfatos, ácido úrico e carbonato de cálcio.
· Urocultura: os valores de referência vão variar conforme a coleta. (1) Punções suprapúbicas: qualquer crescimento, exceto Staphylococcus coagulase negativa (> 1.000 UFC/mL). (2) Cateterismo vesical: > 10.000 UFC/ml. (3) Jato médio >
100.000 UFC/mL. (4) Saco coletor > 100.000 UFC/ml.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
· Aspecto: o aspecto do LCR normal é límpido, essa característica vai depende do número de células, da concentração de proteínas e microrganismos em suspensão. (1) Límpido: até 45 células. (2) Levemente turvo: 46 a 300 células. (3) Turvo/Opalescente: 301 a 6.000 células. (3) Purulento: > 6.000 células.
· Glicose: valor normal corresponde a 2/3 da glicemia séria. Varia entre 45 a 80 mg%
· Proteína: valores normais – (1) Nível lombar: 40 mg%. (2) Nível ventricular: 25mg%.
· Reação de pandy: indica o aumento da taxa de proteína. Positivo quando a taxa for maior que 40mg%.
· Citologia: contagem global de células. O valor de referência varia conforme a idade. (1) Bebês maiores de 1 ano: < 5 células/mm3, sendo predomínio de células mononucleares (linfócitos e monócitos). (2) Bebês maiores que 1 ano: < 15 células/mm3, com predomínio de células mononucleares (linfócito e monócito).
	DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL
	LEUCÓCITOS (mm3)
	MICROSCOPIA
	PROTEÍNAS
(mg/dL)
	GLICOSE (mg/dL)
	NORMAL
	< 5 ou < 25 (RN)
	Linfomocitario
	< 40 ou < 120 (RN)
	2/3 da glicemia.
	VIRAL
	< 500
	Mononucleares
	< 40
	Normal
	BACTERIANA
	> 500
	Polimorfonucleares
	> 100
	Diminuída
	TUBERCULOSA
	< 500
	Polimorfonucleares
ou mononucleares
	> 50
	Diminuída ou normal
EXAMES RADIOLÓGICOS EM PEDIATRIA
Solicitar exames de imagem que realmente sejam fundamentais para auxiliar o diagnóstico e ajudar em decisões de conduta terapêutica. Evitar solicitar exames de imagem com radiação ionizante por pressão dos pais e familiares. Obedecer a hierarquianos casos de solicitação de exames de imagem. Quando solicitar exames de TC, deixar a critério do radiologista que executará o exame a necessidade ou não da administração de contraste.
· RX: No RX de tórax utilizar a dose adequada que possibilite a visualização dos contornos do corpos vertebrais por trás do coração, reticulo pulmonar até 1 cm da periferias e vasos retrodiafragmáticos e retrocardíacos. Os campos pulmonares completamente visíveis (desde ápices até ângulos costofrênicos, escápulas fora dos campos pulmonares). Extremidade interna das clavículas equidistantes de T3. Pedir pro paciente fazer apneia inspiratória máxima, assim vai ser possível de ver 9 a 11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares. O coração vai variar de tamanho conforme as dimensões da imagem, para isso é necessário realizar o índice cardio-torácico: diâmetro transverso do coração/diâmetro trnasverso do diafragma. O norma é < 0,5. Falsos aumentos do coração podem ocorrer durante a expiração, escoliose ou AP. O timo caracteriza-se, radiologicamente, por alargamento do mediastino acima da imagem cardíaca na incidência ântero-posterior e por aumento da densidade retroesternal na incidiência em perfil. Na incidência ântero-posterior, a largura normal da imagem tímica deve ser igual ou superior ao dobro da largura da terceira vértebra torácica. RX de timo: sinal da onda, sinal da incisura e sinal da vela. Radiografias simples de seios paranasais não devem ser solicitados em casos de rinossinusite aguda em crianças. O RX de abdome está indicado em casos de sinais de obstrução ou distensão das alças intestinais, presença de corpo estranho, cálculos ou fecaloma. No RX de crânio analisar as suturas, a sela túrcica, proporções crânio-faciais, fraturas. Obs: a radiografia não é indicada na suspeita de alterações cerebrais. O ultrassom apresenta uma avaliação muito limitado do crânio. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são as ferramentas mais sensíveis para avaliação do crânio.
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