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Hipnoanalgésicos Farmacologia Profº Igor · São fundamentais na complementação do tratamento da dor forte; · Possui efeitos analgésicos, sedativos, euforizantes, gastrointestinais, etc.; · Possui diversos efeitos colaterais; · São derivados da resina da papoula (espécie de suco dessa planta, rico em opiáceos derivados do ópio); Opioides: · Compostos funcionalmente semelhantes aos opiáceos, sendo que podem não ser parecidos quimicamente; · Alguns são endógenos, como endorfinas, encefalinas, dinorfinas e adrenorfinas; · São classificados como narcóticos, que são fármacos que causam estupor (“estado de inconsciência profunda de origem orgânica”); · A morfina (opiáceos) é uma estrutura alcaloide isolado do extrato do ópio, porém possui diversos efeitos colaterais, por isso tentamos administrar outros fármacos; · Em 1874 tentamos utilizar a heroína, que teve uso disseminado; · Era usado para supressão da tosse, tratar desinteria e dor crônica; · Causava doença dos soldados, a droga era muito utilizada tanto para dor quando para meios recreativos; · Endógenos: Seus precursores ficam no cérebro, sendo eles: pré-pró-opiomelanocortina (também é precursor do ACTH e alfa-MSH), pré-pró-encefalina, pré-pró-dinorfina; · Sofrem clivagens para produção de metabólicos ativos; · São liberadas no cérebro e no sangue; · Ligam-se à 3 principais grupos de receptores: KOR (kappa), MOR (mi) e DOR (delta), que são subdivididos entre si; · São rodopsinas ligadas à PTNG com 7 alfas hélices; · Estão amplamente distribuídas no organismo; · Podem formar heterodímeros; · Reduzem a afinidade a agonistas altamente seletivos; · Possuem potencial para diferentes respostas clínicas; · Após se ligarem aos receptores temos como efeitos pós ligação: Inibir o AMPc e os canais de cálcio (PTNG fica indisponível para ação) e interiorização do receptor; · Como consequências da ativação dos receptores temos: redução da atividade, dessensibilização (tolerância aguda pelo desacoplamento da PTNG ou internalização dos receptores); · Tolerância – É quando você passa a precisar de doses mais altas do opioide para obter os mesmos resultados de doses menores (dessensibilização crônica); · Causa perda progressiva do efeito, podendo reduzir o efeito máximo e/ou atrasar o inicio do efeito do fármaco; · Compensamos-a com o aumento da dose, que, em longo prazo, pode ser prejudicial; · Desaparece após varias semanas com a interrupção do uso do fármaco; · Maior o período de uso, mais demorada é a redução; · Varia de acordo com o lugar do corpo (nos olhos demora, mas SNC é rápido); · Dependência – Estado de adaptação evidenciado pela síndrome de abstinência com a interrupção do fármaco; · Causa: Agitação, hiperalgesia, hipertermia, hipertensão, diarreia, dilatação pupilar, secreção de hormônios hipofisários e adrenomedulares; · É suprida pela administração de outros opioides, geralmente que possuem maior duração e menor potência; · Drogadição – Uso compulsivo e abusivo da droga; · Definida pelo desejo de busca e uso incontrolável, apesar de danos físicos, emocionais ou sociais, com o paciente recorrendo a meios ilícitos para obter a substâncias; · É diferente de tolerância e dependência, sendo uma doença que necessita de tratamento; · Mecanismos da dor: Pode ser tanto oriunda de uma lesão tecidual quanto uma lesão neural; · Tecidual – Leva inflamação localizada, com substâncias liberadas que sensibilizam fibras de alto limiar; · Ativa vias facilitadoras espinhas, aumentando a ativação cerebral e ocasiona um estado de hiperalgesia; · Neural – Causa disestesias (enfraquecimento ou perda de algum sentido) e adoidina, sendo desencadeada por fibras de baixo limitar; · Os axônios danificados foram um neuroma (espaçamento do nervo causada por fibrose), causando dor e complicações; · O componente afetivo, diferente do neurofisiológico, a dor é um sofrimento, isso modula a capacidade de tolerar a dor com a produção de opioides endógenos e outras substâncias do circuito da dor; Efeitos dos opioides · Analgesia – Ocorre em morfinas ou substâncias semelhantes; · Geralmente associada a sonolência, alterações de humor e obnubilação mental; · Aumenta o conforto mesmo com persistência da dor; · Não causa perda da consciência, da coordenação motora ou distúrbios da fala; · É mais eficaz em dores difusas e continuas do que em agudas intermitentes; · Alterações de humor – Causam euforia, tranquilidade, propriedades gratificantes; · Faz parte do sistema dopaminérgico mesolímbico da área ventral ao núcleo accumbens, com vários núcleos da base relacionados; · Depressão respiratória – Os opioides possuem capacidade de inibir o centro respiratório no tronco encefálico; · É incomum em pacientes com doses agudas convencionais, portanto devemos ter cuidado com doses altas e prolongadas; · É um importante causa de morbidade no tratamento de opioides, pois reduz a FR e o VL corrente no pulmão; · Deprimem a excitabilidade de neurônicos quimiossensores do tronco cerebral; · Quanto maior a dose, maior depressão respiratória; · Atentar a pacientes com doenças pulmonares pré-existentes; · Pode ser revertida por antagonistas opioides; · Agravada aditivamente por: Anestésicos gerais, ansiolíticos, álcool, hipnóticos-sedativos, sono, idade (distribuição bimodal), doenças cardiopulmonares ou renais crônicas, alívio da dor (diminui FR); · Sedação – Podem causar sonolência ou disfunção cognitiva, não alterando o nível de consciência; geralmente regride em alguns dias, sendo comum no inicio do tratamento ou no aumento da dose; · Neuroendócrinos – Conseguem reduzir GnRH e CRH causando hipogonadismo hipogonadotrópico por conta da redução do FSH, LH, testosterona e DHEA; · Nos homens causa redução de libido e em mulheres irregularidade menstrual; · Pode aumentar a secreção de prolactina; · Causa miose (constrição pupilar), mas pode causar midríase se a pessoa entrar em asfixia por conta de altas doses; · Pode causar crises convulsivas – lentidão no EEG, dose-dependente; · Agentes convulsivantes podem não ser eficazes em suprimir convulsões causadas por opioides; · Náuseas e êmese (ação de vomitar) – Muito recorrente em pacientes que tratam com opioides (15mg de morfina subcutânea) - 40% tem náuseas e 15% vômitos; · Causada pela diminuição da motilidade do TGI, sendo menos comum em pacientes que estão em decúbito; · Cardiovasculares – Fazem vasodilatação periférica (ruim para paciente que se encontra em choque circulatório ou ICC); · Inibem o barorreflexo (controla PA), levando à sincope e hipotensão ortostática; · Acontece em decorrência da liberação de histaminas por mastócitos e pelo aumento da Pco2; · Importante no tratamento do infarto; · Tônus muscular – Em altas doses podem causar rigidez da musculatura ventilatória da mastigação, podendo comprometer a respiração e dificultar a intubação; · Pode causar mioclonia (contrações involuntárias); · TGI – Ocasiona constipação e redução de secreções por conta dos receptores distribuídos pelo plexo mioentérico e submucoso; · Também causa estase gástrica (estagnação do sangue), que aumenta o tônus da musculatura do antro e risco de refluxo; · Aumenta a pressão no ducto biliar comum, podendo piorar cólicas biliares; · Outros sistemas – Pode causar retenção urinária aguda, através da inibição do fluxo miccional e aumento do tônus do esfíncter uretral externo; · Rubor e prurido principalmente na face, pescoço e tórax; · Também tem efeitos imunossupressores moderados, além de serem hipotérmicos; Classes funcionais e usos clínicos · Agonistas: Geralmente são seletivos parciais ao receptor MOR, mas podem interagir com outros; · Agonistas-Antagonistas mistos: São usados para o tratamento da dependência aos opioides; · Antagonistas: Revertem os efeitos dos opioides; Morfina e fármacos relacionados · Modestamente absorvidos no TGI, por isso a administração retal é mais adequada; · Quanto mais lipofílicos eles forem, mais eles serão absorvidos pelas mucosas nasal e oral; · Conseguem ser absorvidos pela via transdérmica; · Receituário A1, receita amarela paraprescrição de qualquer opioide; · Codeína em doses baixas pode-se usar receituário branco de controle especial; · Sofrem metabolismo de primeira passagem; · Se conjugam com ácido glicurônico, gerando metabólitos ativos mais potentes e menos potentes; · Morfina: Pouco lipofílica, mas consegue entrar no SNC, que é seu local de ação; · Sua extração é praticamente toda por filtração glomerular, com curta meia-vida; · Seu nome comercial mais utilizado é dimorf; · Morfina-3-glicuronídeo: Responsável pelos efeitos excitatórios; · Pode ser encontrada nas fezes por dias; · Codeína: Possui cerca de 60% da atividade da morfina; · Antes de ser excretada pela urina, é transformada em metabólitos inativos; · 10% convertida em morfina; · Possui efeito antitussígeno (contra tosse); · Alguns xaropes de tosse possuem codeína – prestar atenção nas doses; · Nomes comuns: Tylex, Vicodil, Codein; · Tramadol: Análogo sintético da codeína, tendo fraca ação no receptor MOR; · Sofre metabolismo hepático, e sua excreção é renal; · Muito utilizada em traumas, com seu uso comum em emergências (forma de tramal) bastante eficaz no tratamento da dor (fraca a moderada); · Na forma de tramadol tem