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• Foi detectado em múmias egípcias, ou seja, já acometia o homem 3.400 anos antes de Cristo. • Não se sabia de fato o que fazia com que as pessoas pegassem tuberculose, isso só foi descoberto e descrito em 1882, por Robert Koch. • É um bacilo reto ou ligeiramente curvo, imóvel, não esporulado, não encapsulado, sendo a propriedade morfotintorial da álcool-ácido resistência, a mais importante (BAAR) → Quando tratadas pelo corante fucsina fenicada, os bacilos coram-se de vermelho e persistem ao descoramento subsequente feito com uma solução de álcool- ácido forte (diferenciador).As outras bactérias, que não possuem suas paredes celulares ricas em lipídeos, perdem sua coloração pela fuscina após a adição da solução de álcool- ácido, ficando azul após a adição do azul de metileno (contra-corante) → OBS.: a mesma coloração é usada para o diagnóstico de hanseníase • Quando corado com fucsina fenicada de Ziehl ou a frio com auramina, retém os corantes após lavagens com soluções de álcool e ácido (propriedade utilizada na coloração de Ziehl- Neelsen). • Sua parede é constituída principalmente por ácidos micólicos (as micobactérias tem muito ácido micólico na parede celular), formando uma barreira hidrofóbica que confere resistência à dessecação, à descoloração por álcool e ácido e a diversos agentes químicos e antibióticos. O BK apresenta um alto conteúdo lipídico em sua parede celular, responsável por importantes efeitos biológicos. • O bacilo da tuberculose é um patógeno aeróbico estrito que necessita de oxigênio para crescer e se multiplicar → por isso ele tem tropismo pela região pulmonar • Por ser capaz de sobreviver e de se multiplicar no interior de células fagocitárias, é considerado um parasito intracelular facultativo, de virulência variável. • Essa bactéria demora de 14 a 20 horas para se multiplicar, entretanto, se estiverem dentro dos macrófagos, elas demoram de 25 a 32 horas. Isso mostra que como essas bactérias demoram para se reproduzir, a doença vai ter esse perfil de demora para manifestar sintomas, sendo estes sintomas brandos, que se agravam com o tempo. • A via de infecção tuberculosa é, quase sempre, inalatória. Em situações excepcionais, a infecção pode ser feita por inoculação direta do bacilo. • Quando o indivíduo infectado fala, espirra ou tosse, ele deixa no ar núcleos de véus, que são partículas que podem ser inaladas por uma pessoa saudável, fazendo com que ela se torne uma pessoa infectada • Vários fatores ambientais reduzem as probabilidades de as partículas infectantes serem inaladas: correntes de ar e a luz ultravioleta (sol). Políticas Públicas no controle da Tuberculose BPPM II - Monica Mycobacterium tuberculosis • Normalmente, no processo de infecção, parte dos bacilos inalados será retida pelos mecanismos físicos de defesa do aparelho respiratório – cílios nasais, reflexo da tosse e depuração mucociliar → OBS.: fumantes tem essa primeira defesa reduzida por conta da metaplasia que acontece no tecido que reveste o trato respiratório • Após cerca de 3 a 4 semanas, pode surgir um foco pulmonar, chamado de foco de Ghon(lesão pulmonar causada por tuberculose, podendo estar calcificada e com um nódulo linfático associado). A seguir, pode também invadir a corrente sanguínea, por perfuração da parede de um vaso, e disseminar-se pelo organismo (disseminação hematogênica), podendo vir a causar formas extrapulmonares da doença (tuberculose extrapulmonar). Isso atenta para possíveis erros que podem decorrer do diagnóstico. Quando há linfócitos associados, surge o nódulo de Ghon. • O M. tuberculosis passa pelas barreiras do sistema imunológico da pessoa e é englobado pelos macrófagos. A união de vários macrófagos infectados com o M. tuberculosis causa o recrutamento de leucócitos. A união de vários macrófagos infectados envolvidos pelos leucócitos é chamada de Granuloma. Esses granulomas é o que chamamos de foco de Ghon, sendo estes observados macroscopicamente e, também, nas radiofrafias de tórax. Esses granulomas podem isolar essas bactérias permanentemente, mas se elas se proliferarem, esses granulomas podem se romper e liberar essas M. tuberculosis. • A prova tuberculínica (PPD, derivado proteico purificado) é realizada intradermicamente, na dose de 0,1mL de PPD, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo. Recomenda-se inocular a tuberculina em local com pouco pelo, sem tatuagem, cicatriz ou lesões de pele e distante de veias superficiais calibrosas (São Paulo, 2001; Brasil, s/d). • No adulto, a Prova Tuberculínica só deve ser realizada se seu resultado implicar em indicação de tratamento de Infecção Latente por Tuberculose (ILTB). Após a aplicação INTRADÉRMICA (não é intramuscular, intravascular ou subcutânea), forma-se uma elevação (semelhante a uma casca de laranja, laranjinha). A prova tuberculínica apenas indica se o paciente já teve contato, não indicando se está doente (ou seja, se está com o diagnóstico), sendo necessários exames de imagem, baciloscopia, meio de cultura e testes rápidos. • Após 72 ou até 96 horas da aplicação intradérmica, o paciente retorna. Se o paciente nunca teve contato com a bactéria, não haverá manifestação vermelha, nem endurado. Se houver contato, a vermelhidão com um endurado concêntrico podem aparecer. Para o teste, é necessário que se meça o comprimento do endurado. Caso seja superior a 5 cm, já é resultado positivo (principalmente em adultos que tomaram a vacina BCG há dez anos). Isso não quer dizer que o paciente está doente, mas apenas que ele desenvolveu respostas e defesas de seu sistema imunológico para a bactéria. Infecção pelo M. tuberculosis Prova tuberculínica • Empobrecimento de grande parte da população • Disseminação do HIV • Aumento de migrações • Envelhecimento da população mundial • Aumento da taxa de abandono e surgimento de casos de tuberculose multidroga resistente (TB MDR, cepas que resistem aos tratamentos preconizados, exigindo o desenvolvimento de novos tratamentos, aumentando as possibilidades de adesão e de desistência do tratamento) • Reduzido interesse governamental e científico, por se tratar de classes mais desabastadas. • Renda familiar baixa • Desnutrição alimentar • Educação precária • Alcoolismo • Habitação ruim ou inexistente • Doenças infeciosas associadas (como o HIV) • Famílias numerosas • Dificuldade de acesso aos serviços de saúde • Adensamentos comunitários • Fragilidade da assistência social • Antes do conhecimento sobre o tratamento, 50% dos doentes não tratados morriam, 25% tornavam-se crônicos e 25% curavam-se • Hoje a tuberculose ainda é um problema de saúde pública pois 70% casos ocorrem entre 15-59 anos • Relaciona-se com o estado imunológico e nutricional dos pacientes • Em Três Lagoas, em média, temos a cada ano, 45 novos casos de Tuberculose, para uma população estimada de 119.465 pessoas (março/2019). • Atualmente, 24 pessoas estão em tratamento de Tuberculose, como informou a enfermeira Sebastiana. Quanto à Hanseníase, são 26 novos casos em tratamento, segundo informações do Programa Municipal de Controle da Hanseníase e Tuberculose (março/2019). • Como consta no material educativo da SMS de Três Lagoas, “receba bem as pessoas com Hanseníase ou Tuberculose, elas precisam de tratamento e não de preconceito”. • Um paciente bacilífero é a principal fonte de infecção e o responsável pela disseminação da doença em sua comunidade. Isso faz dele o principalobjeto de atenção das ações de controle da tuberculose. • Os pacientes podem ser bacilíferos positivos (B+), com tuberculose pulmonar ou laríngea. Neste caso, através do teste do escarro num pote (cuja amostra é coletada e analisada em lâmina pela coloração de Ziehl-Neelsen), a baciloscopia é positiva. O paciente elimina uma quantidade de bacilos superior a cinco mil por ml de escarro. Os pacientes, porém, podem ser não-bacilíferos ou bacilíferos negativos (B-), havendo necessidade de teste por meio de cultura, mais demorado. Uma vez que deu positivo, o paciente fora infectado e o tratamento é iniciado (porém, vale ressaltar que este expele uma quantidade bem menor de bacilos, então não está infectando tantas pessoas). • Trata-se de uma atividade de saúde pública orientada para identificar precocemente pessoas com TOSSE POR TEMPO IGUAL OU SUPERIOR A TRÊS SEMANAS – chamado de “Sintomático Respiratório (SR)”, visando à descoberta dos casos de bacilíferos. A busca ativa do