Buscar

SIMULADO REVISÃO LINGUAGENS - NÚMERO 11 (COM GABARITO)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. Observe e responda
É possível estabelecer uma relação de analogia destas imagens com a proposta poética de uma escola literária do final do século XIX. Assinale a alternativa que indica a proposta poética e o autor:
a) Romântica de Gonçalves Dias
b) Destruidora de Oswald de Andrade
c) Parnasiana de Alberto de Oliveira
d) Espiritual de Alphonsus Guimaraens
e) Barroca de Gregório de Matos
Negrinha 
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...] A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual. 
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento). 
2. A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela 
a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas. 
b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas. 
c) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
d) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças. 
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
[…] No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíam mulheres que vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia.
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário, metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, eram um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1979. p. 44-45. 
3. No trecho, as escolhas lexicais caracterizam as personagens como 
a) transgressoras, conforme relata o trecho “as crianças não se davam ao trabalho de ir lá, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos”. 
b) seres inquietos, conforme indicam os sentidos produzidos pelos pares de valor semântico opositivo “abrir e fechar” e “entrar e sair”. 
c) contempladoras da natureza, conforme sugere a menção às aves em “grasnar de marrecos” e “cantar de galos”. 
d) indiferentes, conforme mostra a avaliação de seu comportamento em “uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água”. 
e) animais, conforme demonstra a descrição das ações em “suspendendo o cabelo para o alto do casco” e “esfregam com força as ventas”. 
Em “O cortiço”, Aluísio Azevedo desenvolve a estética naturalista, vertente radical do Realismo que tem por característica principal o zoomorfismo, que consiste em comparar personagens a animais quando elas se deixam guiar pelos instintos e pelo meio em que vivem. As expressões “suspendendo o cabelo para o alto do casco” e “esfregam com força as ventas”, transcritas na alternativa [D] exemplificam essa característica. 
4. Na obra-prima que é o romance O CORTIÇO, 
a) podemos surpreender as características básicas da prosa romântica: narrativa passional, tipos humanos idealizados, disputa entre o interesse material e os sentimentos mais nobres. 
b) as personagens são apresentadas sob o ponto de vista psicológico, desnudando-se ante os olhos do leitor graças à delicada sutileza com que o autor as analisa e expressa. 
c) o leitor é transportado ao doloroso universo dos miseráveis e oprimidos migrantes que, tangidos pela seca, abrigam-se em acomodações coletivas, à espera de uma oportunidade. 
d) vemos renascer, na década de 30 do nosso século, uma prosa viril, de cunho regionalista, atenta às nossas mazelas sociais e capaz de objetivar em estilo seco parte de nossa dura realidade. 
e) consagra-se entre nós a prosa naturalista, marcada pela associação direta entre meio e personagens e pelo estilo agressivo que está a serviço das teses deterministas da época. 
5. Leia as seguintes afirmativas a respeito de Machado de Assis:
I. Sua produção ficcional costuma fixar quadros regionais, repletos de descrições sobre a natureza e de personagens típicos.
II. Alguns de seus romances apresentam protagonistas narrando, em primeira pessoa, lembranças do passado.
III. Nos contos, os universos narrados apresentam seres estranhos em um ambiente sobrenatural, caracterizando o realismo mágico dessas narrativas.
Está(ão) correta(s) 
a) apenas I. 
b) apenas II. 
c) apenas III. 
d) apenas II e III. 
e) I, II e III. 
6. (FGV-SP) Leia o texto para responder à questão.
 
