DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO VERBAL DE UMA CRIANÇA AUTISTA

Prévia do material em texto

DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO VERBAL DE UMA CRIANÇA AUTISTA	
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) pode ser definido, na atualidade, como um distúrbio do neurodesenvolvimento que se caracteriza por alterações e prejuízos na comunicação e na interação social. O termo espectro deve-se ao fato de envolver situações e apresentações que variam quanto a intensidade dos sintomas, numa graduação que vai de mais leve à mais grave. 
Todo autista é diferente, todos eles terão problemas nas habilidades sociais e de comunicação e no comportamento às vezes repetitivo mas não da mesma maneira. As crianças com TEA além de ter dificuldades no convívio pessoal, tem dificuldade também em estabelecer comunicação verbal, o que pode também afetar o desempenho escolar e a socialização. O diagnóstico tardio impacta diretamente no desenvolvimento de suas potencialidades e em sua inclusão social, quanto antes o diagnóstico for fechado maiores são os ganhos dessa criança no processo de intervenção e melhores serão os resultados em termos de desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades sociais, capacitando-o para atuar no ambiente que o cerca. Muitas vezes, as crianças com TEA não sabem como usar a linguagem da mesma forma que as crianças neuro típicas. Ainda que muitas sejam capazes de usar palavras e estratégias verbais para se comunicar e interagir, podem também usar a linguagem de uma maneira singular. Por exemplo, a ecolalia — imitação e repetição de palavras ou frases — Além disso, elas podem usar palavras inventadas (neologismos); falar a mesma palavra repetidamente; confundir pronomes e se referirem a si mesmos em terceira pessoa.
Apesar de ser um diagnóstico médico, a fonoterapia é de máxima importância pois possibilita diretamente o desenvolvimento geral e qualidade de vida, possibilitando a autonomia, liberdade de escolha e expressão. Oferece também uma melhor qualidade na educação, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e a inclusão no ambiente escolar, bem como melhoras no relacionamento familiar. O fonoaudiólogo trabalha as habilidades sociais e comunicação verbal e não vocal após a avaliação que possibilitará identificar as dificuldades que serão estimuladas durante o processo terapêutico.
A intervenção fonoaudiológica está relacionada à ampliação do contato ocular, da atenção compartilhada, do uso funcional da linguagem, da emissão verbal e do aprimoramento dos aspectos melódicos da voz. Trabalhar o engajamento da criança, principalmente através de atividades do seu interesse é fundamental para o sucesso do trabalho fonoaudiológico, outro aspecto na intervenção é a Teoria da Mente, pois normalmente o indivíduo com TEA apresenta dificuldade na compreensão do estado mental dos outros e o seu próprio, não conseguem se colocar a partir do ponto de vista dos outros, dificultando muito o diálogo e a interação social. O foco dessa intervenção é fazer com que ele consiga dividir adequadamente sua atenção entre os objetos e eventos ao seu redor, usando contato visual, gestos e/ou vocalizações. Avaliar as habilidades e trabalhar em cima das potencialidades de cada um é uma importante ferramenta no processo terapêutico desses indivíduos. A terapia envolve jogos sociais que ajudam no desenvolvimento da linguagem, atividades lúdicas e dirigidas mas sempre enfocando o uso da linguagem no contexto, por isso um profissional especializado é de extrema importância para o correto seguimento do quadro. 
Vivemos em uma sociedade com padrões preestabelecidos, onde qualquer um que esteja fora deles, é de primeira instância excluído. O indivíduo com TEA são alvos de um maior preconceito. Os prejuízos causados por essa dificuldade de aceitação, pela sociedade, ganham proporções enormes, prejudicando diretamente o convívio social do autista.
As pessoas devem pesquisar mais sobre o assunto, devendo olhar com interesse, paciência e tolerância. Alguns conhecimentos específicos, atendimentos profissionais adequados e apoio da família serão de extrema importância para que se sintam seguros no ambiente, otimizando as relações e trocas pessoais.