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Terapia Cognitivo Comportamental

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Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
O que é TCC?
A Terapia Cognitivo Comportamental foi desenvolvida pelo psicanalista Aaron Beck. Ele acreditava que para a psicanalise ser aceita na comunidade médica, suas teorias precisavam ter demonstração de validação empírica. Desse modo, deu início a uma serie de experimentos em busca dessa validação, mas ao invés disso os resultados de seus experimentos o levaram a buscar outras explicações para a depressão.
· Em seu trabalho com indivíduos com depressão, descobriu que esses pacientes relatavam fluxo de pensamentos negativos que pareciam surgir espontaneamente. Beck chamou essas cognições de pensamentos automáticos. Tais pensamentos baseiam-se em crenças centrais, denominadas esquemas, que a pessoa tem sobre si mesma, o mundo e o futuro. Esses esquemas determinam como um indivíduo pode interpretar uma situação específica, e isso gerar pensamentos automáticos específicos. Os pensamentos automáticos específicos contribuem para uma avaliação cognitiva mal adaptativa da situação ou do evento, levando a uma resposta emocional. Com base nesse modelo geral, Beck desenvolveu um método de tratamento para ajudar pacientes a identificar e avaliar esses pensamentos e crenças de ordem superior com a finalidade de encorajá-los a pensarem de forma mais realista, comportarem-se de modo mais funcional e sentirem-se melhor psicologicamente.
Um bom exemplo pra ilustrar o que foi dito acima... Se você estivesse muito deprimido e emitisse alguns cheques sem fundo poderia ter um pensamento automático, uma ideia que simplesmente apareceria em sua mente “eu não faço nada direito”. Esse pensamento poderia então conduzir a uma reação especifica: você se sentir triste (emoção) e se refugiaria na cama (comportamento). Se então, examinasse a validade dessa ideia poderia concluir que fez uma generalização e que na verdade você faz muitas coisas bem. Encarar a sua experiencia a partir dessa nova perspectiva provavelmente faria você se sentir melhor e levaria a um comportamento mais funcional.
· O trabalho do terapeuta é basicamente mudar as crenças básicas do paciente sobre si mesmo, o mundo e outras pessoas, dessa forma os pensamentos automáticos também serão alterados e a mudança no comportamento será duradoura. Exemplo, se você continuamente subestima suas habilidades pode ser que você tenha uma crença subjacente de incompetência, a modificação dessa crença (isto é, ver a se mesmo de forma mais realista, como alguém que tem pontos fortes e fracos) pode alterar sua percepção de situações especificas com acontecimentos do dia-a- dia. Você não terá mais pensamentos com o tema “eu não faço nada direito”. Em vez disso, em tarefas especificas em que comete erros você provavelmente pensará “eu não sou bom nisto (tarefa especifica)”.
A noção fundamental da TCC é simples. Trata-se da ideia de que nossas reações comportamentais e emocionais são fortemente influenciadas por nossas cognições (pensamentos), as quais determinam como percebemos as coisas. Ou seja, apenas ficamos ansiosos, com raiva ou tristes se acreditamos que temos motivos para ficarmos ansiosos, com raiva ou tristes. Em outras palavras, não é a situação em si, e sim nossas percepções, expectativas e interpretações (a avaliação cognitiva) de eventos que são responsáveis por nossas emoções.
Marco Aurélio (121-180 d.C.) escreveu em Meditações: “Se estás aflito por alguma coisa externa, não é ela que te perturba, mas o juízo que dela fazes. E está em teu poder dissipar esse juízo.”
Ainda não entendeu? Calma, vamos de novo...
· A dona de casa (Beck, 1976, p. 234-235) 
Uma dona de casa ouve uma porta bater. Ela faz várias hipóteses: “Talvez seja Sally voltando da escola”, “Talvez seja um ladrão”, “Talvez tenha sido o vento que fechou a porta com força”. A hipótese escolhida vai depender da consideração dada a todas as circunstâncias relevantes. O processo lógico de testagem da hipótese pode ser perturbado, entretanto, pela carga psicológica da dona de casa. Se seus pensamentos são dominados pelo conceito de perigo, ela pode imediatamente chegar à conclusão de que se trata de um ladrão. Ela faz uma inferência arbitrária. Embora a inferência não seja necessariamente incorreta, ela se baseia sobretudo em processos cognitivos internos em vez de informações reais. Caso fuja e se esconda, ela adia ou negligencia a oportunidade de refutar (ou confirmar) a hipótese.
Dessa forma, o mesmo evento inicial (ouvir uma porta bater) suscita emoções muito diferentes, dependendo de como a dona de casa interpreta o contexto situacional. O barulho em si não suscita emoções de qualquer tipo, mas quando a dona de casa acredita que o bater da porta sugere que há um ladrão em casa, ela sente medo. Ela pode chegar a essa conclusão mais rapidamente se estiver de alguma forma predisposta por ter lido sobre arrombamentos no jornal ou se ela possui a crença central (esquema) de que o mundo é um lugar perigoso e que é uma questão de tempo até que um ladrão invada sua casa. Seu comportamento, evidentemente, seria muito diferente se ela sentisse medo do que se ela acreditasse que o evento não possuísse um sentido significativo. A avaliação cognitiva da situação ou do evento que determina nossa resposta, incluindo comportamentos, sintomas físicos e experiência subjetiva.
Beck chama essas pressuposições sobre eventos e situações de pensamentos automáticos, porque os pensamentos surgem sem muita reflexão ou raciocínio prévio. Esses pensamentos podem ocorrer tão rápido e automaticamente que muitas vezes o individuo age como que por reflexo, o que dificulta a identificação da crença ou do evento ativador. Nesse caso, a pessoa precisa observar criteriosamente a sequência de eventos e a reação a eles, e então, explorar o sistema de crenças subjacente. Portanto, a TCC frequentemente requer que o paciente atue como um detetive ou um cientista que está tentando encontrar as peças que faltam do quebra-cabeça
ATUALMENTE MAIS DE 500 ESTUDOS CIENTÍFICOS DEMONSTRAM A EFICÁCIA DA TCC NO TRATAMENTO DE DIVERSOS TRANSTORNOS PSIQUIATRICOS, PROBLEMAS PSICOLÓGICOS E PROBLEMAS MÉDICOS COM COMPONENTES PSICOLÓGICOS.
10 princípios da TCC
1º- Formulação em desenvolvimento CONTINUO dos problemas do paciente
2º- Aliança terapêutica sólida
3º- Colaboração e participação ativa do paciente (trabalho em equipe)
4º- Focada nos objetivos e problemas 
5º- Enfatiza o presente
6º- Psicoeducação (tornar o paciente seu próprio terapeuta)
7º- Visa ser limitada no tempo
8º- As sessões são estruturadas (possui começo, meio e fim)
9º- Ensina o paciente a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais (o paciente como um detetive)
10º- Utiliza uma variedade de técnicas
· Como são as sessões?
As sessões são estruturadas e possuem começo meio e fim
· No início da sessão você irá estabelecer uma aliança terapêutica, checar o humor, os sintomas e experiencias do paciente durante a semana que passou e pedir que nomeie os problemas que mais deseja ajuda para resolver. Irá avaliar como o paciente se saiu nos “exercícios de casa”, e a seguir na discussão de um problema especifico, você vai coletar dados a respeito do problema, conceituar cognitivamente as dificuldades do paciente e planejar colaborativamente uma estratégia. Após a discussão do problema deve-se definir o exercício de casa e ao fim de cada sessão deve-se revisar os pontos importantes que foram trabalhados e solicitar um feedback do paciente.
Desenvolvimento da relação terapêutica

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