    O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se, afinal.
    Passa, certo dia, à sua porta, a primeira turma de “retirantes”. Vê-a, assombrado, atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de poeira, na curva do caminho... No outro dia, outra. E outras. É o sertão que se esvazia.
    Não resiste mais. Amatula-se num daqueles bandos, que lá se vão caminho em fora, debruando de ossadas as veredas, e lá se vai ele no êxodo penosíssimo para a costa, para as serras distantes, para quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida.
    Atinge-os. Salva-se.
    Passam-se meses. Acaba-se o flagelo. Ei-lo de volta. Vence-o saudade do sertão. Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando; esquecido de infortúnios, buscando as mesmas horas passageiras da ventura perdidiça e instável, os mesmos dias longos de transes e provações demoradas.
(Euclides da Cunha. Os Sertões)
Considere as passagens:
 
• No outro dia, outra. (2° parágrafo);
• ... para quaisquer lugares onde o não mate... (3° parágrafo);
• Atinge-os. (4° parágrafo);
• Ei-lo de volta. (5° parágrafo).
 
Assinale a alternativa em que se indicam, correta e respectivamente, as expressões retomadas pelos termos destacados nas passagens.
a) nuvem de poeira; êxodo; quaisquer lugares; o flagelo.
b) curva do caminho; bando; bandos; o sertanejo. turma de retirantes; o sertanejo; serras distantes; o flagelo. 
c) curva do caminho; êxodo; bandos; o flagelo. 
d) turma de retirantes; o sertanejo; quaisquer lugares; o sertanejo.
e) turma de retirantes; o sertanejo; serras distantes; o flagelo. 
7. (FGV) Leia o poema para responder à questão
 
Verão carioca 73
 
O carro do sol passeiarodas de incêndio
sobre os corpos e as mentes, fulminando-os.
Restam, sob o massacre, esquírolas1 de consciência,
a implorar, sem esperança, um caneco de sombra.
 
As árvores decotadas, alamedas sem árvores.
O ar é neutro, fixo, e recusa passagem
às viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinas
ressoa no interior da célula ferida.
 
Sobe do negro chão meloso espedaçado
o súlfur2 dos avernos3 em pescoções de fogo.
A vida, esse lagarto invisível na loca4,
ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?
 
O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,
mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,
em mil formas de esforço e pobreza e rotina, milhões
curtem a maldição do esplêndido verão.
(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)
 
1 esquírolas: lascas, pedacinhos
2 súlfur: enxofre
3 avernos: infernos
4 loca: gruta pequena, local sob algo
Assinale a alternativa em que os versos da primeira estrofe estão reescritos de acordo com a norma-padrão de concordância nominal e verbal.
a) Passeiam rodas de incêndio do carro do sol / sobre mentes e corpos humanos, fulminando-os. / Acha-se, sob o massacre, esquírolas de consciência, / que implora, sem esperança, um caneco de sombra.
b) Passeia rodas de incêndio do carro do sol / sobre corpos e mentes humanas, fulminando-os. / Estão, sob o massacre, esquírolas de consciência, / que implora, sem esperança, um caneco de sombra.
c) Passeiam rodas de incêndio do carro do sol / sobre humanos corpos e mentes, fulminando-os. / Sobra, sob o massacre, esquírolas de consciência, / que imploram, sem esperança, um caneco de sombra.
d) Passeia rodas de incêndio do carro do sol / sobre humanas mentes e corpos, fulminando-os. / Vê-se, sob o massacre, esquírolas de consciência, / que implora, sem esperança, um caneco de sombra.
e) Passeiam rodas de incêndio do carro do sol / sobre mentes e corpos humanos, fulminando-os. / Encontram-se, sob o massacre, esquírolas de consciência, / que imploram, sem esperança, um caneco de sombra.
8. (FGV) 1,7% dos municípios brasileiros, e apenas isso                    , monitorado a qualidade do ar                  . no país 252 estações que efetuam esse acompanhamento ambiental – nos EUA são cinco mil estações. Os dados                     estudo exclusivo do Instituto Saúde e Sustentabilidade.
(IstoÉ, 16.07.2014. Adaptado)
 
Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) têm ... Têm ... compõe
b) tem ... Funcionam ... compõe
c) tem ... Existe ... compõe
d) têm ... Há ... compõem
e) têm ... Instalou-se ... compõem
9. No mar de dúvidas
 