meia vida de 6h e na forma de metabólitos, 7h e meia; · Em via oral, o início de ação em torno de 1h e seu pico em 2-3hs; · Biodisponibilidade de 68% após uma dose oral; · Tem efeito nauseante; · Heroína: 2-4 vezes mais potente que morfina; · Rapidamente se transforma em morfina, após ser metabolizada em 6-monoacetilmorfina; · É mais lipossolúvel, logo, entra mais rápido no SNC, causando efeitos euforizantes mais rapidamente; · Excreção pela urina na forma de morfinas livre e conjugadas; · Meperidina (petidina): Agonistas de receptores MOR; · Efeitos semelhantes à morfina, mas são absorvidas em todas as vias de administração; · 50% escapa do metabolismo de primeira passagem após administração oral; · Tem potencial convulsivante mais alto do que a morfina; · Não devem ter doses aplicadas em mais de 48h; · Fetanila/Sufentanila/RemifentanilaOpioides sintéticos muito potentes; · Utilizados em cirurgias como anestesias, com início da ação rápido; · Não causam liberação de histamina; · Início rápido e termino previsível; · Possuem efeitos depressores mínimos no miocárdio; · São altamente lipossolúveis (chegam rápido ao SNC), por conta disso, devemos nos ater ao seu potencial recreativo; · Metabolização hepática e excreção renal; · Metadona: Agonista MOR de longa duração; · Atividade antitussígena; · Auxilia na suspensão de sintomas de abstinência, tendo grave nível de sedação; · Liga-se a 90% das PTNs plasmáticas, podendo deslocar outros medicamentos; · Liga-se as PTNs teciduais, com seu uso crônico causando acumulação em outros tecidos (mantem níveis baixos no sangue após o uso, reduzindo sintomas de abstinência); · Indicado para tratamento de dependência de heroína; · Loperamida: Reduz motilidade quando secreção no TGI; · Utilizado para tratamento de diarreias; · Sua atividade é, primariamente periférica, uma vez que não penetra bem no SNC (pois a proteína P presente no endotélio cerebral tem atividade exportadora de Loperamida); · Dextrometorfano: Antitussígeno de ação central, semelhante a codeína; · Não age nos receptores opioides, possuindo baixa toxicidade; · O mecanismo de ação é pouco conhecido; Antagonistas opioides · Utilizados nas intoxicações por opioides nas emergências; · Ex: Naloxona (venosa), naltrexona (oral) nalorfina, nalmefeno; · Causam liberação de hormônios hipotalâmicos na ausência de opioides; · Revertem imediatamente os efeitos de agonistas opioides, com seus efeitos durando 1-4h; · Em dependentes de opioides, a administração causa sintomas de abstinência moderada/grave; · A Naloxona não deve ser administrada na via oral, pois assim sua biodisponibilidade é reduzida, sendo extensivamente metabolizada no fígado; · Pode ser usada pela via oral em combinações com opioides nos casos de intolerância ao fármaco, pois não tem efeito sistêmico e age localmente no TGI; · Usados para: tratamento de overdose por opioides, constipação por opioides, síndromes de uso abusivo (como álcool); · Possuem outras vias de administração, como: · PCA (Analgesia controlada pelo paciente): O paciente possui controle limitado da administração da droga; · Feita via bomba de infusão seguindo parâmetros pré-estabelecidos; · Usada no controle de dor pós-operatória ou relacionada com o câncer; · Intratecal: Possibilita uso de doses menores; · Reduz efeitos adversos sistêmicos, podem ser implantados via caracteres intratecais (direto na medula) para tratamentos de longa duração; Escala da dor · Dor 1-3: Analgésicos simples (dipirona, paracetamol ou AINES); · Dor 4-6: Opioide fraco (tramadol ou codeína) + analgésicos mais simples; · Dor 7-10: Opioide forte (morfina, metadona, oxicodona, fentanil) + analgésicos simples; Interações medicamentosas · Sedativos + hipnóticos + álcool: Aumento da depressão respiratória e do SNC; · Antipsicóticos: Aumento da sedação, acentuação do efeito cardiovascular; · Inibidores de MAO: Risco de doma hiperpirético, convulsão e hipertensão; Intoxicação aguda · Sinais e sintomas de intoxicação por opioides: · Estupor ou coma profundo; · FR baixa, associada com apneia e cianose; · PA diminuída; · Pupilas simétricas e puntiformes; · Baixo débito urinário; · Hipotermia; · Convulsões; · Flacidez muscular; · Tratamento: Estabelecemos uma via respiratória e ventilamos o paciente; · Após isso, administramos a Naloxona (evitar em pacientes com uso crônico/dependentes); · Diluir Naloxona (0,4mg) e aplicação lentamente pela via intravenosa, ao mesmo tempo que observamos o nível de consciência e função respiratória; · Após isso, monitoramos via ECG por conta da possibilidade de arritmias cardíacas; 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