SR tem sido uma estratégia recomendada internacionalmente e deve ser realizada permanentemente pelos serviços de saúde. • SR → população em geral: tosse por mais de 3 semanas; Atual panorama da TB no mundo deve-se: TB no Brasil deve-se: Epidemiologia Mycobacterium tuberculosis Busca por Sintomático Respiratório • SR → população de risco: tosse por mais de 2 semanas (etilistas, usuários de drogas, pessoas em situação de rua e/ou privadas de liberdade, imunodeprimidos por uso de medicamentos ou doenças imunossupressoras, HIV, diabetes e os trabalhadores da saúde/risco) • Objetivo da busca por sintomático respiratório é identificar, precocemente, os pacientes com baciloscopia positiva, de maneira que iniciem logo o tratamento e evitem maios disseminação da bactéria por onde o acometido passa. Assim, identificando precocemente, os casos bacilíferos, interrompe-se a cadeia de transmissão e é reduzida a incidência de doença a longo prazo. Qualquer profissional da saúde é responsável pela busca por sintomático respiratório, com uma frequência sempre contínua. ➔ POR QUE? Pois ao identificar precocemente os indivíduos infectados, eles vão aderir ao tratamento mais cedo, interrompendo, assim, a cadeia de transmissão da doença ➔ QUEM? Todos os profissionais de saúde fazem a busca por SR ➔ QUANDO FAZER? Sempre estar realizando a busca por SR ➔ COMO? Por meio de ações de planejamento, como programar metas mensais, capacitar todos os profissionais para estarem realizando as buscas, priorizar áreas de maior fluxo de pessoas na unidade para monitoramento, fazer campanhas educativas, realizar busca na comunidade, realizar busca na população indígena, realizar busca na população de rua, nos sistemas prisionais e nas instituições fechadas, além de buscar pessoas que tiveram contato com o paciente infectado, orientando e demonstrando a elas que podem estar infectadas, vindo a desenvolver a doença talvez futuramente • Condutas a serem tomadas frente a um sintomático respiratório: ➔ Registrar os dados corretamente no livro de registro de Sintomáticos Respiratórios ➔ Providenciar dois potes de coleta de escarro e fazer os pedidos de baciloscopia e as orientações ➔ Estabelecer fluxo de entrega da amostra ao laboratório ➔ Assegurar que o resultado seja entregue e registrá- lo no livro. Ou seja, devem ser solicitados exames e registrar a busca no livro próprio, presente em toda Unidade de Saúde. Ressalta-se a necessidade de notificação compulsória, por meio do preenchimento da notificação própria da tuberculose • Depois de penetrar no organismo pela via respiratória, o Mycobacterium tuberculosis pode instalar-se em qualquer órgão. Suas formas mais frequentes são: pulmonar e extrapulmonar, podendo se especificar em pleural, linfática ou ganglionar, osteoarticular, geniturinária e intestinal. • Vale destacar que, numa radiografia de tórax, pacientes curados podem apresentar pontos de calcificação permanentes no pulmão • Sintomas mais comuns da TB: ➔ Tosse persistente ➔ Febre baixa, normalmente no final da tarde ➔ Suor excessivo à noite ➔ Perda do apetite e perda de peso ➔ fraqueza. • Em casos mais graves: ➔ Dificuldade para respirar ➔ Dor no peito ➔ Tosse com eliminação de sangue **Devido ao fato de pessoas com HIV serem mais acometidas que outras, é OBRIGATÓRIO o exame de teste de HIV após confirmação positiva de tuberculose (pulmonar ou extrapulmonar) • O diagnóstico da tuberculose (ver se, realmente, está doente) pode ser obtido através de exame clínico (anamnese e exame físico, visando identificar sinais e sintomas), além de exames laboratoriais (baciloscopia, meio de cultura, histopatológico e teste rápido molecular → TRM-TB*), contando também com exames de imagem (raio X, tomografia computadorizada e ultrassom) **Entre as amostras recomendadas para realização de TRM-TB, estão: escarro, escarro induzido, lavado broncoalveolar, lavado gástrico, líquor, além de gânglios linfáticos e outros tecidos. • As melhores medidas de prevenção e de controle da tuberculose são o diagnóstico precoce e o tratamento do paciente até a cura. • A Vacinação BCG (Bacilo de Calmette Guérin) é importante para evitar formas mais graves da tuberculose, como o expelimento de sangue e tecido