Há duas maneiras de aprender qualquer coisa: uma, leve, suave, com informações corretas mas
superficiais, que, pela incompletude da lição, não indo aos assuntos a ela correlatos, acaba sendo
insuficiente para permitir a fixação da aprendizagem. É um método que pode agradar, e até divertir o
leitor menos exigente; mas não lhe garante o sucesso do conhecimento.
[5] A segunda maneira é aquela que procura dar um passo à frente da resposta breve e imediata:
estabelece relações entre a dúvida apresentada e outros assuntos afins, de modo que, aprofundando um
pouco mais a lição, amplia o conhecimento e garante sua permanência, porque não se contenta em ficar
na superfície dos problemas e das dúvidas.
Falamos em superfície, e a palavra nos sugere agora uma comparação entre as duas maneiras
[10] de aprender das quais vimos tratando. A primeira ensina a pessoa, no mar de dúvidas, a manter-se à
superfície; não afunda, mas não sai do lugar. A segunda, além de permitir à pessoa permanecer à
superfície, ensina-lhe a dar braçadas, ir mais além. Assim, pela primeira maneira, a pessoa boia; pela
segunda, nadando, avança e chega a seu destino.
Evanildo Bechara, Na ponta da língua. Adaptado.
De acordo com a norma-padrão, se o verbo sublinhado no trecho “das quais vimos tratando” for substituído por um sinônimo, também será necessário o uso de uma preposição antes de “as quais”, se o sinônimo for
a) abordando.
b) discorrendo.
c) desenvolvendo.
d) analisando.
e) examinando.
10. TEXTO I 
 
[1]   Também é característico do regime  
patriarcal o homem fazer da mulher uma  
criatura tão diferente dele quanto possível. Ele  
o sexo forte, ela o fraco; ele o sexo nobre, ela o  
[5] belo. 
  Mas a beleza que se quer da mulher, dentro  
do sistema patriarcal, é uma beleza meio  
mórbida. A menina de tipo franzino, quase  
doente. Ou então a senhora gorda, mole,  
[10] caseira, maternal, coxas e nádegas largas.  
Nada do tipo vigoroso e ágil, aproximando-se  
da figura do rapaz. 
  Talvez nos motivos psíquicos da preferência  
por aquele tipo de mulher mole e gorda se  
[15] encontre mais de uma raiz econômica:  
principalmente o desejo, dissimulado, é claro,  
de afastar-se a possível competição da mulher  
no domínio, econômico e político. 
  À exploração da mulher pelo homem,  
[20] característica de outros tipos de sociedade ou  
organização social, mas notadamente do tipo  
patriarcal-agrário — tal como o que dominou  
longo tempo no Brasil — convém a extrema  
especialização ou diferenciação dos sexos. Por  
[25] essa diferenciação exagerada, se justifica o  
chamado padrão duplo de moralidade, dando  
ao homem todas as liberdades de gozo físico do  
amor e limitando o da mulher a ir para a cama  
com o marido, toda santa noite que ele estiver  
[30] disposto a procriar.  
  O padrão duplo de moralidade característico  
do sistema patriarcal limita as oportunidades da  
mulher ao serviço e às artes domésticas. E uma  
vez por outra, em um tipo de sociedade católica  
[35] como a brasileira, ao contato com o confessor. 
  Aliás, pode-se atribuir ao confessionário, nas  
sociedades patriarcais em que se verifique  
extrema reclusão ou opressão da mulher,  
função utilíssima de higiene mental, ou melhor,  
[40] de saneamento mental. 
  Muita mulher brasileira deve se ter salvado  
da loucura, que parece haver sido mais  
frequente entre as mulheres das colônias  
puritanas da América do que entre nós, graças  
[45] ao confessionário. 
Gilberto Freyre. Sobrados e mocambos. Cap. IV. pág. 207-208. Texto adaptado.
 