muscular. Porém, a tuberculose pode continuar sob formas brandas em pacientes, e a vacina não protege, definitivamente, os indivíduos já infectados, mas oferece proteção a não- infectados contra as formas mais graves, como a meningoencefalite tuberculosa e tuberculose miliar pelos cinco anos. A vacina BCG é prioritariamente indicada para crianças de 0 a 4 anos de idade, com obrigatoriedade para menores de um ano. Por não compensar a proteção decrescente ao longo dos anos, não é mais recomendada uma segunda dose de BCG no Brasil. Formas clínicas da tuberculose Sinais e sintomas da TB Prevenção da tuberculose • A vacina BCG é indicada para recém-nascidos, ainda na maternidade com peso maior ou igual a 2 kg, ou na primeira visita à unidade de saúde. Latentes que foram vacinados e que não apresentem cicatriz vacinal após seis meses, devem ser revacinados apenas mais uma vez. • Contatos de doentes com hanseníase devem ser vacinados novamente. • O tratamento da tuberculose é capaz de curar, praticamente, 100% dos casos novos, sensíveis aos medicamentos anti-TB, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa e a adequada operacionalização do tratamento. No mínimo, o tratamento deve durar seis meses, o que provoca muitas desistências por parte de alguns pacientes, resultando em cepas resistentes da bactéria. Ou seja, voltam a adoecer, com mais rara chance de cura. Vale lembrar que, durante os dois meses iniciais, é feita uma combinação de quatro fármacos (RHZE → rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), enquanto nos quatro meses restantes, é feita combinação de dois (RH → rifampicina e isoniazida) • A imunidade celular é mais efetiva que a imunidade humoral no controle da infecção. Não é necessário que os objetos pessoais dos pacientes sejam separados de outros não infectados, visto que a transmissão é aérea. Inclusive, após duas semanas de tratamento, o paciente já praticamente não transmite a doença. () A transmissão da TB ocorre principalmente por tosse, fala ou espirro () Bacilífero é aquele paciente com baciloscopia de escarro positiva ou cultura positiva () A imunidade celular é mais efetiva no controle da infecção do que a imunidade humoral () A prova tuberculínica deve ser amplamente utilizada como método diagnóstico da TB () Todo paciente com tuberculose deve realizar o exame sorológico para HIV, com exceção daqueles com aforma extrapulmonar da doença () O tratamento da tuberculose tem duração mínima de 6 meses, conferindo a cura a praticamente 100% dos casos, se realizada de forma correta e por tempo suficiente () Os objetos pessoais do paciente com TB devem ser separados dos objetos usados pelos demais familiares () Considera-se um SR toda pessoa com tosse por 3 semanas ou mais e, para a população de risco, tosse por 2 semanas ou mais Respostas: (V) A transmissão da TB ocorre principalmente por tosse, fala ou espirro (F) Bacilífero é aquele paciente com baciloscopia de escarro positiva ou cultura positiva → baciloscopia de escarro negativa pode ter cultura positiva (V) A imunidade celular é mais efetiva no controle da infecção do que a imunidade humoral (F) A prova tuberculínica deve ser amplamente utilizada como método diagnóstico da TB → ela só detecta se tem resposta, se já entrou em contato com o bacilo alguma vez, não detecta se o indivíduo está infectado ou não. O diagnóstico deve ser feito por baciloscopia de escarro, cultura de escarro ou raio-x (existem os testes rápidos, mas eles não estão disponíveis em todos os locais) (F) Todo paciente com tuberculose deve realizar o exame sorológico para HIV, com exceção daqueles com a forma extrapulmonar da doença → todos pacientes com TB devem fazer, sem exceção (V) O tratamento da tuberculose tem duração mínima de 6 meses, conferindo a cura a praticamente 100% dos casos, se realizada de forma correta e por tempo suficiente (F) Os objetos pessoais do paciente com TB devem ser separados dos objetos usados pelos demais familiares → é transmitida pelo ar (V) Considera-se um SR toda pessoa com tosse por 3 semanas ou mais e, para a população de risco, tosse por 2 semanas ou mais Tratamento da tuberculose Exercícios de fixação
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