Sobre o período — “À exploração da mulher pelo homem, característica de outros tipos de sociedade ou organização social, mas notadamente do tipo patriarcal-agrário — tal como o que dominou longo tempo no Brasil — convém a extrema especialização ou diferenciação dos sexos” (linhas 19-24) só NÃO se pode dizer que
a) esse período foi escrito em ordem indireta. Na ordem direta, ele teria a seguinte estrutura: A extrema especialização ou diferenciação dos sexos convém à exploração da mulher pelo homem, característica de outros tipos de sociedade ou organização social, mas notadamente do tipo patriarcal-agrário — tal como o que dominou longo tempo no Brasil. 
b) os elementos que contêm as informações mais importantes do período são os seguintes: “À exploração da mulher pelo homem convém a extrema especialização ou diferenciação dos sexos”. 
c) o trecho — característica de outros tipos de sociedade ou organização social, mas notadamente do tipo patriarcal-agrário — tal como o que dominou longo tempo no Brasil —, refere-se à expressão à(a) exploração da mulher pelo homem e funciona como um aposto. 
d) em ”A especialização ou diferenciação dos sexos convém”, há um caso de concordância verbal que foge aos padrões da gramática normativa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra. 
11. (Fuvest 2020) É correto afirmar que o poema 
a) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna o ser humano menos amargo e sombrio. 
b) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras,o que vem expresso pela repetição da palavra “talvez”. 
c) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e “amargo” metáforas do sentimento amoroso. 
d) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada entre os termos “amor” e “amar”. 
e) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu uso mais corrente. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
 
12. (Unesp 2020) O eu lírico recorre ao recurso expressivo conhecido como hipérbole no verso: 
a) “Quem fez tão diferente aquele prado?” (1ª estrofe) 
b) “E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.” (1ª estrofe) 
c) “Quanto pode dos anos o progresso!” (2ª estrofe) 
d) “Que faziam perpétua a primavera:” (3ª estrofe) 
e) “Árvores aqui vi tão florescentes,” (3ª estrofe) 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.
Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.
Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.
Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.
O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.
(O imaginário cotidiano, 2002.)
 
13. (Unifesp 2020) Observa-se a elipse de um substantivo no trecho: 
a) “Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava” (5º parágrafo) 
b) “Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo” (2º parágrafo) 
c) “Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh” (2º parágrafo) 
d) “Seu plano era de uma simplicidade diabólica” (3º parágrafo) 
e) “Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada” (4º parágrafo) 
 
14. (Enem 2017) TEXTO I
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio. 1989.
TEXTO II
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho –, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos textos I e II 
a) destaca o “como” se elabora a mensagem, considerando-se a seleção, combinação a sonoridade do texto. 
b) coloca o foco no “com o que" se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto. 
c) focaliza o “quem" produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões pessoais. 
d) orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu comportamento. 
e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Como prevenir a violência dos adolescentes
	“(...) Quando deparo com as notícias sobre crimes hediondos envolvendo adolescentes, como o ocorrido com Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, fico profundamente triste e constrangida. Esse caso é consequência da baixa valorização da prevenção primária da violência por meio das estratégias cientificamente comprovadas, facilmente replicáveis e definitivamente muito mais baratas do que a recuperação de crianças e adolescentes que comentem atos infracionais graves contra a vida.
	Talvez seja porque a maioria da população não se deu conta e os que estão no poder nos três níveis não estejam conscientes de seu papel histórico e de sua responsabilidade legal de cuidar do que tem de mais importante à nação: as crianças e os adolescentes, que são o futuro do país e do mundo.
	A construção da paz e a prevenção da violência dependem de como promovemos o desenvolvimento físico, social, mental, espiritual e cognitivo das nossas crianças e adolescentes, dentro do seu contexto familiar e comunitário. Trata-se, portanto, de uma ação intersetorial, realizada de maneira sincronizada em cada comunidade, com a participação das famílias, mesmo que estejam incompletas ou desestruturadas (...)”
	“(...) Em relação às crianças e adolescentes que cometeram infrações leves ou moderadas – que deveriam ser mais bem expressas – seu tratamento para a cidadania deveria ser feito com instrumentos bem elaborados e colocados em prática, na família ou próxima dela, com acompanhamento multiprofissional, desobstruindo as penitenciárias, verdadeiras universidades do crime. (...)”
	“(...) A prevenção primária da violência inicia-se com a construção de um tecido social saudável e promissor, que começa antes do nascer, com um bom pré-natal, parto de qualidade, aleitamento materno exclusivo até seis meses e o complemento até mais de um ano, vacinação, vigilância nutricional, educação infantil, principalmente propiciando o desenvolvimento e o respeito à fala da criança, o canto, a oração, o brincar, o andar, o jogar; uma educação para a paz e a nãoviolência.
	A pastoral da criança, que em 2003 completa 20 anos, forma redes de ação para multiplicar o saber e a solidariedade juntoàs famílias pobres do país, por meio de mais de 230 mil voluntários, e acompanhou no terceiro trimestre deste ano cerca de 1,7 milhão de crianças menores de seis anos e 80 mil gestantes, de mais de 1,2 milhão de famílias, que moram em 34.784 comunidades de 3.696 municípios do país.
	O Brasil é o país que mais reduziu a mortalidade infantil nos últimos dez anos; isso, sem dúvida, é resultado da organização e universalização dos serviços de saúde pública, da melhoria da atenção primária, com todas as limitações que o SUS possa ainda possuir, da descentralização e municipalização dos recursos e dos serviços de saúde. A intensa luta contra a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência intrafamiliar contou com a contribuição dessa enorme rede de
solidariedade da Pastoral da Criança. (...)”
	“(...) A segunda área da maior importância nessa prevenção primária da violência envolvendo crianças e adolescentes é a educação, a começar pelas creches, escolas infantis e de educação fundamental e de nível médio, que devem valorizar o desenvolvimento do raciocínio e a matemática, a música, a arte, o esporte e a prática da solidariedade humana.
	As escolas nas comunidades mais pobres deveriam ter dois turnos, para darem conta da educação integral das crianças e dos adolescentes; deveriam dispor de equipes multiprofissionais atualizadas e capacitadas a avaliar periodicamente os alunos. Urgente é incorporar os ministérios do Esporte e da Cultura às iniciativas da educação, com atividades em larga escala e simples, baratas, facilmente replicáveis e adaptáveis em todo o território nacional. (...)”
	“(...) Com relação à idade mínima para a maioridade penal, deve permanecer em 18 anos, prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e conforme orientações da ONU. Mas o tempo máximo de três anos de reclusão em regime fechado, quando a criança ou o adolescente comete crime hediondo, mesmo em locais apropriados e com tratamento multiprofissional, que urgentemente precisam ser disponibilizados, deve ser revisto. Três anos, em muitos casos, podem ser absolutamente insuficientes para tratar e preparar os adolescentes com graves distúrbios para a convivência cidadã. (...)”
Zilda Arns Neumann, 69, médica pediatra e sanitarista; foi fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança. (Folha de S Paulo, 26/11/2003.) 
15. (G1 - ifal 2011) Ao realizar a análise textual do primeiro parágrafo, identificamos algumas palavras que são as principais responsáveis por estabelecer a coesão/coerência. São elas: 
a) com, as, adolescentes, esse, por, replicáveis, do, que, graves, contra. 
b) consequência, violência, estratégias, baratas, recuperação, atos, vida. 
c) quando, com, sobre, como o, e, esse, por, do que, de, que, contra. 
d) deparo, fico, cometem, quando, muito mais, do que, contra a vida. 
e) hediondos, triste, constrangida, baixa, primária, comprovadas, replicáveis, baratas, graves. 
 
Simulado 04 - EXTENSIVA
	
6
1. C
2. C
3. E
4. E
5. B
6. D
7. E
8. D
9. B
10. D 
11. D
12. D
13. B
14. B
15. C
GABARITO SIMULADO 04 EXTENSIVA
1. C |– 2. C| 3.E | 4. E | 5. B
6.D | 7. E | 8. D | 9. B | 10. D
11. D | 12. D | 13. B | 14. B | 15. C

Continue navegando